As declarações de Jesus
Exposição do Evangelho de João • Sermon • Submitted
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· 28 viewsQuais ensinamentos o discurso de Jesus nos traz sobre sua autoridade, missão e destino dos homens?
Notes
Transcript
Texto:
The Authority of the Son
Joã 5:19 Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz.
Joã 5:20 Porque o Pai ama ao Filho, e lhe mostra tudo o que faz, e maiores obras do que estas lhe mostrará, para que vos maravilheis.
Joã 5:21 Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer.
Joã 5:22 E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento,
Joã 5:23 a fim de que todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou.
Joã 5:24 Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.
Joã 5:25 Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem viverão.
Joã 5:26 Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo.
Joã 5:27 E lhe deu autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem.
Joã 5:28 Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão:
Joã 5:29 os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo.
Witnesses to Jesus
Joã 5:30 Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou.
Joã 5:31 Se eu testifico a respeito de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro.
Joã 5:32 Outro é o que testifica a meu respeito, e sei que é verdadeiro o testemunho que ele dá de mim.
Joã 5:33 Mandastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade.
Joã 5:34 Eu, porém, não aceito humano testemunho; digo-vos, entretanto, estas coisas para que sejais salvos.
Joã 5:35 Ele era a lâmpada que ardia e alumiava, e vós quisestes, por algum tempo, alegrar-vos com a sua luz.
Joã 5:36 Mas eu tenho maior testemunho do que o de João; porque as obras que o Pai me confiou para que eu as realizasse, essas que eu faço testemunham a meu respeito de que o Pai me enviou.
Joã 5:37 O Pai, que me enviou, esse mesmo é que tem dado testemunho de mim. Jamais tendes ouvido a sua voz, nem visto a sua forma.
Joã 5:38 Também não tendes a sua palavra permanente em vós, porque não credes naquele a quem ele enviou.
Joã 5:39 Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim.
Joã 5:40 Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida.
Joã 5:41 Eu não aceito glória que vem dos homens;
Joã 5:42 sei, entretanto, que não tendes em vós o amor de Deus.
Joã 5:43 Eu vim em nome de meu Pai, e não me recebeis; se outro vier em seu próprio nome, certamente, o recebereis.
Joã 5:44 Como podeis crer, vós os que aceitais glória uns dos outros e, contudo, não procurais a glória que vem do Deus único?
Joã 5:45 Não penseis que eu vos acusarei perante o Pai; quem vos acusa é Moisés, em quem tendes firmado a vossa confiança.
Joã 5:46 Porque, se, de fato, crêsseis em Moisés, também creríeis em mim; porquanto ele escreveu a meu respeito.
Joã 5:47 Se, porém, não credes nos seus escritos, como crereis nas minhas palavras?
Por que esse discurso é tão importante?
Na Antiguidade, as pessoas tinha uma concepção diferente da nossa quando ouviam qualquer afirmação sobre a divindade de uma pessoa. Essa foi a visão dos primeiros cristãos logo após a morte de Jesus.
No mundo antigo, era possível acreditar que um humano fosse divino de várias maneiras. Eis aqui duas maneiras principais de como isso podia acontecer, conforme atestado por fontes cristãs, judaicas e pagãs:
Por adoção ou por exaltação. Um ser humano (um grande
governante, ou guerreiro, ou pessoa santa, digamos) podia ser feito
divino por um ato de Deus ou de um deus ao ser elevado a um nível
de divindade que não possuía antes.
Por natureza ou por encarnação. Um ser divino (um anjo ou um dos
deuses, digamos) podia tornar-se humano quer de modo
permanente, ou, o mais comum, de modo temporário.
Os Evangelhos nos apresentam ambas definições de Cristo como Deus. O Deus que se encarna e é também reconhecido pelos homens como tal. Mas nesta seção em particular, veremos Jesus fazer uma apologia, uma defesa de sua natureza e de sua identidade através de 3 explicações:Após ser acusado de curar no sábado Jesus faz três afirmações sobre sua identidade:
Declarou ser igual a Deus (vv. 19-23).
Declarou ter autoridade para ressuscitar os mortos (w. 24-29).
Afirmou haver testemunhas válidas para corroborar sua declaração de divindade (vv.
30-47)
Jesus afirma sua identidade única com o Pai
Jesus afirma sua identidade única com o Pai
Almeida Revista e Atualizada Capítulo 5
Então, lhes falou Jesus
Os milagres de Jesus serviam como uma Introdução Poderosa para suas mensagens. Vejam nesta seção, que após curar o paralítico, Jesus fala sobre sua identidade, logo após os judeus desejarem sua morte:
Almeida Revista e Atualizada Capítulo 5
18 Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus.
A identidade de Jesus é afirmada,
Declarou ser igual a Deus (vv. 19-23).
As declarações de Jesus tinham um alvo muito claro: Revelar a verdade. Ao revelar a verdade, Ele destruía conceitos equivocados de sua real natureza e dava aos seus ouvintes a oportunidade de O reconhecerem como Rei e Senhor.
João, enfatiza isso o tempo todo neste Evangelho: A Divindade de Cristo.
Em vez de negar as acusações, ele as
confirmou! Se ouvíssemos alguém fazer uma declaração dessas hoje, diríamos tratar-se de uma piada ou de insanidade mental. Jesus certamente não era louco, e há evidências de sobra de que falava muito sério. Ou ele é aquilo que diz ser ou é um mentiroso. Se é um mentiroso, como explicar todo o bem que tem feito às pessoas necessitadas? Ninguém sequer confia em um mentiroso e, no entanto, os discípulos de Jesus estavam dispostos a morrer por ele.
Jesus afirmou ser um com o Pai em suas obras. Se a cura de um homem no sábado era pecado, então a culpa era do Pai! Jesus não fazia coisa alguma "por si mesmo", mas apenas realizando o mesmo trabalho que o Pai. O Pai e o Filho trabalhavam juntos, e faziam as mesmas coisas do mesmo modo.
"Eu e o Pai somos um" Jo 10:30).
Quando Jesus veio à Terra como homem, sujeitou-se ao Pai em todas as coisas. "Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade" (Hb 10:9). Encobriu sua glória e colocou de lado
o exercício livre de seus atributos divinos.
No deserto, Satanás o tentou a usar seus poderes divinos em benefício próprio, mas ele se recusou a agir de maneira independente. Dependia em tudo do Pai e do poder do Espírito Santo de Deus.
O Pai não apenas mostrou suas obras
ao Filho e o capacitou a realizá-Ias, mas também compartilhou com ele seu amor Jo 5:20). No início dos três primeiros Evangelhos, o pai chama Jesus de "meu Filho amado", e João repete essa declaração em João 3:35: Estamos acostumados a pensar que o Pai ama o mundo perdido, como diz
João 3: 16; mas também devemos nos lembrar do amor do Pai por seu Filho querido.
Uma vez que o Pai ama o Filho, ele lhe
revela suas obras. Os líderes religiosos estavam cegos e não conseguiam entender o que Jesus fazia, pois não conheciam nem o Pai e nem o Filho. Na verdade, o Pai havia preparado obras ainda mais grandiosas que os
deixariam maravilhados. Talvez Jesus estivesse se referindo à cura de Lázaro, pois em João 5:21 menciona a ressurreição dos mortos.
2. Declarou ter autoridade para ressuscitar os mortos (w. 24-29).
2. Declarou ter autoridade para ressuscitar os mortos (w. 24-29).
Para os líderes judeus, era blasfêmia Jesus afirmar ser capaz de ressuscitar os mortos, pois atribuíam esse poder somente a Deus. Diziam que Jeová tinha as três grandes chaves: a chave para abrir os céus e dar as chuvas (Dt 28:12); a chave para abrir o ventre e permitir a concepção (Gn 30:22); e a chave para abrir o túmulo e trazer quem desejasse de volta dos mortos (Ez 37:13)
Jesus expande o seu poder para
produzir reavivamento espiritual (vs. 25, 26). Essa obra pertence ao futuro, Ele diz, mas também já chegou está sendo efetuada (observe contraste com o v. 28).
Assim, Jesus afirmou ser igual ao Pai em suas obras, mas foi além e disse ser igual a ele na execução do julgamento Jo 5:22). Para o judeu ortodoxo, Ieová era "o Juiz de toda a terra" (Gn 18:25); ninguém ousava aplicar a si mesmo esse título magnífico. Mas foi o
que Jesus fez! Ao declarar ser o Juiz, também declarou ser Deus. "Porquanto [Deus] estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão
que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos" (At 17:31 ).
Jesus declarou sua igualdade em outra
área, dizendo ter a mesma honra que o Pai Jo 5:23). O fato de ser Juiz deveria levar os homens a honrá-lo. Uma declaração e tanto:
se não honrarmos o Filho, não estaremos honrando o Pai! Os "religiosos" que dizem
adorar a Deus, mas que negam a divindade de Jesus Cristo, não têm nem o Pai e nem o Filho. Sem Jesus, não é possível conhecer o Pai, nem adorá-lo, nem servi-lo
3. Afirmou haver testemunhas válidas para corroborar sua declaração de divindade (vv.
30-47)
3. Afirmou haver testemunhas válidas para corroborar sua declaração de divindade (vv.
30-47)
Pela segunda vez, Jesus começa sua declaração com as palavras: "Em verdade, em verdade" (ver Io 5:19,
24, 25). Vemos Jesus usando essa forma solene de discurso mais de vinte vezes ao longo do Evangelho de João. É como se estivesse dizendo: "Prestem atenção! O que vou dizer agora é importante!"
Nesse parágrafo extremamente interessante, Jesus fala de quatro ressurreições diferentes.
1- Descreve a ressurreição dos pecadores para a vida eterna (ver lo 5:24, 25; Ef2:1-1 O). O pecador perdido é tão sem vida
e tão desamparado quanto o corpo de um morto. Por mais que esse corpo seja devidamente preparado para o sepultamento, continua estando morto, e nenhum corpo é
"mais morto" do que outro. Quem está morto está morto! Os pecadores não têm poder para salvar a si mesmos e certamente não podem conferir vida a si mesmos.
De que maneira podem ser ressuscitados? Ouvindo a Palavra de Deus e crendo no Filho de Deus. Jesus curou o homem paralítico à beira do tanque de Betesda com sua palavra (Jo 5:8). Todas as vezes que ressuscitou alguém, foi por sua Palavra (lc 7:11- =17; 8:49-56; Jo 11 :41-44). Sua Palavra "é viva, e eficaz" (Hb 4:12) e pode ressuscitar os pecadores da morte espiritual. Receber "vida eterna" significa que nunca mais morrerão espiritualmente nem serão julgados (Rm 8:1). Ouvir essa Palavra e crer é receber salvação; rejeitar essa Palavra é atrair sobre si a condenação Jo 12:48).
A segunda ressurreição mencionada é a do próprio Cristo Jo 5:26). Nossa vida é derivada, mas a vida dele é original, pois "A vida estava nele" 00 1:4). A morte não pode contê-lo, pois ele é o "Autor da vida" (At 2:24; 3:15). Jesus entregou sua vida e, depois, a tomou de volta 00 10:17, 18). Pelo
fato de ter vida em si, pode compartilhá-Ia com todos os que crêem nele.
A terceira ressurreição citada é a futura ressurreição da vida, quando os cristãos serão ressurretos dos mortos (Jo 5:28, 29a).
Essa verdade maravilhosa é explicada em 1 Tessalonicenses 4:13-18 e 1 Coríntios 15.
É importante lembrar que ressurreição não é reconstrução. Não significa que Deus "junta os pedaços outra vez". O corpo resssurreto é um novo corpo, glorificado e apropriado para o novo ambiente celestial. A morte não é o fim para o cristão, e também não viveremos no céu como espíritos desencarnados. Deus salva a pessoa inteira, e isso inclui o corpo (Rm 8:23; Fp 3:20, 21).
Essa ressurreição da vida se dará quando Jesus voltar nos ares e chamar seu povo para junto de si.
A quarta ressurreição mencionada é a ressurreição do juízo (Jo 5:29b). Essa ressurreição diz respeito somente aos perdidos e se dará pouco antes de Jesus estabelecer os novos céus e a nova terra (Ap 20:11-15). Que acontecimento tremendo será, quando os mortos, "grandes e pequenos", estiverem diante de Jesus Cristo! O Pai entregou todo o julgamento ao Filho (Jo 5:22) e lhe concedeu autoridade para executar esse julgamento (lo 5:27). Hoje, Jesus Cristo é o Salvador,
mas, um dia, será o Juiz.
O título "Filho do Homem", em João
5:27, refere-se a Daniel 7:13, 14 e é, sem dúvida alguma, um título
messiânico. Aparece doze vezes no Evangelho de João e oitenta vezes nos quatro Evangelhos. Os judeus conheciam esse título pela leitura do
Livro de Daniel e sabiam que, ao usá-lo, Jesus afirmava ser o Messias e o Juiz.
Os cristãos receberão um corpo ressurreto para que possam reinar com Cristo em glória. Os incrédulos receberão um corpo ressurreto, porém não glorificado, para que sejam julgados e sofram nesse corpo os castigos que lhe são devidos. O corpo usado para o pecado sofrerá as consequências desse pecado.
O fato de Jesus ter autoridade para ressuscitar os mortos é prova de que é igual ao Pai e, portanto, é Deus.
Afirmou haver testemunhas válidas para corroborar sua declaração de divindade (vv. 30-47). O termo "'testemunha" é uma palavra-chave no Evangelho de João, em que aparece mais de cinqüenta vezes. Jesus deu
testemunho de si mesmo, mas sabia que este não seria aceito pelos líderes, de modo que chamou outras três testemunhas.
A primeira foi João Batista (Jo 5:30-35),
o qual os líderes religiosos haviam interrogado detalhadamente (lo 1:15ss). No final de seu ministério, Jesus voltou a apontar para os líderes o testemunho de João Batista (Mt
21 :23-27). João sabia quem Jesus era e proclamou esse conhecimento fielmente ao povo de Israel. Disse ao povo que Jesus era o Senhor (Io 1:23), o Cordeiro de Deus (Jo 1:29, 36) e o Filho de Deus (Jo 1:34).
João Batista era "a lâmpada que ardia e alumiava" (Jesus é a luz, Jo 8:12), e o povo judeu empolgou-se com seu ministério. Porém, esse entusiasmo se arrefeceu, e ninguém moveu uma palha para tentar livrar João, quando foi preso por Herodes. Os líderes consideravam João uma "celebridade
local" (Mt 11 :7, 8), mas se recusaram a aceitar sua mensagem de arrependimento. Os publicanos e pecadores receberam a mensagem de João e se converteram, mas os
líderes religiosos não quiseram sujeitar-se à verdade (Mt 21 :28-32).
A segunda testemunha de Jesus foram
seus milagres Jo 5:36). Como dissemos anteriormente, João escolheu sete "sinais" e os incluiu em seu Evangelho como prova de que Jesus é o Filho de Deus (Jo 20:30, 31).
Jesus deixou claro que suas obras eram as obras de seu Pai (lo 5:17-20; 14:10). Aé mesmo Nicodemos teve de reconhecer que os milagres de Jesus o qualificavam como alguém "vindo da parte de Deus" (Jo 3:2).
Porém, a Bíblia também fala de milagres realizados por homens comuns, como Moisés, Elias e Paulo. Esses milagres provam que
tais homens também foram enviados por Deus? Sem dúvida (ver Hb 2:3, 4), mas nenhum desses homens afirmou ser o Filho de Deus. Nenhum servo do Senhor, capaz de realizar as obras poderosas do Senhor, afirmaria ser o próprio Deus. O fato de Jesus fazer essa declaração, comprovada por suas obras poderosas e por sua vida irrepreensível, mostra que sua declaração é verdadeira.
Uma vez que a Lei do Antigo Testamento exigia o depoimento de duas ou três testemunhas (Nm 35:30; Dt 17:6), Jesus cumpriu essa exigência apresentando três testemunhas confiáveis.
A terceira e última testemunha convocada por Jesus foi a Palavra do Pai (Jo 5:37-47).
O povo judeu reverenciava profundamente a Palavra escrita de Deus, especialmente a Lei que ele havia lhes dado por intermédio
de Moisés. Moisés ouviu a voz de Deus e viu sua glória, mas encontramos essa mesma voz e glória na Palavra inspirada de Deus (ver 2 Pe 1:12-21). As Escrituras do Antigo Testamento dão testemunho de Jesus Cristo e, no entanto, as pessoas que receberam e
que preservaram essa Palavra não foram capazes de reconhecer o próprio Messias.
Por quê? Pelo fato de não permitirem que a Palavra gerasse fé em seu coração Jo 5:38). É provável que João 5:39 seja a declaração de um fato, não uma ordem a ser obedecida: "Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna". Os escribas procuravam conhecer a Palavra de Deus, mas não conheciam o Deus da Palavra! Contavam todas as letras do texto, mas deixavam
passar as verdades espirituais contidas nesse texto.
Havia algo de errado com esses líderes judeus em nível intelectual: não
encontraram Cristo nas próprias Escrituras (ver 2 Co 3:14-18; 4:3-6). Porém, havia também algo de errado com respeito a sua volição: não creram no Salvador. Pelo fato de não terem a Palavra no coração, também
não desejavam ter Cristo no coração.
Além disso, os líderes religiosos também tinham falta de amor no coração. "Não tendes em vós o amor de Deus" JO 5:42) - uma referência ao amor de Deus por eles, bem como à expressão do amor deles por
Deus. Diziam amar a Deus, mas sua atitude para com Jesus Cristo mostrou que esse amor não era verdadeiro.
Conclusão
Conclusão
Jesus encerrou seu discurso enérgico
advertindo os líderes judeus de que Moisés, ao qual tanto honravam, seria seu juiz, não seu salvador. As mesmas Escrituras que usaram para defender sua religião um dia testemunhariam contra eles. Os judeus sabiam o que Moisés havia escrito, mas não
criam em suas palavras. Uma coisa é ter a Palavra nas mãos e na mente, outra bem diferente é tê-Ia no coração. Jesus é O Verbo que se fez carne Jo 1:14), e a Palavra escrita dá testemunho do Verbo Encarnado.
"E, começando por Moisés, discorrendo por todos os Profetas, expunha-lhes o que a seu
respeito constava em todas as Escrituras"
(lc 24:27).
Os testemunhos de João Batista, dos milagres divinos e da Palavra de Deus unem-se para declarar que Jesus é, verdadeiramente, Um com o Pai e o Filho de Deus.
Jesus não se intimidou com as acusações dos líderes religiosos. Se compararmos os Evangelhos, veremos que, depois dos acontecimentos registrados em João 5, ele transgrediu o sábado deliberadamente outra vez!
Permitiu que os discípulos apanhassem espigas no sábado e curou um homem com uma das mãos ressequidas (Mt 12:1-14). É
bem provável que esses acontecimentos tenham ocorrido na Galiléia, mas certamente as notícias chegaram aos ouvidos dos líderes em Jerusalém e na Judéia.
A cura do homem no sábado voltaria à
baila (Jo 7:21-23) em ocasião posterior, e os líderes insistiriam em proteger a tradição em vez de entender a verdade (ver Mc 7:1-13).
Porém, antes de julgá-los, talvez convenha examinarmos nossa vida e nossas igrejas.
Estamos permitindo que tradições religiosas fechem nossos olhos para a verdade da Palavra de Deus? Ficamos tão envolvidos com o "estudo bíblico" que não vemos Jesus Cristo na Palavra? Nosso conhecimento da
Bíblia nos dá apenas erudição ou nos faz arder o coração?