Alegrem-se os Povos

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PIPER, John. Alegrem-se os Povos: A supremacia de Deus nas missões. São Paulo. Cultura Cristã, 2012.
John Piper é escritor e pastor reformado da Igreja Batista Belém, em Minneapolis (Minnesota, EUA) onde em 1980 aceitou o chamado para servir como pastor. Ele é autor de diversas obras literárias. No Seminário Teológico Fuller ele fez sua graduação em Bacharelado, e na Universidade de Munique fez seu Doutorado em Teologia. Na Faculdade Bethel em Santa Paul, Minesota lecionou.
John Piper em sua obra publicada originalmente em 1993 pela Baker Books: “Let the Nations Be Glad”, em 2000 foi traduzido e publicado pela editora Cultura Cristã como: “Alegrem-se os povos: a Supremacia de Deus nas Missões”. Nesta obra o autor vai elencar de forma bíblica o que de fato deve ser entendido por missões. Quando Afirma nas primeiras paginas que: “As missões não são o alvo fundamental da igreja. A adoração é. A adoração é, portanto, o combustível e a meta das missões” (p.15). Isto é a ênfase do livro, que por todas as partes será defendida, é que a própria supremacia é teocêntrica e, não pode ser antropocêntrica. É assim porque tudo o que Deus faz tem em vista, em primeiro lugar, a Sua própria Glória. O livro contém sete capítulos bem estruturados onde a supremacia de Deus nas missões é demonstrada em uma divisão de três partes que nos direcionam sobre o dever dos cristãos estarem sempre “Reconhecendo que Deus é supremo nas missões”: na Primeira Parte o reconhecimento pelo: “propósito, poder e preço”; na Segunda Parte pela “necessidade e natureza da tarefa” e; na Terceira Parte para “o trabalho prático de compaixão e adoração” da missão. Piper, já na introdução, desenvolve o tema da supremacia de Deus nas missões de forma superlativa, fazendo doze apelos aos pregadores da prosperidade, que é um pragmatismo com grande disseminação nos tempos contemporâneos, em seu apelo adverte a estes pregadores da prosperidade dizendo: “Pelo contrário, suplico que parem de encorajar as pessoas a buscarem sua alegria em coisas materiais. A alegria que Cristo oferece é tão grande e tão durável que nos capacita a perder a prosperidade e ainda nos alegrarmos.” (p. 30). O autor portanto vai desenvolver a importância e cumprimento de uma alegria indubitável para os povos não alcançados na supremacia de Deus, veremos isto nos capítulos que se seguem: O capítulo primeiro aborda de maneira impar sobre a adoração, especificamente a adoração como o propósito supremo do próprio Deus, e por isso o propósito supremo do homem. “A adoração, porém, permanece para sempre”. Dessa forma, devemos também compactuar que a adoração é também o próprio combustível para as missões. No capítulo 2, a ênfase do autor é a oração. Ele afirma que: “Quando as missões avançam pela oração, elas magnificam o poder de Deus” (p. 81). A oração não funciona direito para muitos cristãos porque eles a utilizam para pedir as coisas mais banais e egocêntricas possíveis e não para pedir em prol das missões. Se a vida cristã é uma guerra espiritual, a oração é o antídoto diante desta guerra. O autor inicia este capítulo dizendo: “Não podemos saber para que serve a oração até sabermos que a vida é uma guerra” (p.60), esta reflexão de o quão negligentes temos sido tanto nas batalhas diárias como em exercício do grande comissionamento de fazermos discípulos até aos confins da terra, me chamou a tenção, pois de fato é uma batalha diária, que só venceremos por meio da supremacia de Deus em Cristo por meio da oração. O capítulo 3 apresenta o sofrimento em relação às missões. Ao contrário do que ensinam muitas igrejas nos dias de hoje, o sofrimento faz parte da vida cristã, especialmente da vida daqueles que levam o evangelho aos não alcançados. Estas evidências são vivenciadas na vidas dos discípulos de Cristo. Portanto, a nossa responsabilidade segundo o autor a saber é: quer sejamos missionários ou não, somos todos chamados a anunciar o evangelho de Cristo aos povos não alcançados. Mostrando que a morte de Cristo não foi apenas substitutiva, mas também um modelo para o sofrimento do próprio cristão (1Pe 4.1). O capítulo 4 mostra a supremacia de Cristo como foco da fé salvadora, defendendo que a salvação só é possível àqueles que creem no Senhor Jesus Cristo. Isto é, não é possível que um “pagão piedoso” seja salvo, a menos que ele ouça de Cristo e creia Nele. Piper trata do tormento eterno consciente no inferno, onde várias passagens bíblicas são apresentadas para provar esse ponto, mostra que a expiação de Cristo é absolutamente necessária para a salvação eterna e defende que as pessoas precisam ouvir de Cristo para que sejam salvas. Piper neste capítulo é incoerente ao defender que todas as crianças que morrem na infância, sem exceção, serão salvas, e do mesmo modo todas as pessoas incapazes de serem chamadas exteriormente pela Palavra. Uma ideia mais bíblica é a de que apenas as crianças eleitas e pessoas incapazes eleitas serão salvas sem serem chamadas exteriormente pelo ministério da Palavra. No capítulo 5, Piper responde de maneira muito interessante à questão sobre se a tarefa das missões é alcançar o maior número possível de indivíduos ou o maior número de nações. Piper prossegue examinando os conceitos de nações, tribos, povos e línguas, para determinar a extensão dos grupos que devem ser alcançados, e conclui que esses grupos são tão estreitos quanto povoados. Quanto ao conceito de “povo alcançado”, ele entende que é ambíguo, podendo significar tanto que há convertidos entre esse povo quanto que há uma igreja plantada entre eles. Piper encerra o capítulo mostrando que a diversidade de povos alcançados engrandece a glória de Deus. No capítulo 6, Piper mostra a relação entre a supremacia de Deus e a compaixão pela alma humana. “Os pecadores escapam do inferno e honram a Deus com o mesmo ato: entesourando tudo o que Deus é para eles em Cristo, satisfazendo-se com tudo o que Deus é para eles em Cristo”. Assim, ao termos compaixão por alguém e desejarmos que ele seja salvo, estamos desejando ao mesmo tempo que Deus seja glorificado, porque a salvação e a satisfação que o perdido encontrará em Deus manifestará a grandiosidade do próprio Deus. Por fim, o capítulo 7 trata da simplicidade interna e liberdade externa da adoração. Esse é o único capítulo lamentável desse maravilhoso livro, porque nele Piper diferencia de forma tão grande a adoração do Antigo e do Novo Testamento que parece negar a importância da liturgia no culto. Ele parece entender que a forma do culto não é importante e pode variar de acordo com a cultura, não apenas em questões circunstanciais. Apesar disso, ele mostra corretamente que a essência da verdadeira adoração é a satisfação com Deus em Cristo.
As referidas partes são colocadas entre uma rica introdução e uma conclusão e epílogo que completam a obra de forma muito precisa. Enfim, Alegrem-se os povos é um chamado para que Deus, e não o homem, seja colocado no centro da missão da Igreja. Deus é supremo sobre tudo e todos e isso deve ser verdade também nas missões, porque o objetivo principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.
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