Mateus 5.17-20

Série expositiva no Evangelho de Mateus  •  Sermon  •  Submitted
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Cristo inicia seu discurso no sermão do monte demonstrando que somente ele é o cumprimento da Lei, e em contraste com o legalismo dos fariseus, que somente por ele é possível compreender a Lei de Deus, para se viva de modo digno do Reino dos céus.

Notes
Transcript
“[...] Porque é chegado o Reino dos céus” (Mateus 3.2).
Pr. Paulo Rodrigues
Introdução
Dando sequência a temática de um caráter que distingue aqueles que pertencem ao Reino de Deus dos que não pertencem, Cristo prossegue destacando e combatendo a justiça fingida dos escribas e fariseus que através de sua consideração equivocada, descumprem os estatutos e mandamentos do SENHOR com legalismos e percepções errôneas da Lei.
Elucidação
Como exposto pelo trecho anterior, há uma evidente diferença entre os modos de vida dos que estão alheios ao Reino e os que vivem sob o reinado do Messias de Deus; Cristo. Tal distinção ficará mais evidente através das exemplificações que serão feitas por Cristo em relação aos erros dos fariseus, a partir das análise feitas por ele dos mandamentos.
A centralidade de Cristo para o evangelho anunciado em todo o Novo Testamento perpassa por um princípio claro que ressalta que ele é o cumprimento das profecias do Antigo Testamento, como já vem sendo repetido por Mateus ao longo do seu evangelho e nas nossas análises deste livro bíblico. Mais uma vez, o próprio SENHOR Jesus Cristo enfatiza isso na fala destacada pelo escritor do texto, como lemos.
Um novo tópico é introduzido pelo SENHOR nesse texto, porém, mais uma vez, todo o sermão do monte está unido por uma perspectiva de distinção do Reino de Deus e sua ética da moralidade caída e legalista dos homens, em especial dos escribas e fariseus. Como marca diferenciadora, o correto cumprimento da Lei evidenciava que a salvação havia chegado e que por meio daquele que a promulga – Jesus Cristo – essa redenção seria manifesta em caráter não somente distinto, mas também antagônico aquele declarado pelos homens, como ficará claro a partir da seção seguinte que analisaremos posteriormente.
Diferente do que suporiam alguns, Cristo abre essa seção confirmando o caráter autoritativo de todo o Antigo Testamento, que nesse texto é sintetizado nos escritos da Lei e dos Profetas. Há quem pense que apenas esses dois gêneros da Palavra de Deus foram pinçados por Cristo como contendo alguma verdade do SENHOR para seu povo, porém, noutras partes das Escrituras vemos que essa forma, ainda que sofrendo variações, é uma referência de Jesus a toda a Escritura do Antigo Testamento.
Como afirmamos antes, Cristo destaca-se aqui como o Legislador que era apontado pela Lei como seu centro temático, estabelecendo assim, outro critério através do qual pode ser visto como o Messias prometido: “Não presumam que eu vim anular a Lei ou os profetas, não vim para anular, mas cumprir”(v. 17). Nos sermões anteriores, vimos que as marcas do Messiado do SENHOR Jesus neste evangelho incluíam: a) o cumprimento das profecias veterotestamentárias; e b) sua identificação com seu povo em dois aspectos – identificação por meio da submissão à Lei, e do sofrimento (Mt 3.13-17; Mt 4.1-11). Agora, como Aquele que tem o poder de determinar a legislação do Reino dos céus, Cristo mostra que o teor dessa norma é todo o escopo do Antigo Testamento, isto é, a Lei de Deus que fora registrada na Escritura do AT representa o código moral dos eleitos do SENHOR como padrão através do qual deve viver aquele que fora chamado ao Reino dos céus.
É pertinente que um destaque seja feito em relação ao conteúdo da afirmação de Cristo. Tendo ele demonstrado claramente como um agente do Reino deve viver através das bem-aventuranças (Mt 5.1-12) e das figuras alusivas ao caráter distintivo da ética do Reino dos céus (Mt 5.13-16), devemos também notar que Cristo é o único que realmente pode cumprir a Lei, pois é o perfeito Cordeiro de Deus, o Filho do Deus vivo. Nesse sentido, há mais uma direta objeção por parte de Cristo ao ensino dos escribas e fariseus: através de seu ensino legalista e errôneo, esses homens estavam pervertendo a ideia de salvação pela graça mediante a fé, fazendo com o que o povo passasse a crer que de alguma forma, sozinhos e sem a mediação do Messias, poderiam lograr êxito em adquirir para si a salvação. O SENHOR Jesus rebate essa noção declarando que ele é o cumpridor da Lei, reforçando mais uma vez a perspectiva de que é por meio dele que alguém pode adentrar o Reino dos céus, e assim, pela operação do Espírito Santo mediante a mediação do Filho de Deus, ser salvo.
À luz disso, alguém pode ser levado a dizer: “bom, mas ninguém está apto a cumprir perfeitamente a Lei”. De fato, pela pecaminosidade do homem, ninguém pode cumprir à contento a Lei de Deus. Porém, é exatamente nesse ponto que o legalismo se mostra como uma corrupção e distorção à Lei. Contrariando o que muitos supõem, o legalista precisa primeiro distorcer o código legal em questão por meio de sua própria definição, para que dessa forma torne a Lei factível para si, e assim, imponha sua interpretação sobre outros se autoproclamando mestre, digno ou santo aos seus próprios olhos e aos daqueles por ele enganados. A interpretação de Cristo é muito superior e evidencia a incapacidade do homem de realizar, sem ele, aquilo que é exigido na Lei, como será visto na análise da seção seguinte do sermão do monte.
Toda a Lei será perfeita e cabalmente cumprida por Cristo (v. 18), e por meio de seu cumprimento, nos tornamos habilitados a viver nessa retidão; nosso coração foi poderosamente habilitado para querer e para realizar aquilo que nos manda a Lei de Deus por meio da graça em Jesus, e nossa mente foi orientada pela correta interpretação do que a Lei exige de nós.
O noção de Cristo quanto a Lei era profundamente avessa àquela pregado pelos mestres da lei de seu tempo, como demonstra Lloyd-Jones:
[...] Cristo criticava deliberadamente aos fariseus e escribas, bem como aos ensinamentos por eles apresentados. Ora, eles eram os líderes reconhecidos e mestres religiosos e todos estavam preparados para atender a tudo quanto dissessem. Eram figuras notáveis da nação. Mas, de repente, surge em cena um Homem estranho às escolas daqueles líderes, um Homem que não apenas ensinava, mas que também denunciava o ensino autorizado deles. Além e acima de tudo isso, Jesus não passava todo o Seu tempo fazendo a exposição da lei. Mas pregava uma extraordinária doutrina que aludia à graça e ao amor de Deus, doutrina que introduzira elementos tão estranhos como a parábola do Filho Pródigo. O pior de tudo, entretanto, é que o Senhor Jesus misturava-se livremente com os publicanos e os pecadores notórios, reclinando-se e comendo com eles. Além de parecer que jamais observava todas as regras e regulamentos, Ele também parecia disposto a desobedecer deliberadamente aos mesmos. Através das Suas palavras Ele criticava os ensinamentos oficiais dos grandes mestres, e, na Sua prática diária, fazia outro tanto. Foi por coisas assim que, quase imediatamente, começaram a surgir dúvidas e indagações, em face de Sua teoria e em face de Sua prática. “Porventura esse novo Mestre não acredita nas Sagradas Escrituras?” Os fariseus e os escribas asseveram ser os exponentes e os expositores das Sagradas Escrituras; isso posto, esse Jesus de Nazaré não acredita nelas? Quererá Ele eliminá-las? O ensino dEle será uma novidade absoluta? Estará Ele denunciando a lei e os profetas? Estará Ele querendo ensinar algum novo caminho de acesso a Deus? alguma nova maneira de agradar a Deus? Estará Ele voltando as costas, radicalmente, ao passado inteiro?”.
Certamente, tal confusão dava-se pela distorção do ensino que os mestres da lei perpetravam e que agora estava sendo poderosamente aniquilada por Cristo, quando expõe qual a verdadeira interpretação da Lei.
Vale ressaltar ainda que, como expressa o versículo 18, a Escritura Sagrada é o registro da vontade de Deus e do seu plano redentor. Em vista disso, cada linha cumpre-se, pois o fiador da Escritura é o próprio SENHOR Deus. Atentar contra quaisquer ensinos ou distorcê-los é um vilipêndio à fidelidade do Soberano, algo que os escribas e fariseus estavam fazendo quando interpretavam erroneamente as Escrituras. A promessa de Cristo é que tudo será cumprido antes “que o céu e a terra passem”. O SENHOR realizará seu intento, de acordo com aquilo que revelou na sua Palavra.
O juízo fica reservado e claro nas palavra de Cristo no versículo 20. A assertiva direta do SENHOR demonstra a seriedade merecida ao cumprimento da Lei de acordo com a interpretação por ele dada, e não com a dos mestres da lei. É possível que alguém entenda como um atenuante o fato de que se errar em relação a Lei, será simplesmente chamado pequeno, ou terá um recompensa menor no Reino dos céus (v.20b). Porém, o contraste supõe que a situação inferior aponta para um julgamento da parte de Deus.
A punição dos mestres da lei é evidente: pensando que estavam em alta conta por causa de seu padrão de vida legalista, seriam considerados mínimos no Reino dos céus. Além disso, Cristo salienta que, se nossa consideração quanto a Lei não for diferente daquela exposta pelos fariseus e escribas, “excedendo sua justiça” (v.20), a entrada no Reino dos céus estará fechada para nós. Deve-se entender que Cristo não está supondo que alguém poderá entrar no Reino por suas próprias obras, como já ficou claro, porém, se as ações de alguém não excedem a dos escribas pela via da interpretação correta da Lei, como alguém poderá ter acesso ao SENHOR, se não deu atenção ao que está revelado acerca dele e do seu Messias nas Escrituras? Como poderá ter acesso ao Reino pelo chamado eficaz de Cristo se não foi manifesto a ele o caráter desse Reino por meio da Lei e dos Profetas, isto é, do registro do Texto Sagrado?
Entretanto, contrastando mais uma vez com os mestre da lei e sua jactância, Cristo afirma que os agentes do Reino não somente vivem de acordo com essa Lei, mas também reproduzem esse ensinamento de maneira que outros são ensinados a por ele andar e viver. A manifestação de um modo de vida condizente com o Reino dos céus é algo que já fora mencionado por Cristo no versículo 16 deste capítulo. Porém, Cristo rebate o orgulho farisaico afirmando que é por meio de sua perspectiva da Lei, aquela que condiz com todo o ensino do Antigo Testamento, que alguém é trazido ao Reino e está apto a trazer outros pela operação do Espírito Santo através da observação da Lei.
Quando olhamos para Escrituras buscando ver nela toda a junção de ambos os pontos apresentados nessa seção do texto de Mateus, qual seja, a Lei e Cristo, deparamo-nos por alusão ou eco com a passagem de Deuteronômio 18.15-22:
O Senhor, teu Deus, te suscitará um profetado meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás, segundo tudo o que pediste ao Senhor, teu Deus, em Horebe, quando reunido o povo: Não ouvirei mais a voz do Senhor, meu Deus, nem mais verei este grande fogo, para que não morra. Então, o Senhor me disse: Falaram bem aquilo que disseram. Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. De todo aquele que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, disso lhe pedirei contas. Porém o profeta que presumir de falar alguma palavra em meu nome, que eu lhe não mandei falar, ou o que falar em nome de outros deuses, esse profeta será morto. Se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o Senhor não falou? Sabe que, quando esse profeta falar em nome do Senhor, e a palavra dele se não cumprir, nem suceder, como profetizou, esta é palavra que o Senhor não disse; com soberba, a falou o tal profeta; não tenhas temor dele.
Interrompendo seu fluxo de sermões e exortações, Moisés salienta nesse trecho a vinda de um profeta que é destacado por ele pela efetividade de sua Palavra ao povo (“a ele ouvirás (v.15))”. Esse personagem profetizado por Moisés, terá a incumbência de revelar ao povo a Lei de Deus, e em decorrência de seu ministério profético peculiar, o povo o ouvirá, isto é, a superioridade desse profeta é exibida na convicção de que a Palavra de Deus na boca dele logrará êxito em desenvolver no povo obediência, isso de maneira mais plena e profunda do que era feito até então. Certamente, esse profeta mencionado por Moisés, é Cristo Jesus.
A “semelhança” mencionada por Moisés (v.15) merece destaque aqui. A relação bíblica entre Moisés e a Lei é tal que quando aquele é citado de maneira referencial, devemos ter em mente todo o trato legal de Deus com o seu povo. De sorte que em determinadas passagens a citação do personagem alude ao aspecto contido no pacto feito com ele, isto é, a aliança mosaica onde a Lei foi dada como símbolo do governo de Deu sobre seu povo, e do modo através do qual o povo seria redimido – por alguém que cumpriria perfeitamente a Lei, imputando sua justiça a povo eleito de Deus. Assim, Cristo é semelhante a Moisés em detrimento do caráter legal personificado por este, e que ganha pleno cumprimento em Jesus, que ensina como profeta a Lei de Deus e a aplica ao povo.
De maneira paralela, as palavras de Moisés também são dirigidas ao povo a fim de que o mesmo se precavesse de falsos ensinos que de repente os levassem para longe de Deus e da obediência aos seus estatutos, assim como Cristo está pregando às multidões, advertindo o povo quanto ao ensino errôneo dos mestres da lei.
Noutra passagem da Bíblia, vemos a relação que é feita entre Cristo e a Lei, relação essa que é estabelecida em termos de promessa ou profecia, e cumprimento: “Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4). De maneira análoga, Paulo adverte os judeus a reconhecerem que Cristo Jesus é o cumprimento da Lei; é nele que a salvação é posta.
Assim, o ensino claro das Escrituras é o de que Cristo fala com a propriedade daquele que é o Legislador do Reino dos céus, e que seus ensinamentos cumprem e explicitam o verdadeiro significado do Texto Sagrado, fazendo com que aqueles que andam de acordo com o sua Palavra, tornam-se agentes do Reino, aptos a ensinar a outros o caminho ao céus que é Jesus Cristo.
O Breve Catecismo de Westminster em sua pergunta 24, indaga: Como exerce Cristo as funções de profeta? E responde: Cristo exerce as funções de profeta, revelando-nos, pela sua Palavra e pelo seu Espírito, a vontade de Deus para a nossa salvação. Como tratado até este ponto, é através de Cristo Jesus que toda a Lei, e assim, toda a vontade de Deus é revelada e exposta ao seu povo em sua plenitude, sem adições ou fermentos que a comprometam, mas de maneira perfeita, provocando naqueles que receberam seu Reino a disposição de a cumprir. Como é também exposto por John Flavel, Cristo “é a origem e a fonte de toda aquela luz que nos guia à salvação”.
Lançando mais luz sobre Cristo como profeta, Berkhof alude que o dever dos profetas era:
[...] revelar a vontade de Deus ao povo. Isto podia ser feito na forma de instrução, admoestação e exortação, promessas gloriosas ou censuras severas. Eles eram os monitores ministeriais do povo, os intérpretes da Lei, especialmente nos seus aspectos morais e espirituais. Era seu dever protestar contra o formalismo, acentuar o dever moral, fazer ver a necessidade do serviço espiritual e promover os interesses da verdade e da justiça.
Cristo cumpre de maneira perfeita todas atribuições proféticas, porém à luz do texto lido, vemos sua propriedade no sermão que está pregando as multidões, quando analisa, interpreta e aplica a Lei de maneira correta: de conformidade com a intenção de Deus ao promulgá-la.
Transição
Certamente, sem Cristo como o meio através do qual olhamos para a Lei, o que sobra são duas vias terríveis e inescapáveis para que o ser humano trilhe; a primeira é a do desespero, pois sem Jesus, a Lei nos acusa devido nossas obras mortas e pecaminosas. A segunda é o legalismo, que é a distorção e diminuição de toda significância da Lei em regras que servem para a promoção de homens corruptos, a fim de que se sintam menos corruptos, mas que ao final, só revela o quanto estão em situação tão vil quanto os primeiros.
Frente a isso, há algumas considerações importantes para nossa vida à luz deste texto.
Aplicações
1. Cristo é o cumprimento da Lei. Sem ele, não há obediência, e sim, legalismo.
Os mestres da lei pregavam a salvação através das obras por meio de uma interpretação equivocada e blasfema da Lei e dos Profetas. Mas deve ficar claro para nós que só há uma única forma de cumprir a Lei de Deus: através de Cristo, por sua mediação e pela imputação de sua justiça a nossa vida, que é a obra do Espírito Santo.
É não somente inútil tentar rebaixar a Lei de Deus aos nossos padrões morais e éticos, mas também blasfemo e herético. Sem Cristo e fora da misericordiosa graça de Deus, que habilita nossas mentes a amar e viver pela Lei do SENHOR, tudo o que conseguiremos fazer é despertar a fúria do SENHOR sobre nós, pois sua Lei foi criada para apontar para Cristo como meio através do qual somos salvos. Como poderemos rejeitar o Filho de Deus e ainda assim acharmos de alguma forma que estamos fazendo a vontade do SENHOR? Nossas melhoras obras não servem para absolutamente nada, se não estiverem encharcados com o sangue de Cristo. Devemos arrancar de nós todo o sentimento de autojustiça ou meritocracia, e depender totalmente da graça de Deus para obedecer os estatutos e mandamentos do SENHOR Jesus Cristo; aquele e cumpriu a Lei em nosso lugar e nos deu a bênção de ser orientados por ela, sendo assim conformados a imagem do Filho de Deus.
2. Nossa justiça deve exceder a dos legalistas de nosso tempo.
A hipocrisia dos fariseus e escribas os levavam a selecionar como obedecer a Lei com o objetivo de se promoverem, serem vistos pelas pessoas como santos e honestos. O que sobejavam em seus corações era a arrogância e o orgulho, que o impedia de verem o quanto são miseráveis pecadores, carentes da glória de Deus e portanto, alvos de uma graça imerecida, que deveria fazê-los aplicar essa mesma graça e amor na hora de ensinar outros a obedecerem os estatutos de Cristo.
Por vezes em nossa vida falta-nos essa compreensão. Muitas vezes, somos levados a um modo de vida de cumprimentos automáticos da Lei de Deus. A caminhada cristã esconde perigos na jornada, perigos não somente na estrada em si, mas em nossos corações. Nos tornamos pessoas secas, áridas, pobres em relação ao evangelho e a boa nova que transforma o mais vil dos homens no maior no Reino dos céus, por praticar o que demonstra o evangelho e ensinar outros a fazê-lo.
O legalismo é estéril. Incapaz de fazer com que outras pessoas tenham acesso a graça de Deus, porque o próprio legalista não a experimentou ainda. Nossa justiça por outro lado, deve refletir esse caráter gracioso do Reino: não existe Lei sem graça, e não existe graça sem Lei. Mais uma vez: não podemos reduzir o evangelho a um conjunto de normas prontas, achando que com isso somos dignos da graça do SENHOR, pois ninguém é digno. Contudo, muito são alvos dela. E por causa dessa maravilhosa oportunidade, através da nossa obediência, devemos refletir um modo de vida cheio do amor e graça do SENHOR que nos deu a Lei para honrá-lo e servi-lo.
Conheça a Lei de Deus. Medite diariamente na graça do SENHOR na Lei de Cristo; peça forças ao espírito para que você resista ao impulso maligno que está contido em nosso coração, de modo que possa obedecer ao SENHOR nosso Deus, não por legalismo, ou visando a promoção de nossa moralidade, mas para que levemos outros ao conhecimento de Cristo, conhecimento que liberta o homem da inimizade com a Lei de Deus, tornando ela sua melhor amiga, que o santificará para Deus.
Conclusão
A entrada no Reino dos céus foi garantida pela graça do Pai em, através de seu único Filho, reconciliar consigo estranhos, transformando-os em seus filhos. Também deu-lhes a Lei, para que por meio dela imitassem a Cristo, o herdeiro de todas as coisas, tornando-os assim, herdeiros com Cristo. Aquele que cumpriu a Lei, nos mostra em sua Palavra como viver para a glória do SENHOR. Resta-nos trilhar seu caminho, levando outros a fazerem o mesmo, segundo a operação do Espírito Santo, que faz brilhar a luz do evangelho em nossas vidas.
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