2 Co 4
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Nova Versão Internacional 4.1 Tesouros em Vasos de Barro
7 Mas temos esse tesouro em vasos de barro, para mostrar que este poder que a tudo excede provém de Deus, e não de nós. 8 De todos os lados somos pressionados, mas não desanimados; ficamos perplexos, mas não desesperados; 9 somos perseguidos, mas não abandonados; abatidos, mas não destruídos.
v-7 mostra um contraste duplo:
primeiro o tesouro da luz do evangelho (v. 6) e potes de barro que nada valem; em seguida, o poder sobrenatural de Deus e a fraqueza humana. A primeira cláusula afirma um fato que na segunda resulta em alcançar um propósito.
Esse tesouro consiste da mensagem do evangelho que recebemos do Senhor Jesus Cristo. Paulo nos diz que essa mensagem é uma dádiva inestimável que levamos conosco em vasilhas de barro.
Ele emprega uma ilustração da vida diária: potes de barro que continham tudo, desde riquezas até coisas sem valor algum, desde alimentos até líquidos. Por serem feitos de barro, os jarros, os potes e as vasilhas estavam sujeitos a se quebrar, e por isso custavam pouco e eram logo descartados.
Para ele, é importante o contraste entre o valor incomparável do evangelho e os jarros de barro frágeis e baratos. Ele dá ênfase, não tanto aos potes frágeis como a seu conteúdo, a saber, o tesouro.
Por isso, Paulo usa o exemplo das vasilhas de barro para ilustrar o corpo e a mente dos seres humanos. Ele próprio chama a atenção para o oleiro que fabrica vasos para fins nobres e para fins comuns (Rm 9.21; Is 29.16; Jr 18.6).
“Para que o poder extraordinário possa ser de Deus e não de nós.” Nós mantemos o evangelho como se fora em potes de barro para demonstrar o poder fenomenal de Deus, para que todos possam ver que não somos nós e sim Deus que é a fonte. O texto original diz: “a extraordinária (qualidade da) potência”.
O poder de Deus é revelado em seres humanos que, aos olhos do mundo, não têm valor algum.
A autoridade do evangelho não é humana em origem; ao contrário, tem sua fonte em Deus.
v-8, 9 Esses versículos ecoam uma passagem anterior na qual Paulo descreve as dificuldades pelas quais ele passa. “Até agora, sofremos fome, sede, falta de roupa suficiente, fomos espancados, ficamos sem teto. Trabalhamos com nossas próprias mãos; quando somos desprezados, abençoamos, quando perseguidos, suportamos; quando injuriados, respondemos com palavras bondosas. Temos nos tornado como a imundície do mundo, a escória de todas as coisas até agora” (1Co 4.11–13).
Paulo continua sua exposição contrastando quatro pares de diferenças em dois versículos. Ele descreve quatro adversidades que qualifica com quatro frases negativas (“mas nós não somos”), cada uma das quais seguida de um verbo.
a. “De todos os modos somos afligidos, mas não angustiados.” Eu acrescentei o substantivo modos, que é versátil, porque Paulo foi afligido de muitos modos: física, mental, espiritual e socialmente. O sentido básico de “afligido” é estar numa situação na qual a pessoa sofre as pressões do mundo em volta. Mas Paulo não está desanimado, pois declara que ele não foi encantoado num lugar estreito (6.4).
b. “Somos perplexos, mas não completamente perplexos. No grego Paulo escreve um trocadilho que na transliteração é clara na forma: aporoumenoi (estar perplexo) e exaporoumenoi (estar em desespero). O segundo particípio grego é mais forte do que o primeiro. Tentei captar o mesmo som e sentido bem semelhante: perplexos, mas não “afundados em perplexidade”. Na realidade, quando Paulo diz que não se desespera, ele expressa um otimismo que antes lhe havia faltado. Quando descreveu uma aflição séria que havia suportado na província da Ásia, Paulo escreveu que desesperou até da vida (1.8). Aquele foi um incidente único e não uma ameaça contínua à sua vida.
c. “Somos perseguidos, mas não abandonados.” Paulo se retrata como um fugitivo caçado por seus adversários, contudo na última hora capaz de escapar. Mas o apóstolo não fica desanimado, pois sabe que o Senhor nunca abandona quem é dele. Realmente, a promessa feita aos israelitas é verdadeira: “Seu Deus vai com vocês; nunca os deixará, nem os desamparará” (Dt 31.6). Josué também ouviu a mensagem de que Deus nunca o deixaria nem abandonaria (Dt 31.8; Js 1.5; ver Hb 13.5).
d. “Somos abatidos, mas não destruídos.” O sentido do primeiro verbo, um termo técnico, é claro; assim como um lutador joga ao chão o adversário, assim Paulo é levantado e derrubado ao chão. Novamente é impressionante sua confiança, pois Paulo declara que ele não está morrendo.
A lista de oito particípios gregos nos versículos 8 e 9 mostra um grau cada vez maior de severidade desde o ser afligido até não ser destruído. Todos os particípios estão na voz passiva, deixando implícito que os adversários são os agentes. Contudo, Paulo é capaz de vencer todas suas provações porque sabe que Deus lhe concede poder extraordinário (v. 7).