EVIDÊNCIAS DE UMA CONVERSÃO
Uma Mensagem para todos • Sermon • Submitted
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· 500 viewsAs evidências da conversão de Paulo: eleição, batismo, proclamação, oposição e comunhão.
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Introdução
Introdução
A maior bênção que nós podemos desfrutar é a conversão. O que você pode contar a respeito disso?
Agostinho escreveu um belo poema que trata de sua conversão:
“Tarde te amei,
Ó tão antiga e tão nova beleza!
Tarde demais eu te amei!
Eis que habitavas dentro em mim,
e do lado de fora eu te procurava!
Disforme, eu me lançava
sobre as belas formas das tuas criaturas.
Comigo estavas,
mas não eu contigo.
Longe de ti me retinham as tuas criaturas,
elas que não existiriam
se em ti não existissem.
Tu me chamaste,
e teu grito rompeu a minha surdez.
Fulguraste e brilhaste,
e tua luz afugentou a minha cegueira.
Espargiste tua fragrância
e, respirando-a,
por ti suspirei.
Eu te saboreei,
e agora tenho fome e sede de ti.
Tu me tocaste,
e agora vivo ardendo no desejo de tua paz”
Atos dos Apóstolos nos relata sobre uma das maiores conversões da história, a do apóstolo Paulo. Quais são as evidências da conversão do apóstolo Paulo? Que evidências podemos enxergar em nossa vida?
Eleição (vs. 10-16)
Eleição (vs. 10-16)
O Senhor aparece a Ananias e lhe pede para ir até Saulo e orar por ele. Ananias tem receio de ir por causa da fama de perseguidor feroz de Paulo;
Deus revela a Ananias o seu propósito para com Saulo: vaso escolhido - uma palavra frequentemente usada por Paulo para ilustrar a soberania de Deus na eleição (Ro 9: 21-23; 2 Co 4: 7; 2 Ti 2:20, 21).
para carregar o nome de Deus - Saulo foi escolhido para anunciar o evangelho aos gentios, reis e aos próprios judeus; marca do seu apostolado; para pregar a glória de Cristo no evangelho. Como afirma o Rev. Hernandes Dias Lopes “Paulo foi o maior evangelista, missionário, pastor, pregador, teólogo e plantador de igrejas da história do cristianismo. Ele iniciou igrejas na região da Galácia, na Europa e também na Ásia. Não apenas fundou igrejas, mas as pastoreou com intenso zelo, profundo amor e grave senso de responsabilidade. Pesava sobre ele a preocupação com todas as igrejas (2Co 11.28).”
para sofrer por causa de Cristo - o que causou grande sofrimento à igreja iria sofrer grandemente por causa de Jesus.
Deus nos escolheu soberanamente para vivermos como vasos que carregam o seu nome. A eleição divina tem sempre um propósito - glorificar a Deus. A eleição soberana de Deus é a base para a conversão de qualquer pessoa! Não é a sua vontade que determinou a sua conversão, mas a vontade de Deus.
Somos vasos escolhidos para carregar o nome de Deus - viver de acordo com esse nome, com toda a inteireza de nossa vida. O Senhor Jesus, em seu sermão do monte, nos ensinou que os discípulos de Cristo são o sal da terra e a luz deste mundo. Sobre essa questão J. C. Ryle assevera que: “Se essas palavras têm algum significado, então, certamente, Jesus tenciona nos ensinar, com essas duas figuras, sal e luz, que precisa haver algo notório, distintivo e peculiar a respeito do nosso caráter, se somos verdadeiros cristãos. Se desejamos ser reconhecidos como pertencentes a Cristo, como o povo de Deus, jamais poderemos passar a vida desocupados, pensando e vivendo como fazem as demais pessoas neste mundo. Temos a graça divina? Então ela precisa ser vista. Temos o Espírito Santo? Então deve haver o fruto. Temos uma religião salvadora? Então, deve haver uma diferença de hábitos e preferências, bem como uma mentalidade diferente entre nós e aqueles que pensam segundo o mundo. É perfeitamente claro que o cristianismo verdadeiro envolve algo mais do que ser batizado e ir à igreja. “Sal” e “luz”, evidentemente, implicam uma peculiaridade, tanto no coração como na vida diária, tanto na fé como na prática. Se nos consideramos salvos, devemos ousar ser singulares e diferentes da humanidade em geral.” Como você tem carregado o nome de Deus? Como você tem testemunhado ao mundo sobre o glorioso evangelho de Jesus Cristo?
Batismo (vs. 17-19)
Batismo (vs. 17-19)
Em obediência à ordem do Senhor, Ananias se dirige à Damasco e ora impondo as mãos sobre Saulo, para que a sua visão seja restaurada. Não muitos detalhes a respeito deste encontro, mas foi de extrema importância, pois é o marco da conversão do perseguidor feroz da igreja. Duas marcas são destacadas aqui:
Imposição de mãos - Ananias impõe suas mãos sobre Paulo. Saulo agora recebe a capacitação do Espírito Santo para sua missão aos gentios. Esta é uma unção para cumprir um chamado e missão específicos colocados a Saulo por Deus. Sobre essa questão, Simon Kistemaker destaca que “o propósito de Ananias ao impor suas mãos sobre Paulo era, primeiramente, reconhecê-lo como um companheiro crente; depois, para restaurar-lhe a vista; e, por fim, para efetivar o derramamento do Espírito Santo. O fato interessante é que Ananias, que é um discípulo e não um apóstolo, serve de instrumento de Jesus para realizar um milagre de cura e conferir o Espírito Santo.”
As escamas dos olhos caíram… foi batizado - Após a oração de Ananias, Deus cura Saulo da cegueira a que foi acometido no caminho para Damasco quando o Senhor apareceu a ele. Vendo-se curado, Saulo se dispõe e recebe o batismo. Não se sabe ao certo a forma e quem administrou o sacramento do batismo a Saulo (alguns acreditam que pelo fato de Ananias ser um leigo, não o teria feito).
Segundo Kistemaker, uma das tarefas de um clérigo ordenado é realizar o ritual do batismo sempre que lhe for solicitado. Em algumas congregações maiores, os cultos de batismo são marcados para um domingo específico do mês. Nesses cultos, o pastor da igreja local geralmente oficia os batismos.O Novo Testamento menciona com frequência o batismo e indica que um apóstolo (1Co 1.14–16), um evangelista (At 8.38; 21.8) e um membro da igreja cristã (At 9.18) ministraram o batismo. Não existia na igreja primitiva nenhuma regra fixa. Paulo até declara que sua primeira responsabilidade era pregar o evangelho e não batizar (1Co 1.17). Portanto, o costume de permitir que membros da igreja não-ordenados ministrem o batismo tem prevalecido durante os séculos. Na maioria das igrejas, principalmente nas de orientação reformada, esta prática foi interrompida. Para promover a ordem e a dignidade, apenas pastores ordenados realizam batismos.
João Calvino nos ensina que o batismo é o símbolo da remissão de pecados, e quem deveria ser admitido a este símbolo senão pecadores e os que se reconhecessem como tais? Confessavam, portanto, seus pecados para que fossem batizados.
O batismo é uma grande bênção e uma ordenança em que recebemos o sinal visível do perdão dos pecados.
Proclamação (vs 19b-22)
Proclamação (vs 19b-22)
Depois de passar um tempo com os discípulos em Damasco. Imediatamente após a sua conversão Saulo começou a proclamar sobre Cristo nas sinagogas causando admiração nos cristãos e confusão aos judeus.
O tempo que Paulo passou em Damasco é descrito como muitos dias (três anos, na Arábia), onde aprendeu mais acerca do Evangelho e foi acolhido pelos cristãos - conforme nos informa Gl 1.17;
Imediatamente após esse período, Saulo iniciou seu ministério de pregação do Evangelho:
o lugar: sinagogas, onde muitas vezes frequentou era onde começou a pregar sobre Jesus;
a mensagem: Jesus, o Filho de Deus - como diz Kistemaker, a pregação de Paulo inicia com a afirmação de que Jesus é o Filho de Deus, que cumpriu as profecias do Antigo Testamento. Mesmo que o termo Filho de Deus se aplique aos israelitas e à nação de Israel (veja, por exemplo, Jr 3.19,20; Os 11.1), a ideia de filiação se aplica especificamente a um descendente real de Davi (2Sm 7.14) e ao Messias (Sl 2.7). O próprio Jesus nunca usou o título, exceto quando, no julgamento, o sumo sacerdote lhe perguntou se ele era o Filho de Deus (Mt 26.63). Quando Jesus respondeu afirmativamente, foi acusado de blasfemo. Agora Paulo continua pregando nas sinagogas de Damasco que Jesus é o Filho de Deus e revela, assim, o cerne da fé cristã.
o método (συμβιβάζων): demontrando por argumentação, indução ou raciocínio - Paulo procurava mostrar que Cristo era o cumprimento das promessas do AT.
Uma das grandes evidências de uma conversão é o desejo de falar sobre Jesus as pessoas que conhecemos. Se nós amamos a Cristo, anelamos falar de sua vida e obra. Vale a pena destacar que a mensagem do cristão é simplesmente Jesus, não o que ele deve ou não fazer para ser santo. A mensagem do evangelho fala sobre Jesus ser o Filho de Deus e não sobre nós mesmos.
Para falarmos de Jesus é necessário nos prepararmos bem. Paulo ficou muitos dias aprendendo e se fortalecendo para o ministério ao qual foi chamado. Se você anseia falar de Jesus, é necessário ler sua Bíblia, instruir-se com todo o ensino teológico sobre quem Deus é. Evangelização é algo que passa pela razão. Como você tem aproveitado as oportunidades de ensino que você tem, ao ouvir o sermão, a aula da ebd e as lives de estudo? Tudo isso é uma grande oportunidade para você aprofundar a sua fé em Jesus.
Oposição (vs. 23-24)
Oposição (vs. 23-24)
Os judeus repudiam a mensagem de Saulo e buscam oportunidade para matá-lo.
Paulo continua sua pregação nas sinagogas de Damasco, onde encontra forte oposição dos judeus que se recusavam a aceitar o evangelho. Com certeza, Paulo corre o risco de ser morto por esses judeus. Que reversão de acontecimentos! O perseguidor que respirava ameaças homicidas contra os cristãos (9.1) agora recebe a sua própria sentença de morte. O religioso zelote que fez os seguidores de Cristo sofrerem, sofre agora, ele próprio, por causa de Cristo (veja v.16). Nesse ponto, sua vida de sofrimento apenas desponta (veja 2Co 11.23–29).
Os judeus procuravam oportunidades para matar Paulo devido a sua influência sobre eles;
Eles tinham conseguiam vigiar as muralhas, talvez persuandindo o governador, mas não seria dessa vez que eles tirariam a vida de Paulo;
Os cristãos elaboraram um plano para salvar Paulo e o conduziu para Jerusalém;
Para nós pode parecer estranho, mas quando alguém sofria por causa de sua conversão e continuava a seguir a Jesus, este era uma evidência de real conversão. Era comum aos cristãos serem excluídos, rechaçados pela família e autoridades por ser cristãos. Os judeus fizeram isso intensamente, a ponto de o autor do livro de Hebreus escrever sobre a supremacia de Cristo sobre o judaísmo para encorajar os cristãos a não apostatarem da fé e voltar a prática do judaísmo. Você já sofreu oposição dos seus amigos por causa de sua fé? Se sim, conforte-se no fato de que muitos cristãos sofrem por causa de sua fé, a ponto de mesmo dar a sua própria vida. Você tem se lembrado dos cristãos perseguidos nas suas orações?
Comunhão (vs.26-30)
Comunhão (vs.26-30)
Paulo é recebido pelos discípulos e cristãos em Jerusalém.
Paulo foi acolhido primeiramente por Ananias que o chamou de irmão, orou por ele e o batizou;
Paulo foi acolhido pelos cristãos em Damasco;
E apesar do receio, foi acolhido também, depois desses anos pelos cristãos em Jerusalém. No entanto algumas questões devem ser levadas em consideração:
Rejeição dos cristãos - num primeiro momento todos temiam que Paulo poderia ser um agente duplo devido, o que os levaram a rejeitá-lo.
Foi acolhido por um irmão - Barnabé foi a ponte entre Paulo e os cristãos, dando crédito ao seu testemunho e contando sobre sua conversão e ministério;
Mais oposição dos judeus - Jerusalém foi o lugar onde outrora Paulo havia conseguido autorização para prender os cristãos era o lugar de seu coração. Por isso, ali era considerado o traidor do judaísmo, o que levou os judeus a persegui-lo severamente.
Um dos erros mais tristes da igreja cristã é a sua falta de acolhimento das pessoas, o pré-julgamento e mesmo o preconceito. Essas questões devem passar longe de nós. Nosso intento é sempre sermos uma igreja acolhedora de pessoas. Receber todos aqueles que são arrependidos de seus pecados na comunhão da igreja. Dietrich Bonhoeeffer nos informa que “na proximidade do irmão cristão, o preso, o doente, o cristão na diáspora reconhece um gracioso sinal físico da presença do Deus triúno. Na solidão, visitante e visitado reconhecem um ao outro o Cristo presente na carne, recebem e se encontram como se com o Senhor se encontrassem – em reverência e alegria. Aceitam a bênção um do outro como do próprio Senhor Jesus Cristo. Se um único encontro traz tanta felicidade, que riqueza inesgotável deve se abrir àqueles que, pela vontade de Deus, são considerados dignos de viver em comunhão diária uns com os outros!” – Dietrich Bonhoeffer
Conclusão
Conclusão
A Bíblia nos traz algumas evidências de uma genuína conversão. No relato de Atos, podemos averiguar os sinais da conversão de Paulo e sobre como Deus o usou como seu vaso escolhido para anunciar as gloriosas verdades do Evangelho. Hoje aprendemos que algumas evidências de uma conversão são:
Eleição - Deus é quem escolhe soberanamente aqueles que herdam a salvação. Somos convertidos pela vontade do Pai para sermos seus vasos, para carregar o seu nome neste mundo;
Batismo - Um sinal visivel de uma graça invisível. O sinal público de que fazemos parte da aliança de Deus, de que fomos perdoados dos nossos pecados;
Proclamação - falar de Cristo aos nossos amigos e familiares é um sinal de que fomos convertidos ao Senhor. Todo cristão é chamado à proclamar a sua fé, buscando aprofundar o seu conhecimento na Palavra de Deus;
Oposição - Muitos enfrentam sofrimento e oposição por crer em Jesus Cristo. Nos dias antigos esse era um sinal de que uma pessoa era convertida;
Comunhão - Ananias, Barnabé foram pontes que integraram o outrora famigerado Saulo à comunhão com Cristo. O logo de nossa igreja é uma ponte, o que nos ensina a integrar as pessoas, os pecadores arrependidos à comunhão de nossa igreja. Seja acolhedor! Receba na família da fé aqueles que o Senhor nos traz.
À luz desse texto como você pode descrever a sua conversão? Poderia irromper em um canto ou um poema como o de Agostinho de Hipona? Que possamos olhar sempre para Jesus a fim de encontrar nele a razão de nossa fé.