Bem-aventurados os pacificadores

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Texto

Mateus 5.9 RA
9 Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.

Contexto

Em 28 de junho de 1914 o arquiduque da Áustria, Francisco Ferdinando, foi assassinado pelo iuguslavo, Gavrilo Princip. Esse assassinato é um ponto marcante na história da humanidade pois um mês depois, em 28 de julho o império austro-úngaro invadiu a Sérvia, dando início ao que ficou conhecido como primeira guerra mundial. Essa guerra durou de 28/07/1914 até 11/11/1918, ou seja, quatro anos e quatro meses e ceivou a vida de aproximadamente 20 milhões de pessoas, entre combatentes e civis.
21 anos após o término da primeira guerra, no dia 1 de setembro a Alemanha nazista, após firmar um pacto de não agressão com a Rússia, invade a Polônia, Alemanha e União Soviética dividem a Polônia entre si. Como a França e a Inglaterra eram aliados da Polônia, França e Inglaterra também entram no conflito, dando início então a Segunda Guerra Mundial. Esse foi um dos conflitos mais sangrentos da história, em 6 anos de conflito, entre 70 a 85 milhões de pessoas foram mortas. Isso é praticamente um terço da população brasileira, é como se uma em cada três pessoas tenham morrido.
Além desses dois conflitos em escala global, ainda tivemos no século XX as Guerras da Coréia, Guerra do Vietnã, os conflitos Árabe-Israelenses, diversos conflitos civis no continente africano, conflitos no continente americano, sem contar nas revoluções comunistas que ao todo, mataram cerca de 100 milhões de pessoas ao redor do mundo. É difícil chegar a um número certo, mas uma estimativa considera que somente no século XX, somando todas as guerras e conflitos aproximadamente 300 milhões de pessoas morreram por causa desses conflitos. Só a título de comparação, a população dos EUA hoje é de 328,2 milhões de pessoas.
Quando entramos no séc XXI, não tivemos nenhuma guerra de proporções globais, mas tivemos centenas de atentados terroristas, tivemos as guerras contra o terror, guerras civis na áfrica, a guerra contra o tráfico de drogas no Rio de Janeiro e em São Paulo. Enfim, tirando a questão das guerras mundiais, a coisa não mudou muito.
A pergunta que não cala é: Qual a causa de tudo isso? Porque tantas mortes?
O Dr. Martin Lloyd Jones refletindo sobre essa mesma questão afirma o seguinte: “Por que há tantas guerras no mundo? Por que se mantém essa constante tensão internacional? O que há com este mundo? Por que já tivemos duas guerras mundiais só no século XX? E por que essa ameaça perene de novas guerras, além de toda essa infelicidade, turbulência e discórdia entre os homens? De conformidade com essa bem-aventurança, só existe uma resposta para essa indagação – o pecado. Nada mais, é somente o pecado”.
Daí ele segue: “A explicação para todas as nossas dificuldades é a concupiscência, a cobiça, o egoísmo e o egocentrismo dos homens; essa é a verdadeira causa de todas as dificuldades e discórdias, sem importar se isso envolve indivíduos, grupos dentro de uma nação ou nações entre si. Por conseguinte, ninguém pode começar a entender o problema do mundo moderno a menos que aceite a doutrina neotestamentária do homem e do pecado”.
Mais adiante ele diz: “Pensemos em todas as intermináveis conferências de nível internacional que têm sido levadas a efeito neste século, na tentativa de estabelecer a paz. Mas, por qual razão todas essas tentativas têm falhado, e por que estamos rapidamente chegando ao extremo em que poucos indivíduos têm qualquer confiança em conferências que os homens possam realizar? Qual é a explicação para todas essas coisas? Por que fracassou a Liga das Nações? Por que a Organização das Nações Unidas parece também haver malogrado? O que está acontecendo? Ora, quero sugerir que só existe uma resposta adequada para essa pergunta, mas não uma resposta de ordem política, e nem econômica, e nem social. A resposta, novamente, é uma razão essencial e primariamente teológica, doutrinária. É precisamente porque o mundo não reconhece isso, devido à sua cegueira e loucura, que tanto tempo e esforço têm sido desperdiçados. De acordo com as Escrituras, a dificuldade reside no coração do homem, e enquanto esse coração não for transformado, o problema jamais será solucionado, sem importar todas as manipulações externas. Se a origem da dificuldade está na fonte, no manancial de onde sai o ribeiro de águas, não é óbvio que não passa de um desperdício de tempo, dinheiro e energia ficar derramando produtos químicos nesse ribeiro, na tentativa de corrigir a situação? É preciso chegar à própria fonte originária. Ali se encontra a razão do problema; nenhuma outra medida tem chance de êxito, enquanto o coração humano permanecer no estado em que se encontra. A trágica loucura do nosso século consiste na incapacidade de se perceber isso”.
Quando nos voltamos para a igreja no geral, conseguimos ver esse mesmo erro. Muitos crentes tem enxergado esses problemas no mundo e tem depositado sua esperança de solução dos conflitos, nas organizações-não-governamentais, na Onu, em partido A ou partido B, e isso vai diretamente na contra-mão na doutrina bíblica que é clara em nos dizer que o problema da sociedade é o pecado. O problema encontra-se no coração do homem, veja:
Mateus 15.19 RA
19 Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.
Estudos no Sermão do Monte Capítulo XI: Bem-Aventurados os Pacificadores (5:9)

Esse ensino, pois, reveste-se de importância primária na conjuntura atual, porquanto é somente quando enxergamos este mundo moderno, mediante a perspectiva correta de olhos neotestamentários, que começamos a entendê-lo melhor. Você se surpreende que tenha havido guerras e rumores de guerras? Porém, se você é crente, isso não deixá-lo-á surpreso; na verdade, você deveria considerar tudo isso como uma notável e extraordinária confirmação do ensino bíblico.

Os Pacificadores

Que é, pois, um pacificador?
Como é patente, uma vez mais não se trata de uma questão de disposição natural. Não se deve pensar aqui no indivíduo complacente e desligado da realidade, e nem no homem que quer “paz a qualquer preço”. Não está em foco o homem que diz: “Dou qualquer coisa para evitar conflitos”. É impossível que o adjetivo pacificador signifique isso.
Não havemos concordado o tempo todo que nenhuma dessas bem-aventuranças descreve disposições naturais? Contudo, não é somente isso. Essas pessoas complacentes e moleironas com frequência são destituídas de todo senso de justiça e retidão; elas não tomam posição quanto àquilo que deveriam defender; antes, são indolentes. Parecem ser gentis; não obstante, se o mundo tivesse de viver de conformidade com tais princípios e com tais indivíduos, ainda estaria em pior situação.
Portanto, quero acrescentar que se alguém é um pacificador, nem por isso é um “apaziguador”, conforme tantos dizem atualmente. É possível uma guerra ser adiada mediante o apaziguamento; mas geralmente isso envolve a necessidade de se fazer algo que é injusto e errado somente para evitar o choque. Ora, não se estabelece a paz meramente evitando o conflito armado, pois não dá solução real ao problema. A nossa geração deveria saber disso com absoluta certeza. Não, não está aqui em vista a atitude do apaziguador.
Assim sendo, que é um pacificador? É uma pessoa a respeito de quem podem ser atribuídas duas coisas básicas. Passivamente falando, podemos dizer que o pacificador é um indivíduo pacífico, pois quem é pugnaz (briguento) não pode ser um pacificador. Ativamente falando, esse indivíduo sem dúvida é pacífico, é alguém que procura estabelecer ativamente a concórdia. Tal pessoa não se contenta apenas em “deixar em paz os buliçosos (agitados, violentos)”, e nem o seu interesse é apenas manter o status quo. Mas é um homem que deseja a paz e está disposto a fazer tudo quanto for mister para que essa paz seja instaurada e mantida. Esse homem busca agir ativamente para que haja paz entre homem e homem, entre grupo e grupo, entre nação e nação. É óbvio, por conseguinte, que podemos argumentar que o pacificador é um homem que se preocupa, em última análise, com o fato que todos os homens estejam em paz com Deus. Aí está o retrato essencial do pacificador, considerado passiva e ativamente, pacífico em sentido passivo e em sentido ativo, alguém que não somente não provoca conflitos, mas que tudo faz a fim de estabelecer a paz.
O que é que isso envolve e subentende? É claro que, em face do que venho dizendo, isso implica na necessidade de uma perspectiva inteiramente nova. Envolve a presença de uma nova natureza no ser humano. Resumindo tudo o que dissemos até aqui: Somente o homem dotado de coração limpo pode ser um pacificador. E isso porque, conforme você deve estar lembrado, já vimos que o indivíduo que não é dotado de coração puro, mas antes, tem um coração cheio de inveja, ciúme e todos aqueles péssimos predicados, jamais poderá ser um pacificador.
O coração do homem precisa ser expurgado de todas essas misérias, antes que o homem saiba o que significa ter paz. Mas nem mesmo aí nos convém estacar. Para que alguém seja um pacificador, é mister que encare a si mesmo de um modo inteiramente novo, e é justamente nesse ponto que vemos como isso está vinculado à nossa definição da mansidão. Antes que alguém possa ser um pacificador, terá de ser inteiramente liberto do próprio “eu”, dos interesses próprios e da preocupação consigo mesmo. Antes que você possa ser um pacificador, terá de esquecer-se inteiramente de si próprio, porquanto por todo o tempo em que você estiver pensando só em si próprio, em atitude defensiva, não poderá agir devidamente como um pacificador. Para que você seja um pacificador terá de tornar-se, por assim dizer, totalmente neutro, a fim de poder reaproximar os dois lados que se estão desentendendo. Você não poderá ser pessoa dotada de excessiva sensibilidade própria, não poderá deixar-se atingir pela ofensa, não poderá pôr-se em atitude defensiva. Se você permitir esses empecilhos, não poderá ser um pacificador de qualidade.
E é muito importante pensarmos nisso porque existem muitas pessoas que afirmam crer em Deus, afirmam servir a Deus, mas que são tudo, menso pacificadores. São pessoas encrenqueiras; belicosas, ou seja, agressivos; são pessoas que se se sentirem prejudicadas brigam por causa de um alfinete, mas quando são privilegiadas deixam passar um elefante. São pessoas que por qualquer coisa, o mínimo que for, querem reivindicar os seus “direitos”, discutem com Deus e o povo por qualquer coisa e veja, não é essa a postura bíblica que o texto tem nos mostrado.
Existe o pressuposto de que o Cristão tem o Espírito Santo, e isso se comprova pelo que a Escritura afirma ser obra do Espírito Santo na vida do servo de Deus. Veja o que Paulo diz a esse respeito:
Gálatas 5.22–26 RA
22 Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, 23 mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. 24 E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. 25 Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito. 26 Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros.
Vamos ver rapidamente as características de cada uma dessas partes do fruto do Espírito.
Amor
Alegria
Paz, escrevendo aos Romanos Paulo escreve o seguinte:
Romanos 12.18 RA
18 se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens;
Longanimidade (paciência)
Benignidade
Bondade
Fidelidade
Mansidão (amabilidade)
Domínio Próprio
Provérbios 20.22 RA
22 Não digas: Vingar-me-ei do mal; espera pelo Senhor, e ele te livrará.
Lucas 6.29 RA
29 Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra; e, ao que tirar a tua capa, deixa-o levar também a túnica;
1Tessalonicenses 5.15 RA
15 Evitai que alguém retribua a outrem mal por mal; pelo contrário, segui sempre o bem entre vós e para com todos.
O pacificador é o indivíduo que não fica sempre encarando tudo em termos dos efeitos que as coisas possam exercer sobre ele. Ora, não consiste nisso toda a dificuldade firmemente implantada em nossa natureza? Consideremos todas as coisas conforme elas nos afetam. “Que reação isso poderá causar em mim? O que tudo isso significa para mim?” No instante mesmo em que começamos a pensar assim, surgiu a necessidade de se entrar em guerra, porquanto todas as demais pessoas estarão fazendo a mesma coisa. Essa é a explicação para todas as querelas e discórdias. Cada indivíduo envolvido olha para a questão do ponto de vista egocêntrico. “Estou sendo tratado equitativamente? Meus direitos estão sendo observados?” Os que assim argumentam não estão preocupados com as causas que lhes cumpre defender, e nem com alguma grande realidade que unifique a todos, seja a Igreja, a sociedade em geral ou alguma organização. Antes, cada qual diz: “Como é que isso me está atingindo? O que isso está fazendo contra mim?” Ora, essa é a atitude que sempre conduz ao desentendimento, às disputas e aos conflitos, sendo diametralmente oposta à atitude de um pacificador.
Portanto, a primeira coisa que devemos dizer acerca de um pacificador é que ele tem uma visão inteiramente nova sobre si mesmo, um novo ponto de vista que virtualmente equivale ao que passamos a dizer. Ele já viu a si mesmo, tendo tomado consciência que, em um certo sentido, o seu “eu”, tão miserável e desgraçado, nem merece atenção. Esse “eu” é tão desgraçado; não tem direitos e nem privilégios; e nada merece.
Se você já se viu como alguém que precisa ser humilde de espírito, se você já se lamentou chorando em face da negridão do seu coração, se você já se enxergou como realmente é e sentiu fome e sede de justiça, então você não continuará exigindo que os seus direitos e privilégios sejam atendidos; e nem ficará perguntando: “Qual é a minha parte nisto ou naquilo?” Antes, você ter-se-á esquecido inteiramente de si mesmo.
De fato, não podemos deixar de concordar que um dos melhores testes para sabermos se somos crentes verdadeiros ou não é justamente este: Odeio o meu “eu” natural? Nosso Senhor declarou: “Quem acha a sua vida [neste mundo] perdê-la-á” (Mateus 10:39). Com essas palavras, Jesus referia-se ao fato de uma pessoa amar a si mesma, ao homem natural, à sua vida natural. Esse, sim, é um dos melhores testes para se saber se alguém é crente mesmo, ou não. Você já chegou a odiar a si mesmo? Ao seu “eu” natural? Pode você dizer, juntamente com Paulo: “Desventurado homem que sou!”? Em caso negativo, isto é, se você não pode emitir essa opinião sobre si mesmo, então você também não pode ser um pacificador.
O pacificador só tem um único grande objetivo, que é a glória de Deus entre os homens. Essa era a única preocupação do Senhor Jesus Cristo. Seu mais saliente interesse na vida não era Ele mesmo, mas a glória do Pai. E o pacificador é o homem cuja preocupação central é a glória de Deus, porquanto desgasta toda a sua vida procurando contribuir para essa glória. Ele sabe que Deus criou o homem como um ser perfeito, e que este mundo foi criado para ser o Paraíso; e assim, quando vê disputas e querelas individuais ou internacionais, nisso o crente percebe algo que detrata da glória divina. É isso que o preocupa, e nada mais. Pois bem, com esses três novos pontos de vista, esse é o resultado. O pacificador é o homem que se dispõe a deixar-se humilhar, e que está pronto para fazer tudo e qualquer coisa a fim de que a glória de Deus seja promovida. Ele deseja isso com tal intensidade que se dispõe a sofrer, se isso puder concretizar o seu alvo. Está até mesmo disposto a sofrer ofensas e injustiças, a fim de que a paz seja estabelecida entre os homens e a glória de Deus seja magnificada. O crente chegou ao fim de si mesmo, de seu autointeresse e autocontrole. Diz ele: “O que realmente importa é a glória de Deus e a manifestação dessa glória entre os homens”. Assim sendo, se o crente estiver atravessando algum período de sofrimento que conduza a esse resultado, dispõe-se a suportar tudo.

Sendo pacificador na prática

Ser um pacificador não significa que o indivíduo fique sentado, ocupado em estudos teóricos sobre esse princípio. É na prática que a pessoa prova se é pacificadora ou não. Portanto, não peço desculpas por expressar a questão em termos bem francos, e, de fato, quase elementares. Como é que tudo isso funciona na prática? Em primeiro lugar e acima de tudo, isso significa que a pessoa aprende a não falar o que não deve. Se ao menos todos pudéssemos controlar a língua haveria muito menos discórdia no mundo. Tiago, que era dotado de mente eminentemente prática, expressou a questão de maneira perfeita: “Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tiago 1:19). Asseguro que essa é uma das melhores maneiras de uma pessoa ser pacificadora – quando ela aprende simplesmente a não abrir indevidamente a boca. Por exemplo, quando lhe disserem algo que o tente a replicar, não o faça. E não somente isso, mas também não repita informações, quando souber que elas podem prejudicar a outrem. Você não estará sendo um verdadeiro amigo se disser a um amigo seu alguma coisa de descortês que fora dito acerca dele por alguma outra pessoa. Isso em nada ajuda; mas exibe uma falsa amizade. Outrossim, à parte de qualquer outra coisa, as ideias grosseiras e indignas não merecem ser repetidas. Precisamos aprender a controlar nossas línguas e nossos lábios. O pacificador é um indivíduo que não fica dizendo coisas. Por muitas vezes, talvez, incline-se por dizer algo, mas, tendo em vista a concórdia, não as diz.
A próxima coisa que eu diria é que sempre devemos encarar toda e qualquer situação à luz do Evangelho. Quando você estiver enfrentando alguma situação que tenda a provocar conflito, você não deve ficar falando, você deve pensar. É necessário que você considere a situação dentro do contexto do Evangelho, indagando: “Quais são as implicações deste caso? Não é somente que eu esteja envolvido. Mas, que dizer sobre a causa do Senhor? Que dizer sobre a Igreja? Que dizer sobre a organização eclesiástica? Que dizer sobre as pessoas envolvidas? Que dizer sobre todas as pessoas que estão fora do Evangelho?” No momento em que alguém começa a pensar assim, já está começando a estabelecer a paz. Entretanto, enquanto o indivíduo estiver pensando nas situações que se apresentam em termos pessoais, haverá a possibilidade de conflito.
E a última providência a ser tomada no terreno prático é que, na qualidade de pacificadores, deveríamos esforçar-nos por difundir a paz onde quer que nos encontremos. Fazemos isso quando não nos mostramos egoístas, e, sim, amigáveis, acessíveis, não defendendo a nossa dignidade. Se não pensarmos em nós mesmos sob hipótese alguma, as pessoas sentirão isso, e dirão: “Posso abordar aquele homem, porque sei que dele receberei simpatia e compreensão. Sei que dele obterei um parecer alicerçado no Novo Testamento”. Sejamos aquele tipo de pessoas que atraem todos a si, e que mesmo aqueles que trazem oculto no peito um espírito de amargor se aproximem de nós e se sintam condenados quando nos defrontarem, e talvez se sintam impelidos a falar sobre si mesmos e sobre os problemas que os afligem. O crente deve ser uma pessoa que age assim.

Concluindo

Estudos no Sermão do Monte Capítulo XI: Bem-Aventurados os Pacificadores (5:9)

De onde procedem as guerras? Do homem, do pecado e de Satanás. A discórdia foi introduzida no mundo dessa maneira. Porém, esse bendito Deus da paz – digo-o com reverência – não se pôs a “defender a própria dignidade”; antes, veio realizar entre nós a Sua obra benfazeja. Deus estabeleceu a paz. Em Seu Filho, Deus Se humilhou, a fim de estabelecer a paz. Eis por que os pacificadores são considerados “filhos de Deus”. O que eles fazem é repetir o que Deus já fizera. Se Deus tivesse insistido sobre Seus direitos e sobre Sua dignidade, então cada um de nós, bem como o resto da humanidade, estaria consignado ao inferno e à perdição absoluta. Mas, foi porque Deus é o “Deus da paz” que Ele enviou Seu Filho, e assim providenciou para nós o caminho da salvação. Ser um pacificador é ser como Deus, é ser como o Filho de Deus. Conforme você deve estar lembrado, Jesus foi intitulado de “o Príncipe da Paz”, e você sabe o que Ele realizou como Príncipe da Paz. Embora Ele não tivesse julgado por usurpação o ser igual a Deus, ainda assim humilhou-se a Si mesmo. Ele não estava obrigado a vir a este mundo. Mas veio deliberadamente, porquanto Ele é o Príncipe da Paz.

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