Ninguém é tão pecador que não possa ser salvo

Conversar com Jesus.

A caminho da Galileia Jesus pára em Samaria e leva uma mulher samaritana e também muitos de seus compatriotas a crerem nele ( Mt 4 . 1- 42 ). A seção conclui com o segundo sinal, a cura do filho de um oficial ( Mt 4. 43 - 54).

João registra neste capítulo um dos encontros mais significativos que conhecemos nas Escrituras, o encontro de Jesus com uma mulher samaritana.

Essa conversa que a samaritana teve com Jesus mudou completamente a vida dela e fez com que o evangelho também fosse conhecido por seu povo.

Jesus derrubando todos os preconceitos vigentes, porque os judeus não se davam com os samaritanos, aproximando-se dessa mulher, pediu-lhe água: “Dá-me de beber”, demonstrando também sua perfeita humanidade e o aproveitamento de todas as oportunidades para a pregação do evangelho que objetiva alcançar todas as pessoas.

Jesus mudou a vida dessa mulher oferecendo-lhe água viva, e ensinou para ela lições preciosas acerca da verdadeira adoração. Mesmo que num primeiro instante os discípulos tenham achado estranha a atitude do Mestre de conversar com uma mulher pertencente a um povo repudiado, esse foi o meio utilizado por Jesus para ensiná-los acerca do evangelho que não admite qualquer tipo de preconceitos, pois foi através do testemunho dessa mulher que os samaritanos creram em Jesus, reconhecendo-o como o Salvador do mundo.

O capítulo chega ao seu final com mais uma demonstração do poder e amor de Jesus, que ao curar o filho de um oficial de uma forte febre, confirmou que não há distância ou espaço para que as obras de Jesus sejam realizadas.

Aplicação: Só Jesus nos oferece a água viva e atende o nosso clamor.

Guia Cristão de Leitura da Bíblia Fariseus

Fariseus

Um grupo religioso judeu que insistia na adesão estrita ao ritual da lei e às tradições de seus antepassados. Eram hostis a Jesus Cristo, a quem consideravam como alguém que fizera concessões à lei, segundo a forma desse grupo de interpretá-la.

Introdução:

Estudar na Bíblia os encontros e as conversas que Jesus teve com as pessoas, durante o seu ministério aqui na terra, é algo encantador.

Esses encontros revelam a sensibilidade de Jesus para com as pessoas necessitadas.

E os diálogos apresentam as soluções divinas para as mais profundas necessidades da alma humana.

João registra várias conversas que Jesus teve.

No capítulo 3, Jesus encontrou-se à noite com Nicodemos.

No capítulo 4, Jesus encontrou-se, ao meio dia, com uma mulher samaritana.

Foram dois discursos diferentes.

*No primeiro, ele encontra-se com um homem judeus, de boa reputação moral e de elevada posição social;

*No segundo, com uma mulher (sem nome), samaritana, de péssima reputação moral e de baixa condição social.

No entanto, Jesus salvou a ambos, provando-nos que ninguém é tão pecador que não possa ser salvo.

No capítulo 4, veremos três conversas de Jesus.

JESUS CONVERSA COM A MULHER SAMARITANA ( 4. 1-30 )

O encontro de um homem com uma mulher junto a um poço é uma cena comum na Bíblia.

*Isaque e Rebeca ( Gn 24. 10- 61)

*Jacó e Raquel ( Gn 29. 1-20 )

*Moisés e Zípora ( Êx 2. 15- 21 )

Todos estes encontros terminaram em casamento.

O encontro de Jesus com a mulher samaritana junto ao poço é o encontro de Jesus, o Salvador, com uma mulher pecadora, que precisava de salvação. Neste encontro temos alguns princípios da doutrina da salvação.

A salvação é uma iniciativa divina ( v. 4)

Jesus é quem vai ao encontro da mulher pecadora. Aquele encontro estava na agenda de Deus. E ele vai ao encontro dos pecadores em circunstâncias aparentemente casuais da vida. Ele prepara os cenários para nos encontrar.

Deus não faz acepção de pessoas na salvação ( v. 9)

Jesus supera todas as barreiras para salvar um pecador.

Ao conversar com a mulher apresentando-lhe a salvação, Jesus superou a barreira racial (judeus x samaritanos), a barreira sexual (homem x mulher), a barreira moral ( santo x pecadora). Jesus não faz acepção de pessoas ( At 10. 34, 35).

A salvação é apresentada como uma necessidade da alma que precisa ser satisfeita ( vv 13-15)

Assim como o homem precisa de ar, alimento e água para viver, ele também precisa de satisfação espiritual.

*Jesus é a vida a Luz da Vida (Jo 1. 4, 5 )

*Pão da Vida ( Jo 6. 48 )

Água da Vida ( Jo 4. 14; 7. 37 , 38 )

A salvação é recebida pela fé, a qual é produzida pelo ouvir a Palavra de Deus (v. 19)

Jesus vai instruindo a mulher na Palavra e, gradativamente, ela vai conhecendo quem é Jesus: um judeu ( v. 9 )

alguém maior do que Jacó ( v. 12), um profeta ( v. 19) e o Messias, chamado Cristo.

Jesus conversa com a mulher confronta o seu pecado, ensina-lhe acerca da adoração verdadeira combatendo os seus conflitos religiosos e, finalmente, apresenta-se como o Messias, o Salvador.

A salvação se concretiza quando a pessoa reconhece a Jesus ( v. 26)

A mulher samaritana sabia que o Messias viria e revelaria os segredos do coração humano. Nesse momento, a mulher creu em Jesus Cristo e foi convertida Pelo Espírito Santo.

A salvação exige que a pessoa abandone a vida antiga e se torne uma testemunha de Jesus ( v. 28)

O cântaro abandonado indica que a mulher tinha bebido da Água da Vida, e a sua vida mudou ( Cl 3. 5 - 11 ).

A salvação deve ser compartilhada por quem a receber. A mulher evangelizou toda aquela cidade.

*Primeiro, ela trouxe as pessoas para ouvirem a Jesus ( vv. 29 , 30 ).

*Segundo, ela testemunhou a sua fé na sua cidade e impactou a vida de muitas pessoas ( v. 39).

JESUS CONVERSA COM OS SEUS DISCÍPULOS ( 4. 31- 42)

Os discípulos retornaram da cidade com a comida e ficaram admirados com Jesus por ter conversado com uma mulher samaritana. Quando a mulher foi embora, eles regaram a Jesus: Mestre, come! ( v. 31). Jesus lhes respondeu: Uma comida tenho para comer que vós não conheceis (v 32).

Os discípulos não entenderam e Jesus explica que evangelizar pessoas com o objetivo de salvá-las é o que satisfazia a sua alma. Jesus se saciava em realizar a obra do Pai ( v. 34). Deus enviou Jesus para buscar e salvar ao pedido ( Lc 19. 10 ). E assim como o Pai o enviou, ele também enviou a sua igreja ( Jo 17. 18).

No restante da conversa com seus discípulos, Jesus nos ensina quatro lições importantes acerca da obra missionária.

A sua urgência: o tempo é agora. Não é daqui a quatro meses ( v. 35). Precisamos mudar o foco da nossa visão. Vamos olhar para as pessoas que estão perdidas.

A sua necessidade: os frutos já estão maduros e precisam ser colhidos. Os campos já branquejam para a ceifa ( v. 35)

A sua natureza: é semelhante ao plantio e à colheita de uma lavoura. Trata-se de um trabalho árduo e cooperativo de semear e colher ( vv. 37, 38) .

O seu resultado: é recompensador. Um semeia, outro colhe, mas todos são recompensados pelo Senhor (v. 36)

O ensino teológico contido no diálogo de Jesus com os discípulos é exemplificado com o que aconteceu entre os samaritanos. A mulher samaritana testemunhou a sua experiência de conversão e muitos creram em Jesus.

Outros samaritanos vieram ao encontro de Jesus, ouviram os seus ensinamentos por dois dias, e muitos creram nele ( vv 41, 42).

O OBJETIVO FINAL DA EVANGELIZAÇÃO É QUE AS PESSOAS RECONHEÇAM QUE JESUS É O SALVADOR ( At 4. 12; 1 Jo 4. 14 )

Warren W. Wiersbe observa que Jesus saiu de Jerusalém ( Jo 2. 23), passou pela Judeia ( Jo 3. 22) e foi Jesus é o Salvador do mundo. Trata-se de um paralelo de Atos 1.8: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” Jesus deu o exemplo para podermos seguir.

JESUS CONVERSA COM UM OFICIAL DO REI ( 4. 43- 54)

Jesus ficou dois dias com os samaritanos e depois foi para Galileia, onde foi bem recebido pelos galileus ( vv. 43 - 45). Dali, seguiu para Caná da Galileia, cidade em que ele havia realizado o seu primeiro milagre ( v. 46). Ali ele foi procurado por um alto oficial do rei Herodes, que estava com um filho doente ( vv. 47 - 49). O pai desesperado possuía uma fé defeituosa:

Ele cria que para Jesus realizar o milagre precisaria ir até o doente

Ele rogou a Jesus que descesse até a sua casa, que ficava em Cafarnaum. Ele pensava que Jesus precisaria tocar no enfermo. Ele não sabia que além de onisciente e onipotente, Jesus também era onipresente. O espaço e a distância não impedem a operação do poder de Jesus. Ele é o Senhor do tempo e do espaço.

Ele cria somente para receber o milagre

Jesus avalia: Se, porventura, não virdes sinais e prodígios, de modo nenhum crereis. A fé do homem baseava-se em milagres e prodígios espetaculares. Ele não cria na divindade de Jesus e nem na Palavra de Deu. A sua fé se alimentava de milagres, sinais ou maravilhas. E o Senhor lamenta o fato de o povo exigir que ele opere milagres antes de crer nele.

Ele cria que o poder de Jesus não se estendia após a morte

O homem cria que se Jesus não fosse logo, o doente morreria: Senhor, desce, antes que meu filho morra. Se Jesus se atrasasse o seu filho morreria e tudo estava acabado. Sua fé colocava limites ao poder de Jesus. Ele não sabia que Jesus é o autor da vida, o primeiro e o último, aquele que tem a chave da morte e do inferno (Ap 1. 17, 18).

APESAR DA SUA FÉ DEFEITUOSA, Deus atendeu o pedido daquele homem. A Bíblia diz que a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus. Precisamos crer na Palavra para depois ver os milagres acontecerem ( v. 50).

Aprendemos quatro lições extraordinárias:

uma ordem: Vai.

Jesus ordena ao homem: vai. siga em frente, retorne para a sua casa e encontre-se com seu filho. Vai significa “ o teu problema está resolvido”. Você está dispensado, pois o se pedido já foi atendido. Jesus envia uma ordem ao enfermo e ele foi curado ( Sl 107. 19, 20 )

uma certeza: teu filho vive.

Jesus exercita a sua onipotência e a sua onipresença. Ele restaura, naquele momento, a vida do rapa doente. Ele garante ao pai aflito: o teu filho vive. Jesus curou enfermos por meio do toque (Mc 1. 41). com a imposição de mãos ( Mc 1. 31 ), por meio de uma ordem ( Mc 2. 11). Aqui, ele cura o enfermo que está distante aproximadamente 26 km.

uma fé: o homem creu na palavra de Jesus.

Ele aceitou a palavra, mesmo sem ter visto o rapaz curado. Precisamos crer para ver a glória de Deus.

Agostinho disse: “A fé é crer naquilo que não se vê, e a recompensa dessa fé é ver aquilo em que se crê” ( Jo 20. 29)

uma obediência: e partiu.

A fé se evidencia através da obediência. Quem acredita em Jesus, obedece à sua Palavra. Ele aceitou a palavra, mesmo sem ter visto a obra. Ele descansou o seu coração e só partiu no dia seguinte ( vv. 51 - 53).

Há uma sequencia tríplice.

A cura é anunciada: os servos anunciam ao centurião que o seu filho vivia.

A cura é reconhecida: o pai reconheceu que a cura acontecera na hora que Jesus ordenou.

A cura é produtiva: o pai creu na pessoa de Jesus, ele e toda a sua casa.

Resumindo, o centurião passou por três estágios na fé

uma simples crença no poder milagroso de Jesus.

Para uma fé na palavra de Jesus, demonstrada pela obediência

Para uma fé salvadora, que cria na pessoa de Jesus.

A narrativa termina: Foi este o segundo sinal que fez Jesus, depois de vir da Judeia para a Galileia ( v 54).

Este sinal aponta que Jesus é Deus onipresente. O seu poder não se limita ao espaço

Comentário Bíblico de João: Através da Bíblia A Estratégia de Jesus

Você tem agido com a prudência de Jesus? Em certas ocasiões é melhor recuar momentaneamente para depois, na hora certa, agir da melhor maneira. Você tem testemunhado e tem vivido o Evangelho sem preconceitos? Todos são iguais para você? Esse é o padrão do Evangelho! Esse é o desafio para cada um de nós!