Colossenses 1.21-23 - A Supremacia da Obra de Cristo

Introdução

Recapitulando

A igreja de Colossos vinha batalhando com desafios internos que preocupavam seu pastor, aliado do apóstolo Paulo, a ponto de forçar sua saída para buscar o auxílio apostólico. O que lhe preocupava era uma versão incipiente, já nos anos 60, do que viríamos a conhecer como gnosticismo no século II. A igreja formada por judeus, frígios e gregos era local ideal para essa heresia que pregava conhecimento superior para uma espiritualidade legítima por meio do legalismo, sacrifício pessoal e experiencias místicas totalmente desligadas do testemunho pessoal. O grande desafio de Paulo é lembrar os Colossenses que Cristo é suficiente, ele não precisam de um conhecimento (gnosis) superior, ou recorrer a sacrifícios pessoais e misticismo para completar a obra de Cristo!

Por isso o apóstolo inicia a carta com sua apresentação demonstrando sua autoridade e familiaridade ao apresentar nomes conhecidos como Timóteo [1.1-2]. Segue então em sua ação de graças e oração, tão características mostrando que apesar das dificuldades e influencia dos falsos mestre ele reconhecia que o seu publico pertencia ao reino de Deus! Eram verdadeiros cidadãos, o que era evidenciado pelo seu testemunho e o motivo da oração de Paulo era por um verdadeiro conhecimento que os conduzisse a prática para assim permanecerem [1.3-14] terminando a sua introdução geral ele começa a lidar com o problema que assolava os Colossenses e apenas um verdadeiro conhecimento centralizado na pessoa de Cristo o primogênito (Posição especial) isso era possível. Assim ele introduz a Supremacia de Cristo, sua pessoa e obra. Expõe a pessoa de Cristo como suprema sobre a criação e a igreja e destacar a sua posição especial revelando que ele é eterno, criador do universo e da Igreja e o que sustenta todas as coisas [1.15-20].

Transição

Paulo ainda introduzindo o seu embate sabe que a supremacia da pessoa de Cristo é necessária, mas não suficiente ele lembra os Colossenses que o Cristo supremo realizou uma obra suprema! Assim ele destaca a supremacia da Obra de Cristo [1.21-23]

Sem Cristo há Separação de Deus por causa do Pecado [1.21]

Paulo lembra seus leitores quem eles eram sem Cristo, afirmando que estavam alheios as alianças com Deus alienados das promessas e por causa (conforme) de seu procedimento eram ainda inimigos de Deus! Introduz com a generalização, depois de algumas breves introduções da obra de Cristo Paulo aqui estabelece que não há outro meio e qualquer um que busque qualquer caminho além de Cristo não tem outra possibilidade que não seja essa, inimigos de Deus por causa (conforme) do seu mau procedimento.

Não há duvidas que essa introdução a maravilhosa obra de Cristo após revelar a supremacia da pessoa de Cristo [1.15-20] é um ataque direto aos falsos mestres que tinham um comportamento questionável e pregavam outros meios com a mesma relevância de Cristo, e é justamente isso que Paulo combate.

Em Cristo Houve a Reconciliação por meio do Sacrifício de Jesus e a Esperança do Evangelho [1.22-23]

Reconciliação no Corpo de Cristo [1.22]

Para Paulo não havia outra possibilidade que não fosse o sacrifício do Deus-Homem que não poderia ser absorvido por qualquer filosofia humana. Jesus era o unico meio de reconciliação e o motivo da plena reconciliação dos colossenses com Deus. Esse sacrifício deveria produzir na vida dos colossenses a santidade e torná-los livres de qualquer tipo de acusação pelo seu bom procedimento por causa da obra de Cristo.

Santidade depende da permanência exclusivamente em Cristo, a Esperança da Eternidade [1.23]

Esse verso é alvo de bons debates entre monergistas (Salvação depende exclusivamente de Deus) e Sinergistas (Salvação é uma colaboração homem-Deus) os primeiros afirmando que o “desde que” não indicam uma condição, mas afirmam a condição (se não perseveram nunca foram salvos) enquanto o segundo grupo interpretam como uma condição da salvação e a possibilidade da perda da salvação.

Penso que ambos os grupos de modo geral se enganam na medida em que olham mais para a sua doutrina do que para a carta. É natural que a expressão “desde que” ou “se não” revelam uma condicionalidade que o primeiro grupo tenta negar a qualquer custo, mas também não afirma a possibilidade da perda de salvação, visto que não se relaciona com a salvação, mas com a santidade e testemunho (“...santos, irrepreensíveis e livres de culpa....”).

Assim essa segunda parte o texto afirma que para manter a santidade (separação), ser irrepreensível (não ser digno de repreensão) e livres de acusação (sem motivo de acusação) o oposto do que eram sem Cristo não há outra forma que não seja permanecendo firmes em Cristo a verdadeira esperança que é suficiente não apenas para salvar, mas também para transformar completamente um pecador. Aqui Paulo ataca diretamente os falsos mestres que viviam de modo carnal e traziam outros meios para alcançar a espiritualidade diante de Deus, aqui ele naga isso e mais uma vez grita aos colossenses “Cristo é Suficiente não dependam de nada que não seja o Cristo morto, ressurreto que retornará, a nossa esperança!”

Paulo discretamente relembra os colossenses que a esperança cristã que é pregada em todo mundo e que eles deveriam se apegar é a de que Cristo é supremos de uma obra suprema que é suficiente e exclusiva para a reconciliação e perdão de pecados assim como para um povo exclusivo que não necessita de mais nada e não tem como ser repreendido ou acusado quando está em Cristo!

Princípios Eternos

Sem Cristo não há salvação, todos estamos condenados

Deus não é politicamente correto e Cristo é o único meio

Obra de Cristo é superior a qualquer posição

Obra de Cristo é superior a qualquer filosofia humana

Obra de Cristo é superior a qualquer posição política

Obra de Cristo é suficiente para viver como povo exclusivo dele

Obra de Cristo exige uma vida adequada

Cristo é minha única esperança e prioridade

A Obra Reconciliadora de Cristo é Suprema e Suficiente

Oração

Deus nos proteja de acrescentar qualquer coisa no Evangelho que não seja o Cristo ressurreto, nossa esperança