Subindo para o Céu
Apocalipse • Sermon • Submitted
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· 12 viewsNão subimos ao Céu apenas quando morremos, mas também quando nos santificamos e nos interessamos pelas coisas celestiais. Então veremos e experimentaremos maravilhas extraordinárias. É o que nos ensina o texto de Ap.4.1-11
Notes
Transcript
Apocalipse 4.1-11
NTLH, verso 1 - Suba aqui, e eu mostrarei a você o que precisa acontecer depois disso.
Introdução
Apocalipse 4 é o prelúdio dos acontecimentos vindouros que estão descritos no livro, referentes aos 7 selos, 7 trombetas e às 7 taças da ira de Deus - todas com seus devidos desdobramentos. É a pintura do quadro que enseja todo o acontecimento apocalíptico.
Há uma corrente de teólogos pre-tribulacionistas que entendem Ap.4.1 como indicativo do arrebatamento da Igreja e, dos céus, a igreja contemplaria todo o desenrolar das cenas apocalípticas na terra - selos, trombetas, taças da ira de Deus, até o milênio quando a Igreja retorna para reinar com Cristo e então proceder ao julgamento final.
Assim como Paulo, Isaías e Ezequiel (2Co.12.2-4 / Is.6.1-3 / Ez.1.5-25), João experimentou estar no céu em visões (Ap.4.1). Eles viram coisas extraordinárias e ouviram palavras que não podem ser pronunciadas (2Co.12.4 ).
Desenvolvimento
O que João viu?
1. Ouviu a voz de Cristo – “voz como de trombeta”
2. Viu um trono com alguém assentado nele (era Cristo) – v.2. Descreve a aparência e beleza de Cristo, incompreensível ao senso humano. Do trono saíam vozes e trovões. Diante do trono 7 lâmpadas de fogo acesas que são os 7 espíritos de Deus (v.5) —> Ap.1.20.
a. O trono de Deus é tão maravilhoso que João só consegue descrevê-lo recorrendo a fenômenos naturais como estrondos de trovões, ruídos e clarões de relâmpagos. Esses fenômenos são símbolos que, na natureza, representam a grandeza, o poder e a força de Deus, como nos descrevem Jó 36.29–30; Sl. 18.13–15; 29.3–5.[1]
b. O arco-íris (Ap.4.3) foi visto antes dos relâmpagos - A graça (Arco Iris) sempre antecede o julgamento (Relâmpagos, fogo). Todos que recusam a misericórdia enfrentarão o juízo. Quem não é purificado pelo sangue de Jesus, terá que suportar o fogo do juízo divino.[2]
c. 7 Lâmpadas de fogo – 7 é símbolo de plenitude (Lâmpadas = claridade; 7 Espíritos = plenitude do Espírito de Deus)
d. João escreve tendo em mente uma passagem do Antigo Testamento, ou seja, a cena no monte Sinai em que Deus deu os Dez Mandamentos aos israelitas (Ex.19.16).[3] O fogo ardente das tochas fornece luz e retrata a santidade de Deus que não tolera nenhum pecado na sua presença (Sl. 18.8; 50.3; 97.3; Dn. 7.10).[4]
3. João viu 24 tronos e 24 anciãos assentados neles – v.4. A interpretação tradicional dos 24 anciãos diz que o número corresponde a duas vezes doze, ou seja, doze patriarcas do Antigo Testamento e doze apóstolos do Novo Testamento, como representantes daqueles que foram remidos por Cristo (os Santos).[5] (Santos e não anjos). Estes são os salvos, convidados por Jesus:
a. Para assentar-se com Ele em seu trono (na sala do trono) – Ap. 3.21)
b. Para julgar as nações (durante o Milênio) – Ap.20.4, o mundo e os anjos, 1Co.6.2-3.
4. João viu diante do trono um mar de vidro (v.6). Isto se faz compreensível quando se considera a maneira de falar acerca do mar celestial. O comentarista Adolf Pohl diz que em Gn 1:6,7 fala-se de dois mares separados entre si. Há por um lado o mar terreno, violento, traiçoeiro, lamacento, mais tarde uma imagem da rebelião tenebrosa na criação. Seu contraste é o mar do céu, ou seja, a água que o ser humano experimentava como vindo do alto. Os olhos de João viam este céu de água clara e límpida, além de ser iluminada dia e noite pelos astros.[6]
5. João viu no meio e ao redor do trono (na sala do trono) – seres viventes cheios de olhos.
a. Um semelhante a leão – (Valentia e Coragem)
b. Um semelhante a um touro – (Força e tenacidade)
c. O terceiro com rosto de homem – (Inteligência e sagacidade)
d. O quarto semelhante a uma águia voando – (Eficiência e rapidez)
e. Os “pais” da Igreja (Orígenes, Vitorino e Atanásio) acreditavam que esses
quatro símbolos representavam os quatro evangelhos (Mt., Mc., Lc. Jo.).
Porém, esses animais devem simbolizar querubins (anjos superiores).
f. Cada um deles com 6 asas e cheios de olhos (Is.6.1-3). Descrição semelhante em Ez.1.5-25 sobre a visão de Ezequiel.
6. O quadro que João viu era de culto, de adoração ao Cristo – Ap.4.10-11
Para alguns esta passagem das Escrituras é aterrorizante – por isso muitos não gostam de ler, ouvir ou estudar Apocalipse (veja Ap.1.3. Para outros ela pode despertar o interesse de conhecer mais de perto as maravilhas que Deus tem preparado para os seus filhos (Jr.33.3).
Suba para cá (Ap.4.1, NVI). João viu estas coisas porque se ocupava com as coisas dos céus. Somente veremos e compreenderemos algo a respeito dos céus quando “subirmos”, ou seja: quando nos ocuparmos com as coisas dos céus, concernentes a Deus e seus planos. Paulo nos aconselha: “pensai nas coisas que são de cima” (Cl.3.2).
Quando temos nossos pensamentos, nossos corações voltados para as coisas dos céus, nossa vida é santificada, e nos tornamos aptos a viver as realidades do céu que só são possibilitadas aos santos.
Vivemos nas esferas celestiais:
1. Quando nos ocupamos com as coisas que são de cima (Cl.3.2)
2. Quando buscamos o padrão de santidade conforme nos indicam as Escrituras:
a. Eliminando nossas inclinações carnais “Portanto, matem os desejos deste mundo que agem em vocês, isto é, a imoralidade sexual, a indecência, as paixões más, os maus desejos e a cobiça, porque a cobiça...” – Cl.3.5, NTLH.
b. Livrando-se da raiva, do ódio, da maldade, da difamação, de palavras indecentes no falar – Cl.3.8
c. Não mais enganando ou mentindo uns aos outros – Cl.3.9-10
d. Revestindo-nos de um coração cheio de compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando e perdoando-nos uns aos outros, assim como o Senhor nos perdoou – Cl.3.12-13
e. Revestindo-nos do amor, que é o vínculo da perfeição para que, então, a paz de Cristo domine em nossos corações, fazendo-nos gratos por tudo – Cl.3.14-15.
f. Permitindo que a Palavra de Cristo encontre lugar em nossos corações, quando nos exercitarmos no ensino e aconselhamento mediante o uso da Palavra de Deus, louvando a Deus com gratidão em nossos corações – Cl.3.16-17.
Conclusão
Talvez não tenhamos as (mesmas) visões que João – afinal, não são mais necessárias; João já as teve e nos revelou! No entanto, o cumprimento da promessa de que seremos participantes do rol de santos que estarão na sala do trono de Cristo para adorá-lo, para servi-lo como salvos por toda a eternidade.
Quando falamos de um lugar maravilhoso para alguém, este pode desejar conhecer este lugar. Foi o que João fez em Ap.4.1-11.
Deus espera que tenhamos o desejo de conhecer e de habitar neste lugar maravilhoso chamado CÉU. Basta que creiamos em Jesus como nosso único e suficiente Salvador.
[1]Kistemaker, S. (2014). Apocalipse. (J. Hack, M. Hediger, & M. Lane, Trads.) (2a edição, p. 252). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.
[2]Lopes, H. D. (2005). Apocalipse: O Futuro Chegou, as Coisas que em Breve Devem Acontecer (1aedição, p. 151). São Paulo: Hagnos.
[3]Kistemaker, S. (2014). Apocalipse. (J. Hack, M. Hediger, & M. Lane, Trads.) (2a edição, p. 252). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.
[4]Kistemaker, S. (2014). Apocalipse. (J. Hack, M. Hediger, & M. Lane, Trads.) (2a edição, p. 252). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.
[5]Kistemaker, S. (2014). Apocalipse. (J. Hack, M. Hediger, & M. Lane, Trads.) (2a edição, p. 250). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.
[6]Pohl, A. (2001). Comentário Esperança, Apocalipse de João (p. 152). Curitiba: Editora Evangélica Esperança.