Aprendendo com o mau exemplo

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Introdução

Quantas vezes você já ouviu a expressão: "Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço"? É comum ouvirmos isso, mas a verdade é que nós seres humanos aprendemos muito através do exemplo (Alice - comer no sofá). Quantas vezes você se indgnou com a falta de coerência de alguém que prega uma coisa e pratica outra completamente oposta?
A liderança pelo exemplo não é uma constatação prática a partir do comportamento humano somente, mas também uma orientação bíblica. Paulo escrevendo a Timóteo e a Tito descreve as qualificações do obreiro como apto ao ensino e depois uma série de recomendações relacionadas ao comportamento. Pedro tmbém fala isso:
1Pedro 5.3 NVI
3 Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho.
Porque o exemplo é importante? Tudo que é ensinado se torna uma doutrina, e essa doutrina precisa ser confirmada com a prática. Poprque ficamos indgnados com uma sentença injusta, quando o resultado não é coerente com o que a lei diz? Porque a teoria precisa ser confirmada com a prática e aprendemos pelo exemplo. A igreja de Corinto enfrentava problemas relacionados a sua liberdade e a obediência, então Paulo apela a exemplos do passado para admoestar aqueles irmao à obedecer.
1Coríntios 10.1–13 NAA
1 Ora, irmãos, não quero que vocês ignorem que os nossos pais estiveram todos sob a nuvem, e todos passaram pelo mar, 2 e todos, em Moisés, foram batizados, tanto na nuvem como no mar. 3 Todos eles comeram do mesmo alimento espiritual 4 e beberam da mesma bebida espiritual. Porque bebiam de uma pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo. 5 Mas Deus não se agradou da maioria deles, razão pela qual ficaram prostrados no deserto. 6 Ora, estas coisas se tornaram exemplos para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram. 7 Não sejam idólatras, como alguns deles foram, conforme está escrito: “O povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para se divertir.” 8 E não pratiquemos imoralidade, como alguns deles o fizeram e caíram mortos, num só dia, vinte e três mil. 9 Não ponhamos Cristo à prova, como alguns deles fizeram e foram mortos pelas serpentes. 10 Não fiquem murmurando, como alguns deles murmuraram e foram destruídos pelo exterminador. 11 Estas coisas aconteceram com eles para servir de exemplo e foram escritas como advertência a nós, para quem o fim dos tempos tem chegado. 12 Por isso, aquele que pensa estar em pé veja que não caia. 13 Não sobreveio a vocês nenhuma tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar; pelo contrário, juntamente com a tentação proverá livramento, para que vocês a possam suportar.
Paulo começa esse trecho traçando um paralelo com exemplos do passado. Paulo relembra as bênçãos de Deus para o povo de Israel no passado por intermédio de Moisés como libertador do povo na antiga aliança, e comparando com a libertação que aqueles irmãos em Corinto tinham (assim como nós) temos a libertação em Cristo. Ele menciona o batismo em Moisés que para um israelita significava o pacto que Deus fez com seu povo na antiga aliança, fazendo um paralelo com o batismo em Cristo que é o selo da Nova Aliança.
Paulo vai além e relembra a providência de Deus sobre o povo no deserto providenciando o Manah no deserto(pão do céu), apontando para Cristo que é o pão vivo que nos alimenta espiritualmente. Compara também o evento em que Deus manda Moisés golpear a rocha uma única vez para que fluisse água para o povo com Cristo que é a Rocha que foi golpeada para derramar seu Sangue, que é por vezes comparado a água viva.
Por que Paulo faz isso? Porque logo em seguida ele relembra que Deus não se agradou de muitos desses que no passado foram alvo das suas bênçãos e ainda assim desobedeceram. Paulo aponta para o mau exemplo de parte do povo de Israel para dar a seguinte lição: Não podemos usar como pretexto as bênçãos de Deus, e até mesmo a Aliança dele conosco, para dar ocasião ao pecado. Que o fato de fazermos parte do povo da aliança não estamos imunes às consequências do pecado. A partir desta exortação Paulo continua construindo aquele ensino.
O que estava ocorrendo em Corinto para Paulo tocar nesse assunto e trazer esses exemplos? Lembram do capítulo anterior quando vimos Paulo advertindo para o mau uso da liberdade cristã? Havia dentro da igreja de Corinto um grupo de crentes que se consideravam maduros e não viam problema em por exemplo comer carne sacrificada a ídolos, mais do que isso, também não tinham problemas em até mesmo frequentar os templos pagãos e participar das festividades que aconteciam ali em homenagem as divindades grego-romanas. Nessas festividades além de servir carnes sacrificadas a ídolos, havia também o que é chamado de prostituição cultual (sacerdotizas que tinham relações com os adoradores). Eles não iam lá para idolatrar, sabiam que a idolatria era pecado, e também não iam lá para se prostituir. Mas, ao fazer isso se colocavam em risco e também traziam escândalo para a vida dos irmãos mais novos na fé (imaturos) que ainda tinham dificuldade com algumas questões como a carne sacrificada a ídolos.
Paulo então adverte aqueles irmãos que estavam sendo ousados em praticar determinadas coisas por fazerem parte da aliança com Deus. Eles estavam de alguma forma abusando da graça de Deus. Por isso Paulo faz alguns apelos:

1. Fujam da cobiça.

A carne oferecida pelos pagãos era da melhor qualidade, e embora a graça de Deus seja maior do que qualquer ídolo ou culto pagão, se aventurar naqueles templos por cobiça daquele alimento era perigoso. Que além de perigoso, tal atitude poderia ferir a conciência daqueles que ainda eram fracos na fé.

2. Fujam da idolatria.

Paulo está dizendo o seguinte: Evitem ambientes onde a idolatria é praticada, mesmo vocês que tem uma fé madura. Façam isso para não dar ocasião para pecar, porque apesar da maturidade espiritual, vocês não estão imunes à queda. Fujam também por amor aos irmãos ainda imaturos que poderiam se escandalizar. Por isso Paulo relembra um episódio narrado em Êxodo 32 onde Moisés sobe ao monte parapassar quarenta dias e quarenta noites, e o povo começa a achar que Moisés estava demorando muito e pedem a Arão que fizesse deuses que os levassem de volta para o Egito. Arão (irmão de Moisés, sacerdote substituto durante a sua ausência) faz uma coleta de peças de ouro (anéis, brincos…) e forjou um bezerro de ouro para o povo. O povo começou a adorar o bezerro e foi castigado por Deus por isso.

3. Fujam da imoralidade

Paulo então se refere a um momento da peregrinação que o povo de Israel tem relação com mulheres pagãs (moabitas) e o sacerdote Eleazar e exerce a justiça de Deus culminando a morte de um homem e a praga se espalhando e levando milhares a morte. Aquelas mulheres através da imoralidade perverteram o coração dos israelitas.

4. Não ponham o Senhor a prova

Numeros 21.5-6 fala desse episódio onde o povo foi picado por cobras venenosas a partir da murmuração. Tentar a Deus é se colocar em uma situação onde você provoca Deus a agir (Jesus no deserto).

5. Não murmure

Corá, Datã e Abirão - Eles queriam tomar o oficio sacerdotal de Moisés e Deus exerceu juízo sobre eles e o povo murmurou contra o juízo de Deus e foi castigado mais uma vez.

Aplicação

Paulo estava mostrando que o povo do AT participou de todos as bênçãos espirituais de Deus, viram os milagres e não corresponderam a esse privilégio. Imaginaram que a aliança de Deus os deixava imunes das consequências pelo pecado. Faz 2000 que os fins dos tempos começou: Período entre a primeira e segunda vida, essa é a última fase da história (há correntes que pensam que é futura). Por isso Paulo tinha consiência que o fim dos tempos já havia chegado há dois mil anos atrás. Tudo que foi escrito para Corinto, foi escrito para nós também, porque assim como eles somos parte do povo da última época, da última etapa da história da redenção.
Por isso Paulo adverte: Cuidado você que está de pé para que não caia, não existe crente forte o suficiente que não possa cair. Paulo faz então um contraste. Quando a tentação vem, Deus promete livramento. Ele não permite que você seja tentado mais do que qualquer outra pessoa, todos os seres humanos são tentados da mesma forma (a tentação é humana, não é sobrenatural). Deus controla o Diabo - como um cão acorrentado - não tem o mesmo poder que Deus. Com essa tentação, Deus provê livramento necessário (quantas vezes você passou por situações difíceis e a solução surge milagrosamente, inesperadamente?).
Mas note, essa promessa é feita para quando a tentação vem e não quando nós vamos até a tentação. Não é uma promessa para quando o crente se coloca vulnerável - quando você vai até determinado lugar, se envolve com determinados negócios, se envolve com determinadas pessoas ou simplesmente deixa de fazer o que Deus espera que você faça. Nenhuma dessas promessas vale para quando nos colocamos em situações que tentamos a Deus (dirigir em alta velocidade sem cinto de segurança). Fazer sociedade com determinadas pessoas, namorar com determinadas pessoas, frequentar determinados lugares, aceitar determinadas propostas, tudo isso é se colocar vulnerável, colocar Deus à prova. Deus não promete livramento quando voluntariamente nos colocamos em risco, foi isso que o Diabo fez quando falou para Jesus no deserto: - Se atira aqui de cima e pede para que Deus mande um anjo! E Jesus respondeu: - Não tentarás o Senhor seu Deus. Por isso que Deus estabeleceu leis espirituais, mas também humanas, nenhuma liberdade é absoluta (liberdade como ídolo).
Deus nos promete o livramento, segurando o tentador, quando a tentação vem até a mim (é como se eu entrasse no limite da corrente deste cão feroz). Por isso, não provoquemos nem tentemos a Deus nos colocando em situações potencialmente perigosas para a nossa vida espiritual e também física (tentar a Deus é diferente de martírio).
Preciamos andar humildemente diante de Deus: Você nunca está tão firme que não possa cair. Não dê lugar a carne (Ex. A igreja é importante para o meu filho).
Obedecer a Deus é muito mais do que seguir regras, é dizer para o Senhor: -Eu confio no Senhor e na sua vontade, porque eu sei que me amas, me adotou como filho e quer que tudo vá bem. Inclusive quando sou disciplinado, sei que o Senhor está me aperfeiçoando.
Da mesma forma, desobedecer é muito mais do que simplesmente quebrar ou infringir regras, mas é como disséssemos para Deus: - Eu não confio no Senhor nem na sua vontade. Eu sei melhor no que é melhor para mim mais do que o Senhor que me criou. Eu não confio no seu amor por mim, eu me amo mais do que você me ama. Eu não acredito que você entregou Jesus Cristo, seu único Filho por amor a mim. Porque se eu não consigo crer que a Sua vontade para mim nas pequenas coisas da vida, como eu vou crer no seu amor revelado em algo muito maior?!

Conclusão

Depois de aprender sobre essas advertências de Paulo, você se sente renovado na decisão de obedecer a Deus, mesmo que isso implique em abrir mão de direitos? A raiz da desobediência é a falta de confiança em Deus. No Éden Deus falou: Desfrute de tudo, menos da árvore do conhecimento do bem e do mau. O nós fizemos em Adao e Eva? Desobedecemos. Não confiamos que todo jardim era suficiente e poderíamos desfrutar plenamente de tudo. Quando Deus se revela na Sua Palavra e revela também Sua vontade e nós vamos em direção contrária estamos falando para Deus: Eu não confio em você, eu não acredito que posso ser plenamente satisfeito em ti. O pecado da humanidade foi exatamente o desejo por uma liberdade absoluta e desejo por autonomia do Criador.
Mas a boa notícia do evangelho é a verdade de um Deus que nos satisfaz pelnamente Nele, que providenciou não somente algo melhor, mas providenciou tudo que precisamos em Cristo Jesus. Esse que providenciou o seu próprio Filho para nós também providencia através da sua boa vontade tudo que precisamos para que tudo vá bem. Obedecer é um ato de confiança em Deus e a garantia que tudo irá bem.
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