Fortes na fé
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FORTES NA FÉ (Rm 5:1-5)
FORTES NA FÉ (Rm 5:1-5)
1 Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo, 2 pelo qual obtivemos também acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. 3 E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança, 4 a perseverança produz experiência e a experiência produz esperança. 5 Ora, a esperança não nos deixa decepcionados, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi dado.
INTRODUÇÃO
Quando o assunto é fé, vemos que a maneira como a galera deste mundo se refere a isso com um sentido muito longe daquilo que realmente é:
“Andá com fé eu vou, que a fé não costuma faiá” - Gilberto Gil
“A arte de viver da fé, só não se sabe fé em quê” - Paralamas do sucesso
A verdade é que o senso comum ressignificou o conceito de fé apenas para um pensamento positivo de que as coisas irão dar certo, de que se batalharmos nós alcançaremos o que precisamos.
Mas… e biblicamente, como definimos a fé? Este é um dos assuntos fundamentais da nossa vida cristã.
[CONTEXTUALIZAÇÃO]
Poderíamos dizer que o tema da justificação pela fé é um dos temas centrais da carta de Paulo aos Romanos. A situação apresentada aos irmãos da igreja de Roma é comparação a um tribunal, em que toda a humanidade está sendo colocada no banco dos réus. Estão todos ali prontos para receber a sentença por causa do pecado.
O grupo que predomina na igreja de Roma são os gentios, ou seja, aqueles que não vêm de uma tradição judaica, que não são judeus. Já os judeus também estão lá, mas em menor número. Os judeus confiam na justificação por obras, crendo que já estão salvos simplesmente pelo que fazem, e têm dificuldade de aceitar os gentios como seus irmãos na fé. O objetivo de Paulo na carta a esta igreja é estabelecer um relacionamento entre judeus e gentios a fim de que compreendam que, em Cristo, todos fazem parte de um mesmo povo.
O capítulo 5 é uma conclusão do capítulo 4, que também fala do tema da justificação, dizendo que o patriarca Abraão, o conhecido “pai da fé”, creu, e por isso, foi justificado, ou seja, sua justificação veio por fé.
16 Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja garantida para toda a descendência, não somente à descendência que está no regime da lei, mas também à descendência que tem a fé que Abraão teve — porque Abraão é pai de todos nós,
Então nós, em um sentido espiritual, somos seus descendentes, nós estamos contidos na promessa feita por Deus a Abraão em Gênesis 12, se cremos em Deus verdadeiramente, fazemos parte do povo que é como a areia do mar e as estrelas do céu, que são incontáveis. Nós somos o cumprimento da promessa a Abraão!
E esta fé que Abraão tem, então, nós também podemos ter? Sim, podemos! Nós podemos ser, por meio de Cristo:
FORTES NA FÉ!
Por que precisamos ser fortes na fé? Há dois princípios que nos impulsionam a buscarmos nos fortalecer na fé em Cristo.
Dobradiça: Primeiramente, devemos ser fortes na fé para:
1. TER ACESSO A DEUS (v. 1-2)
1. TER ACESSO A DEUS (v. 1-2)
1 Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo, 2 pelo qual obtivemos também acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
Explicação: Dizer que somos justificados significa que somos tornados justos diante de Deus. E o que Paulo está afirmando aqui é que esta justificação ocorreu a partir do momento que começamos a ter fé. Quando Paulo fala que é mediante a fé, no original ele usa palavras que colocam a justificação como o presente dentro da caixa, a justificação sai de dentro da fé que recebemos de Cristo. É como um presente muito caro que você recebeu, impossível de pagar, e é totalmente inesperado.
Tá, mas por que a justificação é importante? Nós éramos inimigos de Deus por causa do pecado, e o pecado é a maior ofensa que podemos cometer diante de Deus, o pecado nos torna maus, somos egoístas, temos atitudes más, então o fato de sermos declarados justos diante dEle faz com que sejamos amigos de Deus novamente! Isso é ter a verdadeira paz, a paz que Paulo declara neste v. 1. Temos paz com Deus, e não há nada neste mundo que possa se comparar a isto!
O ser humano é limitado demais para produzir algo que possa ser semelhante à fé! Limitados que somos, é somente com ajuda externa que podemos ter paz em nossa alma! Recebemos fé para ter a Jesus Cristo como Senhor, assim somos justificados para estarmos em paz com Deus para não sermos mais inimigos dEle.
Aplicação: Quando não somos mais inimigos de Deus, temos acesso a Ele para clamar o que precisamos. A maior das bênçãos nós já podemos receber: se somos salvos, se Cristo morreu em nosso lugar, o nosso futuro já está garantido na eternidade! Isso deve ser motivo de alegria para nós.
Assim sendo, existem outras coisas que podemos pedir a Deus quando temos acesso a Ele. Cristo é nosso intercessor, nosso Mediador diante de Deus:
14 Tendo, pois, Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que adentrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. 15 Porque não temos sumo sacerdote que não possa se compadecer das nossas fraquezas; pelo contrário, ele foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. 16 Portanto, aproximemo-nos do trono da graça com confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça para ajuda em momento oportuno.
O que você tem pedido a Deus por meio de Cristo? Já parou para pensar se seus pedidos estão sendo aceitáveis diante de Deus? O livro de Tiago nos faz refletir como o nosso coração pede coisas que não deve:
2 Vocês cobiçam e nada têm; matam e sentem inveja, mas nada podem obter; vivem a lutar e a fazer guerras. Nada têm, porque não pedem; 3 pedem e não recebem, porque pedem mal, para esbanjarem em seus prazeres.
Se temos este acesso a Deus, não podemos desperdiçar nossos momentos de oração com pedidos fúteis. Ser forte na fé é ter um relacionamento cada vez mais íntimo com Deus que nos ajude a compreender o que realmente precisamos pedir em nossas orações. Fomos resgatados para viver em novidade de vida, e isso compreende também os nossos momentos junto a Deus. Será que seus pedidos não são mais baseados no egoísmo?
correndo atrás de dinheiro
carro
em ter um(a) namorado(a)
está desesperado pra casar e conseguir uma casa própria?
ou na cura de pessoas que estão internadas com Covid, esperando um leito?
Ora pelos que estão passando fome, necessidade?
Ora pela igreja perseguida, pelos cristãos perseguidos no Oriente Médio, na Ásia, na África, na América do Sul?
Ora para que seus colegas de trabalho e da faculdade conheçam a Cristo e sejam alcançados pelo Evangelho?
Quando ora por você:
pede apenas por coisas materiais
ou pra que seja mais amoroso, perdoador e santo diante de Deus?
Ser forte na fé é aproveitar o acesso que temos a Deus para nos deleitarmos em Sua Presença santa, não apenas para pedir, mas principalmente, para sermos cheios do Seu amor.
Aproveite o melhor que você pode receber e também entregar a si mesmo diante de Deus, pois é Ele quem merece toda a honra e a glória, e não nós! Somente nEle nós somos satisfeitos.
2 pelo qual obtivemos também acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
Por meio de Cristo, somos firmados na graça de Deus, e a nossa glória está no momento em que Deus será honrado e reconhecido, glorificado como merece. Não nos gloriamos em nossa justiça. Devemos desejar todos os dias o acesso a Deus para contemplá-lo e adorá-lo como Ele é! Estamos sendo preparados para uma adoração na eternidade a Deus. Será que temos prazer em estar na presença de Deus? Precisamos repensar como tem sido o nosso desejo a Deus.
Esta esperança que Paulo fala no final do v. 2 é resultado da fé que possuímos. Vivemos pela esperança, sabendo que este mundo está perdido sem Deus.
Dobradiça: Sermos fortes na fé significa que podemos ter acesso a Deus, mas além disso, o que Paulo ensina por meio desse texto é que a fé que Deus nos dá nos torna capazes de:
2. RESISTIR AO SOFRIMENTO (v. 3-5)
2. RESISTIR AO SOFRIMENTO (v. 3-5)
3 E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança, 4 a perseverança produz experiência e a experiência produz esperança.
Explicação: Vivemos em um mundo caído! Podemos todos passar pelas mesmas dificuldades e as mesmas aflições. E isso não era diferente no tempo do apóstolo Paulo. O sofrimento, naquela época, era até muito mais intenso que o que podemos chamar de sofrimento atualmente, não pode nem se comparar! O contexto em que eles viviam era um contexto de perseguição, visto que o Império Romano condenava cristãos quando estes professavam sua fé em Cristo. O imperador Nero, em sua loucura, incendiou uma parte de Roma e colocou a culpa nos cristãos que viviam em uma região da cidade que não foi atingida pelo fogo. Estes cristãos foram queimados vivos!
Que grande perseguição! E, mesmo assim, Paulo levou os cristãos em Roma a se alegrarem em Deus, mesmo nas adversidades, pois ele sabia que isso traria muitos benefícios para aqueles irmãos em Cristo.
Aplicação: Galera, isso não quer dizer que vamos ficar andando por aí como os masoquistas que sentem prazer na dor. Não é isso que é ser forte na fé! E nem tratar isso como um fatalismo, quando nos entregamos ao sofrimento dizendo que este é o fim da nossa vida, que merecemos isso, que este é o nosso destino.
Por que é importante se alegrar em Deus no meio das aflições? Porque a consequência de resistir a aflição é:
Ter perseverança, resistir, ser forte, sabendo que esta força não vem de nós, mas o próprio Deus, por meio do Espírito Santo, nos consola em nossas dores físicas e espirituais;
(final do v. 3): “a tribulação produz perseverança”
Esta é a resistência, e ainda mais, a determinação que Deus produz em nós nos ajuda na maneira de encararmos as situações da vida. A fé que vem de Deus nos auxilia para não vivermos somente pela razão, e eu não estou dizendo que a razão e a fé podem caminhar separadas, muito pelo contrário! O teólogo britânico John Stott afirmou o seguinte:
“Fé não é credulidade. Fé não é otimismo. A verdadeira fé é essencialmente racional, pois ela confia nas promessas e no caráter de Deus. Um cristão que crê é alguém cuja mente reflete e descansa nessas certezas. […] A fé e o raciocínio andam juntos, e crer é impossível sem pensar.”
Ou seja, com a fé, não nos tornamos irracionais, muito pelo contrário! Conseguimos ter um pensamento muito mais lúcido e maduro para todas as situações da vida. A fé não precisa da razão para existir, mas quando a razão deseja ficar em evidência, a fé exerce um controle sobre o pensamento racional. Eu costumo dizer que o papel da fé em relação à razão é domesticá-la, como se a razão sem fé fosse um animal enfurecido que agisse pelo instinto, no nosso caso, o instinto da razão humana é seguir o próprio coração, mas nosso coração se engana facilmente. (colocar exemplos em que a razão fica enfurecida, ansiosa, deseperada, gente que procura horóscopo, má e boa notícia).
A fé domesticando a razão nos ajuda a continuarmos focados no Senhor, nos ajuda a perseverarmos. Os momentos de aflição nos ajudam a manter o foco naquilo que é duradouro, assim não nos distraímos com o que não é essencial. Por exemplo, não largamos a igreja porque alguém nos decepcionou, mas continuamos firmes na igreja porque nosso alvo é Cristo.
A consequência de resistir a aflição também é:
Ter um caráter aprovado diante de Deus;
(início do v. 4): “a perseverança produz experiência”
Quem passa pelo sofrimento do luto pela primeira vez, por exemplo, aprende a ser mais maduro espiritualmente para que, quando isso acontecer de novo, não deixe a pessoa tão abalada a ponto de desistir. Se temos a resistência, sabemos como reagir nos imprevistos da vida para não tomarmos decisões equivocadas.
Se estamos maduros espiritualmente, aprovados diante de Deus, temos experiência para não tratar mal alguém quando este nos provoca ou nos faz algum mal, quando alguém nos ofende por causa da nossa fé. Assim, sabemos que o melhor a ser feito é fazer o bem, responder amorosamente, orar por quem nos persegue.
Seremos fortes na fé quando tivermos a capacidade de reagirmos bem às tempestades da vida. Até o Seu Madruga dizia: “As pessoas boas devem amar seus inimigos”.
A consequência de resistir a aflição também é:
Viver na esperança daquilo que é eterno.
(final do v. 4): “a experiência produz esperança”
Quanto mais resistimos, mais Deus nos torna capazes de esperarmos nEle, de termos segurança e confiança a respeito do nosso futuro. Temos a paz de Deus, e isso nos basta! Conseguimos olhar para o Senhor e ter convicção de que a nossa eternidade será ao lado dEle, e que todo sofrimento desta vida é passageiro, que não há nada maior e melhor do que aquilo que desfrutaremos depois da morte. E isto nos leva ao que é falado no v. 5:
5 Ora, a esperança não nos deixa decepcionados, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi dado.
A esperança que é produzida em nós nos leva a viver em uma perspectiva sem frustrações, pois vivemos na certeza de que Deus nos ama de uma forma sobrenatural.
Quando sentimos o quanto Deus nos ama, vemos que todo o amor desta vida não se compara ao amor que Ele tem por nós. Este amor é derramado sem reservas, incondicionalmente, é um amor que podemos sentir de uma maneira que nos transborda. Se você, nesta vida, acredita que já conheceu algum tipo de amor parecido com o de Deus, está enganado, pois o amor divino é infinitamente maior! Foi um amor sacrificial, de uma maneira que nenhum um de nós pode oferecer nem receber de alguém neste mundo. Este foi o amor de Cristo por nós!
13 Ninguém tem amor maior do que este: de alguém dar a própria vida pelos seus amigos.
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO
É importante deixar claro que não é o fato de sofrermos que nos leva a sermos aceitos por Deus. Lembre-se sempre, é o inverso disso! Somos aceitos por Deus por meio de Cristo, e isto nos leva a sofrermos, pois estamos constantemente inseridos em uma batalha entre a vontade do homem contra a vontade de Deus. A vaidade humana deseja ser mais forte, o orgulho deseja ser mais forte, só que, quando temos fé verdadeira em Deus, quando somos fortes na fé, estamos seguros de que Ele está conosco!
Se a fé que este mundo enxerga é apenas pensamento positivo ou de uma forma que se usa a religião somente para a satisfação dos próprios desejos do homem, a verdadeira fé é a que recebemos de Deus por meio de Cristo, fé esta que nos permite sermos justificados para termos acesso a Deus e vivermos na esperança e na perseverança de que o sofrimento deste mundo não nos abala, mas nos torna mais experientes no relacionamento com o Senhor.
19 Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; 20 logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. E esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.
Desfrute da fé verdadeira que Cristo oferece a você, não viva se enganando e procurando outros caminhos!
Que Jesus abençoe muito sua vida!