O perigo da autonomia
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Introdução
Introdução
Começamos hoje uma nova seção do livro de 1 Coríntios que começa no capítulo 11 e vai até o 14, onde Paulo trata problemas relacionados ao culto público. Esses problemas ocorriam com aquela igreja e pode ocorrer conosco também, porque os desafios são os mesmos. Nesse caso específico, o desafio que eles enfrentavam é o perigo da autonomia.
Nós temos a tendência a nos acharmos auto-suficientes r pecamos frequentemmente pelo desejo de autonomia, e esse é um grande problema que pode ser extremamente nocivo a igreja. Logo, a autonomia deve ser um problema a ser encarado e combatido pela igreja não só pelas palavras mas em tudo que fazemos. Aprendi com o pastor Mark Dever que tudo que a igreja faz no culto ensina alguma coisa, da mesma forma o que deixamos de fazer também ensina. Logo o ensino na igreja vem primariamente pela pregação, mas também ocorre a partir de cada coisa que fazemos, pelos momentos e elementos do culto público. Por isso, existem algumas verdades do evangelho que precisam ser evidenciadas, precisam ser visíveis no culto público (a igreja é o evangelho visível).
A autonomia além de pecado,do ponto de vista prático também é um erro (Empreendedores - Marçal e Farani / Marcelo e Vitor). Vrejamos como Paulo lidou com a igreja de Corinto diante deste desafio.
2 Eu os elogio porque em tudo vocês se lembram de mim e retêm as tradições assim como eu as transmiti a vocês. 3 Quero, porém, que saibam que Cristo é o cabeça de todo homem, e o homem é o cabeça da mulher, e Deus é o cabeça de Cristo. 4 Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta desonra a sua própria cabeça. 5 Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada. 6 Portanto, se a mulher não cobre a cabeça, nesse caso, que rape o cabelo. Mas, se é vergonhoso para a mulher tosquiar-se ou rapar o cabelo, que ela cubra a cabeça. 7 Porque o homem não deve cobrir a cabeça, por ser ele imagem e glória de Deus, mas a mulher é glória do homem. 8 Porque o homem não foi feito da mulher, mas a mulher foi feita do homem. 9 Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher por causa do homem. 10 Portanto, por causa dos anjos, a mulher deve trazer um sinal de autoridade na cabeça. 11 No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o homem é independente da mulher. 12 Porque, assim como a mulher foi feita do homem, assim também o homem nasce da mulher; e tudo vem de Deus.
13 Julguem entre vocês mesmos: é próprio que a mulher ore a Deus com a cabeça descoberta? 14 Ou a própria natureza não lhes ensina que é desonroso para o homem usar cabelo comprido? 15 E que, tratando-se da mulher, é para ela uma glória? Pois o cabelo lhe foi dado em lugar de véu. 16 Mas, se alguém quiser discutir essa questão, saiba que nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus.
Este é mais um exemplo de texto difícil, que se não fosse uma série expositiva eu seria tentado a não escolher, mas se faz necessário uma vez que a bíblia e a Palavra de Deus e não está aqui a toa.
Primeiro ponto é que Paulo está tratando uma questão cultural, mas que por trás existe um principio eterno. O que é cultural sai, varia de cultura para cultura, mas o que é eterno continua até hoje também para nós. Então, qual era o problema? O pecado da autonomia que estava gerando entre os crentes até mesmo uma confusão entre os papéis do homem e da mulher. Essa confusão estava impactando o testemunho público da igreja. Paulo então se preocupa com isso e nos leva a fazer algumas perguntas:
Em uma igreja cristã, importa muito o que aqueles que são de fora pensam a respeito de nós? Importa como são as relações entre os gêneros, especialmente nos casamentos?
Importa como entendemos Deus e a relação do Pai com o Filho?
Importa como nós, como uma congregação cristã, consideramos a bíblia?
Ser cristão diz respeito apenas ao relacionamento entre Jesus e a mim - independente da minha moralidade, dos meus desejos, minha reputação e meus interesses?
O que vamos falar hoje é sobre a inadequação da autonomia - literalmente a lei da própria pessoa (sua própria régua - seja você mesmo). O pecado da autonomia vai impactar o meu entendimento sobre: Moralidade, autoridade, distinção de gênero, humildade, e até mesmo a compreensão do próprio evangelho.
O que estava ocorrendo? Paulo está aqui ensinando que o uso do véu pelas mulheres é um mandamento? De forma alguma, esse é o aspecto cultural que mencionei. O que é o princípio então? O que o uso do véu naquela cultura representava: Mulheres honradas em meio a uma cultura promíscua. O princípio é: a forma como você se veste, se comporta e hoje em dia até mesmo como usa suas redes sociais comunica o que em meio a uma cultura também promíscua? Distinção ou adesão?
Paulo faz esse alerta primeiramente as mulheres que participavam do culto público (orando e profetizando - tema mais para frente no cap. 14). Olhando para essa instrução podemos responder a primeira pergunta levantada. Para uma congregação cristã importa como os de fora nos enchergam? Sim. Seja aprovando ou reprovando (promiscuidade=Reprovados / ética=arovados).
Orar com a cabeça descoberta poderia comunicar promiscuidade, da mesma forma que raspar o cabelo, uma vez que para muitos comentaristas esse era costume das sacerdotizas pagãs. Entendemos que que Jesus Cristo é perfeitamente santo, e Ele nos chama para sermos seu povo. Por essa razão, nós cristãos desejamos encorajar os outros a viverem de uma forma moralmente correta (mesmo sendo pecadores). Para cristãos importa se vestir de uma forma que a a gente não se torne objeto de desejo por outra pessoa que não seja seu próprio cônjuge. O que Deus fala por esse texto é da moralidade visível e coerente da igreja, comunicar o chamado de Deus para uma vida moralmente pura.
Além de moralidade, Paulo fala de autoridade como algo que cristãos verdadeiros devem se importar em comunicar a todos que visitam suas celebrações. Cristãos verdadeiros apreciam a realidade da autoridade, embora hoje seja difícil falar desse tema sem pensar imediatamente num autoritarismo negativo. Mas a grande verdade é que experimentamos ao longo da vida as bênçãos desse tipo de governo sobre nossas vidas (governo dos pais, de Deus, de professores e mestres).
Outro aspecto que Paulo adverte a igreja e que cristãos verdadeiros devem se importar, é a distinção entre gêneros (tema que está na moda, embora a visão cristã esteja fora de moda). Isso faz parte da ordem da criação, por isso cristãos verdadeiros apreciam isso. O que apreciamos? Uma hierarquia de gêneros? Não, homem e mulher possuem o mesmo valor moral e espiritual, ambos criados a imagem e semelhança de Deus, porém isso não nos leva a uma igualdade de gêneros, mas uma complementariedade. Homens e mulheres com gêneros distintos e papeis distintos na família e tamb'me na igreja (o evangelho visível nas relações). O complementarismo não sugere que o homem possua mais habilidades que a mulher, mas simplesmente que existem papeis aos quais somos chamados a cumprir, chamado de Deus a nós que Ele preparou para mostrar a sua excelência, seu caráter, sua criação, e em última análise seu evangelho. A liderança fiel e amorosa e a submissão confiante e alegre refletem profundamente a verdade sobre Deus, sobre nós e sobre o evangelho.
Paulo trás um princípio teológico:
Paulo trás um princípio teológico:
3 Quero, porém, que saibam que Cristo é o cabeça de todo homem, e o homem é o cabeça da mulher, e Deus é o cabeça de Cristo. 4 Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta desonra a sua própria cabeça. 5 Toda mulher, porém, que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua própria cabeça, porque é como se a tivesse rapada. 6 Portanto, se a mulher não cobre a cabeça, nesse caso, que rape o cabelo. Mas, se é vergonhoso para a mulher tosquiar-se ou rapar o cabelo, que ela cubra a cabeça. 7 Porque o homem não deve cobrir a cabeça, por ser ele imagem e glória de Deus, mas a mulher é glória do homem.
Um princípio da criação
Um princípio da criação
8 Porque o homem não foi feito da mulher, mas a mulher foi feita do homem. 9 Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher por causa do homem. 10 Portanto, por causa dos anjos, a mulher deve trazer um sinal de autoridade na cabeça. 11 No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o homem é independente da mulher. 12 Porque, assim como a mulher foi feita do homem, assim também o homem nasce da mulher; e tudo vem de Deus.
Um princípio da natureza
Um princípio da natureza
13 Julguem entre vocês mesmos: é próprio que a mulher ore a Deus com a cabeça descoberta? 14 Ou a própria natureza não lhes ensina que é desonroso para o homem usar cabelo comprido? 15 E que, tratando-se da mulher, é para ela uma glória? Pois o cabelo lhe foi dado em lugar de véu.
Um consenso
16 Mas, se alguém quiser discutir essa questão, saiba que nós não temos tal costume, nem as igrejas de Deus.
Em tudo isso o que Paulo queria que os corintos vissem - e nós também - é que as distinções de gênero são uma parte inata da fisiologia humana e das normas sociais, mesmo que especificidades destas normas tenham algumas variações. O gênero não é uma construção social, é uma idéia de Deus, não sendo inerentemente opresiva. Sua liberdade seja homem, seja mulher, é encontrada no propósito do seu criador. Seguir as distinções nos papéis na congregação que são claras nas Escrituras, mesmo que sejam impopulares no mundo em geral é o que devemos fazer. Por exmplo, quando entendemos que o papel de pastoreio é dado a homens como responsabilidade. Que os homens devem se casar com mulheres, as mulheres devem se casar só com homens, são idéias que hoje são impopulares, por exemplo.
Somos chamados a sermos bons modelos de cada gênero, complementando um ao outro. Devemos comunicar em nossas reuniões uma apreciação pelas distinções de gênero, bem como o fato de que Deus nos designou para revelar algo em si mesmo como as distinções funcionam de forma conjunta.
O Pai não é maior que o Filho, mas se complementam, tem diferentes funções, e nem por isso o Filho deixou de ser submisso ao Pai. Da mesma forma que o Espírito não é menor que o Pai e o Filho, este foi enviado por ambos. Entender que a moralidade para um cristão não é um assunto de forum individual, mas coletivo e revela o caráter do Deus santo que servimos, bem como apreciar a autoridade também o complementarismo de gêneros revela nossa humildade. Entendendo que servimos um Deus santo, que se humilhou, se submeteu, foi obediente e que mesmo podendo ser um decidiu ser três para nos mostrar a beleza e o propósito pelo qual Deus nos criou.
Conclusão
Rejeitar na vida a autoridade, a complementariedade de gêneros e a santidade de Deus é rejeitar o próprio Deus e o seu próprio evangelho.
O evangelho é a história de um Deus que se doou e se sacrificou por nós, somos alvo desse amor que se tornou prático por causa de um Deus que se humilhou, exerceu amorosamente autoridade, se sacrificou, revelou sua vontade e caráter e atuou em diferntes papéis em cada uma das suas pessoas.