Jesus, a videira verdadeira Jo 15.1-16

Exposições no Evangelho de João   •  Sermon  •  Submitted
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Texto

15 Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor.

2 Todo ramo que está em mim e não dá fruto, ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto.

3 Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado.

4 Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira; assim também vós, se não permanecerdes em mim.

5 Eu sou a videira; vós sois os ramos. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.

6 Quem não permanece em mim é jogado fora e seca, à semelhança do ramo. Esses ramos são recolhidos, jogados no fogo e queimados.

7 Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes, e vos será concedido.

8 Meu Pai é glorificado nisto: em que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.

9 Como o Pai me amou, assim também eu vos amei; permanecei no meu amor.

10 Se obedecerdes aos meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor.

11 Eu vos tenho dito essas coisas para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja plena.

12 O meu mandamento é este: Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei.

13 Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a própria vida pelos seus amigos.

14 Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando.

15 Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que o seu senhor faz; mas eu vos chamo amigos, pois vos revelei tudo quanto ouvi de meu Pai.

16 Não fostes vós que me escolhestes; pelo contrário, eu vos escolhi e vos designei a ir e dar fruto, e fruto que permaneça, a fim de que o Pai vos conceda tudo quanto lhe pedirdes em meu nome.

17 Isto vos ordeno: Amai-vos uns aos outros.

Uma imagem muito comum nas representações de Israel como povo de Deus no A.T é a imagem da videira e consequentemente da vinha. Veja:
Isaías 5.1–7 RA
1 Agora, cantarei ao meu amado o cântico do meu amado a respeito da sua vinha. O meu amado teve uma vinha num outeiro fertilíssimo. 2 Sachou-a, limpou-a das pedras e a plantou de vides escolhidas; edificou no meio dela uma torre e também abriu um lagar. Ele esperava que desse uvas boas, mas deu uvas bravas. 3 Agora, pois, ó moradores de Jerusalém e homens de Judá, julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha. 4 Que mais se podia fazer ainda à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? E como, esperando eu que desse uvas boas, veio a produzir uvas bravas? 5 Agora, pois, vos farei saber o que pretendo fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, para que a vinha sirva de pasto; derribarei o seu muro, para que seja pisada; 6 torná-la-ei em deserto. Não será podada, nem sachada, mas crescerão nela espinheiros e abrolhos; às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre ela. 7 Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta dileta do Senhor; este desejou que exercessem juízo, e eis aí quebrantamento da lei; justiça, e eis aí clamor.
Salmo 80.14 RA
14 Ó Deus dos Exércitos, volta-te, nós te rogamos, olha do céu, e vê, e visita esta vinha;
Israel é reconhecido como videira de Deus. E Deus é tido como o agricultor, ou seja, aquele responsável por plantar a vinha e cuidar dela.
Quando pensamos em alguém plantando algo, precisamos pensar nos motivos pelos quais a pessoa faz aquilo. E os motivos mudam dependendo do que se está plantando. Então por exemplo, não se planta rosas querendo colher laranjas para fazer um suco. Se planta rosas por causa da beleza e do perfume dessas flores. Tendo isso em mente, podemos imaginar que Israel é tido como a videira por algum motivo.
Uma videira não é plantada para gerar beleza e perfume, uma videira é cultivada para gerar uvas. Ou seja, frutos. E esses frutos tem os seus mais diversos objetivos. Agora pense, quando a Bíblia retrata Israel no A.T como a videira de Deus, significa que Deus utiliza essa metáfora para mostrar os seus objetivos explícitos. Deus deseja que Israel dê frutos. Por isso a metáfora é de uma videira.
Agora, Israel falhou miseravelmente neste papel de dar frutos. O pecado, a rebeldia, a idolatria, a corriqueira desobediência à Palavra de Deus fizeram com que Israel fosse retratado como uma árvore que não produzia frutos, ou seja, não cumpria verdadeiramente o seu papel. Observe:
Jeremias 2.21 RA
21 Eu mesmo te plantei como vide excelente, da semente mais pura; como, pois, te tornaste para mim uma planta degenerada, como de vide brava?
Isaías 5.4 RA
4 Que mais se podia fazer ainda à minha vinha, que eu lhe não tenha feito? E como, esperando eu que desse uvas boas, veio a produzir uvas bravas?
Mateus 3.10 RA
10 Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.
Árvore que produz bom fruto permanece, árvore que não produz fruto, será lançada ao fogo. Esse é o ideário bíblico.
A analogia em Jo 15
As metáforas bíblicas não são universais, ou seja, cada metáfora está inserida dentro de um devido contexto e cada metáfora tem uma razão de ser. É por isso que nessa passagem, Jesus não representa o povo, a igreja ou os discípulos como a videira, mas ele mesmo é A Videira.
A ideia aqui é retratá-lo como a videira e os seus servos de forma individual são retratados como ramos dessa videira. E isso de certa forma é um cumprimento dos textos do A.T. Em todo o A.T sempre houve uma promessa se que a videira nunca morreria, apesar dos pecados e das desobediências de Israel, sempre houve uma promessa de fruto constante, mas isso só é possível a través do Senhor Jesus que é A Videira e que vence onde Israel falhou. Assim, Cristo é a árvore, Ele é esse tronco bonito, vistoso e forte, e nós como crentes individuais representamos os ramos dessa árvore.
Da mesma forma que a árvore é responsável por nutrir os ramos com sua seiva, assim também nós como ramos, somos nutrido por esse tronco que é Cristo. E é isso que Jesus diz neste texto, veja:
João 15.1 RA
1 Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor.
Como dito anteriormente, cada árvore é plantada com uma finalidade, Jesus começa aqui afirmando que ele é A Videira “verdadeira”. Ou seja, ao utiliza o termo “verdadeira” ele está garantindo que cumprirá o papel dele como videira que é: Dar frutos. Ele garante que dará frutos, por isso o termo verdadeira é usado.
Além disso, a fala de Jesus aqui tem um acréscimo interessante: “Meu Pai é o agricultor”. Veja, assim como Deus era o agricultor da vinha Israel no A.T. Aqui, mesmo com Jesus sendo a videira verdadeira, o Pai continua sendo o agricultor. E o papel do agricultor é cuidar e garantir que a árvore esteja sempre saudável para gerar muitos frutos, isso demanda um cuidado constante.
João 15.2 RA
2 Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda.
Agora veja, esse trabalho de cuidado envolve por um lado, fazer a poda. Que é limpar, tirar os excessos, cortar pontas exageradas,etc.. Mas também envolve arrancar os ramos secos que não dão fruto.
Perceba que Deus aqui é o agente que cuida da manutenção e da boa saúde da árvore, e nesse cuidado ele poda os ramos bons, mas corta e joga fora os ramos secos.
Nós temos aqui dois grupos.
A. Estes dois grupos são (metaforicamente):
1. Ramos que produzem frutos (15.2b,5,8).
2. Ramos que não produzem frutos (15.2a,6).
B. Eles são tratados assim:
1. Os ramos que produzem frutos são limpos (15.2b).
2. Ramos que não produzem frutos são cortados, deixados para secar, apanhados, jogados no fogo e queimados (15.2a,6).
C. Quem é representado por esses dois grupos?
Repetidas vezes, no quarto Evangelho, aqueles a quem as boas-novas são proclamadas e que, portanto, em certo sentido, “têm luz”, são divididos em dois grupos:
a. os que aceitam a mensagem;
b. os que a rejeitam .
Observe, Judas tinha partido. Sua relação com Jesus tinha sido (externamente, na aparência) muito íntima . Mas agora ele estava a caminho de sua destruição. Judas aqui representa exatamente estes que aceitam a mensagem, e de certa forma seguem por um tempo, aceitam as externalidades da fé cristã, porém deixam esse caminho e caminham para a perdição eterna.
Por outro lado, os demais discípulos que permaneciam ao lado do Senhor Jesus, apesar das dificuldades e lutas do dia a dia, se mantinham nele e por isso produziam muitos frutos.
João 15.3 RA
3 Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado;
Enquanto Judas tinha ido e os demais tinham ficado, e presenciam todas essas palavras de Jesus, Jesus de certa forma os tranquiliza e os dá a garantia de que o agricultor (O Pai) cuida deles como ramos frutíferos. O que excluía Judas:
João 13.10–11 RA
10 Declarou-lhe Jesus: Quem já se banhou não necessita de lavar senão os pés; quanto ao mais, está todo limpo. Ora, vós estais limpos, mas não todos. 11 Pois ele sabia quem era o traidor. Foi por isso que disse: Nem todos estais limpos.
MAs uma nota interessante é que Jesus afirma que eles estão limpos pela Palavra. Ou seja, o meio pelo qual a limpeza dos ramos acontece é a exposição à Palavra de Deus. E isso faz todo sentido, observe:
2Timóteo 3.16–17 RA
16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, 17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.
A exposição à Palavra de Deus é o cuidado do agricultor pelos seus ramos, é o cuidado de Deus em preparar seus filhos para que deem fruto, e muito fruto. É por isso que Jesus em outra passagem diz o seguinte:
João 6.63 RA
63 O espírito é o que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida.
Enquanto nós como cristãos somos expostos à Palavra de Deus, a seiva dessa videira que é Cristo, por meio do Espírito Santo, vai gerando vida em nós. Vai fazendo fluir essa vitalidade que faz com que excelentes frutos sejam produzidos. Quando mais exposição, mais vida, quanto mais vida, mais fruto. E é exatamente assim que cumprimos nosso papel como ramos.
Então perceba, não existe maneira de produzir frutos sem estar conectado com Cristo, e estar conectado com Cristo é estar conectado com a Palavra de Cristo, pois é esse o meio pelo qual o Pai limpa os seus ramos. Por isso é totalmente incoerente um cristão que não gosta da Palavra de Deus. É tão sem sentido quanto um círculo quadrado, ou um anão gigante. Veja, sem Palavra não há limpeza, sem limpeza não há fruto, sem fruto não há vida, sem vida o ramo é cortado e lançado fora, e, ser lançado fora aqui significa perdição eterna, significa ser lançado no inferno.
Quando somos expostos à Palavra de Deus, o Espírito vai nos consolando, e o consolo é limpeza. O Espírito vai nos repreendendo, e essa repreensão é limpeza. O Espírito vai nos corrigindo, e essa correção é limpeza. O Espírito vai nos educando na justiça, e essa educação é limpeza. E assim, por meio de todo esse processo, os frutos começam a aparecer.
Veja como o texto confirma tudo isso:
João 15.4–6 RA
4 permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. 5 Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6 Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam.
O que significa os frutos? Ou quais são esses frutos?
O desenvolvimento do restante da passagem demonstram para nós a natureza desse fruto. Em primeiro lugar, Jesus amarra no versículo 7 o conceito de que a produção de frutos é consequência de uma vida de oração baseada na vontade de Deus e tendo em mente a glória de Deus. Veja:
João 15.7–8 (RA)
7 Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes, e vos será feito.
8 Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.
O Pai é glorificado nisso, em que permanecendo em Cristo, o Cristão tem a mente moldada pela Palavra de Deus, com isso ele ora de acordo com a vontade do Senhor pedindo a Deus para produzir frutos, e essa oração é ouvida, fazendo assim com que o nome de Deus seja glorificado.
Podemos dizer então como D.A. Carson: “Isso sugere que o ‘fruto’ na metáfora da videira representa tudo que é produto de oração efetiva em nome de Jesus”. Que inclui:
Obediência aos mandamentos. Jo 15.10
Experimentar a alegria do Senhor Jesus. Jo 15.11
O amor pelos outros. Jo 15.12
O testemunho diante do mundo. Jo 15.16
Veja que isso se assemelha bastante com o que Paulo diz quando escreve aos gálatas.
Gálatas 5.22–23 RA
22 Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, 23 mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.
Aplicação
Permaneça em Cristo, e só se permanece em Cristo por meio da Palavra dele.
Ore de acordo com a vontade de Deus o Pai. Inclua em suas orações motivos que exaltem ao nome do Senhor e não somente suas necessidades pessoais. Orem pelo crescimento espiritual da Igreja. Ore para que as pessoas se convertam. Ore para que Deus lhe ajude a contribuir com alguma coisa nesse mundo para a glória do nome dele. Orando assim, com toda certeza suas orações serão respondidas, pois Jesus prometeu tal coisa.
Caminhe, lute, não permita que o pecado vença você. Peça ajuda a Deus, peça ajuda à igreja, mas não ceda ao pecado, pq cedendo vc não produzirá fruto, e como disse o Senhor Jesus:
Mateus 3.10 RA
10 Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.
Oremos!
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