COMEÇANDO PELO FINAL
COMEÇANDO PELO FINAL
O último encontro do Senhor com seus seguidores realiza-se na Galiléia, ou seja, no lugar em que o Senhor havia iniciado a trajetória oficial e pública na terra, onde também havia reunido seus discípulos, onde os ensinara, onde os enviara pela primeira vez, onde efetuara os milagres, onde fundara sua comunidade, enfim, lá onde predissera tudo o que agora já havia acontecido
Os onze discípulos estão reunidos ao redor dele. Esta é para ele, o Senhor, e para os seus onze uma cena inesquecível, do mais marcante impacto. – Quantas vezes, durante sua caminhada terrena, ele havia reunido os discípulos ao seu redor. E sempre de novo eles tinham ouvido com admiração o seu discurso, seus pensamentos sobre a eternidade.
Agora, mais uma vez ele os ajuntou ao seu redor. Contudo, dessa vez a “reunião” é bem diferente.
O Senhor não é mais terreno, e sim eterno; não mais aquele que irá até Jerusalém para sofrer e morrer – não, o Senhor agora é aquele que foi para Jerusalém, que sofreu e morreu e foi ressuscitado, que conquistou a vitória, que consumou a obra da salvação!
Diante de seus discípulos, pois, está Jesus como o vencedor e o Filho de Deus, como o Messias prometido, com glória e majestade, com fulgor eterno e esplendor sobrenatural. Nesta condição ele profere de modo claro e audível, poderoso e divino, a palavra: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.
Literalmente, o original diz: “Tendo ido, portanto, fazei discípulos […]”. Em tais casos, tanto o particípio quanto o verbo que o segue pode ser – no presente caso deve ser – interpretado como tendo força imperativa. “Fazei, façam discípulos” é por natureza um imperativo. É um mandamento enérgico, uma ordem.