Gênesis 10

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Deus demonstra através de Gênesis 10, como sua intenção salvadora abarca pessoas de todos os povos, línguas, tribos e nações, não levando em conta hereditariedade ou etnia, mas sim, sua vontade soberana através da qual rege a história para sua glória.

Notes
Transcript
“Este é o livro das gerações ...” (Gênesis 5.1).
Gênesis 10
Pr. Paulo Ulisses
Introdução
À luz da sessão anterior de Gn 9.18-29, o teor traçado pelo autor para substanciar sua argumentação através do texto em questão ainda é a demonstração das origens do povo de Israel, especialmente no que tange ao desenvolvimento do plano redentor por meio da tensão entre as linhagens (i.e. semente da mulher e semente da serpente), através do filhos de Noé: Sem, Cam e Jafé.
Enquanto que a sessão de 9.18-29 mostra o caráter representacional dos personagens e seu contraste figurando cada um - sendo Sem e Jafé fundidos num mesmo horizonte de alcance redentivo - o pertencimento à uma descendência, Gênesis 10 apresenta a árvore genealógica dos povos da terra incluindo os que habitam a terra de Canaã, para onde Israel está marchando no momento em que Moisés está redigindo este livro. A exortação preparatória de Moisés tenciona demonstrar ao povo de Deus a procedência dos povos com os quais Israel terá de lidar ao adentrar a terra. Porém, unido a isso está o fato de que o SENHOR mantém-se soberano sobre todas nações aqui listadas (setenta povos), o que por sua vez demonstra a amplitude do plano redentivo que abarca não somente Israel, mas a semente espiritual de Deus presente em todas as etnias.
Assim, veremos hoje a extensão do plano salvífico à todas as nações, observando dois pontos básicos apresentados pelo texto: 1) A extensão do plano salvífico - alcance global, e 2) A salvação incondicional e a intenção final do plano salvífico.
Elucidação
A extensão do plano salvífico - alcance global
Segundo temos visto o propósito do livro de Gênesis é estabelecer as origens do povo de Deus, através da promessa de salvação que se desenrola momento após momento na tensão entre a linhagem santa (i. e. semente da mulher) e os rebeldes (i.e. semente da serpente). Além disso, a ênfase majoritária do livro - a vida dos patriarcas (Gn 12 -50) - aponta para como Deus realiza esse propósito, entregando as terras das peregrinações do seu povo como herança a seus eleitos, concomitante a expulsão dos inimigos do Reino do Criador: o cosmos.
Outrossim, de acordo com uma leitura mais atenta do capítulo 10 do livro de Gênesis, e seguindo também a estrutura progressiva e intencional de Moisés em relatar as origens do povo de Israel, traçando através desse relato a metanarrativa da redenção, o trecho parece ser um adiantamento ou introdução ao capítulo 11, numa que alguns personagens e comentários expostos aludem a fatos, personagens e eventos que só ocorrerão na narrativa seguinte, como é o caso do detalhamento a respeito de Ninrode (v. 9, 10), ao qual é dito que era rei de Babel (que virá a ser a Babilônia). Além disso a expressão "segundo sua língua" (vs. 5, 20, 30) que explica a divisão entre as árvores genealógicas originadoras dos povos descritos como descendentes de cada um dos três filhos de Noé, remete ao fato da divisão de línguas ocorrida no capítulo 11.
Porém, como resultante da argumentação traçada pelo autor, o capítulo 10 prepara o caminho para a narrativa acerca de Abraão (Gn 11.27-32; 12), por meio de quem os planos de Deus revelam-se ainda mais claros em que todos os povos da terra sejam abençoados com a salvação (cf. Gn 12.3).
A tábua das nações aqui serve como uma estrutura máter que impulsiona a perspectiva do leitor para compreender que, assim como os eventos até aqui possuem interferência global, da mesma forma, não se poderá reduzir a amplitude das ações salvíficas de Deus sem que se viole o conteúdo apresentado por Moisés. Apesar de a partir desse ponto a história bíblica concentrar-se nos povos semitas, e dentre estes, o povo de Israel, a ação divina possui um alcance global, pois o SENHOR tem separado para si eleitos de todos os povos sobre a terra.
Essa perspectiva não universaliza a obra de salvação, nem apresenta qualquer contradição em relação ao plano redentor em sua tensão entre linhagens, basta que observemos a complementação de informações.
Na lista genealógica apresentada, é possível notar também a origem de vários povos ou cidades que no futuro serão inimigos declarados do povo de Israel, e isto está inevitavelmente ligado à genealogia dos fundadores desses povos, ou seja, Cam, pai de Canaã, é o originador de povos como os babilônios (v. 10 = Babel), ninivitas (v. 11) e filisteus (v.14), além de outras cidades que aparecem na narrativa bíblica como povos antagônicos ao SENHOR, demonstrando um procedimento pecaminoso e torpe (e.g. Gomorra e Sodoma v. 19). Ainda outros povos são dignos de destaque por serem citados neste texto e referenciados noutra porção das Escrituras, identificados como sendo inimigos de Israel e sentenciados por Deus para o juízo, conforme Gênesis 15.16, 19: os queneus, os cadmoneus, os heteus, os ferezeus, os refains, os cananeus, os girgaseus, e os jebuseus. Esta seleção específica em Gênesis 15 aponta para o fato de que o autor os está destacando dentre os outros, estes povos que são originados a partir de Canaã, devido ao fato de estes estarem presentes na terra para onde o povo de Deus está indo, logo, de toda esta lista em Gênesis 10, Israel deve preparar-se para se deparar com estes especificamente.
Todavia, isto não pode cauterizar a mentalidade do povo de Israel de modo que este trate a salvação como uma bênção direcionada exclusivamente a eles, pois a semente da mulher, que até este ponto fora tratada de acordo com genealogias (e.g. Gn 5), é de natureza espiritual, ou seja, mesmo deste povos que são considerados como inimigos de Israel devido seu genitor ser Canaã - aquele amaldiçoado e irmanado à semente caída - contém em si eleitos de Deus, fazendo com que o trabalho de Israel, seja ser luz para as outras nações a fim de que estes sejam trazidos ao pleno conhecimento de Deus, recebendo a redenção que será executada no tempo determinado pelo Descendente - Cristo. A prova disso é que ao lermos passagens em que esses povos são citados, há um misto de juízo e salvação, como é o caso de Isaías 66.19, demonstrando que a bênção de Deus para a salvação inclui o favor do SENHOR estendido à todos os povos da terra. A salvação não está ligada às etnias e povos cujos representantes foram destacados nas narrativas anteriores, pelo menos não em termos estritamente genealógicos, mas a descendência da mulher é espiritual: Deus possui eleitos de todos os povos da terra, que são chamados para reunirem-se a fim de adorarem ao descendente prometido que torna bendita todas as famílias da terra (Gn 12.3). A visão de João no livro de apocalipse, encerra essa noção:
9Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos;10e clamavam em grande voz, dizendo:Ao nosso Deus, que se assenta no trono,e ao Cordeiro,pertence a salvação (Ap 7.9-10)
A benção salvadora de Deus abraça todo o cosmo, e a demonstração mais evidente deste princípio é a vocação à salvação ter sido direcionada à homens e mulheres de todos os povos, línguas, tribos e nações, dos quais o SENHOR por meio do cumprimento da promessa/profecia de Gn 3.15 formará para si um único povo - o povo de Deus. Isso implica em que a intenção final do Criador é que toda a terra - representando todo o universo - torne ao estado de perfeição em que fora criado, transcendendo-o por meio da incapacidade de repetição do ciclo de queda e corrupção. O que nos leva ao nosso segundo ponto: A salvação incondicional e a intenção final do plano salvífico.
2. A salvação incondicional e a intenção final do plano salvífico.
Em face de todo o plano redentivo traçado e executado desde Gênesis 3, é notável que as intenções de Deus, conforme já demonstrado, abrangem sua criação como um todo, o que perpassa por um povo que elegeu para si desde a eternidade. Porém, não podemos considerar que uma demonstração intencional de proporções cosmológicas, implique unicamente em que os propósitos de Deus sejam apenas retificar os danos causados pelo pecado. Principalmente quando notamos que o plano divino comporta a ideia de que o Criador deseja ser conhecido e servido por homens e mulheres de todos o povos, línguas, tribos e nações. O chamado à salvação com alcance global indica muito mais do que apenas um anseio do Criador em fazer o homem tornar a ser perfeito e santo como o era antes da invasão do pecado, mas como clarifica Jesse Johnson:
O propósito de Deus sempre foi que as nações do mundo tomassem conhecimento de sua glória e colocassem a confiança nele. O plano para a nação de Israel era que ela carregasse seu nome e ilustrasse sua glória como testemunho para o mundo (MacArthur in: Evangelismo: como compartilhar o evangelho de modo eficaz e fiel, Thomas Nelson, p. 36).
A estrutura genealógica de Gênesis capítulo 10 relaciona as nações de acordo com sua descendência noética, porém, o princípio que norteia sua disposição é o afunilamento de atenção que se volta para os povos semitas, e Israel especificamente, de acordo com o que já vimos. Moisés estrutura essa genealogia dispondo Sem por último, a fim de que o princípio de sacerdócio e comissionamento ficasse evidente. Noutras palavras, a lista genealógica de Gênesis está disposta a declarar a incumbência que Israel tinha de ser modelo para que a salvação fosse notória às outras nações, sendo o agente missionário usado por Deus para levar a cabo seus planos de tornar seu nome célebre sobre toda terra.
Esse princípio não é uma ocorrência nebulosa ou obscura, restrita apenas ao capítulo 10 de Gênesis. Quando observamos que um dos pilares do estabelecimento da aliança entre Deus e Israel é exatamente o sacerdócio universal, deparamo-nos com a seguinte expressão:
Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel (Êx 19.5-6).
Quando no Novo Testamento, Pedro usa essa mesma expressão designativa aplicando-a à igreja de Cristo, observamos a seguinte estrutura:
Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia (1Pe (2.9-10).
Pedro analisa a eleição divina como sendo um chamamento à proclamação da glória de Cristo (cf. "Para vós outros, portanto, os que credes, é a preciosidade […]" 1Pe 2.7). A proximidade referencial é a de que tanto Israel (para Moisés), quanto os gentios (segundo Pedro), sendo eleitos por Deus, foram conclamados para, através de sua salvação, serem porta-vozes e instrumentos do Deus Triuno para executarem seu plano de glorificação e enaltecimento de seu nome sobre toda a terra.
O caráter incondicional revela-se unido a essa perspectiva, pois a extensão da salvação a todos os povos - o que inclui Israel - não se deu por qualquer mérito deles observado pelo Criador, mas unicamente por sua graça e misericórdia, escolhendo livremente quem quis para ser alvo de sua obra redentora.
Logo, outro fator que é demonstrado na lista de nações de Gênesis 10, é de que mesmo os povos cananeus - descendentes de Canaã - como dito antes, podem conter eleitos de Deus em seu número. O ponto em questão é que a glória de Deus é maior e mais abrangente do que a relação hereditária que liga um individuo à um dos cabeças genealógicos - Sem, Cam ou Jafé, especialmente Cam. Pertencer a um povo não quer dizer que alguém está naturalmente salvo ou reprovado, pois a eleição não tem com princípio uma seletividade baseada em uma etnia ou cultura específica que contenha algum traço ou ligação hereditária com os patriarcas do passado que foram usado por Deus como cabeças do povo de Israel. A intenção divina de expandir sua glória sobre toda a terra implica em um vontade soberana de arrebanhar para si pessoas de todos os povos da terra, a fim de que assim, a majestade e excelência do Criador cubra toda a criação. Esse arquétipo intencional traçado por Moisés (inspirado pelo Espírito) Santo, percorre todo o livro de Gênesis, toda a Bíblia, até apocalipse (como exposto na citação do texto de Ap. 7.9-10), enfocando esse desejo do Criador de que toda a terra seja coberta por sua glória, como exemplifica James Hamilton:
Quando Deus colocou Adão no jardim do Éden, a responsabilidade de Adão era expandir seus limites, para que a glória de Deus cobrisse toda a terra como as águas cobre o mar. [...] Quando Deus colocou Israel na terra, a responsabilidade da nação era expandir os seus limites, para que a glória de Deus cobrisse as terras secas como as águas cobrem o mar. Agora a igreja é o templo do Espírito Santo. […] Jesus mandou seus discípulos na mesma tarefa a todas as nações: enquanto são feitos novos discípulos, o templo cresce, o lugar da presença de Deus se expande, e a glória de Deus se espalha sobre a terra seca. No futuro que virá, essas realidades serão plenamente cumpridas. A terra estará plena do conhecimento da glória de Deus (Hamilton Jr. - O que é teologia bíblica: um guia para a história, simbolismo e os modelos da Bíblia, Editora Fiel, p. 105, 106).
Assim, a tábua das nações, conforme registrada em Gn 10, não é apenas uma lista que elenca os povos originados a partir dos três filhos de Noé, mas um lembrete para o povo de Israel de seu compromisso pactual de servir ao Criador sendo testemunhas através do qual ele exibirá seu plano de redimir os cosmos por meio do Descendente - Cristo, glorificando seu nome sobre toda a criação (rf. Gênesis 1).
Transição
Gênesis 10 registra a perspectiva ampla do alcance do plano redentivo de Deus sobre todas as nações, e revela a incondicionalidade da salvação na intenção divina de encher toda a terra com o conhecimento de sua glória, cumprindo a promessa de Gênesis 3.15 em Cristo, que é o redentor prometido. Certamente, nós, eleitos de Deus, gentios de todas idades e culturas, fazermos parte desse plano maravilhoso, e assim, as implicações do texto de Gênesis 10, atingem nossas vidas de maneira direta, através de pelo menos duas aplicações extraídas do texto.
Aplicações
1. Devemos entender que não há barreiras para o alcance do plano redentor.
O apóstolo Paulo em sua carta aos gálatas, quando apresenta Cristo afirma que "[…] as promessas foram feitas a Abraão e ao seu descendente. Não diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: E ao teu descendente, que é Cristo" (Gl 3.16). Sua tese é de que os gálatas estavam criando um outro evangelho que baseava a salvação nas obras da Lei, e não através do cumprimento da promessa do Descendente prometido - Cristo. Porém, ademais de desconfigurar a obra da salvação fazendo-a parecer necessitar de alguma cooperação humana, os judaizantes estavam tornando o evangelho uma propriedade étnica da nação de Israel, fazendo parecer que para que alguém fosse salvo deveria (pelo cumprimento da Lei de Moisés) tornar-se judeu. Esse movimento é contrário ao proposto por Gênesis 10 e por toda a Bíblia, pois na verdade, a benção de Deus partiu de Israel se estendendo a todas as nações, e não fazendo com que tudo se concentrasse em um povo específico, pois isso, fere frontalmente as intenções de Deus de expandir sua glória sobre toda a terra.
Da mesma forma nós, precisamos ter clara a ideia de que a salvação não está ligada a qualquer tipo de mérito cultural que tenhamos sobre quem quer seja. Infelizmente, graças às ideologias sócio-políticas do tempo presente, estamos nos acostumando a dividir a raça humana em "sub-raças": índios, negros, brancos, africanos, latinos, europeus etc. Mas essa perspectiva separatista interrompe a marcha do evangelho, criando uma sensação de superioridade de uns sobre outros, principalmente em termos de um merecimento ou não da salvação. Cristo não veio salvar índios ou africanos, negros ou brancos, latinos ou europeus, Cristo - o descendente prometido, veio salvar homens e mulheres da raça humana, para que por meio deles a glória de Deus abunde sobre toda a terra.
Se não há divisão étnica que possa ser barreira para a salvação, da mesma forma não há critérios sociais. Pobres e ricos, leigos e doutos, patrões e empregados, o Deus Triuno elegeu pessoas baseado não em critérios humanos - injustos na maioria das vezes, diga-se de passagem - mas em sua livre e sábia vontade. Isso confronta radicalmente nosso desejo de virar o rosto quando vemos um bêbado na rua, mas por outro lado, agir com subserviência para com nosso chefe ou pessoas de classes econômicas mais bem favorecidas.
Como afirma a Escritura:
Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, também sois descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa (Gl 3.28-29).
Quando o véu do templo rasgou-se por ocasião da morte de Cristo, estava declarada o início da última parte do plano de Deus: o anúncio do evangelho para alcance dos eleitos no mundo inteiro, convocando-os para a proclamação do reinado eterno do messias prometido. O que nos leva a nossa segunda aplicação.
2. Precisamos nos empenhar na obra de evangelização, pois Deus tem eleitos de todos os povos.
É triste, porém não completamente injusta, a pecha que recai sobre nós reformados, de que não nos esforçamos tanto quanto outras tradições cristãs na obra de evangelismo e missões. Infelizmente, parece que ainda não fomos suficientemente convencidos da seriedade de nosso chamado, achando que nossa convocação à salvação refere-se apenas a vir às reuniões e cultos de nossa igreja, vivendo uma vida "light"e despreocupada, deixando de nos envolver com algo maior do que nossas próprias vidas. Contentamo-nos em "viver por modo digno do evangelho" somente através do esforço para não pecar.
Será que realmente temos entendido que nossa eleição implica em um chamado ao testemunho do evangelho a outras pessoas? Quando Cristo está para ser assunto aos céus, e declara que seus discípulos serão suas "testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra" (At 1.8). E qual o fundamento nesse comissionamento? proclamar à plenos pulmões que somente Cristo é SENHOR, para a glória de Deu Pai.
Assim como o trabalho primordial de Adão era glorificar a Deus através de seus ofícios, como vimos em Gênesis 2.4-25, da mesma forma, recebemos da parte de Deus além destes mandatos (cultural, social e espiritual) a incumbência de sermos arautos de Deus para um mundo que caminha a passos largos para a destruição.
Não que agora, todos nós deveremos largar tudo o que temos, para ser missionários, no sentido técnico do termo, a não ser que você sinta em seu coração o chamado para isso. Porém, o evangelismo e as missões não estão restritas apenas àqueles que vão para outros lugares do país ou do mundo pregar o evangelho, mas deve está presente em nosso procedimento diário, por meio do qual o Espírito nos usará para alcançarmos os eleitos de Deus neste cidade, através de você e de mim.
A glória de Deus em Cristo expandida sobre toda terra é o maior objetivo que alguém pode ter em sua vida. E esse marco será alcançado através do povo de Deus, todas as línguas, tribos, povos e nações - como demonstra Gênesis 10 - servindo ao único Deus vivo e verdadeiro através de suas vidas.
Conclusão
O texto de Gênesis 10 nos mostra que assim como o povo de Israel foi exortado a olhar para a soberana vontade Deus em eleger pessoas de todos os povos do mundo, assim também nós, devemos notar que a salvação pertence ao SENHOR nosso Deus, e ele a distribui como quer.
Israel foi lembrado de que lidaria com povos rebeldes e por isso, réprobos aos olhos de Deus, mas não deveria nutrir em seu coração alguma espécie de acepção de pessoas, tratando outros povos como indignos de alcançar o favor do SENHOR. De igual forma, num mundo tão plural e miscigenado como o que vivemos, inclusive em termos de costumes e cosmovisões, precisamos nos lembrar que o Evangelho não é direcionado para uma "elite espiritual", mas, seres humanos, pecadores de todos os povos, línguas, tribos e nações, foram agraciados com a eleição divina para trabalharem tendo em vista o alcance do maior objetivo para o qual progride toda a história: a glória de Deus sobre toda a terra como as águas cobre o mar.
Cristo triunfa!
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