Sem título Sermão (4)

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A igreja de Tessalônica foi fundada por Paulo na sua 2ª viagem missionária [At 17.1-9]. Essa cidade era muito rica e próspera por conta do comércio que lá havia.
Nesta cidade havia todo o tipo de pessoa, e, também, todo o tipo de religião. Paulo e Silas passaram mais ou menos 1 mês naquela cidade, até saírem correndo porque queriam pegar eles. Apesar de toda perseguição aquela igreja cresceu. Muita gente creu em Jesus Cristo.
Então, Paulo querendo manter contato com aquela igreja escreve uma carta, a primeira carta ao tessalonicenses. Nessa carta ele fala da alegria de ver que eles estavam crescendo na vida cristã, e que das perseguições eles estavam firmes em Jesus. E, também, fala sobre como vai ser e o que vai acontecer na segunda vinda de Jesus.
[INTRODUÇÃO]:
Depois de algum tempo, Paulo recebeu algumas informações sobre o que estava acontecendo naquela igreja. A perseguição aos crentes de Tessalônica tinha aumentado e eles pensavam que Jesus já havia voltado, e, por conta disso, muito haviam parado de trabalhar e viviam libertinamente.
Então Paulo escreve essa segunda carta para encorajar e lembrar que a sua esperança deve estar em Jesus, e explicar que a sua segunda vinda ainda não tinha chegado. Além disso ele fala o que irá acontecer com aquelas pessoas que perseguem a igreja.
[DESENVOLVIMENTO]:
Uma visão equilibrada da igreja deve considerar duas coisas que 2Ts 1.3-12 revela a nós.
1. A IGREJA É O POVO EM QUE HABITA AS VIRTUDES DE DEUS:
Essa é a primeira lição que devemos considerar e aprender: A Igreja é o povo no qual habita as virtudes de Deus
[repare que]: Paulo, depois de saudar a igreja de Tessalônica, ele começa a carta com uma oração; e nesta oração ele faz uma menção de gratidão à igreja de Tessalônica, ele diz:
“Irmãos, devemos sempre dar graças a Deus por vocês” [2Ts 1.3]
Paulo está dizendo que quando ora por eles, a primeira coisa que ele faz é agradecer por suas vidas.
Se a gente prestar atenção no que Paulo fala, nós vamos ver que essa menção de gratidão não era uma mera formalidade, Paulo não está cumprindo um protocolo de início de carta. Ele não está fazendo uma média com a igreja de Tessalônica.
Na verdade, Paulo está expressando de maneira sincera a sua gratidão a Deus pela vida da igreja.
E, temos pelo menos dois detalhes que apontam para isso de modo muito claro:
1. Paulo menciona sua gratidão como uma dívida:
"Irmãos, devemos sempre dar graças a Deus por vocês...".
Em outras palavras: “pesa sobre nós essa obrigação”. O uso que Paulo faz dessa palavra aqui, mostra que ele se sentia obrigado, impulsionado por Deus, para agradecer pela vida da igreja de Tessalônica. [verificar comentário LOGOS]
2. Paulo menciona sua gratidão como uma questão de Justiça, ele diz:
"Irmãos, devemos sempre dar graças a Deus por vocês, como convém (ou como é justo; outras versões/bíblias),...".
Em outras palavras: “porque assim deve ser”, “é digno de se fazer”.
Portanto, diante desses dois detalhes, vemos que Paulo entendia que a gratidão pela igreja de Tessalônica era uma questão de justiça.
Havia coisas boas acontecendo na vida daquela igreja, que levavam o apóstolo Paulo a agradecer a Deus.
[?>>] Mas, que coisas eram essas, que estavam acontecendo no meio da igreja e que levaram Paulo a agradecer por ela nessa ocasião?
São basicamente três:
1. O crescimento da fé (v.3): Como ele próprio diz:
v.3 “...pois a fé que vocês têm cresce cada vez mais,...”.
Uma das coisas que Paulo via como algo bom acontecendo na igreja de Tessalônica é que aqueles irmãos estavam a cada dia mais crentes em Jesus Cristo.
Eles estavam a cada dia aprendendo a depositar [colocar] a sua confiança em Jesus. E, isso era tão óbvio [escancarado] para o apóstolo Paulo que ele qualifica esse crescimento da fé deles com o termo:
v.3 - cresce cada vez mais” [ou sobremaneira] - [ὑπεραυξάνω - hyperauxano]
Um adjetivo formado pela palavra grega hyper (gr. ὑπερ).
É como se Paulo estivesse falando assim: "Olha! A primeira coisa boa que estou vendo em vocês é: que vocês estão ficando ‘hiper crentes’”. A fé de vocês, em Cristo Jesus, cresce dia após dia, “cada vez mais”, “sobremaneira”.
[2º>>]
[A segunda coisa que Paulo via acontecer dentro da igreja, pela qual ele agradecia a Deus, é]:
2. O aumento do amor (v.3): Ele diz no v.3 ainda:
v.3 - “...e o amor que todos vocês têm uns pelos outros vai aumentando...
Na primeira evidência Paulo tinha em mente a relação da igreja com Deus; agora, nessa segunda evidência, ele têm em mente os relacionamentos interpessoais entre os irmãos da igreja de Tessalônica.
Ele diz que os relacionamentos dentro da igreja estavam sendo caracterizados pela presença viva do verdadeiro amor cristão.
Os tessalonicenses estavam aprendendo a viver a vida comunitária:
· auxiliando uns ao outros;
· orientando uns aos outros;
· aconselhando uns aos outros;
· corrigindo uns aos outros;
· aprendendo a serem mais sensíveis as necessidades uns dos outros;
· e se movimentando para atender essas necessidades à medida que elas aconteciam.
O relacionamento deles com Deus era marcado pela fé. O relacionamento deles de uns para com os outros era marcado pelo amor.
[3º>>]
[e a terceira coisa que Paulo via acontecendo na igreja de Tessalônica tem a ver com]:
3. Esperança, firmeza no meio da tribulação [sofrimento, perseguição] (v.4): Olha o que Paulo fala no v.4:
v.4 - “É por isso que nós mesmos nos orgulhamos de vocês nas igrejas de Deus [ou seja: Eu falo bem de vocês nas outras igrejas, vocês são exemplos], por causa da perseverançae da que vocês demonstram em todas as perseguições e tribulações que estão suportando”.
Na relação com o mundo que os perseguia, diz o apóstolo Paulo, eles estavam respondendo com uma esperança que os levava ao encorajamento.
Além do crescimento da fé, além do aumento do amor, outra coisa boa presente na vida da igreja de Tessalônica era a firmeza com que eles estavam enfrentando as tribulações do dia a dia.
Paulo menciona, inclusive, aqui que eles estavam sofrendo perseguições, ao que tudo indica por causa do evangelho; e eles estavam encarando essas adversidades da vida com coragem, mantendo a sobriedade, como aqueles que tem a sua esperança firmada no Senhor Jesus Cristo.
[seguir....]
Meus irmãos, o início do texto, então, nos mostra que quando Paulo orava por essa igreja ele agradecia a Deus por ela. E, ele NÃO fazia isso de forma irrefletida, de forma mecânica; pelo contrário, a gratidão de Paulo era motivada pela contemplação das virtudes que existiam no meio da igreja.
*Quais? Fé, Amor e Esperança.
Quando Paulo olhava pra esta igreja, ele via coisas boas acontecendo no contexto da igreja, e ele agradecia a Deus porque ele via a igreja como o povo onde habita as virtudes do Senhor.
[Porém>>]
2. A IGREJA É O POVO CONSTANTEMENTE CARENTE DA GRAÇA DE DEUS
Mas, a visão que nós temos a respeito da igreja, acompanhado da visão do apóstolo Paulo não pode parar aí.
Porque o texto continua e nos ensina que uma visão adequada da igreja além de considerar que ela é o povo no qual habita as virtudes de Deus, também, deve considerar que ela é o povo constantemente carente da graça de Deus.
De um lado, Paulo olha para a igreja e percebe que ela é o povo onde habita as virtudes do Senhor. Por outro lado Paulo olha para a igreja e ele percebe que ela é o povo constantemente, continuamente, carente da graça de Deus.
[E podemos perceber isso na oração que Paulo pela igreja de Tessalônica]:
E a gente ver isso nesta oração pela igreja de Tessalônica, que está composta de dois elementos:
[1] gratidão;
[2] interseção (vv.11,12). (um pedido que Paulo faz pela vida desta igreja)
E fato de existir esse segundo elemento (interseção) revela muita coisa. Por que revela muita coisa? Porque interceder é pedir! E pedir pressupõe reconhecimento de necessidade, reconhecimento de carência.
Você só pede alguma coisa quando você está convencido de que precisa daquilo que você pede. Portanto, ao interceder/pedir pela igreja de Tessalônica, Paulo está revelando que a igreja, embora seja o povo em que habita as virtudes de Deus, mesmo assim, ainda possui carências, ainda possui deficiências, ainda possui imperfeições; e ela precisa constantemente da graça do Senhor.
E esse entendimento de Paulo não fica apenas implícito na passagem, pelo contrário, fica claro na natureza do pedido que o apóstolo faz pela igreja. Em outras palavras: O que Paulo pedia a Deus pela igreja de Tessalônica?
E para responder essa pergunta, precisamos entender o motivo do pedido de Paulo. E para entendermos o motivo, precisamos entender o pano de fundo.
2.1. O PANO DE FUNDO DA INTERSEÇÃO:
O pano de fundo é um grande parêntese onde Paulo fala sobre a segunda vinda de Jesus Cristo, no vv 5-10. [ler passagem]
Paulo havia mencionado que ele agradecia a Deus pela igreja de Tessalônica, dentre outras coisas pela perseverança desta igreja em meio a tribulações, que envolvia dentre outras coisas perseguições. Aí Paulo faz um grande parêntese sobre a segunda vinda de Cristo....->:
Paulo faz isso por dois motivos:
1. Explicar o papel de tudo o que estava acontecendo, as tribulações que estavam passando. Era pra dizer assim: sabe o que está acontecendo com vocês? Vocês sabem o porquê está acontecendo tudo isso? O porquê estão sendo perseguidos por causa do Evangelho? É para atestar a participação de vocês no Reino de Deus, atestar a relação de vocês com Cristo Jesus. Paulo fala isso no v.5. [LER V.5].
O mundo não quer perseguir a gente, quer perseguir Jesus; mas como não consegue perseguir a Jesus, então, persegue a Sua Igreja.
2. O segundo motivo é que Paulo quer afirmar que tudo isso teria fim, por causa da manifestação futura do juízo de Cristo. Paulo tá falando assim: fiquem tranquilos porque aqueles que perseguem vocês hoje, terão a sua paga quando o juízo de Deus se manifestar sobre a humanidade. Isso é o que Paulo diz a partir do v.6. [LER 6-10]
[>>: vv.11-12]
Então é sobre este contexto [pano de fundo], onde Paulo está falando sobre a segunda vinda de Jesus, quando ele vai julgar a humanidade. Ele descreve o seu pedido a Deus pela igreja de Tessalônica. [LER vv.11-12]
Por isso... – por isso, o quê? O juízo de Deus que vai se manifestar quando Jesus voltar, e todos aqueles que não amam Deus e o Evangelho serão banidos por toda eternidade da presença do Senhor.... [cont. ler versículo]
Em resumo o que Paulo pede nesses dois versículos finais?
vv.11,12:Paulo pede para que Deus (o mesmo Deus que os fez começar a carreira cristã e deu graça de adentrar no Reino) os levasse até o dia final considerando-os dignos do chamado que Ele mesmo havia feito. Essas palavras finais revelam que a oração de Paulo pela igreja de Tessalônica envolvia um clamor por preservação, um clamor por perseverança.
Em outras palavras Paulo está dizendo: "Deus! o Senhor que começou a trabalhar na vida desse povo, leve esse povo guardado pela tua graça e misericórdia até o dia final".
E qual é o pressuposto que está por trás do pedido do apóstolo Paulo? É o reconhecimento de que a igreja traz em si todo o potencial necessário para a apostasia.
Paulo sabia que se Deus não preservasse e guardasse a igreja, ela seria tão alvo do juízo de Deus, quanto seriam aqueles que perseguem o Senhor Jesus Cristo perseguindo a igreja.
Porque, embora, a igreja seja o povo que carrega as virtudes de Deus, também é o povo que carrega um grande potencial para se afastar do seu Senhor. E há dois detalhes aqui que nos ajudam a perceber isso:
Diante disso percebemos duas coisas:
1. (v.11) A dignidade da igreja não é uma qualidade inerente, uma qualidade original ou uma qualidade conquistada. Mas, é uma qualidade atribuída, porque Deus concedeu dignidade por meio da sua graça. Ele diz: que o Senhor leve vocês e que Ele os torne dignos do chamado que fez a eles.
2. (v.12) Paulo se refere a graça de Jesus Cristo como fundamento de seu pedido. Veja o versículo final, ele apresenta duas coisas:
a. A razão pela qual ele pedia isso. Ele queria ver a beleza do plano de Deus se cumprindo e a glória de Deus manifesta na relação entre Ele e a Sua Igreja.
b. E qual era o fundamento deste pedido? Ele diz: Eu peço essas coisas “segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo.
Dessa forma, meus irmãos, quando Paulo orava pela igreja de Tessalônica, além de agradecer por ela, Paulo também intercedia por ela. Ele clamava ao Senhor pela preservação da igreja, porque ele sabia que igreja carrega todo o potencial necessário para se afastar de Deus. E, somente a graça salvadora de Deus manifestada em Cristo Jesus, poderia preservar os crentes da apostasia.
Paulo sabia que a Igreja é formada pelo povo que é constantemente carente da graça de Deus. Paulo tinha uma visão realista e equilibrada da igreja. Ele conseguia ver que habitava virtudes, e, também, carências e imperfeições na igreja.
[?>>]
Mas como Paulo conseguia ter essa visão realista e equilibrada da igreja?
A resposta é simples: Ele tinha Deus e a sua obra redentora como ponto de referência.
Esta era a razão. Quando Paulo olhava para a igreja, não era para a igreja que ele estava olhando. Na verdade, ele estava olhando para aquilo que Deus estava fazendo na igreja, através da sua obra redentora.
As virtudes, então, da igreja não era um resultado natural da pessoas da igreja. Mas era resultado da ação sobrenatural de Deus na vida do seu povo.
E a gente percebe isso no início da oração. É fato que as virtudes eram presentes na vida da igreja, pois:
· Quem era que cria? A igreja de Tessalônica.
· Quem era que amava? A igreja de Tessalônica.
· Quem era que mantinha firme? A igreja de Tessalônica.
Mas não é a igreja de Tessalônica que Paulo agradece. Não é a igreja de Tessalônica que Paulo louva. Paulo louva a Deus. Paulo agradece a Deus, pela vida da igreja.
Então, meus irmãos, se existe uma coisa boa acontecendo na igreja não é por nossa causa. É por causa daquilo que Deus está fazendo entre nós, e em nós. Todas as coisas boas que estão acontecendo no meio da igreja são resultados da ação sobrenatural da graça e da misericórdia de Deus, que atua no nosso meio apesar de toda nossa fragilidade e imperfeições.
Paulo não está olhando para igreja. Paulo está olhando para Deus e para o que ele está fazendo nela e através dela. Paulo olha para aquilo que o nosso Deus e nosso Senhor Jesus Cristo fez por nós.
[APLICAÇÃO]:
1.
2. A fé é um instrumento para a Salvação. Não pertence a nós, é dada por Deus para crermos em Jesus Cristo como Salvador e Senhor:
A fé é um presente de Deus [Ef 2.8], criada por meio dos meios de graça. Por esses meios, Deus também aumenta a nossa fé. Ele amadurece e fortalece a nossa confiança e esperança em Jesus como nosso único Salvador.
A fé não pode ser completada ou melhorada pelo amor; a fé é por si própria suficiente para nos conectar à salvação de Deus. No entanto, a fé cresce em conhecimento, torna-se mais firme diante das perseguições e naturalmente produz boas obras [amor] pelo próximo que necessita delas.
Por meio da fé, uma pessoa é tornada uma nova criação, uma boa árvore que produz cada vez mais bons frutos. O amor aumenta à medida que a fé cresce.
3. O cristão deve ser um exemplo:
Paulo aponta os tessalonicenses como exemplos para outros cristãos da época dele, e, também, da nossa.
Nós, também, devemos ser “imitadores de Deus” [Ef 5.1]. Nós devemos ser um exemplo ao outros naquilo que cremos e naquilo que falamos e fazemos; ou seja, viver em fé e amor.
Dessa forma seremos “pequenos Cristos”. E, com certeza, Cristo deve ser o nosso maior exemplo; e, além disso, Ele é o nosso Salvador. Ele sofreu em nosso lugar, pelo nossos pecados!
4. Tudo o que acontece na Igreja, tudo o que acontece na nossa vida não é o resultado do nosso esforço e trabalho.
Tudo o que acontece na vida da igreja é resultado da obra redentora de Cristo:
· É por causa de Jesus Cristo que existe a fé, para podermos crer nele.
· É por causa de Jesus Cristo que existe a Igreja, porque ela é o seu corpo e ele o cabeça de desse corpo. Por meio dela o nome de Deus, e nome do Senhor Jesus Cristo, é glorificado; é conhecido por todos.
· É por causa de Jesus Cristo que existe salvação. Porque através do seu sacrifício nós somos livres da culpa [Cl 3.14-16].
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