Sem instrução, tudo vira confusão!
1 Tessalonicenses • Sermon • Submitted
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Transcript
1Tessalonicenses 5.19-22
19Não apaguem o Espírito. 20Não tratem com desprezo as profecias, 21mas ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom. 22Afastem-se de toda forma de mal.
INTRODUÇÃO
Nas suas instruções finais, Paulo já falou sobre qual deve ser a atitude dos Tessalonicenses com seus líderes, com os outros crentes e na semana passada vimos Paulo dando instruções práticas, totalmente aplicáveis a vida da Igreja e dos crentes, sobre qual deve ser a atitude deles para com Deus em qualquer situação e agora Paulo fala que eles devem ter discernimento com relação as coisas espirituais.
O conjunto de mandamentos que Paulo dá aos seus leitores tem a ver diretamente com a vida da Igreja no que diz respeito ao Espírito e Seus Dons.
Há nestes versículos cinco “ordens” ou “exortações”que devem ser observadas por seus leitores e que nos dão a direção de como tratar as manifestações dos dons Espírito na Igreja.
Essas manifestações que até hoje para muitos ainda causa extrema confusão porque parece que algumas questões espirituais estão restritas a um grupo específico de crentes e não a todos os crentes.
Por vezes esse é um assunto até proibido e isso causa muita confusão porque, sem instrução, tudo vira confusão.
Se não há ensino Bíblico sobre todos os assuntos que envolvem a vida da igreja e inclusive esse tema, cada um faz o que quer e de acordo com o que pensa ser correto.
Paulo ao invés de ignorar o tema, ou de até mesmo tratar aquilo como um tema proibido naquela igreja, Paulo instrui sobre qual deve ser a atitude daqueles irmãos com relação as manifestações dos dons espirituais na igreja.
DESENVOLVIMENTO
19Não apaguem o Espírito.
O primeiro mandamento é para que eles “não apaguem o Espírito” e aqui Paulo usa a metáfora do Espírito como FOGOcomo vemos por exemplo em Mt3.11; At2.3.
Mt3.11“Eu os batizo com água para arrependimento. Mas depois de mim vem alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de levar as suas sandálias. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo”.
At2.3“E viram o que parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles”.
Parece que havia naquela Igreja uma tendencia de “apagar”as manifestações dos dons do Espírito e por isso Paulo diz aos seus leitores que eles não devem tentar apagar esse fogo.
A ideia é de alguém tentando sufocar uma chama para apagá-la e neste contexto o que Paulo está dizendo é que a Obra do Espírito não deve ser apagada, não deve haver oposição a Obra do Espírito.
E aqui, quando Paulo se refere a Obra do Espírito, ele está se referindo especificamente aos dons do Espírito.
20Não tratem com desprezo as profecias,
Na sequência Paulo cita um dom do Espírito e diz que aqueles irmãos não devem tratar com “desprezo”, eles não devem tratar como se fosse algo totalmente inútil, algo sem importância, as “profecias”e aqui está o segundo mandamento.
Quando pensamos em profecias ou na figura do profeta, parece que estamos falando de alguém que diz aquilo que vai acontecer no futuro, alguma benção, algum livramento ou alguma catástrofe que está por acontecer.
Mas se nós analisarmos bem, vamos ver que essa é uma ideia muito limitada e não parece ser o que Paul tem em mente aqui.
1Co14.3“Mas quem profetiza o faz para edificação, encorajamento e consolação dos homens”.
E aqui podemos ver claramente a figura daquele que anuncia a mensagem de Deus contida em Sua Palavra.
Sabemos que na Igreja em Corinto havia constante manifestação dos dons do Espírito e isso levou aquela igreja para um caminho de soberba de disputa, então, Paulo escreve três capítulos para tratar dessa questão e uma coisa que Paulo enfatiza é que deve ser praticado na igreja, aquilo que edifica a igreja.
Se não for assim, as manifestações dos dons do Espírito servirão apenas para iniciar disputas, para parecer que um é mais espiritual que o outro.
Então, Paulo está dizendo que aqueles irmãos não deveriam “desprezar”as manifestações genuinamente inspiradas pelo Espírito e que edificavam o corpo, a Igreja.
Eles deveriam saber discernir entre aquilo que era de fato uma manifestação do Espírito e o que era apenas alguém querendo aparecer ou desviá-los.
A pergunta que fica é o porquê Paulo dá esse tipo de instrução?
Porque muito provavelmente havia muita manifestação exterior, gente falando que estava agindo pelo Espírito quando na verdade só estavam querendo se aparecer, impressionar os irmãos ou se mostrarem espirituais. Nada muito diferente do que acontece hoje!
22Afastem-se de toda forma de mal.
Por isso Paulo diz havia “toda forma de mal” e aqui “forma” é diferente, por exemplo, do que Paulo falou sobre qual foi a atitude de Cristo.
Fp2.7“mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo (assumindo a forma de escravo), tornando-se semelhante aos homens”.
Aqui, Jesus assumiu a “forma” humana e a ideia é de assumir a “essência” daquilo que expressa ser.
Ao que tudo indica na igreja em Tessalônica, havia pessoas que aparentavam ser espirituais, que apresentavam apenas uma aparência externa e diziam ser a manifestação dos dons do Espírito.
É importante estarmos atentos ao fato de que essas pessoas tinham uma casca, uma aparência de cristãos e o que faziam até parecia ser uma manifestação de um dom do Espírito.
Paulo diz que por trás daquela capa de espiritualidade, o que havia era maldade, perversidade, motivações erradas, por isso os irmãos em Tessalônica devem se “afastar” dessa “forma” de mal e aqui temos mais um mandamento.
21mas ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom.
Paulo já falou para eles não “desprezarem” as profecias e agora diz para eles “se afastarem” de toda “forma de mal”, qual era o ponto de equilíbrio, o que eles deveriam fazer então?
Eles deveriam “pôr a prova” – examinar cuidadosamente – tudo o que estava acontecendo ali na igreja no que se refere as coisas espirituais, as manifestações do espírito e “ficar com o que é bom” – reter, agarrar, grudar firmemente – e aqui Paulo dá as duas últimas ordens.
Essas ordens que Paulo dá, a meu ver, são muito mal interpretadas em nossos dias, Paulo diz pra eles colocarem a prova todas as coisas que estavam acontecendo ali na igreja e ficarem com o que é bom e isso dizia respeito as manifestações dos dons espirituais.
Muitas pessoas em nossos dias utilizam esse versículo para defender a ideia de estar em qualquer meio, por pior que seja e reter o que é bom, partindo desse princípio, dizem que em todas as coisas há algo bom que se pode reter. (Há um princípio ético entre criminosos).
Mas o que Paulo está falando é sobre julgar todas as manifestações dos dons do Espírito que estavam acontecendo ali na igreja e reter aquelas que fossem verdadeiras, o que fosse bom.
Assim, eles não estariam desprezando as manifestações do Espírito e também não estariam sendo levados por toda forma de mal.
CONCLUSÃO
As manifestações do Espírito fazem parte da vida da igreja, afinal é o Espírito quem deve conduzir a Igreja de Cristo, conduzindo cada crente individualmente.
Precisamos ter essa consciência e passar a enxergar os dons do espírito além daquilo que estamos acostumados.
Precisamos entender que tudo o que é para a EDIFICAÇÃO DO CORPO é dado pelo Espírito.
O que ensina, o que prega, o que aconselha, o que limpa, o que cozinha, o que organiza, o que planeja, o que administra, o que oferta, o que intercede, e tudo o mais que é feito para edificação do corpo.
Dom não é para virar espetáculo e nem para gerar adoração de personalidades.
Com a consciência de que todo dom dado pelo Espírito é para a edificação do corpo, tudo aquilo que é feito que não edifica o corpo, não deve ser feito na Igreja.
E como julgamos se determinadas manifestações são realmente do Espírito para edificação do corpo sem cometer o erro de desprezar o que é verdadeiro?
No Novo Testamento, julgamos através da Palavra de Deus, se qualquer manifestação dita do Espírito, foge ao padrão do Novo Testamento, deve ser descartada, se está de acordo com o padrão do Novo Testamento, devemos reter.
Se o louvor vira uma apresentação espetaculosa, que tem o propósito de demonstrar o quanto quem toca e canta são bons, ou se se torna apenas um momento de extravasar, então não edifica, é uma forma de mal.
Se a pregação, a aula, é apenas para mostrar o quanto eu tenho conhecimento, sou versado, culto, e não comunica o evangelho, então também é um tipo de mal.
Por fim, se qualquer coisa que eu faça, em qualquer área da Igreja, for um meio de trazer glória para mim, de me tornar alguém digno de adoração, então deve ser descartado, é uma forma de mal, não está de acordo com os padrões Bíblicos.
Cabe a nós, avaliar nossas motivações, o porquê fazemos tudo o que fazemos na Igreja, a motivação precisa ser Adorar a Deus e assim haverá edificação do corpo.
Também avaliar com olhos espirituais se aquilo que outros fazem tem o propósito de Adorar a Deus e assim edificar o corpo.
Assim, não desprezaremos as manifestações legítimas do Espírito e não seremos levados por manifestações que são apenas uma forma de mal.
Que Deus nos Abençoe e nos dê a capacidade de discernir!