Juízos de Deus sobre o Mundo

Ap.8.1-6

Introdução

Apocalipse é um misto de Adoração com muitíssimo louvor a Deus e ao Cordeiro, de juízos de Deus sobre o mundo e de descrição da vida futura em novos céus e nova terra onde habita a JUSTIÇA de Deus, onde não haverá mais pecado, doença, dor ou morte.

O livro inicia descrevendo de maneira multiforme a santidade e o poder de Jesus Cristo a quem se deve todo louvor e honra de todos os seres; procura atrair as Igrejas para ouvirem o que o Espírito Santo tem para elas; descreve a montagem do cenário para o início do julgamento (7 selos) e fala das cenas de juízos de Deus sobre a terra (7 trombetas - tema de hoje).

O maior objetivo desta mensagem é nos apercebermos do Grande Dia em que Jesus aplicará seus juízos sobre a terra, sobre os que não são filhos de Deus e recolherá a sua Igreja, isto é, os que têm a marca de Deus. Quem tem ouvidos para ouvir, por favor, OUÇA!!!

Desenvolvimento

É interessante notar as coincidências dos acontecimentos em cada evento “selo/trombeta/taça”. Isso nos passa a ideia de que os eventos apocalípticos são potencializados através da replicação dos fenômenos em cada série de eventos. Passa-nos a ideia da importância das ações de Deus sobre o universo, em especial sobre a terra, para realizar o seu juízo sobre um mundo pecador e implantar sua justiça em novos céus e nova terra onde habita a justiça (Ap.21.1; Is.65.17; 2Pe.3.13).

Os juízos que ocorrem com as trombetas nos fazem pensar nas pragas sobre o Egito, registradas no livro do Êxodo. Há, de certa forma, uma semelhança nos acontecimentos, embora não na mesma ordem das pragas do Egito.

Os 6º e o 7º selos têm um propósito em comum – retrata Deus julgando os ímpios.

Os 4 primeiros selos retratam cavalos e seus cavaleiros; o 5º selo revela as almas sob o altar pedindo a Deus que vingue seu sangue; o 6º selo descreve os ímpios convocando as montanhas e rochas para escondê-los da ira de Deus e do Cordeiro; o 7º selo é uma continuação do 6º, mas com um período de silêncio que precede o juízo final. Este silêncio inspira reverência em relação ao juízo de Deus sobre seus inimigos. Deus ouve as orações dos santos e pune os ímpios. Este silêncio pode também ser uma repetição do silêncio quando da formação do mundo – o silêncio do caos que depois deu lugar ao cosmos organizado por Deus. Este silêncio do apocalipse pode ser um tempo em que se assiste o trabalho de Deus por um pequeno espaço de tempo, no qual Ele reorganiza o caos em que o universo mergulhou em decorrência do pecado. Este silêncio abrange JUÍZO e NOVA CRIAÇÃO.

Por todo o livro do apocalipse João contrasta a bem-aventurança dos santos no céu com o horror dos ímpios quando a ira de Deus os atinge.

As 7 trombetas estão distribuídas em 3 capítulos: capítulo 8 apresenta 4 trombetas; o 9 duas e a 7ª só é revelada em Ap.11.15.

O que estas 7 trombetas nos trazem?

1ª trombeta – ao seu toque, o espaço de habitação das pessoas e seu alimento são atingidos. Mas ainda é um juízo parcial. 1/3 da terra destruído.

2ª trombeta – ao seu toque, 1/3 do mar se tornou em sangue com a queda de uma bola de fogo, algo como uma grande montanha que afundou no mar.

Montanhas também correspondem à expressão máxima do poder político que do alto procura mandar e ordenar em todos os povos. Mas a ira de Deus atropelará todas as seguranças deste mundo. Ainda se trata de um “juízo parcial” de Deus sobre a terra.

3ª trombeta – ao seu toque 1/3 dos rios e fontes de água doce foi exterminado, sendo suas águas tornadas amargas. Há um toque sutil que nos remete à ecologia que contempla o sumiço de rios e de fontes à medida que o ser humano exerce suas influências nocivas sobre a natureza.

4ª trombeta – 1/3 do sol/lua/estrelas escureceu.

Com estes 4 flagelos são atingidas a terra, o mar, os rios e os astros celestes. É terrível como a bênção vai abandonando uma região após a outra e como o caos vai se instalando. O sol, a lua e as estrelas – as obras do firmamento – anunciam Deus (Sl.19.1-6; Rm.1.20), mas os homens se afastam dEle e de seus planos para a humanidade. Então, vem o juízo.

Até aqui somente a natureza é atingida. Com as próximas trombetas o alvo será o ser humano.

5ª trombeta – o primeiro “AI” (9.1-12). Abrem-se abismos de onde sai tanta fumaça que escurece o sol e o ar, causando grande mal à humanidade. De repente o quadro muda de fumaça para gafanhotos (igual às imagens da profecia de Joel que compara uma invasão de gafanhotos com um poderoso exército que destrói tudo em seu caminho – Jl.1.2-20). Estes gafanhotos atacam como escorpiões. Seriam, na verdade, um enorme exército de demônios ou de Soldados; não eram gafanhotos porque estas entidades tinham um rei (Abadom/Apoliom - Ap.9.11) e gafanhotos não têm rei (Pv.30.27). Eles não atacarão a erva da terra, nem árvore alguma, mas os seres humanos que não têm a marca de Deus (Ap.9.4. Qual a marca de Deus? - Ef.1.13-14; 2Co.1.22).

Os que não tiverem a “marca de Deus” sofrerão imensamente e nem morrer conseguirão (Ap.9.5-6).

Philberth (físico atômico) diz que esta visão dos gafanhotos trata-se de estruturas subterrâneas modernas de guerra de onde saem potentes e velozes aviões com extraordinário poder de fogo e de destruição sem precedentes.

6ª trombeta – o segundo “AI” (9.13-21). Foram soltos anjos (Ap.9.15. Voz passiva, Deus no comando. Deus está no controle e no comando da história!). Manda 4 anjos liderar 200 milhões de “soldados” - Da boca desses “agentes” saem fogo – fumaça – enxofre – três elementos naturais símbolos da guerra, desolação e destruição.

Trata-se de Deus usando suas armas (Quais seriam as armas que Deus tem usado para nos advertir do grande e terrível dia do juízo, para nos avisar a respeito do dia em que nos encontraremos com Ele e lhe prestaremos contas?)

Deus usa suas armas para advertir os ímpios a se arrependerem (Ap.9.20). Mas multidões se recusam a ouvir a voz de Deus e continuam em seus pecados. Não se arrependem; tudo desaba em ruínas, menos o coração humano; busca incessantemente o descaminho. Não abandonam suas obras. Quais “as obras” que os incrédulos se recusam a abandonar? São ídolos inúteis feitos de ouro, prata, cobre, pedra e madeira (Jr 1.16; 16.19–20; Dn 5.23; Mq 5.13). Nós não adoramos imagens de Buda ou de outros deuses, mas os ídolos das posses materiais, especialmente o dinheiro (Mt 6.24; Lc 16.13).

7ª trombeta – o terceiro “AI” (Ap.11.15-19). É o arrebatamento da Igreja, Cristo estabelecendo seu reinado, julgando os ímpios, recompensando os servos de Deus: os profetas, os santos e os que temem o nome de Deus – pequenos e grandes. Os que destroem a terra receberão a destruição. Ou seja. Julgamento Final. Aqui ocorrerá o revelado por Paulo em 1Ts.4.16-17.

Com a sétima trombeta dá início a fase das 7 taças da ira de Deus – objeto de Ap.16.

Conclusão

As trombetas nos alertam quanto aos juízos de Deus sobre a terra – natureza e seres humanos.

Vamos fechar com 2Pe.3.1-18

(Ler o texto).