As tribulações fazem aumentar a fé e quando a Fé aumenta, aumenta o amor entre os irmãos!
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2Tessalonicenses 1.1-3 – As tribulações fazem aumentar a fé e quando a Fé aumenta, aumenta o amor entre os irmãos!
1Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus nosso Pai e no Senhor Jesus Cristo: 2A vocês, graça e paz da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo. 3Irmãos, devemos sempre dar graças a Deus por vocês; e isso é justo, porque a fé que vocês têm cresce cada vez mais, e muito aumenta o amor de todos vocês uns pelos outros.
INTRODUÇÃO
Hoje daremos início ao estudo da segunda carta do Apóstolo Paulo aos Tessalonicenses.
A autoria de Paulo é confirmada com citações de Justino Mártir e Policarpo e na própria carta 1.1 e 3.17.
A Primeira e a Segunda carta foram escritas em curto espaço de tempo, sendo as duas escritas no ano 51d.C., a Primeira no início do verão de 51d.C. e a Segunda, esta que vamos estudar, no meio do verão do mesmo ano.
Vale lembrar que Paulo está na sua segunda viagem missionária que aconteceu entre os anos 50 e 52d.C, se inicia em At15.40e termina em At18.22.
Em 2Tessalonicenses 2.15 vemos que quando essa carta foi escrita, a primeira carta já havia sido recebida pela Igreja.
2Ts2.15“Portanto, irmãos, permaneçam firmes e apeguem-se às tradições que lhes foram ensinadas, quer de viva voz, quer por carta nossa”.
Os motivos (propósito) pelos quais Paulo escreve a Segunda Carta aos Tessalonicenses são os mesmos que o levaram a escrever a Primeira Carta, mas Paulo também obteve novas notícias sobre a Igreja.
2Ts3.11“Pois ouvimos que alguns de vocês estão ociosos; não trabalham, mas andam se intrometendo na vida alheia”. Cf. 1Ts4.11,12.
A perseguição havia aumentado naquela Igreja e algumas pessoas estavam ensinando que o Dia do Senhor havia chegado e dizendo até mesmo que Paulo havia enviado uma carta afirmando isso.
2Ts2.2“que não se deixem abalar nem alarmar tão facilmente, quer por profecia, quer por palavra, quer por carta supostamente vinda de nós, como se o dia do Senhor já tivesse chegado”.
Alguns estudiosos apontam que a Segunda Carta foi escritaquando Paulo estava em Corinto e o trabalho de Paulo nesta cidade estava começando a atrair oposição.
2Ts3.2“Orem também para que sejamos libertos dos homens perversos e maus, pois a fé não é de todos”.
A mensagem dessa carta é: “Os atuais sofrimentos por Cristo não devem ser encarados em pânico como o derramar da ira de Deus, mas em perseverança, como uma oportunidade de aprovação enquanto ele prepara seu povo para sua vinda como Supremo Juiz da rebelião humana”. COP, F&D NT, p.421.
Hoje nestes primeiros três versículos vamos ver como “As tribulações fazem aumentar nossa fé e quando a fé aumenta, aumenta o amor entre os irmãos”.
DESENVOLVIMENTO
1Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus nosso Pai e no Senhor Jesus Cristo: 2A vocês, graça e paz da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo.
Paulo inicia sua segunda carta aos tessalonicenses novamente se apresentando e apresentando aqueles que eram seus companheiros de viagem, aqueles que certamente sofriam com Paulo, “Silvano ou Silas e Timóteo”.
Como já vimos na introdução à primeira carta, esses irmãos ajudaram a fundar a Igreja em Tessalônica, At17.1-4.
Paulo escreve a “igreja dos tessalonicenses” e aqui Paulo está se referindo à Igreja como o NT se refere, a reunião de indivíduos que foram alcançados por Deus, que foram chamados das trevas para sua maravilhosa luz, conforme 1Pe2.9“Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.
Paulo deixa claro que ambos, Paulo e seus companheiros e os irmãos em Tessalônica, tem o mesmo Deus, por isso ele diz “em Deus nosso Pai”.
É de Deus também que procede a Graça e a Pazque alcançam todos aqueles que Lhe pertencem, ou seja, a Sua Igreja e Paulo afirma isso em sua saudação inicial aos irmãos em Tessalônica.
Paulo deixa claro que não há outra fonte de Graça, que não há outra fonte através da qual possamos desfrutar da verdadeira Paz, a fonte é o próprio Deus e somente aqueles que vivem de acordo com os Seus mandamentos, em submissão à Ele, desfrutam da graça e da paz que procedem Dele.
3Irmãos, devemos sempre dar graças a Deus por vocês; e isso é justo, porque a fé que vocês têm cresce cada vez mais, e muito aumenta o amor de todos vocês uns pelos outros.
É interessante que na Primeira Carta, Paulo já afirmou que “sempre dava graças a Deus por todos eles”1Ts1.2a.
Aqui, porém, Paulo fala de sua obrigação contínua “devemos sempre” de “dar graças a Deus por eles”, a ideia aqui é de alguém que tem uma dívida.
E esse sentimento de ter uma dívida que Paulo carrega é em relação àquilo que Deus tem feito na vida daqueles irmãos.
Paulo diz que isso é “justo” e aqui não há a ideia de justiça própria ou mérito, essa ideia está totalmente descartada com base em tudo o que vemos no NT, Paulo está falando que é algo “apropriado”.
Paulo se sente na obrigação de “sempre dar graças a Deus” por aqueles irmãos, porque era notório que a Fé que eles têm estava crescendo.
Para Paulo, fé não é primariamente uma disposição, mas uma aceitação da mensagem relacionada com uma confissão[1].
Rm10.9“Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo”.
É claro que quando olhamos para o que Paulo diz em Efésios, vemos que essa fé não nasce em nós, mas nos é dada como um dom de Deus.
Ef.2.8“Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus”.
Paulo está dizendo que essa Fé que é a aceitação da mensagem do Evangelho que leva a confissão e nos é dada como um dom por Deus estava “crescendo cada vez mais” na vida daqueles irmãos.
E qual era a EVIDÊNCIA desse crescimento? O aumento do amor uns pelos outros, “e muito aumenta o amor de todos vocês uns pelos outros”.
Jesus resumiu toda a Lei em “Amar a Deus e Amar ao Próximo” em Mateus22.34-39!
Quando Jesus resume a Lei dessa forma, Ele não está dizendo que aquilo que foi dado por Deus a Moisés se torna inválido, o que Jesus está fazendo é mostrar que é a isso que os dez mandamentos se referem.
Em Êxodo 20.1-17, vemos quatro mandamentos sobre o relacionamento do homem com Deus e seis mandamentos sobre o relacionamento do homem com o homem.
Quando no NT, Jesus fala do amor a Deus, Ele está falando de um amor exclusivo e incondicional, “não ter outros deuses”, “não fazer nenhum ídolo, nenhuma imagem”, “não tomar o nome de Deus em vão”, “lembrar que existe um dia específico que deveria ser dedicado exclusivamente ao Senhor”.
Mt6.24“Ninguém pode servir a dois senhores; pois, odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”.
Quando Jesus fala do amor ao próximo, Ele está falando de amar aqueles que nos amam, mas também sobre amar além daqueles que nos agradam e que fazem parte da “nossa turma”, “honrar pai e mãe”, “não matar”, “não adulterar”, “não furtar”, “não dar falso testemunho”, “não cobiçar”, diz respeito a amar aos nossos inimigos.
Mt5.43,44“Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo’. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem”.
Jesus deixa claro que nossa relação de amor a Deus está intimamente ligada com nossa relação de amor ao próximo, como Jesus ensinou por exemplo na parábola do bom samaritano Lc10.29,30.
Esse amor é uma marca daqueles que foram alcançados por Deus e vivem de acordo com os mandamentos de Jesus, apenas sendo alcançados pela Graça podemos sair dos limites de amar apenas quem nos ama.
A Graça nos permite demonstrar um amor sacrificial, que não está ligado ao benefício que posso receber por amar determinada pessoa.
E Paulo está dizendo que aqueles irmãos em Tessalônica entenderam isso e o amor deles uns pelos outros está aumentando e isso é evidência de que o amor a Deus também está aumentando em cada um deles individualmente, por isso Paulo diz que a fé que eles têm cresce cada vez mais.
Quando temos uma fé verdadeira, ela é vista na forma como vivemos como comunidade, ao passo em que a Fé aumenta, aumenta nosso testemunho, as pessoas que nos cercam desfrutam disso, e era isso que Paulo via nos crentes Tessalonicenses, uma fé verdadeira, que crescia e era vista no amor que demonstravam uns pelos outros.
CONCLUSÃO
Embora a maioria das pessoas declarem que são filhos de Deus, apenas aqueles que se submetem ao seu senhorio, desfrutam da posição de filhos.
Portanto, se você quer desfrutar da benção de ser um filho de Deus, assuma um compromisso verdadeiro com Jesus, não seja apenas alguém que conhece superficialmente, que acompanha de longe, só como expectador, assuma um compromisso verdadeiro com Jesus, se torne um discípulo!
Se você já tomou essa decisão, saiba que a Fé que nos foi dada como um dom por Deus, precisa ser vista na maneira como vivemos.
É certo que Paulo está falando sobre a conduta deles entre eles, os crentes da igreja em Tessalônica.
Mas não podemos negligenciar o fato de que as pessoas que estão à nossa volta, muito além das paredes do templo, precisam desfrutar dos efeitos de termos sido alcançados por Cristo!
Aqueles que são parte do Corpo de Cristo, a Igreja e aqueles que ainda não assumiram um compromisso verdadeiro com Cristo, ambos precisam perceber através da forma como vivemos, que de fato fomos alcançados por Cristo!
Ao passo em que nossa Fé aumenta, nossa conduta e tudo o que somos, demonstra o quão mais parecidos com Cristo nos tornamos a cada dia.
Assim, nós damos sempre graças a Deus por proporcionar que cresçamos cada dia mais e a cada dia sejamos mais parecidos com Ele.
Damos graças porque ao passo em que nossa fé aumenta, cada crente individualmente, faz a diferença em casa, na Igreja, no condomínio, na vizinhança, no trabalho, na escola ou faculdade, onde quer que estiver!
Ao passo em que a Fé aumenta, aumenta também o amor que demonstramos uns para com os outros e para com todos!
Que Deus nos abençoe!
[1] Bultmann, R., & Weiser, A. (2013). pisteúō, pístis, pistós, pistóō, ápistos, apistéō, apistía, oligópistos, oligopistía. G. Kittel, G. Friedrich, & G. W. Bromiley (Orgs.), A. T. Filho, J. A. dos Santos, P. S. Gomes, & T. P. Gomes (Trads.), Dicionário Teológico do Novo Testamento (1a edição, Vol. 2, p. 213). São Paulo: Editora Cultura Cristã.