Um Deus que Pai

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Introdução

Neste e no próximo domingo pensaremos juntos sobre a paternidade perfeita de Deus e sobre o desafio de ser pai em nossos dias. Numa verdadeira excursão pelas Escrituras descobriremos um Deus que é pai e veremos o que é ser um pai como Deus.
Hoje, nossa jornada começa com três histórias terríveis de homens desorientados quanto ao seu papel neste mundo. Exemplos extremos do cenário de confusão sobre as funções e as responsabilidades que competem aos homens.
Depois vamos ver que Deus se revelou com pai tanto no Novo Testamento quanto no Antigo Testamento.
Em seguida vamos olhar de perto as rotas de fuga que levam muitas pessoas para longe do Deus que é pai.
E por fim vamos apresentar o caminho para conhecer e reconhecer Deus como pai.

Homens desorientados

Vejamos as histórias desse homens desorientados.
Um pai esfaqueou e matou o filho de seis anos e feriu a filha, de quatro, no município de Guaraciama. O crime teria sido motivado pelo ciúmes que Godinho sentia pela companheira, de quem estava separado há cerca de 15 dias.
Embriagado, ele tentou agredi-la, mas a mulher conseguiu fugir. Em seguida, Godinho foi à casa dela e desferiu uma facada no peito filho, prestes a completar seis anos. O menino morreu na hora. Sua irmã, também foi atingida na parte esquerda do tórax. Diário de Pernambuco
O técnico ucraniano Mykhaylo Zubkov pode ser expulso dos quadros da Fina (Federação Internacional de Natação) após ser flagrado agredindo a sua filha Kateryna Zubkova durante o Mundial de Esportes Aquáticos, em Melbourne.
Zubkov havia se irritado com o desempenho da filha na competição. Após a prova, ele partiu para a agressão e as câmeras registraram o fato. Portalmonte.com
O Conselho Tutelar de Capão Alto, na Serra catarinense, denunciou à polícia a gravidez de uma menina de 13 anos, estuprada há 11 meses pelo pai. A menina e a mãe foram retiradas do convívio do homem.
Intimado, o pai, um lavrador de 33 anos, não compareceu à delegacia. A polícia pediu a prisão preventiva dele. Na família do acusado existe um histórico de crimes semelhantes. Jornal A Notícia
Como dizer a essas famílias que Deus é pai?
Essas histórias mostram homens que se tornaram a pior versão de si mesmos. Eles esqueceram (ou nunca souberam) o significado de palavras como honradez, respeito, cuidado, sacrifício, dedicação, doação e domínio próprio.
Homens sanguinários que conhecem apenas a linguagem da violência para expressar seus sentimentos. Homens desesperados, irresponsáveis, inseguros, inquietos e ansiosos.
Homens que receberam o dom de gerar filhos, mas não têm ideia de quais são as responsabilidades da paternidade e nem de como exercê-las.

Deus é pai no AT

Exemplos terríveis como esses não são uma novidade na história da humanidade. Por outro lado, desde o Gênesis a Bíblia nos apresenta a paternidade sadia de Deus, marcada pela provisão, proteção e orientação. Um Deus que interfere na história oferecendo sustento, guarida e direção, afim de que a humanidade encontre a plenitude para a qual foi criada.
Assim, a figura de Deus como um pai está presente desde o Antigo Testamento. Vejamos um pouco disso nas falas de Davi, Jeremias e Isaías

DAVI, o rei.

Certa vez, em um momento de adoração pública, diante de todo povo de Israel, o rei Davi falou assim:
1Crônicas 29.10 (NVI)
10 Davi louvou o Senhor na presença de toda a assembléia, dizendo: “Bendito sejas, ó Senhor, Deus de Israel, nosso pai, de eternidade a eternidade.

JEREMIAS, o profeta

O profeta Jeremias reclamou que o povo de Israel em vez de chamar de pai ao Deus Criador de todas as coisas estava dando esse título às suas imagens de escultura.
Jeremiah 2:27 NVI
27 Pois dizem à madeira: ‘Você é meu pai’ e à pedra: ‘Você me deu à luz’. Voltaram para mim as costas e não o rosto, mas na hora da adversidade dizem: ‘Vem salvar-nos!’

ISAÍAS, o profeta

Mas, talvez seja o profeta Isaías aquele que mais abertamente compara a atuação de Deus em nossa história à figura de um pai.
Isaiah 63:16 NVI
16 Entretanto, tu és o nosso Pai. Abraão não nos conhece e Israel nos ignora; tu, Senhor, és o nosso Pai, e desde a antigüidade te chamas nosso Redentor.
Séculos depois de Davi e dos profetas, Jesus retomou e ampliou a imagem de Deus como pai. Os evangelhos apresentam Jesus em constante diálogo com Deus, e sempre o tratando como pai. Vejamos alguns textos.

Um pai acessível

Ao ensinar os discípulo a orar ele nos apresentou um pai acessível
Matthew 6:9 NVI
9 Vocês, orem assim: “Pai nosso, que estás nos céus! Santificado seja o teu nome.

Um pai confiável

No jardim chamado Getsemani, angustiado e em sofrimento emocional, Jesus revelou um pai confiável.
Matthew 26:39 NVI
39 Indo um pouco mais adiante, prostrou-se com o rosto em terra e orou: “Meu Pai, se for possível, afasta de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas sim como tu queres”.

Um pai presente

Na cruz vimos um pai que nunca abandona, mesmo quando parece que fomos abandonados.
Luke 23:46 NVI
46 Jesus bradou em alta voz: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”. Tendo dito isso, expirou.
A revelação que a vida de Jesus trouxe sobre a paternidade de Deus foi tão marcante que seus discípulos abraçaram o mesmo entendimento. O apóstolo Paulo, inclusive, adotou uma saudação em suas cartas que confirma essa percepção de Deus como pai:
Romans 1:7 NVI
7 A todos os que em Roma são amados de Deus e chamados para serem santos: A vocês, graça e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.
É claro que Deus não é humano; ele não tem sexo. É claro que Ele criou homens e mulheres para expressarem conjuntamente sua imagem e semelhança. Portanto Deus não está sujeito às condições de gênero como nós. Mas isso não anula o fato de que ao se comparar a um pai Ele deseja ensinar coisas importante sobre o seu caráter.
Portanto, seja no Antigo ou no Novo Testamento, temos muito a aprender de Deus, que se revela e é percebido como Pai.

O Conflito

Veja que situação! De um lado a Bíblia inteira nos apresenta Deus como um pai acessível, relacional, confiável e presente, um pai amoroso que cuida de nós; mas a realidade dos pais desajustados ao nosso redor parecem jogar um balde de água fria em tudo isso e nos fazer ficar inseguros sobre que tipo de pai Deus de fato é.
Isso certamente impulsiona várias pessoas a se afastarem de Deus. Quero apresentar três rotas de fuga usadas por várias pessoas que se sentem inseguras sobre que tipo de pai Deus é.

A sensibilidade

Algumas dessas pessoas ficam temerosos em se aproximar de como um pai porque vêem os pais como intolerantes e insensíveis. Assim, acabam tomando uma rota de fuga e procuram refúgio na pretensa sensibilidade das divindades femininas. Isso aconteceu entre os gregos, romanos, nórdicos, egípcios, celtas e sumérios.
Também entre os cristãos há aqueles que desistiram de um relacionamento real com Deus Pai e optaram, por exemplo, por um relacionamento impossível com Maria. Digo impossível, porque aquela abençoada serva do Senhor não pode ouvir nem considerar a angústia dos filhos de Deus.
Ela não pode ouvir-nos, porque não é onipresente nem onisciente; não pode interferir diante de Deus, porque Jesus é o único mediador entre Deus e os homens; além disso o acesso a Cristo não passa por ela, pois é franco pela ação do Espírito.
Essa busca pelo feminino é a primeira das três rotas de fuga que levam para longe do Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, mas essa fuga não precisa acontecer. Não é porque Deus é comparado a um pai que ele se torna insensível, muito ao contrário. Se você se deixar amar pelo Deus da Bíblia vai fazer a mesma descoberta que o apóstolo Paulo fez:
Romans 8:38–39 NAA
38 Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, 39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.

A impessoal

A segunda rota de fuga que leva para longe de um Deus que é pai é aquela que leva a criar para si um Deus impessoal, sem opinião ou vontade própria. Talvez o motor sejam o medo de a vontade de Deus não seja lá tão boa.
Várias religiões despersonalizam Deus. Os panteístas, por exemplo, não fazem distinção entre a criação e o criador. Para eles o divino é experimentado numa união impessoal, coletiva e mística com a natureza. Ele têm uma pegada ecológica que agrada muitas pessoas e por isso filmes, novelas e séries estão cheio de panteísmo.
Essa é um rota de fuga muito apreciada, porque ela dá a impressão de que é possível evitar o constrangimento de Deus que tem opiniões sobre a gente. Mas, quando estamos falando do Deus Criador dos céus e da terra, a rota da impessoalidade acaba em um beco sem saída, pelo menos por três razões.

1. O Deus da Bíblia não se confunde com sua criação

Ele é o Criador de tudo que há e não precisa justificar seu poder e sua autoridade, que são sempre exercidos em amor.
Isaiah 45:12 NTLH
12 Fui eu que fiz a terra e criei os seres humanos para morarem nela. Com as minhas próprias mãos, estendi o céu e ordenei que o sol, a lua e as estrelas aparecessem.

2. O Deus da Bíblia tem valores éticos e morais

O Deus da Bíblia não é amoral como as plantas, as pedras e o riacho. Ele tem valores éticos conceitos sobre certo e errado que podem ser contrariados através do jeito que vivemos.
Proverbs 14:31 NVI
31 Oprimir o pobre é ultrajar o seu Criador, mas tratar com bondade o necessitado é honrar a Deus.

3. O Deus da Bíblia é compassivo

O Deus da Bíblia não é impassível como as montanhas, o céus e o mar, mas cheio de compaixão por aqueles que estão cansado e sem ânimo para viver.
Isaiah 40:28–29 NVI
28 Será que você não sabe? Nunca ouviu falar? O Senhor é o Deus eterno, o Criador de toda a terra. Ele não se cansa nem fica exausto; sua sabedoria é insondável. 29 Ele fortalece o cansado e dá grande vigor ao que está sem forças.

O utilitarismo

Vimos dois caminhos de fuga que levam para longe de Deus: (1) acusar Deus de insensível e (2) esvaziá-lo de sua personalidade. O terceiro caminho é transformar o Deus que é Pai em um deus que é servo.
Este terceiro caminho de fuga continua marcado pela confusão entre a paternidade adoecida dos homens e a paternidade sadia de Deus: Se Deus é pai, ele não deveria dar o que pedimos? Porque então eu continuo pedindo sem ser atendido?
Ora, a resposta para essa pergunta exige diálogo. Mas será que temos coragem conversar com Deus sobre porque nossa vida está do jeito que está?
Entre a frustração de não ser atendido e o desafio de dialogar com Deus, uma saída comum é diminuir Deus e tratá-lo como se fosse submisso aos nossos desejos: uma espécie de gênio da lâmpada, um deus-mago que não interage, um pai que sempre faz as nossas vontades.
Mas o Deus é diferente. Ele não é mesquinho sobre nossas necessidades; nem volúvel para seduzir com presentes. Ele tem prazer em nos abençoar; mas o Senhor não abre mão de desenvolver conosco um relacionamento livre e maduro.
O Senhor não usa as pessoas nem se deixa usar. Ao invés disso, Deus propõe um relacionamento de amizade conosco: ele é um pai que deseja ser também amigo, como foi de Abraão.
Veja como Jesus explica isso aos seus discípulos esse delicado relacionamento:
John 15:5 NVI
5 “Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.
John 15:15 NVI
15 Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu lhes tornei conhecido.
Assim completamos os três caminhos de fuga: acusar Deus de insensível, destituir Deus de sua personalidade e tratar Deus como um gênio da lâmpada. Esse três são caminhos de morte, porque nos lançam para longe do Pai, que é, ele mesmo, a vida. Existiria, então um caminho de vida, que nos leve a conhecer o Pai e a confiar no seu amor por nós?

O Caminho para o Pai

Como chegaremos a Deus? Há alguém que conheça a Deus e seja capaz de revelá-lo a nós? O que podemos esperar podemos esperar de Deus como Pai? Muitas perguntas nesta parte final.
Pelas Escrituras sabemos que apenas Jesus Cristo, o Filho, conhece realmente o Pai. Por isso, se queremos um relacionamento de pai e filho com o Senhor, precisamos olhar para Jesus e pedir a Ele que nos revele o Pai.
Matthew 11:27 NVI
27 “Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém conhece o Filho a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai a não ser o Filho e aqueles a quem o Filho o quiser revelar.
Na verdade foi exatamente isso que Tomé fez. Pediu a Jesus que lhes revelasse o Pai. Veja o texto.
John 14:6–11 NVI
6 Respondeu Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim. 7 Se vocês realmente me conhecessem, conheceriamc também o meu Pai. Já agora vocês o conhecem e o têm visto”. 8 Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta”. 9 Jesus respondeu: “Você não me conhece, Filipe, mesmo depois de eu ter estado com vocês durante tanto tempo? Quem me vê, vê o Pai. Como você pode dizer: ‘Mostra-nos o Pai’? 10 Você não crê que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu lhes digo não são apenas minhas. Ao contrário, o Pai, que vive em mim, está realizando a sua obra. 11 Creiam em mim quando digo que estou no Pai e que o Pai está em mim; ou pelo menos creiam por causa das mesmas obras.
Que diálogo maravilhoso! Que revelação tremenda feita por Jesus: o Pai revelou-se a nós em Cristo. O seu caráter, sua maneira de relacionar-se conosco estão espelhadas na vida de Jesus e no seu relacionamento com o Pai.
Alguns de nós nunca experimentamos um relacionamento sequer razoável com o próprio pai; além de não serem muitos os exemplos de pais que cumpriram bem seu papel. Isso dificulta as coisas em nosso relacionamento com Deus.
Mas, há alguém que experimentou em toda sua vida um relacionamento perfeito como o Pai: Jesus Cristo. Por isso Ele é o caminho para o Pai, e por isso podemos aprender com ele não só a nos relacionarmos com o Pai, mas também como a sermos pais que amam em todo o tempo, como é o Senhor.
John 14:6 NVI
6 Respondeu Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.
Se você pegou um rota de fuga qualquer e tem andado longe do Pai, hoje é dia de dar um passo de fé no caminho de volta para Ele, e isso só pode ser feito através de Jesus, porque ele é o caminho.
No próximo domingo vamos aprender sobre como ser um pai como Deus olhando para o relacionamento entre Deus e seu filho Jesus Cristo. Você não pode deixar de participar e convidar outra pessoas a fazer o mesmo.
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