A Sublimidade da Palavra de Deus

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A Sublimidade da Palavra de Deus é a base para o convite de louvor devido ao Seu nome.

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A Sublimidade da Palavra de Deus

Salmo 29 RAStr
1 Tributai ao Senhor, filhos de Deus, tributai ao Senhor glória e força. 2 Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome, adorai o Senhor na beleza da santidade. 3 Ouve-se a voz do Senhor sobre as águas; troveja o Deus da glória; o Senhor está sobre as muitas águas. 4 A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade. 5 A voz do Senhor quebra os cedros; sim, o Senhor despedaça os cedros do Líbano. 6 Ele os faz saltar como um bezerro; o Líbano e o Siriom, como bois selvagens. 7 A voz do Senhor despede chamas de fogo. 8 A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de Cades. 9 A voz do Senhor faz dar cria às corças e desnuda os bosques; e no seu templo tudo diz: Glória! 10 O Senhor preside aos dilúvios; como rei, o Senhor presidirá para sempre. 11 O Senhor dá força ao seu povo, o Senhor abençoa com paz ao seu povo.
O Salmo 29 é um salmo davídico que é um poderoso cântico de vitória e de exaltação ao poder da Pessoa, da Palavra e dos Propósitos do Senhor.
Tem-se salientado que este salmo contém certas similaridades com a poesia de fontes cananitas.
Harman diz que "poderia ser um salmo polêmico dirigido contra as nações pagãs dos cananeus e, em particular, uma negação do lugar de Baal no mundo da natureza. O Senhor é o poderoso Criador que tem todas as fontes da natureza sob seu controle". Harman, A. (2011). Salmos. (V. G. Martins, Trad.) (1a edição, p. 147). São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.
Harman também diz que "Uma tradição judaica, anterior a 250 a.C., associava este salmo com a Festa dos Tabernáculos" (Harman, p. 147).
O Salmo pode ser facilmente dividido em três partes:
I) Convocação ao Louvor (Sl 29.1,2)
Tributai ao Senhor, esse é o apelo do salmista. Não há dúvidas de que o salmo tem como propósito levar todos a culturaem e reverenciarem a Deus.
Deus não precisa de nada, não é servido por mãos humanas como se precisasse de algo, mas existe algo que deve ser dado a Ele.
A quem?
"ao Senhor"
Salmos 1. Convocação ao Louvor (vs. 1,2)

A convocação inicial é para que a glória e a força do Senhor sejam reconhecidas. A palavra “força” é amiúde associada com vitória em batalhas, como o é a referência ao nome do Senhor (ver, p.ex., Êx 15.3)

Por quem?
"filhos de Deus"/ "seres celestiais"/ "filhos dos poderosos".
Harman acredita que "Os destinatários mais provavelmente são os anjos, de modo que o orador solicita à hoste angelical a juntar-se no louvor do Senhor" (p.147). John MacArthur também entende que, provavelmente, se refere aos poderosos anjos de Deus.
Calvino, por sua vez, entende que se trata de todos os homens, dos mais nobres aos mais vis. Ele traduz "filhos de Deus" por "filhos dos poderosos". Para ele, o propósito do salmo, inclusive, é de humilhar todos os homens diante de Deus, infundindo o terror nos soberbos, os quais são sempre relutantes a render-se a Deus.

Davi, porém, apenas tencionava humilhar os príncipes deste mundo que, intoxicados de soberba, exaltavam suas coroas contra Deus. Esta, conseqüentemente, é a razão por que ele introduz Deus com uma voz terrificante subjugando esses gigantes empedernidos e obstinados com trovões, granizos, tempestades e relâmpagos, os quais, se não forem abalados com terror, se recusarão a temer a qualquer poder celestial.

Por que?
"devido ao Seu nome"

desviando-se de outros, ele dirige seu discurso particularmente aos filhos dos poderosos. A razão é que não lhes há nada mais comum do que abusarem de sua extraordinária condição pela prática de feitos ímpios, enquanto que desvairadamente arrogam para si toda prerrogativa divina. Pelo menos para que se submetam humildemente a Deus e, cônscios de sua fragilidade, coloquem sua dependência na graça divina, é necessário, por assim dizer, compeli-los pela força. Davi, pois, ordena-lhes que tributem força a Jehovah, porque, iludidos por suas traiçoeiras imaginações, acreditam que o poder que possuem lhes é comunicado por alguma outra fonte além do céu. Em suma, ele os exorta a renunciarem sua arrogância e sua enganosa opinião acerca de sua própria força, e por fim a glorificarem a Deus como ele merece. Por a glória do nome de Deus [v. 2] ele quer dizer aquilo que é digno da majestade divina, da qual os grandes deste mundo costumam privá-lo. A repetição também demonstra que devem ser veementemente convencidos do erro a um conveniente reconhecimento de que precisam ser arrebatados dele.

Como?
"na beleza da santidade"/ "na beleza do seu santuário" / "na beleza da sua santidade"
Salmos 1. Convocação ao Louvor (vs. 1,2)

A frase final do versículo 2 poderia referir-se à maneira como o Senhor era adorado (como na versão NIV), ou poderia referir-se à indumentária que os servos usavam. Alguns comentaristas têm sugerido que a referência é à indumentária que os sacerdotes usavam em ocasiões especiais.

Calvino entende que se trata do próprio santuário de Deus, no caso, o tabernáculo do concerto.
Na beleza(resplendor) do seu santuário (local onde deveria ser adorado), respeitando, assim, o princípio regulador do culto - não adorar de qualquer maneira.

o profeta intencionalmente faz menção desse lugar, no qual o Deus verdadeiro se manifestara, para que todos os homens, dizendo adeus à superstição, adotem aquele culto puro devido a Deus. Não seria suficiente cultuar algum poder celestial, mas o único e imutável Deus a quem se deve unicamente adorar, o que não pode se dar enquanto o mundo não descobrir todas as tolas invenções e serviços forjados pelo cérebro humano.

Na beleza da santidade - pode-se referir à forma como se adora a Deus, tanto por meio da idrumentária interna quanto externa. Tanto os sacerdotes quanto os adoradores deveriam se santificar tanto internamente quanto no seu exterior.
Na beleza da Sua santidade - aponta mais uma vez para o motivo pelo qual Deus é digno de adoração, Ele é Santo.
II) Exaltação da Poderosa Voz (Palavra) de Deus (Sl 29.3-9)
Esse trecho apresenta uma "tremenda teofania que descreve movimentos dramáticos nas poderosas manifestações do Senhor, que serve para estabelecer sua supremacia como o único Deus verdadeiro em comparração aos assim chamados deuses das nações pagãs vizinhas de Israel" (MacArthur, p.700).
Por sete vezes a "voz do Senhor" é mencionada nesta seção central do salmo. Ela é o ponto focal! Parece que o objetivo é relatar os prodígios de Deus sobre a natureza, celebrando tanto o seu poder quanto a sua bondade. Ao enfatizar o poder de Deus na natureza, Davi demonstra que não só o mundo fora inicialmente criado por ele e é governado pelo Seu poder, mas também tem a capacidade de despertar os entorpecidos e arrastá-os de forma consciente e humildemente a adorar o único dígno de louvor.
No Salmo 19.1 vemos a natureza anunciando as obras das mãos de Deus. Todos os homens podem e reconhecem o criador na criação, até mesmo aqueles que se dizem ateu.
Meu avô, ateu professo, no final de sua vida escreveu um verso, que guardo na minha carteira, que diz:
A voz do Senhor é ouvida sobre as águas (Sl 29.3a)
Troveja o Deus da glória.
"o salmista usa a linguagem de tempestade para referir-se ao poder e a glória de Deus. Ele reina supremamente acima de todas as poderosas águas, e ele fala como se fosse o estampido de um trovão" (v.3)
Nas Escrituras é comum vermos a voz de Deus sendo associada ao trovão (cf., p.ex., 1Sm 7.10; Jó 37.4-5; Sl 18.13; Is 30.30-31).

aqui o profeta menciona aqueles sons que nos despertam de nossa modorra, ou, melhor, de nossa letargia pelo estrondo de seu ruído. Já dissemos que essa linguagem é primordialmente dirigida aos que, com empedernida obstinação, lançam de si, o máximo que podem, todo pensamento de Deus.

É possível que a referência que se faz no v.10 que "o Senhor preside aos dilúvios" possa se referir ao dilúvio universal de Gn 6-8 (cf. MacArthur, p.700). Algumas versões antigas trazem esse entendimento:

Diz a Caldaica: “Deus, na geração do dilúvio, assentou-se em juízo.” A Septuaginta traz: “Deus fará o dilúvio ser habitado”, ou “fará o mundo habitável depois dele”; a Siríaca: “Deus retirou o dilúvio”; e a Árabe: “Deus restringiu o dilúvio.” Ainsworth tem: “Jehovah se assentou no dilúvio”, e o explica como sendo o “dilúvio de Noé”.

Mesmo concordando em parte que possa se referir ao dilúvio, testificando, assim, em todas as eras que Deus é o juíz da humanidade. Penso, como Calvino, que a ideia do autor é a de dar "seguimento ao primeiro tema, conscientizando-nos de que aqueles dilúvios, que ainda ameaçam de destruição a terra, são controlados pela providência divina, de tal maneira, que põe em relevo que é tão-somente ele quem governa todas as coisas em todos os tempos. Davi, pois, menciona esta entre as provas do poder de Deus, que mesmo quando os elementos parecem misturados e confundidos pela fúria máxima da atmosfera, Deus controla e modera tais comoções, de seu próprio trono celestial. Conseqüentemente acrescenta, à guisa de explicação: Deus se assenta como Rei sempre e eternamente". Calvino, J. (2009–2012). Salmos. (F. Ferreira, T. J. Santos Filho, & F. W. Ferreira, Orgs., V. G. Martins, Trad.) (Primeira Edição, Vol. 1, p. 559). São José dos Campos, SP: Editora Fiel.
A voz do Senhor é poderosa (Sl 29.4a)
Deus fala e as coisas acontecem. Pelo poder da Sua palavra o mundo foi criado e pelo poder da Sua palavra ele é sustentado.
A voz do Senhor está sempre ligado ao Verbo de Deus que é Jesus, poderoso em obras e em palavras. Quando ele fala, até os mortos se levantam.
Lemos que por meio de Cristo, o Verbo de Deus, tudo o que foi feito se fez (Jo 1.1-3).
Hebreus 1.1–3 RAStr
1 Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas,2 nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.3 Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas,
A voz do Senhor é cheia de majestade (Sl 29.4b)
A voz do Senhor quebra os cedros (Sl 29.5)
O Senhor despedaça os cedros do Líbano.
O Senhor faz o Líbano e o Siriom, como bois selvagens.
Salmos 2. A Poderosa Voz do Senhor (vs. 3–9)

É interessante a referência ao Líbano, uma vez que ele marcava a fronteira com o território cananita ao norte (vs. 4,5). Os cedros do Líbano eram bem conhecidos, e representavam a força do próprio Líbano. Eles, porém, podiam ser dispersos pela majestosa voz do Senhor. Quando ele ordenava, eles se partiam em pedaços.

Agora, o próprio Líbano e a vizinhança do Siriom entram diretamente no quadro (vs. 6,7). “Siriom” é o Monte Hermom (ver Dt 3.9), e aqui ele é usado como basicamente sinônimo de Líbano. A voz de Deus faz essas grandes montanhas saltarem como animais novos, pois o Criador tem poder sobre sua criação. Talvez esteja em vista um terremoto.

Calvino diz:

Vemos como o profeta, a fim de subjugar a obstinação dos homens, mostra, por meio de cada termo, quão terrível é Deus. Tudo indica que ele também repreende, de passagem, a demência dos soberbos e daqueles que se intumescem com vã presunção, porque não dão ouvidos à voz de Deus em seus trovões, enchendo a atmosfera com seus relâmpagos, sacudindo as montanhas altaneiras, lançando por terra e destruindo as árvores mais altas. Que coisa monstruosa é que, enquanto que toda a porção irracional da criação treme diante de Deus, só os homens, dotados de senso e razão, não se comovem! Além do mais, ainda que possuam talento e erudição, empregam os encantamentos para fecharem seus ouvidos contra a voz de Deus, por mais poderosa seja ela, a fim de que não alcance seus corações.

A voz do Senhor despede chamas de fogo (Sl 29.7)
A Sua Palavra também queima os corações e purifica os homens, santificando-os (Jo 17.17; Lc 24.32)
A voz do Senhor faz tremer o deserto (Sl 29.8)
O Senhor faz tremer o deserto de Cades.
A voz do Senhor faz dar cria às corças (Sl 29.9)

Pior que irracional, é monstruoso imaginar que os homens não se deixem comover pela voz de Deus, quando ela exerce tal poder e influência sobre as bestas selvagens. Aliás, é vil ingratidão não perceberem os homens sua providência e governo em todo o curso da natureza; é uma detestável insensibilidade, porém, que pelo menos suas obras incomuns e extraordinárias, as quais compelem até mesmo as bestas selvagens a obedecê-lo, não lhes ensinem a sabedoria. Alguns intérpretes pensam que as corças são mencionadas, e não outros animais selvagens, em virtude de sua dificuldade em darem à luz seus filhotes; o que não desaprovo.

A voz do Senhor desnuda os bosques (Sl 29.9)

seja porque não haja cobertura que a impeça de penetrar os mais secretos recessos das cavernas, ou porque os relâmpagos, chuvas e ventos tempestuosos derrubam as folhas, deixando as árvores nuas. Ambos os sentidos se adequam bem

A voz do Senhor, a Palavra do Senhor também desnuda a nossa alma. Nada pode impedir dela penetrar os mais secretos recessos dos nossos corações.
Hebreus 4.12 RAStr
12 Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.
III) Um Cântico de Louvor (Sl 29.9-11)
É interessante a forma abrupta que o salmista passa a afirma que "no seu templo tudo diz: Glória!" Esse templo pode ser o celestial ou o que estava situado em Jerusalém, o fato é que, enquanto os ímpios, mesmo ouvindo a voz de Deus e vendo seus poderesos feitos endurecem seus corações, os santos de Deus que atribuem louvor: glória e força.

Como os homens, pois, não tiram suficiente proveito nessa escola, ao ponto de submeter-se a Deus, Davi sabiamente diz de forma especial que os fiéis cantam os louvores de Deus em seu templo, porque, sendo familiarmente instruídos ali, por sua voz paternal, se devotam e se consagram totalmente ao seu serviço. Ninguém proclama a glória de Deus corretamente senão aquele que o adora espontaneamente.

Davi termina o salmo declarando a:
Presidencia de Deus - "O Senhor preside aos dilúvios; como rei".
Permanência - "presidirá para sempre"
Providência - "O Senhor dá força ao seu povo, o Senhor abençoa com paz ao seu povo".
Ele é poderoso, demonstra o Seu poder, mas também estende o Seu poder àqueles que nele confiam.
Efésios 1.19 RAStr
19 e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder;
Efésios 3.20 RAStr
20 Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós,
Ele abençoa com paz ao seu povo. Duas questões são importantes de serem enfatizadas aqui:
A paz que recebemos nem sempre é fruto de uma situação tranquila, mas um estado de espírito que descansa em meio às tempestades.
A paz do Senhor é para o povo do Senhor e não para todos.
Romanos 5.1 RAStr
1 Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo;
A força e a paz que tanto precisamos são nos dadas inteiramente pela graça divina. Essas coisas são bênçãos.
Conclusão:
O Deus glorioso e poderoso:
digno de receber de todos os homens, incluindo os poderosos deste mundo, a glória e a força devidas ao Seu nome, Seu caráter;
que preside as tempestades e destróis as árvores mais resistentes e faz abalar as montanhas e os desertos, que dá e sustenta a vida no mundo;
que causa espanto nos filhos dos podersoso e chama a adorações os adoradores de outros deuses;
Abriu os nossos olhos para contemplarmos a Sua beleza e divindade (At 9.3; Mt 16.17)
Fez de nós verdadeiros adoradores que o adora em espírito e em verdade (Jo 4.23)
Nos fez experimentar o poder da Sua voz e a transformação causada pela Sua Palavra (Tg 1.18,21,25)
Nos abençoou com força e paz (At 1.8; Jo 14.27; 19.19,21)
A esse Deus majestoso, glorioso, poderoso, digno de receber glória, força e louvor, continuemos adorando, ouvindo e confiando.
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