A Sublimidade da Palavra de Deus
A Sublimidade da Palavra de Deus é a base para o convite de louvor devido ao Seu nome.
A Sublimidade da Palavra de Deus
A convocação inicial é para que a glória e a força do Senhor sejam reconhecidas. A palavra “força” é amiúde associada com vitória em batalhas, como o é a referência ao nome do Senhor (ver, p.ex., Êx 15.3)
Davi, porém, apenas tencionava humilhar os príncipes deste mundo que, intoxicados de soberba, exaltavam suas coroas contra Deus. Esta, conseqüentemente, é a razão por que ele introduz Deus com uma voz terrificante subjugando esses gigantes empedernidos e obstinados com trovões, granizos, tempestades e relâmpagos, os quais, se não forem abalados com terror, se recusarão a temer a qualquer poder celestial.
desviando-se de outros, ele dirige seu discurso particularmente aos filhos dos poderosos. A razão é que não lhes há nada mais comum do que abusarem de sua extraordinária condição pela prática de feitos ímpios, enquanto que desvairadamente arrogam para si toda prerrogativa divina. Pelo menos para que se submetam humildemente a Deus e, cônscios de sua fragilidade, coloquem sua dependência na graça divina, é necessário, por assim dizer, compeli-los pela força. Davi, pois, ordena-lhes que tributem força a Jehovah, porque, iludidos por suas traiçoeiras imaginações, acreditam que o poder que possuem lhes é comunicado por alguma outra fonte além do céu. Em suma, ele os exorta a renunciarem sua arrogância e sua enganosa opinião acerca de sua própria força, e por fim a glorificarem a Deus como ele merece. Por a glória do nome de Deus [v. 2] ele quer dizer aquilo que é digno da majestade divina, da qual os grandes deste mundo costumam privá-lo. A repetição também demonstra que devem ser veementemente convencidos do erro a um conveniente reconhecimento de que precisam ser arrebatados dele.
A frase final do versículo 2 poderia referir-se à maneira como o Senhor era adorado (como na versão NIV), ou poderia referir-se à indumentária que os servos usavam. Alguns comentaristas têm sugerido que a referência é à indumentária que os sacerdotes usavam em ocasiões especiais.
o profeta intencionalmente faz menção desse lugar, no qual o Deus verdadeiro se manifestara, para que todos os homens, dizendo adeus à superstição, adotem aquele culto puro devido a Deus. Não seria suficiente cultuar algum poder celestial, mas o único e imutável Deus a quem se deve unicamente adorar, o que não pode se dar enquanto o mundo não descobrir todas as tolas invenções e serviços forjados pelo cérebro humano.
aqui o profeta menciona aqueles sons que nos despertam de nossa modorra, ou, melhor, de nossa letargia pelo estrondo de seu ruído. Já dissemos que essa linguagem é primordialmente dirigida aos que, com empedernida obstinação, lançam de si, o máximo que podem, todo pensamento de Deus.
Diz a Caldaica: “Deus, na geração do dilúvio, assentou-se em juízo.” A Septuaginta traz: “Deus fará o dilúvio ser habitado”, ou “fará o mundo habitável depois dele”; a Siríaca: “Deus retirou o dilúvio”; e a Árabe: “Deus restringiu o dilúvio.” Ainsworth tem: “Jehovah se assentou no dilúvio”, e o explica como sendo o “dilúvio de Noé”.
É interessante a referência ao Líbano, uma vez que ele marcava a fronteira com o território cananita ao norte (vs. 4,5). Os cedros do Líbano eram bem conhecidos, e representavam a força do próprio Líbano. Eles, porém, podiam ser dispersos pela majestosa voz do Senhor. Quando ele ordenava, eles se partiam em pedaços.
Agora, o próprio Líbano e a vizinhança do Siriom entram diretamente no quadro (vs. 6,7). “Siriom” é o Monte Hermom (ver Dt 3.9), e aqui ele é usado como basicamente sinônimo de Líbano. A voz de Deus faz essas grandes montanhas saltarem como animais novos, pois o Criador tem poder sobre sua criação. Talvez esteja em vista um terremoto.
Vemos como o profeta, a fim de subjugar a obstinação dos homens, mostra, por meio de cada termo, quão terrível é Deus. Tudo indica que ele também repreende, de passagem, a demência dos soberbos e daqueles que se intumescem com vã presunção, porque não dão ouvidos à voz de Deus em seus trovões, enchendo a atmosfera com seus relâmpagos, sacudindo as montanhas altaneiras, lançando por terra e destruindo as árvores mais altas. Que coisa monstruosa é que, enquanto que toda a porção irracional da criação treme diante de Deus, só os homens, dotados de senso e razão, não se comovem! Além do mais, ainda que possuam talento e erudição, empregam os encantamentos para fecharem seus ouvidos contra a voz de Deus, por mais poderosa seja ela, a fim de que não alcance seus corações.
Pior que irracional, é monstruoso imaginar que os homens não se deixem comover pela voz de Deus, quando ela exerce tal poder e influência sobre as bestas selvagens. Aliás, é vil ingratidão não perceberem os homens sua providência e governo em todo o curso da natureza; é uma detestável insensibilidade, porém, que pelo menos suas obras incomuns e extraordinárias, as quais compelem até mesmo as bestas selvagens a obedecê-lo, não lhes ensinem a sabedoria. Alguns intérpretes pensam que as corças são mencionadas, e não outros animais selvagens, em virtude de sua dificuldade em darem à luz seus filhotes; o que não desaprovo.
seja porque não haja cobertura que a impeça de penetrar os mais secretos recessos das cavernas, ou porque os relâmpagos, chuvas e ventos tempestuosos derrubam as folhas, deixando as árvores nuas. Ambos os sentidos se adequam bem
Como os homens, pois, não tiram suficiente proveito nessa escola, ao ponto de submeter-se a Deus, Davi sabiamente diz de forma especial que os fiéis cantam os louvores de Deus em seu templo, porque, sendo familiarmente instruídos ali, por sua voz paternal, se devotam e se consagram totalmente ao seu serviço. Ninguém proclama a glória de Deus corretamente senão aquele que o adora espontaneamente.