Mateus 6.10

Série expositiva no Evangelho de Mateus  •  Sermon  •  Submitted
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Cristo concentra a atenção dos discípulos, através desta segunda sentença de sua oração, no Reino dos céus e em seu estabelecimento por meio da oração.

Notes
Transcript
“[...] Porque é chegado o Reino dos céus” (Mateus 3.2).
Pr. Paulo Rodrigues
Introdução
Após a introdução realizada no verso 9, Cristo continua seu ensinamento dos princípios que devem guiar a prática da oração a Deus. Tendo reconhecido o Pai como o SENHOR sobre todas as coisas, através de quem os agentes do Reino estão intimamente conectados, como um corpo, Cristo passa a norteá-los quanto as petições que devem depender desta primeira consideração em relação ao Reino dos céus.
Elucidação
Nesta segunda sentença na qual o SENHOR Jesus Cristo continua a ensinar qual deve ser a consideração dos agentes do Reino quanto a oração, o Senhor observa qual nossa relação com o Reino dos céus.
Esta segunda ênfase de Cristo labora sob a teologia do Reino de Deus e seu estabelecimento nesse mundo como o objetivo maior de todo o plano redentor traçado e executado desde Gênesis 3.15. Em um artigo, a Bíblia de Genebra aborda o tema da seguinte maneira:
Jesus descreve esse sentido mais estrito do Reino de Deus dá seguinte maneira: “venha o teu Reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” (v. 10). A santidade e a glória de Deus em sua sala do trono no céus são tão sobrepujantes que todas as criaturas em sua presença o glorificam com serviço voluntário e absolutamente dedicado. Na terra, porém, as criaturas se rebelam e se recusam a reconhecer Deus como rei, e reinos perversos se levantam para fazer frente ao reino divino. Do começo ao fim, as Escrituras apresentam a esperança de que essa disparidade entre a sala do trono no céu e a terra será, um dia, eliminada.
Após o reconhecimento da majestade e soberania de Deus e também de seu amor gracioso em nos ter feito seus filhos, adotando-nos por meio de Cristo, tornando-se o “Pai nosso”, e depois de ter salientado o aspecto da glória de Deus como maior objetivo a ser perseguido pelos agentes do Reino, Jesus observa que embora a ideia a seguir seja uma verdade invariável, e que Deus está – não dependendo da vontade de homem algum – assentado sobre o trono nos céus, a proclamação do Reino enfrenta adversidades e conflitos. Há uma iniciativa rebelde neste mundo que não se sujeita de bom grado a excelência do Deus Triuno e seu reino, sendo, portanto, uma coalisão rebelde que labuta diuturnamente contra os propósito de Cristo através de sua igreja.
Em diversos locais nas Escrituras é possível notar essa rebeldia mundana sendo incentivada e até louvada, como é o caso do salmo 2:
Por que se enfurecem os gentios
e os povos imaginam coisas vãs?
Os reis da terra se levantam,
e os príncipes conspiram
contra o SENHOR e contra o seu Ungido, dizendo:
Rompamos os seus laços
e sacudamos de nós as suas algemas.
A própria história se inicia no livro de Gênesis com a criação de uma antítese entre os propósitos malignos de Satanás e a redenção planejada por Deus em seu Messias, gerando assim uma rixa genealógica que se estende pela história culminando na inevitável derrota dos filhos da serpente. Todo esse arcabouço teológico está por trás da segunda petição da oração dominical, na qual pede-se que Deus leve a cabo seus planos salvíficos, estabelecendo seu Reino no meio do seu povo e em toda a criação:
Deus tem se agradado em revelar, desde o próprio alvorecer da história, que Ele ainda haverá de estabelecer o Seu próprio reino neste mundo sujeito ao tempo, e que embora Satanás tenha interferido e que, por enquanto, tenha conquistado este mundo, embora a humanidade inteira esteja debaixo do seu domínio, Deus haverá de impor-Se novamente, haverá de transformar este mundo e todos os seus reinos para que se tomem o Seu próprio glorioso reino.
Aqui a oração e a progressão histórica afunilam-se num mesmo horizonte conceitual, onde a primeira serve como um indicativo da segunda. A igreja de Deus, segundo Cristo, deve observar a inevitabilidade da instalação e publicação do Reino dos céus, rogando ao mesmo Deus que assim o faça para o louvo e glória do Deus Triuno. Dessa forma, não há redundância em o SENHOR requerer dos agentes do Reino para que orem em favor do mesmo, mas uma abençoada concorrência por meio da qual o Criador instiga seus filhos a rogarem pela vinda do império de Cristo, através de quem o Pai e o Espírito são glorificados.
O coração dos agentes do Reino foi de tal forma habilitado espiritualmente pelo poder do Espírito, que não somente observam a história se desenrolar de acordo com os decretos eternos de Deus, mas participam da história promovendo o avanço do reinado do Messias em primeiro lugar por meio da oração.
Conectada a essa segunda petição, a terceira ecoa os princípios que embasaram a anterior: “faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”. Se os agentes do Reino estão tão profundamente convencidos de que o Reino de Deus deve vir, e o meio através do qual virá é o próprio clamor dos santos, é pelo estabelecimento da vontade do Rei supremo que anseiam tais agentes.
Não é possível entender ou receber o Reino dos céus sem que a vontade boa, perfeita e agradável do Pai seja concretizada. A progressão bíblica aponta que pouco a pouco o pecado vai sendo vencido e expurgado da criação; não de maneira que o mundo torne-se cada vez melhor caminhando para um estado de perfeição, mas que através da história e seus acontecimentos, a soberania de Deus vai sendo revelada de forma que, ao final, o Reino desabrochará como uma flor em plena primavera, demonstrando e exibindo toda sua beleza. O Reino de Deus é executado através da direção do Criador que rege o universo para o centro de sua vontade, quando o mau é paulatinamente punido, vendo sua derrota iminente se aproximar, ao que os filhos de Deus contemplam esses atos louvando o Criador, pois lhes fora deixada uma revelação especial escrita que narra os sinais que precedem a publicação do império divino.
Assim, a oração composta: “Venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”, é a aplicação prática à vida cristã embasada na própria esperança escatológica da publicação e consumação do Reino dos céus. Porém, há uma possibilidade para além da expectativa de instalação do Reino de Deus, que faz referência a continuação da frase: “faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”.
O alcance ético dessa frase não pode ser deixado de fora das consideração quanto a este versículo da oração. A vontade de Deus deve ser executada na terra assim como o é no céu, logo, o cumprimento das ordens do Soberano implica diretamente em uma diligência da parte dos agentes do Reino para com os mandamentos do SENHOR, não sendo suficiente apenas o conhecimento de tais mandamentos, nem tão pouco do desenrolar histórico que culmina, invariavelmente, na vinda do Reino de Deus. Numa que o desejo do SENHOR é pronta e imediatamente cumprido nos céus – satisfatoriamente, diga-se de passagem – da mesma forma, os cristão deverão empenhar-se em que a vontade do Rei seja cumprida em suas vidas. Como alude D. A. Carson:
A ambiguidade linguística desse pedido permite uma aplicação mais geral. A vontade ética de Deus (se é que posso usar essa expressão para falar do desejo dele de ver a justiça praticada) só será completamente cumprida no reino consumado. Contudo, os que agora pertencem a esse reino, como ele se manifesta atualmente entre nós, já têm a obrigação especial de cumprir essa vontade. A maior parte do texto de Mateus 5 diz exatamente isto: para entrar no reino do céu é obrigatório ter justiça incomparável (5.20). No reino consumado, é claro que não será necessário estabelecer regras acerca de divórcio, dar a outra face, ódio, cobiça, hipocrisia e outras transgressões. No momento, entretanto, um aspecto essencial de nossa busca da ética do reino é que essa ética deve ser demonstrada em um mundo onde o mal ainda predomina. Na consumação, não serei mais tentado a revidar se alguém me der um tapa na cara, porque não haverá mais tapa na cara; não serei mais tentado a odiar meus inimigos, porque não terei mais inimigos. Logo, embora as exigências absolutas de justiça não sejam diminuídas nem atenuadas pela desculpa da pressão da presente era maligna, elas são concebidas levando em conta a oposição ao mal desta era. É assim que elas apontam para a perfeição futura do reino consumado, quando a vontade de Deus será cumprida ampla, aberta e livremente, sem exceções nem restrições e sem a dolorosa necessidade de defini-la com referência à oposição ao mal.
Assim, tanto a primeira quanto a segunda parte desta segunda sentença da oração dominical encerram por sua vez princípios que servem de diretriz quanto a função dos cristãos em relação ao estabelecimento do Reino de Deus no mundo: expectar o dia em que esse Reino será consumado, e assim, Cristo será entronizado para sempre como SENHOR sobre toda a criação para a glória de Deus Pai (Fl 2.11), e como consequência inescapável, anelar que a vontade do Criador se estabeleça.
Como visto no item anterior, a temática do estabelecimento do Reino dos céu percorre toda a Escritura Sagrada, dando-lhe a progressão histórica que elucida a atuação divina regendo os acontecimentos de maneira que o clímax redentor seja atingido.
De Gênesis a Apocalipse, esse enredo cresce e se desenvolve de maneira epigenética, abarcando os desdobramentos (propiciação dos pecados, modelo de governo, adoração, ética etc) de maneira a propor uma preparação sequenciada de cada ato ou capítulo da narrativa para o seguinte, até o Novo Testamento, quando o Messias – Jesus Cristo – executa o auto-sacrifício para remissão dos pecados do povo eleito de Deus, preparando o cenário para o último ato: seu retorno em glória como Rei dos reis e SENHOR dos senhores.
O Catecismo Maior de Westminster, laborando sobre a esta segunda petição de Cristo na oração dominical, abarca todos os princípios aqui discorridos, não somente aquela consideração escatológica da vinda do Reino dos céus no retorno de Jesus, mas alude às demais ideias contidas na mesma, quando vistas do ponto de vista inter-canônico (cf. item 3.2). Como segue:
191. O que pedimos na segunda petição?
Na segunda petição, que é: “Venha o teu reino”- reconhecendo que nós e todos os homens estamos, por natureza, sob o domínio do pecado e de Satanás -, pedimos que o domínio do mal seja destruído, o Evangelho seja propagado por todo o mundo, os judeus chamados, e a plenitude dos gentios seja consumada; que a igreja seja provida de todos os oficiais e ordenanças do Evangelho, purificada da corrupção, aprovada e mantida pelo magistrado civil; que as ordenanças de Cristo sejam administradas com pureza, feitas eficazes para a conversão daqueles que estão ainda nos seus pecados, e para a confirmação, conforto e edificação dos que estão já convertidos; que Cristo reine nos nossos corações, aqui, e apresse o tempo da sua segunda vinda e de reinarmos nós com ele para sempre; que lhe apraza exercer o reino de seu poder em todo o mundo, do modo que melhor contribua para estes fins.
192. O que pedimos na terceira petição?
Na terceira petição, que é: “Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu”- reconhecendo que, por natureza, nós e todos os homens somos, não só inteiramente incapazes e indispostos a conhecer e fazer a vontade de Deus, mas propensos a rebelar-nos contra sua palavra, a desanimar-nos e a murmurar contra sua providência, e inteiramente inclinados a fazer a vontade da carne e do diabo -, pedimos que Deus, pelo seu Espírito, tire de nós e dos demais toda a cegueira, fraqueza, indisposição e perversidade do coração, e pela sua graça nos faça capazes e prontos para conhecer, fazer e submeter-nos à sua vontade em tudo, com humildade, alegria, fidelidade, diligência, zelo, sinceridade e constância, como os anjos fazem no céu.
De maneira análoga, o Catecismo de Heidelberg, conclui como objetivos da oração de Cristo nesta segunda sentença da seguinte forma:
123. Qual é a segunda petição?
R. "Venha o teu reino". Quer dizer: Governa-nos por tua palavra e por teu Espírito, de tal maneira que, cada vez mais, nos submetamos a Ti; conserve e aumenta tua igreja; destrói as obras do diabo, e todo poder que se levanta contra Ti, e todos os maus planos que são inventados contra tua santa Palavra; até que venha a plenitude de teu reino, em que Tu serás tudo em todos.
124. Qual é a terceira petição?
R. "Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu". Quer dizer: Faze com que nós e todos os homens renunciemos à nossa própria vontade e obedeçamos, sem protestos, à tua vontade, a única que é boa, para que cada um, assim, cumpra sua tarefa e vocação, tão pronta e fielmente como os anjos no céu.
Assim, compreende-se como pensamento da igreja a conclusão de que a segunda e terceira petição de Cristo destina-se aos princípios ligados ao estabelecimento do Reino dos céus de maneira progressiva, através e por instrumentalidade da igreja de Cristo.
Contudo, como não poderia ser diferente, a oração dominical, assim como todo o sermão do monte, objetiva agir na disposição do coração, de maneira que os agentes do Reino são, pelas palavras de Cristo, transformados em indivíduos que desejam ardentemente aquilo que lhes é dito por digno desejar, principalmente em relação ao Reino dos céus. Como asserta João Calvino:
[...] Quando pedimos isso, estamos renunciando a todos os nosso desejos, resignando-nos e rendendo ao Senhor quaisquer afetos que porventura jazam em nós, e pedindo que Deus responsa à nossa oração, não como desejamos, mas como ele antecipadamente decretou. Mas não pedimos simplesmente que Deus esvazie e invalide nossos afetos que guerreiam contra a sua vontade, mas, ao contrário, que ele crie em nós novas mentes e novos corações, após haver extinto os nossos velhos. Pedimos que em nós não haja nenhum impulso de desejo, senão um que seja puro e condizente com a sua vontade. Em suma, não pedimos o que queremos para nós mesmos, e sim o que o Espírito queira em nós. Enquanto o Espírito nos ensina interiormente, aprendamos a mar aquelas coisas que lhe aprazam, porém a odiar ou aborrecer tudo o que lhe desagrade.
Dessa forma, o assentimento e apreensão dos princípios expostos por Cristo neste texto do evangelho de Mateus, longe de ser simplesmente uma prece rezada com vistas a algum tipo de cumprimento contingente de um plano previamente traçado, é o envolvimento integral no desenvolvimento dos planos redentores de Deus de publicar o nome de Jesus como superior a quaisquer outros, que resultará na consumação dos tempos com a teocracia a ser instaurada na criação, assim como demonstra a própria Escritura: “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 11.15).
Transição
Contudo, ainda é possível analisar algumas outras aplicações desse texto à nossa vida.
Aplicações
1. O Reino de Deus deve ser nosso principal foco de vida.
Assim como clarificado por Cristo na primeira sentença (i. e. “[...] santificado seja o teu nome”), a glória de Deus é o alvo principal de nossa existência. Se não objetivamos viver para a glorificação do nome do SENHOR, quaisquer outros objetivos serão inescapavelmente fugazes e pequenos. Além disso, qualquer um que viva de maneira a desconsiderar a glória do Criador de maneira ativa, torna-se rebelde e inimigo dele, sendo passível de punição, pois o fim principal e supremo para o qual o homem foi criado, consiste exatamente em glorificar a Deus e alegrar-se nele para sempre.
Contudo, a partir dessa segunda petição, o cristão vislumbra o engajamento no Reino de Deus, de maneira que toda a sua vida não somente almeja ver o nome de Deus ser santificado ou glorificado, mas também age diretamente na promoção desse engrandecimento, tendo em vista o senhorio de Cristo sobre todas as coisas. O que nos leva a outras duas considerações
1.1 Contribuímos com o avanço do Reino através do anúncio do evangelho.
A mensagem do evangelho é uma mensagem emergencial para um mundo caído e condenado. O mundo vive debaixo do reinado tirânico e parasita de Satanás e do pecado, somente podendo ser vencido através da poderosa palavra de Deus que revela ao homem o plano redentor do SENHOR, chamando o miserável pecador a tornar-se integrante do Reino dos céus, participando assim da vitória de Cristo sobre esses inimigos. É nosso dever não poupar esforços para expandir o Reino, através da comunicação do evangelho aos descrentes.
1.2 Devemos ansiar pela consumação do plano redentor.
Inevitavelmente, o império de Cristo será instalado nesse mundo. Porém, dia após dia, momento após momento, estamos contemplando a história caminhar para esse fim glorioso. Assim, nossos olhos não devem estar fixos ou presos nesse tempo presente, pois sabemos que a glória que há de ser manifesta em nós é muito maior e eterna. O cumprimento do plano escatológico que culmina com o retorno em glória de Cristo em seu Reino, deve ser aguardado com ansiedade, pois foi para esse momento final que fomos criados: quando estaremos finalmente e para sempre tabernaculando com nosso Deus.
Em razão disso
2. A vontade de Deus deve ser nossa diretriz de comportamento e cosmovisão.
Orar para que a vontade de Deus seja feita assim na terra como nos céus, implica em uma diligência profunda e fiel na obediência aos mandamentos do SENHOR. Isso, por sua vez, traz como exigência duas outras posturas a serem assumidas por nós.
2.1 Buscar ardentemente conhecer a vontade do SENHOR nas Escrituras.
Como poderemos desejar que a vontade de nosso Criador seja cumprida na terra e nos céus, se não a conhecemos? Sem que haja leitura e estudo da Bíblia Sagrada, jamais podemos orar com propriedade essa terceira petição de Cristo. Agiremos de maneira leviana se não considerarmos o que diz as Escrituras serem a vontade do Deus Triuno, pedindo que tal vontade seja executada.
Não podemos deixar que o conhecimento das Escrituras ocorrerá apenas em vias de nossa vinda a igreja, mas na nossa vida diária, precisamos entender que é mandamento do SENHOR que dediquemos um tempo de qualidade em nossos dias para a leitura e meditação na Palavra do SENHOR, para que assim, estejamos sendo alimentados e iluminados pelo Espírito Santo a conhecer a boa, perfeita e agradável vontade de Deus, assim possamos cumpri-la. O que nos leva ao segundo subtópico.
2.2 Cumprir diligentemente os mandamentos do SENHOR.
Conhecer a letra sem viver a verdade para onde ela aponta é uma caraterística não de agentes do Reino, mas dos fariseus hipócritas ao qual Cristo se referiu previamente mostrando o quanto estão distantes da revelação salvífica do Messias prometido. Embora conhecessem a Lei, não puderam discernir a informação graciosa que lhes fora dada a fim de que seus corações pudessem ver em Jesus o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Da mesma forma, não basta que conheçamos a Bíblia de maneira fria e distante, buscando através dela conhecimento teológico. O verdadeiro fim da Bíblia é nos levar a piedade, piedade essa que somente pode ser vivida no poder do Espírito Santo, cujo ministério é revelar o Filho de Deus como SENHOR glorificado e enaltecido sobre tudo e todos.
Por causa disso, conhecer o que diz a Escritura sem praticar ou viver o que é dito, é ser um sepulcro, uma árvore morta. Para que a vontade do SENHOR abunde sobre nossas vidas, devemos buscar conhecê-la e vive-la da forma como ele requer dos agentes do Reino, como ele requer de nós. Da mesma forma como os santos anjos no céus trabalham para o cumprimento dos mandamentos e vontades divinas, assim devemos nós também ser operosos e esforçados em obedecer a Deus, para que sua vontade seja feita “assim na terra, como nos céus”.
Conclusão
A segunda e terceira petição de Cristo na oração dominical, apontam para os princípios de viver para a glória de Deus através do engajamento na expansão e publicação do Reino dos céus, cumprindo e agindo de acordo com a vontade do Pai. Dessa forma, a inescapável conclusão é a de que o agente do Reino é alguém tão profundamente comprometido com o plano salvífico do Deus Triuno, que não há espaços em seu coração para quaisquer outras coisas, além do próprio Cristo, de maneira que aguarda ansiosamente o ressoar das trombetas anunciando que o mundo pertencem ao SENHOR e seu Cristo, e seu reino não terá fim, pelos séculos dos séculos... amém!
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