Ao Senhor pertence a terra - Salmo 24.1-10

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Salmo 24.1–10 RA
1 Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam. 2 Fundou-a ele sobre os mares e sobre as correntes a estabeleceu. 3 Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no seu santo lugar? 4 O que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente. 5 Este obterá do Senhor a bênção e a justiça do Deus da sua salvação. 6 Tal é a geração dos que o buscam, dos que buscam a face do Deus de Jacó. 7 Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da Glória. 8 Quem é o Rei da Glória? O Senhor, forte e poderoso, o Senhor, poderoso nas batalhas. 9 Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da Glória. 10 Quem é esse Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória.
Introdução
Deus se relacionou com toda a humanidade como seu Criador e Governador, Davi, à luz dessa consideração, magnifica o favor especial que Deus manifestara para com os filhos de Abraão, escolhendo-os para que fossem seu povo peculiar, em preferência ao restante da humanidade, e erigindo seu santuário como sua casa para que habitasse entre eles. Ao mesmo tempo ele mostra que, embora o santuário fosse aberto a todos os judeus, Deus não estava perto de todos eles, mas tão-somente daqueles que o temiam e o serviam sinceramente, e que haviam se purificado das contaminações do mundo, a fim de devotar-se à santidade e à justiça. Ele celebra que a graça num estilo de esplêndida poesia, com o fim de encorajar os verdadeiros crentes com a mais profunda alegria a perseverar no exercício de servi-lo e honrá-lo.
À luz da tradição judaica sabemos que este salmo era entoado no templo a cada manhã de sábado, quando se fazia a oferenda de vinho. A evidência da LXX concorda com isto quando adiciona ao título as palavras: “para o sétimo dia da semana.” O salmo se abre com uma afirmação da soberania do SENHOR sobre todas as coisas. Ele muda para a descrição do caráter do verdadeiro adorador, e então termina com o tema da Realeza de Deus quando a arca é trazida para Jerusalém. O uso de Selá marca as três divisões.

1. Devotar-se a Santidade. vs. 1-2

Salmo 24.1–2 RA
1 Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam. 2 Fundou-a ele sobre os mares e sobre as correntes a estabeleceu.
As palavras iniciais deste salmo são citadas por Paulo em sua Primeira carta aos 1Coríntios 10.26 com o intuito de mostrar que todos os alimentos podem ser usados, porque tudo vem do Senhor. O Senhor não é o Deus só de Israel, mas o Deus do mundo inteiro. Este lhe pertence, bem como tudo o que nele vive. Ele é seu, porque ele é seu Criador. A fundação da terra é descrita em termos que lembram outros relatos da criação constantes no antigo Oriente Próximo. Outras passagens veterotestamentárias usam linguagem semelhante a saber em Salmos 104.5,6; 136.6; Jó 38.4ss.
Deparar-nos-emos, em muitos outros passos, com os filhos de Abraão sendo confrontados com todo o restante da humanidade, para que a graciosa benevolência divina, selecionando-os dentre todas as demais nações e envolvendo-os nos braços de sua graça, pudesse resplandecer ainda mais claramente. O objetivo do início do Salmo é demonstrar que os judeus nada tinham de si mesmos que pudesse qualificá-los a chegar mais perto ou a ter maior familiaridade com Deus do que os gentios.
Deus, por sua providência, preserva o mundo, o poder de seu governo se estende igualmente a todos, de modo que ele deve ser adorado por todos, ainda quando ele também revela a todos os homens, sem exceção, o cuidado paternal que mantém sobre eles.
Davi os convida e os exorta à santidade, lhes assegura que era razoável que aqueles a quem Deus adotou como seus filhos, portassem certas marcas peculiares a si próprios e que não se assemelhassem totalmente aos do mundo. Os cristãos foram encorajados a cultivar a santidade, não se parecer com os não cristãos. Em suma, o salmista proclama a Deus como o Rei do mundo inteiro, com o fim de levar os homens a saberem que, mesmo pela lei da natureza, são obrigados a servi-lo. E ao declarar que [Deus] havia feito um pacto de salvação com uma pequena porção da humanidade, e mediante a ereção do tabernáculo, deu aos filhos de Abraão o símbolo de sua presença, para por esse meio assegurar-lhes sua habitação no meio deles, ele lhes ensina que devem esforçar-se por nutrir a pureza de coração e de mãos, se quisessem ser considerados os membros de sua sagrada família.
Porque Ele a fundou sobre os mares. Neste ponto o salmista confirma a verdade de que os homens estão legalmente sob a autoridade e poder de Deus, de modo que em todos os lugares do planeta, devem reconhecê-lo como o Rei. E o confirma à luz da própria ordem manifestada na criação; pois a prodigiosa providência divina é nitidamente refletida em toda a face da terra. E com o fim de comprová-lo, ele lança mão da terra, que é a prova mais evidente. Como é que a terra paira sobre as águas, senão porque Deus propositadamente tencionou preparar uma habitação para os homens.
Os próprios filósofos admitem que, como o elemento líquido é em maior quantidade que a terra, é contrária à natureza dos dois elementos alguma parte da terra continuar a seco e habitável. Conseqüentemente, Jó 28.11-25 enaltece, em termos magnificentes, que o maior milagre pelo qual Deus refreia a violenta e tempestuosa fúria do mar, para que não trague a terra, o que, se o mesmo não fosse contido, imediatamente o faria e produziria horrível confusão. Tampouco Moisés esquece de mencionar isso na história da criação. Após ter narrado que as águas se espalharam tanto que cobriam a superfície da terra, acrescenta que, por uma ordem expressa de Deus se retiraram para um lugar definido, a fim de deixar espaço vazio para as criaturas vivas que subseqüentemente foram criadas como encontramos no livro do Gênesis 1.9.
À luz desta passagem, aprendemos que Deus tomou precaução em relação ao homem mesmo antes de o mesmo existir, já que se pôs a preparar-lhe uma habitação e outras conveniências; e que ele não considerou o homem como inteiramente estranho, visto que tomou medida em prol de suas necessidades, não com menos liberalidade do que faz o pai de família em favor de seus filhos. Visto que desde a criação do mundo Deus estendeu seu cuidado paternal a toda a humanidade, a prerrogativa de honra.

2. Devotar-se a Justiça. vs. 3-5

Salmo 24.3–5 RA
3 Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no seu santo lugar? 4 O que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem jura dolosamente. 5 Este obterá do Senhor a bênção e a justiça do Deus da sua salvação.
As indagações constantes no versículo 3 se assemelham muito com as constantes no Salmo 15.1. É bem possível que fossem formuladas enquanto a arca era trazida para Jerusalém, mas, evidentemente, têm uma conotação mais ampla. O salmista está inquirindo sobre o caráter do adorador que se aproxima da habitação de Deus e se posta ali. A resposta especifica quatro características.
Pureza de ação e pureza de desejo são ambas requeridas (v. 4), as quais Jesus mais tarde usou quando disse: “Bem-aventurados são os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5.8). De modo semelhante, não pode haver compromisso com a idolatria. O termo hebraico traduzido por “ídolo” é simplesmente “vaidade”; este termo, porém, é aplicado no Antigo Testamento aos deuses falsos. A frase, evidentemente, se refere a um israelita que não está vivendo uma vida de obediência ao Senhor. A característica final descreve uma vida de falsidade, ao salientar uma forma especial que ela assume o falso juramento.

3. Devotar-se a Servi-lo. vs. vs. 6-9

Salmo 24.6–9 RA
6 Tal é a geração dos que o buscam, dos que buscam a face do Deus de Jacó. 7 Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da Glória. 8 Quem é o Rei da Glória? O Senhor, forte e poderoso, o Senhor, poderoso nas batalhas. 9 Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó portais eternos, para que entre o Rei da Glória.
Este salmo ou data da ocasião em que a arca foi trazida para Jerusalém (ver 2Sm 6), ou do retorno da arca depois de uma batalha vitoriosa. A arca se encontra no meio do povo, “que é chamada pelo Nome, o nome do Senhor Todo-Poderoso, que está entronizado entre os querubins que se encontram sobre a arca” (2Sm 6.2; cf. também Nm 10.35). Ela representa a Deus mesmo, e por isso a aclamação sai dos portões de Sião para receber o Senhor. A remoção da arca para Jerusalém marcou o fim das batalhas para obtenção da posse da terra. O Senhor vem como um poderoso guerreiro para sua legítima habitação (vs. 7,8).
As palavras do versículo 7 são reiteradas quase exatamente no versículo 9 (a única mudança é de “sejam levantadas” para “levantem”). A indagação final chama a atenção para o caráter deste rei triunfante. O Rei da glória é o Senhor Todo-Poderoso. A expressão “Senhor dos Exércitos” ou “Senhor Todo-Poderoso” pode significar o Senhor dos exércitos. Isto seria mais adequado aqui, quando o Senhor guia seus exércitos a Jerusalém. O Senhor da criação (vs. 1,2) é também o exaltado Rei da salvação

Conclusão. v. 10

Salmo 24.10 RA
10 Quem é esse Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória.
Devotar-se a Santidade, a Justiça e a Servi-lo é o que vimos neste texto, com o fim de mudar a mentalidade dos israelitas mais eficazmente, Davi declara que nada é mais desejável do que ser considerado um dentre o rebanho de Deus e participar do rol da igreja. Aqui devemos considerar que um contraste implícito entre os verdadeiros israelitas e aqueles de seu meio que são degenerados e bastardos. Quanto mais liberdade os perversos dão a si mesmos, mais presunçosos são eles em pretender ao nome de Deus, como se Ele tivesse obrigação para com eles, visto que são adornados com os mesmos símbolos ou emblemas externos como se fosse crentes genuínos.
O Rei da glória é o Senhor dos senhores, Rei dos reis, aquele que fez todas as coisas, criou o céus e a terra. Aquele que se fez homem e caminhou entre nós, quem venceu a morte e venceu o mau.

Aplicação

Deus criou todas as coisas, tudo o que há na terra pertence ao Senhor, não há nada que o Senhor não tenha criado. Neste sentido olhando para o Deus criador de todas as coisas, você entende que devotar-se ao Senhor em Santidade é buscar agadar ao Seu coração. Você precisa buscar a santidade, agradar ao Senhor, por amor ao Seu Santo nome.
A justiça de Deus é boa perfeita e agradável, o cristão tem uma vida piedosa e vive na retidão, não se parece com o mundo. Aquele que tem fé no Senhor, sabe que seguir a Sua justiça, não se espera algo em troca, mas o faz para agradar ao Senhor.
Sabendo todas essas coisas como tem sido sua vida com o Senhor. Você tem servido ao Senhor, tem sido servo do Senhor.
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