O POVO DO LIVRO! Josué 8.30-35
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· 13 viewsCrentes que amam a Deus, amam a sua Palavra, e são conhecidos como “o povo do livro”.
Notes
Transcript
Grande ideia: Crentes que amam a Deus, amam a sua Palavra, e são conhecidos como “o povo do livro”.
Estrutura: a lei do Senhor é reescrita (vv. 30-32) e a a lei do Senhor é lida (vv. 33-35).
https://cpaj.mackenzie.br/historia-da-igreja/igreja-antiga-e-medieval/cristaos-e-muculmanos-uma-longa-historia-de-conflitos/
Neste início do século 21, o islamismo representa o maior desafio para o cristianismo, em diversos sentidos. A invasão do Iraque e a enorme violência fratricida dela resultante têm sido muito negativas para a imagem do cristianismo junto aos muçulmanos. Ao contrário do que foi propalado no início da ocupação, as ações do presidente George W. Bush com o respaldo de muitos cristãos americanos não têm sido benéficas para a causa do evangelho no mundo islâmico. A situação dos cristãos que vivem em países muçulmanos também se agravou muito nos últimos anos. Como um dos “povos do livro” (expressão aplicada aos judeus e cristãos, visto serem mencionados no Corão), os cristãos precisam reconhecer os muitos erros cometidos contra os muçulmanos ao longo da história e renovar a sua determinação de contribuir para o bem-estar político, social e espiritual dos herdeiros de Maomé.
Deuteronômio 30.19–20 (NAA)
19Hoje tomo o céu e a terra por testemunhas contra vocês, que lhes propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolham, pois, a vida, para que vivam, vocês e os seus descendentes,
20amando o Senhor, seu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-se a ele; pois disto depende a vida e a longevidade de vocês. Escolham a vida, para que habitem na terra que o Senhor, sob juramento, prometeu dar aos pais de vocês, a Abraão, Isaque e Jacó.
Richard Hess: Existem três destaques: (1) a palavra de Deus e, dessa maneira, o próprio Senhor são responsáveis pela vitória israelita; (2) o sucesso de Josué deve-se à sua fé naquela palavra e à sua obediência a ele; e (3), conquanto possa-se descrever a batalha e sua vitória em termos humanos e possa-se compreender isso como resultado de estratégia bem sucedida, a vitória de Israel é um milagre tanto quanto a vitória anterior em Jericó ou a derrota do Egito no mar Vermelho pela geração anterior.
01. O livro reescrito (olhos). (vv. 30-32)
(a) Bom atentar para essa passagem junto com a estrutura do livro:
1.1-9: Sucessão de Liderança
1.10-5.12: Atravessando o Jordão
5.13-12.24: Conquistando a Terra
13.1-22.34: Partilhando a Terra
23.1-24.28: Renovando a Aliança
24.29-33: Vácuo de Liderança
Deus levanta líderes para conduzir seu povo às conquistas e partilhas da terra, sempre em um contexto de aliança.
Josué 23:6
6 - Esforçai-vos, pois, muito para guardardes e para fazerdes tudo quanto está escrito no livro da lei de Moisés; para que dele não vos aparteis, nem para a direita nem para a esquerda;
(b) Na porção da “conquista da terra”, vemos esse episódio como determinante para marcar o final de um ciclo: conquista de Jericó (cap. 6), fracasso em Ai (cap. 7), conquista de Ai (cap. 8). Esse seria um altar de renovação da aliança, diferente dos demais:
Gênesis 8.20–22 (NAA)
20Noé levantou um altar ao Senhor e, tomando de animais puros e de aves puras, ofereceu holocaustos sobre o altar.
21E o Senhor aspirou o aroma agradável e disse consigo mesmo: — Nunca mais vou amaldiçoar a terra por causa das pessoas, porque é mau o desígnio íntimo do ser humano desde a sua mocidade. Também nunca mais vou destruir todos os seres vivos, como fiz desta vez.
22Enquanto durar a terra, não deixará de haver semeadura e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite.
Warren Wiersbe: Esse é o quarto monumento público de pedras a ser erigido. O primeiro foi em Gilgal (Js 4.20), comemorando a travessia do Jordão pelo povo de Israel. O segundo foi no vale de Acor, um monumento ao pecado de Acã e ao julgamento de Deus (Js 7.26). O terceiro foi na entrada de Ai, uma lembrança da fidelidade de Deus ao ajudar seu povo (Js 8.29). Essas pedras no monte Ebal lembravam Israel de que seu sucesso dependia inteiramente de sua obediência à lei de Deus.
Josué 1.7–8 (NAA)
7Tão somente seja forte e muito corajoso para que você tenha o cuidado de fazer segundo toda a Lei que o meu servo Moisés lhe ordenou. Não se desvie dela, nem para a direita nem para a esquerda, para que seja bem-sucedido por onde quer que você andar.
8Não cesse de falar deste Livro da Lei; pelo contrário, medite nele dia e noite, para que você tenha o cuidado de fazer segundo tudo o que nele está escrito; então você prosperará e será bem-sucedido.
(c) Há um destaque interessante sobre a topografia desse lugar:
Deuteronômio 27.4–8 (NAA)
4Quando vocês tiverem passado o Jordão, levantem essas pedras no monte Ebal, como hoje lhes ordeno, e pintem-nas com cal.
5Ali vocês devem construir um altar ao Senhor, seu Deus, altar de pedras que não tenham sido trabalhadas com instrumentos de ferro.
6Construam o altar do Senhor, seu Deus, com pedras toscas e sobre este altar lhe ofereçam holocaustos.
7Também sacrifiquem ofertas pacíficas; comam ali e alegrem-se na presença do Senhor, seu Deus.
8Nessas pedras, escrevam, de forma bem nítida, todas as palavras desta lei.
"Frederick B. Meyer descreve-o como um local onde as montanhas são escavadas “e a camada de calcário é dividida em uma série de bancos uniformes”. É “um anfiteatro natural [...] capaz de conter uma grande audiência”.[21] O anfiteatro era o destino do povo, e foi ali que as pessoas acamparam para a cerimônia. Excelentes propriedades acústicas caracterizam o ponto entre as montanhas. Quem se encontra em uma montanha pode ouvir com facilidade uma pessoa em outra, e as duas pessoas podem ouvir com clareza o que se passa abaixo." (from "Josué: Comentário expositivo" by James Montgomery Boice, Felipe Sabino de Araújo Neto)
(d) Agora a pergunta que não quer calar: “por que no Monte Ebal”?
"A resposta encontrada em Deuteronômio 27.12-13 afirma ser Ebal a montanha sobre a qual as maldições deveriam ser lidas, ao passo que Gerizim era a montanha em que eram declaradas as bênçãos dos justos. Em outras palavras, o altar era para pecadores. Era para quem reconhecia seus pecados e que vinha, não como justo, mas como pecador ao local do sacrifício." (from "Josué: Comentário expositivo" by James Montgomery Boice, Felipe Sabino de Araújo Neto)
Deuteronômio 27.12–13 (NAA)
12— Quando vocês tiverem passado o Jordão, estas tribos devem se colocar sobre o monte Gerizim, para abençoar o povo: Simeão, Levi, Judá, Issacar, José e Benjamim.
13E estas tribos estarão sobre o monte Ebal, para amaldiçoar o povo: Rúben, Gade, Aser, Zebulom, Dã e Naftali.
(e) A determinação de como deveria ser feito esse altar tem como base um texto de Êxodo. Em narrativa, após justamente a apresentação dos “dez mandamentos” ou “as dez palavras”:
Êxodo 20.22–26 (NAA)
22Então o Senhor disse a Moisés: — Assim você dirá aos filhos de Israel: “Vocês viram que dos céus eu lhes falei.
23Não façam deuses de prata ao lado de mim, nem façam para vocês deuses de ouro.
24Façam um altar de terra para mim e sobre ele vocês sacrificarão os seus holocaustos, as suas ofertas pacíficas, as suas ovelhas e os seus bois; em todo lugar onde eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei até vocês e os abençoarei.
25Se vocês fizerem um altar de pedras para mim, não o façam de pedras lavradas; pois, se fizerem uso de ferramentas, vocês terão profanado o altar.
26Nem subam ao meu altar por degraus, para que ali não seja exposta a sua nudez.”
(f) Já havia ocorrido uma renovação da aliança (5.1-12) e mais tarde, será registrada uma outra (24.14-26). Em outras palavras, alianças precisam ser renovadas, por que nos esquecemos facilmente. O imperativo da Ceia do Senhor: “fazei isso em memória de mim”. Mas antes, vejamos o que Jesus disse sobre o “lugar do altar”.
João 4.20–24 (NAA)
20Nossos pais adoravam neste monte, mas vocês dizem que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar.
21Jesus respondeu: — Mulher, acredite no que digo: vem a hora em que nem neste monte nem em Jerusalém vocês adorarão o Pai.
22Vocês adoram o que não conhecem; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus.
23Mas vem a hora — e já chegou — em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. Porque são esses que o Pai procura para seus adoradores.
24Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.
1Coríntios 11.23–26 (NAA)
23Porque eu recebi do Senhor o que também lhes entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, pegou um pão
24e, tendo dado graças, o partiu e disse: “Isto é o meu corpo, que é dado por vocês; façam isto em memória de mim.”
25Do mesmo modo, depois da ceia, pegou também o cálice, dizendo: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue; façam isto, todas as vezes que o beberem, em memória de mim.”
26Porque, todas as vezes que comerem este pão e beberem o cálice, vocês anunciam a morte do Senhor, até que ele venha.
https://estudosdabiblia.net/2001219.htm
Em sua sabedoria, o Senhor nos deu uma festa para sempre termos "Jesus Cristo, e este crucificado" diante de nós. Ele não nos deu estátuas, cruzes, quadros, imagens ou qualquer coisa terrena, mas nos providenciou uma simples participação do pão asmo e do fruto de uva no primeiro dia da semana. (Leia atentamente 1 Coríntios 11:17-33.) Mas a festa que ele nos proporciona está repleta de significado. O pão que representa o corpo de Cristo é sem fermento, mostrando assim que devemos lutar para viver acima do pecado, exatamente como ele fez (1 Coríntios 5:6-8). O sangue que foi necessário para a nossa purificação é bem retratado pelo fruto de uva. Isaías 1:18, falando a esse respeito, diz: "Ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã". Essa lembrança nos fará apresentar o nosso "corpo por sacrifício vivo santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional" (Romanos 12:1).
A festa não apenas nos faz olhar para trás, para o sacrifício dele, mas também nos impulsiona a olhar para frente, com esperança. Ao lembrarmos a sua ressurreição, estamos sempre lembrando que isso é uma promessa da nossa própria ressurreição - e assim anunciamos "a morte do Senhor, até que ele venha". Com a lembrança de seu sacrifício por nós, a esperança de uma recompensa celestial e a sua palavra a nos orientar, como é possível falharmos?
A resposta a essa pergunta é que não falharemos se nos lembrarmos! Mas, assim como os israelitas esqueceram e perderam a vida, assim também podemos esquecer e perder a alma. Paulo advertiu a igreja de Corinto que "muitos dormem" (morte espiritual) porque perderam o verdadeiro sentido da ceia do Senhor. Estavam tomando sem "discernir o corpo". Que insulto para Cristo é participarmos dessa festa sem pensarmos em seu sacrifício. O próprio ato que tem por objetivo ajudar-nos a lembrar acaba sendo assim o meio de esquecermos. Que isso não aconteça."Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia e sim com os asmos da sinceridade e da verdade" (1 Coríntios 5:7-8)
-por Paul H. Hutcheson
(g) Uma cópia da lei que Deus havia dado a Moisés foi escrita por Josué, tudo isso para que a Palavra de Deus fosse impressa naquele momento da história de seu povo.
Josué I. Bênçãos e Maldições Proclamadas em Canaã (8.30–35)
Bênçãos e maldições são os dois eixos em torno dos quais giram a história da aliança (ver Dt 11.26; 30.1). A bênção significa vida; a maldição, morte (Dt 30.19). Deus também pode converter uma maldição em bênção (Dt 23.5). As palavras de bênção e maldição não devem ser entendidas como meras palavras. No contexto bíblico, elas são reais veículos de poder, não num sentido mágico, mas porque foram proferidas em nome daquele cuja Palavra é poderosa (Sl 33.9). Abençoar é “pôr” o “nome” do Senhor sobre o povo (Nm 6.27). Amaldiçoar é invocar esse nome a título de autoamaldiçoamento ou para amaldiçoar outros.
02. O livro relido (ouvidos). (vv. 33-35)
(a) Há um impacto com desdobramentos eternos quando a Palavra de Deus é lida, e na história dos avivamentos algo é recorrente: o retorno à Palavra de Deus marcando o inicio de renovação espiritual.
2Reis 23.1–3 (NAA)
1Então o rei deu ordem, e todos os anciãos de Judá e de Jerusalém se ajuntaram a ele.
2O rei subiu à Casa do Senhor, e com ele foram todos os homens de Judá, todos os moradores de Jerusalém, os sacerdotes, os profetas e todo o povo, desde o menor até o maior. E o rei leu diante deles todas as palavras do Livro da Aliança que havia sido encontrado na Casa do Senhor.
3O rei se pôs em pé junto à coluna e fez aliança diante do Senhor, para o seguir, guardar os seus mandamentos, os seus testemunhos e os seus estatutos, de todo o coração e de toda a alma, cumprindo as palavras desta aliança, que estavam escritas naquele livro. E todo o povo concordou com esta aliança.
Neemias 8.1–12 (NAA)
1Quando chegou o sétimo mês e os filhos de Israel já estavam morando nas suas cidades, todo o povo se reuniu, como um só homem, na praça, diante do Portão das Águas. E pediram a Esdras, o escriba, que trouxesse o Livro da Lei de Moisés, que o Senhor havia ordenado a Israel.
2Esdras, o sacerdote, trouxe a Lei diante da congregação, composta por homens, mulheres e todos os que eram capazes de entender o que ouviam. Era o primeiro dia do sétimo mês.
3Esdras leu o livro em voz alta, diante da praça que fica em frente ao Portão das Águas, desde o amanhecer até o meio-dia, na presença dos homens, das mulheres e dos que podiam entender. E todo o povo tinha os ouvidos atentos ao Livro da Lei.
4Esdras, o escriba, estava num púlpito de madeira, que fizeram para aquele fim. Estavam em pé, ao lado dele, à sua direita, Matitias, Sema, Anaías, Urias, Hilquias e Maaseias; e à sua esquerda estavam Pedaías, Misael, Malquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão.
5Esdras abriu o livro à vista de todo o povo, porque se encontrava num lugar mais elevado do que todo o povo. Quando abriu o livro, todo o povo se pôs em pé.
6Esdras louvou o Senhor, o grande Deus, e todo o povo, levantando as mãos, respondeu: — Amém! Amém! Inclinaram-se e adoraram o Senhor, com o rosto em terra.
7E Jesua, Bani, Serebias, Jamim, Acube, Sabetai, Hodias, Maaseias, Quelita, Azarias, Jozabade, Hanã, Pelaías e os levitas ensinavam a Lei ao povo; e o povo permanecia no seu lugar.
8Eles iam lendo o Livro da Lei de Deus, claramente, dando explicações, de maneira que o povo entendesse o que se lia.
9Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam o povo disseram a todos: — Este dia é consagrado ao Senhor, nosso Deus, e por isso vocês não devem prantear nem chorar. Porque todo o povo chorava, ouvindo as palavras da Lei.
10Então lhes disse: — Vão para casa, comam e bebam o que tiverem de melhor. E mandem porções aos que não têm nada preparado para si. Porque este dia é consagrado ao nosso Senhor. Portanto, não fiquem tristes, porque a alegria do Senhor é a força de vocês.
11Os levitas tranquilizaram todo o povo, dizendo: — Acalmem-se, porque este dia é santo. Não fiquem tristes.
12Então todo o povo se foi para comer, beber, mandar porções aos que nada tinham e fazer uma grande festa, porque tinham entendido as palavras que lhes foram explicadas.
(b) Vale a pena revisitarmos um dos conceitos acerca do tema, “avivamento”:
D. M. Lloyd Jones: A essência de um avivamento é que o Espírito Santo desce sobre um número de pessoas reunidas, ou sobre toda uma igreja, ou sobre um número de igrejas, e distritos, ou talvez um país inteiro. Isso é o que significa avivamento. Se preferirem, é uma visitação do Espirito Santo, ou outro termo que tem sido frequentemente usado é este- um derramamento do Espírito Santo. E os termos são interessantes porque podemos ver que as pessoas estão cônscias de que é como se algo subitamente veio sobre elas. O Espírito de Deus veio sobre elas. Deus desceu e está em seu meio. Um batismo, um derramamento, uma visitação. E o efeito disso é que imediatamente essas pessoas se conscientizam de Sua presença e do Seu poder de uma forma que nunca conheceram antes.
(c) Repare na amplitude dos agrupamentos humanos alcançados por essa visitação do Senhor: “toda a congregação de Israel”, “mulheres”, “crianças”, “estrangeiros que viviam no meio deles”.
03. Outras aplicações:
(a) Fato é que precisamos nos lembrar do Senhor em nossos dias, justamente para vivermos os efeitos de seus feitos na história do povo de Deus. Quem se esquece do que o Senhor fez no passado, não desfruta do que Ele faz no presente.
Josué 4.21–24 (NAA)
21E Josué disse aos filhos de Israel: — Quando, no futuro, os filhos perguntarem a seus pais: “O que significam estas pedras?”,
22expliquem aos filhos de vocês, dizendo: “Israel passou em seco este Jordão.”
23Porque o Senhor, o seu Deus, fez secar as águas do Jordão diante de vocês, até que vocês tivessem passado, como o Senhor, o seu Deus, fez com o mar Vermelho, que ele secou diante de nós, até que tivéssemos passado.
24Para que todos os povos da terra saibam que a mão do Senhor é forte, a fim de que vocês temam o Senhor, seu Deus, todos os dias.
Martin Lloyd Jones: Quantas vezes, eu me pergunto, vamos à Bíblia dizendo a nós mesmos: “Vou ler a Bíblia porque ver o que Deus fez; vou ler a minha Bíblia para que possa ver Deus agindo e intervindo na história”? Mas a Bíblia não é apenas um livro que responde minhas perguntas e me diz várias coisas que eu quero saber; a Bíblia e o registro das atividades de Deus, das manifestações de Deus, dos poderosos atos e obras de Deus. Vou continuar examinando, vou me colocar de lado e ver o que Deus, o Senhor, fez, “para que todos os povos da terra conheçam que a mão do Senhor é forte” (Josué 4.24). Os atos de Deus. Todavia receio que não lemos mais a Bíblia desta forma. Ou lemos? Queremos apenas uma palavra que nos ajude. Queremos um pensamento que nos ajude a começar o dia. Queremos alguma coisa antes de proferir nossa breve e apressada oração antes de prosseguir com as atividades do dia. Lindos pensamentos. Não me entendam mal. Vou dizer uma coisa que pode ser seriamente mal compreendida. Eu realmente creio que o principal problema da maioria dos evangélicos hoje em dia é que leem as suas Bíblias “devocionalmente” demais, quero dizer, subjetivamente. E este poderoso panorama dos atos do Deus vivo é algo de que parecemos estar inconscientes, e o resultado é que precisamos ser lembrados do que Deus fez. Está tudo aqui para nós, mas passamos sem perceber, daí precisarmos levantar algumas pedras, um memorial, algo que chame a atenção.
(b) Ao invés de altares de pedra, temos hoje em nossos dias, crentes com corações de pedra. Precisamos de ver homens e mulheres com corações quebrantados na igreja do Senhor Jesus. Nossa igreja precisa de pessoas assim.
Ezequiel 36.26–28 (NAA)
26Eu lhes darei um coração novo e porei dentro de vocês um espírito novo. Tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne.
27Porei dentro de vocês o meu Espírito e farei com que andem nos meus estatutos, guardem e observem os meus juízos.
28Vocês habitarão na terra que eu dei aos seus pais. Vocês serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
Jeremias 24.7 (NAA)
7Eu lhes darei um coração para que me conheçam, para que saibam que eu sou o Senhor. Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus, porque se voltarão para mim de todo o seu coração.
http://www.hottopos.com/geral/qalb.htm
O coração humano - para a tradição semita - é um girador. Uma primeira sugestão contida nessa caracterização é a de que o homem, volúvel e inconstante em seu núcleo profundo, volta-se para cá e para lá, girando, oscilando ao sabor de caprichos e impulsos repentinos. Para nós, a giração é antes associada a disfunções e desvarios: gira é a pessoa adoidada, amalucada: biruta (a biruta, como se sabe, é aquele pano cônico dos aeroportos que gira ao sabor dos ventos). Também o famoso insulto babaca remete em sua origem - ao contrário do que muitos maliciosamente pensam - ao verbo tupi babak, que significa simplesmente: girar.
Se para nós esse girar está ligado à anormalidade, para a tradição semita não: a oscilação é a condição normal do centro radical da pessoa: o seu coração. A língua árabe aprofunda ainda mais. Nela, literalmente, a palavra para coração, qalb, deriva diretamente de qalaba, girar. E um antigo e proverbial verso diz incisivamente:
Wa ma sumya al-qalbu qalban illa liann yataqalabu...:
(o coração/girador foi chamado de girador porque... ele gira).
Ilustr.: John Piper, “Teologia da Alegria: a plenitude da satisfação em Deus”.
Oh, que não tratemos como algo inútil! Se o fizermos, estaremos nos opondo a nós mesmos e desprezando os santos que trabalharam e sofreram pela Palavra de Deus. Pense na coragem de Martinho Lutero ao enfrentar os governantes seculares e estratégicos da sua época, que tinham poder para bani-lo e até para executá-lo por suas opiniões sobre a Palavra de Deus. O arcebispo de Trier fez uma última vez a pergunta a Lutero: “Você repudia ou não seus liros e os erros que eles contêm?”. Lutero respondeu: “Como sua majestade e os senhores desejam uma resposta simples, responderei sem papas na língua. Enquanto não for convencido pelas Escrituras e pelo raciocínio claro- não aceito a autoridade de papas e concílios, pois já se contradisseram entre si- minha consciência é prisioneira da Palavra de Deus. Não posso e não quero retirar nada, porque ir contra a consciência não é nem correto nem sábio. Aqui estou, não posso agir de modo diferente. Que Deus me ajude”.
Martinho Lutero sabia tão bem como qualquer outra pessoa que cada dia com Jesus não é melhor que o dia anterior. E, de acordo com o seu biógrafo Roland Bainton, ele escreveu estas famosas linhas no ano de sua pior depressão:
Se nos quisessem devorar
Demônios não contados,
Não nos podiam assustar,
Nem somos derrotados.
O grande acusador
Dos servos do Senhor
Já condenado está;
Vencido cairá
Por uma só palavra.