O Verbo encarnado (3)

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Quem é Jesus?

João 1.1-14

A encarnação do Verbo

1No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

2Ele estava no princípio com Deus.

3Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.

4A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.

5A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.

6Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João.

7Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele.

8Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz,

9a saber, a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina a todo homem.

10O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.

11Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.

12Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome;

13os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

14E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.

Se alguém lhe perguntar, quem é Jesus, qual seria sua resposta?
Introdução:
Na maioria das vezes em que alguém vai ser examinado no conselho, se faz a seguinte pergunta; Quem é Jesus para você?
A partir daí a pessoa responde, Jesus é meu Salvador, meu guia, Ele me salvou morrendo na cruz… e por aí vai. Depois de muitos anos de vida cristã, qual a resposta que você daria para essa pergunta, Quém é Jesus para você?
Com base no texto de João, quero trazer a resposta a essa pergunta.
Vamos dividir essa resposta em três; Primeira resposta.
Jesus é o Verbo, a Palavra.
Comentário Bíblico de João: Através da Bíblia Descrição da Divindade do Verbo (Jo 1:1–5)

O Verbo era e é Eterno (v. 1): No princípio era o Verbo… A expressão “Verbo” é a tradução possível do termo grego logos, um termo muito difícil de ser entendido e de ser traduzido

Comentário Bíblico de João: Através da Bíblia Descrição da Divindade do Verbo (Jo 1:1–5)

Conforme McGrath (2005, p. 413):

… esse termo Logos comumente traduzido por “palavra” ou “verbo” deve ser entendido como a fonte suprema de todo conhecimento humano. O único e mesmo Logos é conhecido tanto pelos cristãos como pelos filósofos pagãos; os últimos, entretanto, tiveram apenas um acesso parcial, ao passo que os cristãos tiveram completo acesso a ele, devido a sua manifestação em Cristo.

Comentário Bíblico de João: Através da Bíblia Descrição da Divindade do Verbo (Jo 1:1–5)

Isso quer dizer que quando o apóstolo João se refere ao Verbo está se referindo diretamente a Jesus, o Cristo, o Messias prometido. Essa afirmação é de grande importância, pois significa que Jesus sempre existiu antes do tempo e da matéria, possibilitando a todos conhecerem e terem acesso a essa “fonte de todo conhecimento humano”. A palavra Verbo é um dos títulos mais altos e mais profundos da pessoa de Jesus. Não é fácil para nós determinarmos o seu verdadeiro sentido. Esse termo tinha um significado especial tanto para os gregos como para os judeus. Platão e outros filósofos gregos usavam verbo (logos), referindo-se a “razão”, a “lógica”, uma força abstrata que trazia ordem e harmonia ao Universo; referia-se à “mente” de Deus. Na filosofia neoplatônica e no pré-gnosticismo (a heresia gnóstica que se consolidou no 2º e no 3º século), o verbo (logos), era entendido como um poder intermediário, um aeon entre Deus e o mundo e, por isso, para a maioria dos gregos, Jesus não era aceito como Deus que se encarnou, mas simplesmente um ser nessa escala que aproximava o Criador da criação.

Para os judeus, o Verbo (Logos), referia-se ao envolvimento ativo e pessoal de Deus no mundo. Filo identificava o Verbo (Logos), com a sabedoria divina. No Antigo Testamento, a palavra Iahweh nunca era pronunciada. Era uma palavra santa que não era usada, porém a palavra que substituía o nome Iahweh era exatamente a palavra Verbo. Na concepção judaica, a criação é um exemplo desse envolvimento divino. Quando Deus pronunciou o Verbo (Logos), a terra veio a existir. Verbo, então, designa Deus, o Filho, referindo-se à divindade, isto é, a presença ativa e pessoal de Deus entre nós. Em João, as qualidades do Verbo (Logos), unem-se e estão presentes em Jesus Cristo, pois o Verbo é Jesus Cristo!

Jesus Cristo é o força que moveu, move e continuará movendo o universo por completo.
A segunda parte da resposta:
Jesus é a verdadeira Luz
Comentário Bíblico de João: Através da Bíblia Descrição da Divindade do Verbo (Jo 1:1–5)

O Verbo é a fonte da luz (v. 5): A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela. Jesus é a fonte de toda luz. Então, além do Verbo ser a vida (zoe), o Verbo é também a luz (photos), tanto física como espiritual. Sim, de Jesus vem toda a iluminação espiritual que o homem necessita para descobrir como ter comunhão com Deus. Também foram essas as palavras do próprio Jesus: … eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, terá a luz da vida (Jo 8.12). Essa luz, que é Jesus, dá esperança a todo homem. Destaca-se ainda, nessa afirmação, o contraste que João fará por todo o evangelho entre luz e trevas, ideia repetida por mais 21 vezes nesse evangelho. Ainda nesse verso 5, a expressão: … e as trevas não prevaleceram contra ela… é muito significativa, pois o verbo prevalecer significa que as trevas não conseguem se opor a Jesus, o Verbo de Deus. Na verdade, as trevas representam a esfera natural de todos aqueles que odeiam o bem. Aqueles que repudiam a luz são os homens cujas obras são más (Jo 3.19–20). O homem que tem algo a esconder odeia a luz e ama as trevas. Porém devemos saber que é impossível esconder algo de Deus (BARCLAY, 1974, p. 54). Essa é a mensagem do evangelho: a luz do Verbo, Jesus, pode tirar qualquer um das trevas em que se encontra.

Terceira parte da resposta
Jesus Homem
O Verbo se fez carne quando Jesus nasceu como um bebê em uma manjedoura em Belém. Ele sempre existira como o Filho de Deus, com o Pai, no céu, mas agora escolhera vir ao mundo em corpo humano. Ele habitou entre nós. Não foi apenas uma aparição curta, sobre a qual se poderia cometer o erro ou mal-entendido… A palavra habitou significa “tabernaculou” ou “armou tenda”. Seu corpo foi a tenda na qual ele viveu entre os homens durante trinta e três anos.
Nessa afirmação temos a revelação do mistério que estava oculto pelos séculos. Deus se fez homem! Deus se transformou em homem-Deus! O que João nos apresenta é que a divindade uniu-se à humanidade na segunda pessoa da Trindade, num ser humilde que se esvaziou, como disse Paulo aos filipenses (Fl 2.7). Jesus tomou sobre si a plena e genuína natureza humana, identificando-se completamente conosco.
Conclusão
Comentário Bíblico de João: Através da Bíblia Descrição da Divindade do Verbo (Jo 1:1–5)

mensagem do evangelho: a luz do Verbo, Jesus, pode tirar qualquer um das trevas em que se encontra.

Com essas afirmações e explicações temos de modo bem resumido a descrição do nosso Senhor Jesus Cristo como Deus e, a questão que se levanta é: essas afirmações têm implicações que nos afetam? Essas explicações têm o poder de causar transformações? Creio que sim! Basta crermos em Jesus como o Verbo de Deus, como o próprio Deus, como autor e sustentador da vida e a luz para o nosso caminho. Quando o reconhecemos dessa maneira, certamente seremos transformados!

Neves, I., & McGee, J. V. (2012). Comentário Bíblico de João. (I. Mazzacorati, Org.) (Segunda edição, p. 34). São Paulo, SP: Rádio Trans Mundial.
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