A tentação de Jesus
Introdução
Contexto
Há quem veja uma discrepância entre Mateus e Lucas, visto que a ordem em que Mt 4.5–10 registra as duas últimas tentações é invertida em Lc 4.5–12. A resposta é que, enquanto Mateus sem dúvida parece apresentar uma certa sequência histórica, como é evidente não somente pelo uso que faz do termo “então” (v. 5), e do v. 11 (“Então o diabo o deixou”), mas também, como já se notou, da íntima conexão entre a primeira e a segunda tentações; Lucas, ao contrário, nem sequer sugere tal sequência. Ele simplesmente conecta as três tentações por meio da conjunção “e” (4.5,9), porém não diz nem subentende de forma alguma que estão apresentadas em sua ordem histórica. De forma que não existe discrepância.
1. peiráō no ativo significa “provar ou tentar”, “testar” ou “experimentar”. No mais comum médio ou passivo significa “pôr alguém à prova”, “testar algo” ou “conhecer por experiência”. Um raro uso religioso é “pôr à prova a divindade mediante o teste de verdade de um oráculo”.
2. peirázō, uma palavra incomum, também significa “provar” ou “testar”.
3. ekpeirázō não ocorre no grego secular, mas encontramos o médio ekpeiráō para “testar” ou “sondar alguém”.