O Jovem Rico

Evangelho de Mateus  •  Sermon  •  Submitted
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Série de mensagens expositivas com base no evangelho de Mateus

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Transcript
Introdução
Todos nós, em alguma medida, temos renunciado algo pelo seguimento de Cristo. Ou se não temos, deveríamos estar renunciando, pois Jesus nos chama a tomar a cruz para seguí-lo e isso envolve renúncia. Tive a oportunidade de conhecer alguém que expressou em sua vida e que ontem partiu para o encontro do Senhor (falar sobre).
Série de instruções a caminho de Jerusalém. A perseverança no casamento, em vez do divórcio fácil. A humildade e confiança, em vez da auto-justiça. Não confiar em riquezes ou justiça própria.
Ilustrar (pintura/obra de arte feita por um leigo e a feita por um artista com talento nato). Diante de nós, um texto que nos narra o contraponto entre a prepotência permeada com a dúvida e a atitude de renúncia, de entrega humilde e abnegada, que é requisito para o seguimento de Jesus. Ou seja, o requisito para a admissão no reino. Um jovem com uma compreensão equivocada aerca da salvação se aproxima de Jesus e é corrigido. Em contraste com os pequeninos, esse homem (ainda que jovem) que se achava autosuficiente. Vejamos como isso se dá.
Pressupostos errados
Mateus, Volumes 1 e 2 19.16–30 O Perigo Das Riquezas e a Recompensa do Sacrifício

repentinamente, ali mesmo no caminho, enquanto Jesus e seus discípulos viajavam pela Pereia, veio um homem ao Mestre com uma pergunta que o consumia e por cuja resposta ele ansiava ardentemente. Era uma pergunta muito importante, tendo a ver com a salvação.

Mateus, Volumes 1 e 2 19.16–30 O Perigo Das Riquezas e a Recompensa do Sacrifício

A pessoa que veio a Jesus tinha muitas coisas em seu favor:

Era rico, jovem e preeminente;

Limpo, preocupado e reverente.

Era rico (Mt 19.22), isto é, em possessões materiais e terrenas. Era jovem (Mt 19.20), provavelmente não contasse com mais de quarenta anos de idade, talvez muito mais jovem (ver CNT sobre 1 Timóteo 4.12). Era preeminente (Lc 18.18), sendo qualificado de “principal”, provavelmente um dos oficiais encarregados da sinagoga local (ver sobre Mt 9.18), um homem de elevada reputação. Isso era verdade com mais razão por ser ele limpo (Mt 19.20), um homem de excelente conduta externa, um indivíduo virtuoso. Era preocupado, ansioso. Ele tinha um problema em sua mente e coração. Não havia encontrado aquilo que pudesse dar descanso a sua alma. Estando ansioso em resolver o problema, “correu” para Jesus (Mc 10.17). Finalmente, era reverente, demonstrado pelo fato de que ele “se ajoelhou diante de” Jesus, como o indica a referência no Evangelho de Marcos.

O que é ser rico mesmo? O que o texto diz que ele tinha muitas posses.
Mateus, Volumes 1 e 2 19.16–30 O Perigo Das Riquezas e a Recompensa do Sacrifício

Não sabemos até que ponto esse jovem entendia a natureza da “vida eterna”. Se “vida” significa resposta ativa de alguém ao ambiente, então vida eterna deve significar uma resposta ativa, interminável, ao melhor dos ambientes, a saber, o celestial. É comunhão com Deus (Jo 17.3). Outras belas descrições são: “o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo” (Rm 5.5), “a luz do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo” (2Co 4.6), “a graça de Deus que excede a todo entendimento” (Fp 4.7) e “alegria indizível e cheia de glória” (1Pe 1.8). Vida eterna é outro nome para “salvação”.

Evangelho de Mateus 3. A questão da propriedade, 19:16–30

Para a época de Jesus, a pergunta do jovem não é incomum. Perguntava ele pelo bem que deveria praticar além da simples observação das determinações legais. Quer fazer algo espontaneamente por amor e não apenas evitar transgressões. Quer passar do cumprimento dos mandamentos para ações positivas, para boas obras excedentes.

Uma coisa é de se apreciar. Ele não estava tão absorvido pelas coisas que o dinheiro podia comprar que não pudesse se preocupara com aquilo que o dinheiro não compra. Contudo, estava cometendo um erro trágico: achando que poderia obter méritos para ser salvo (v. 16 x v. 20)
O homem não estava pedindo orientação, informação, mas validação, confirmação do que já achava que sabia. O foco dele não estava no reino, nem no rei do Reino.
Ele chama Jesus de mestre. Um simples professor? Uma espécie de coaching. Três passos para isso, como fazer algo a partir do que eu já tenho.
É apenas uma sutileza, mas por trás arrogância, altivez. Ele se achava um bom pintor. Julgava que o reino poderia pertencer a ele por seus feitos e não que ele poderia pertencer ao reino por entrega. Diferença abissal.
Tinha ideia do que era bom.
Sua pergunta revelava muita coisa. Guardar mandamentos não consiste em saber de cor. O que é bom está revelado na Palavra.
Evangelho de Mateus 3. A questão da propriedade, 19:16–30

A réplica do jovem evidencia que ele entende a resposta de Jesus no contexto da religiosidade judaica. Esta havia transformado a lei num enorme número de mandamentos (613), de modo que se torna compreensível a nova pergunta: Quais mandamentos?

Ele queria ações e Jesus lhe deu ações. Intrigante… Jesus mostra a segunda tábua da lei. Mais que isso, Jesus reorganiza os mandamentos. É como se dissesse que sabia onde ele estava errando… Para trazê-lo para perto da verdade
Mateus, Volumes 1 e 2 19.16–30 O Perigo Das Riquezas e a Recompensa do Sacrifício

Pode surgir a seguinte pergunta: “Ao dar ao jovem essa ordem, porém, não estaria Jesus respaldando a doutrina da ‘salvação pelas boas obras’? Não teria sido suficiente dizer-lhe: ‘Confie em mim’?”. A resposta consiste em que “Confie completamente em mim” é precisamente o que o Senhor lhe estava dizendo, pois certamente sem plena confiança e total rendição àquele que estava emitindo a ordem ao jovem rico não era possível esperar que ele vendesse tudo o que tinha (Lc 18.22) e desse o produto aos pobres.

Jesus havia falado sobre o cuidado com os pais.
Por que Jesus citou apenas os mandamentos da segunda tábua do decálogo. Não cumprí-los significa não cumprir os da primeira tábua (1 João 4:20).
Sua pretensa pureza aqui está se digladiando comuma insatisfação profunda.
Nossa tendência de nos valer de nossos próprios esforços. Convicção tão forte de que já estamos no reino. Não confundir estar na igreja com estar na Igreja.
Mateus, Volumes 1 e 2 19.16–30 O Perigo Das Riquezas e a Recompensa do Sacrifício

Jesus, fitando-o, amou esse jovem que se achava ajoelhado diante dele (Mc 10.21). Não só apreciou sua “preocupação por virtude e por boa conduta externa” (Cânones de Dort, Capítulos Terceiro e Quarto, artigo 4), mas também deve ter-se apiedado dele em virtude da luta que experimentava (Mt 9.36–38; 11.28). Jesus, porém, também sabia que havia algo terrivelmente errado com esse jovem rico e importante. Suas possessões materiais o haviam escravizado (ver v. 22,23). Na verdade, amava ele a seu próximo como a si mesmo? Não. Estaria ele realmente disposto a seguir todo o caminho para onde Deus, pela voz de Jesus Cristo, o dirigisse? Não estava, como é óbvio à luz do que se segue

Abandone os ídolos
Tornar os mandamentos vivos e não apenas saber. O jovem responde que os observada. Cristo diz “faça” e o jovem diz “estou fazendo”.
Eu sei muito, posso até ensinar. Não há falta em mim. Já faço todos. Auto-justiça. Sacrifícios (autosacrifícios, jejum, etc…)
Quando se confronta alguém com seus pecados, via de regra, a pessoa se apresenta como sendo melhor que os outros. Não faço aquilo ou isso
Que me falta ainda? Pergunta intrigante. Estava incomodada com a falta de aprovação da parte de Jesus. Não o via como mestre a ser obedecido, mas como alguém de quem buscava validação. Se não concordasse, poderia se retirar. Queria argumentar com Jesus.
Evangelho de Mateus 3. A questão da propriedade, 19:16–30

O erro do jovem não era que ele não tivesse reconhecido suas transgressões, mas que ele não compreendeu a interpretação da lei feita por Jesus, tal como se depreende do sermão do Monte. Não compreendeu que Deus não exige ações isoladas que o ser humano pudesse apresentar, porém quer a pessoa toda, incluindo seus pensamentos, palavras e ações. Quando reconhecemos essa unidade de todo o cap. 19, de como Jesus na questão do matrimônio, e também ao abençoar as crianças, bem como agora na atitude perante os bens, exige a entrega total a ele como o Senhor, somente então entenderemos o desafio que ele faz ao jovem

Achava que tinha uma mansão na rocha, mas tinha um castelo na areia da praia. Jesus falou baixinho. Pior de colocar nas redes sociais.
O desejo de perfeição. É maturidade.
É sobre Jesus! É sobre Deus. Os mandamentos, tudo aponta para Ele.
Por que Jesus não disse “não cobiçarás” ou “não terás outros deuses dinante de mim”. Fica claro o porquê.
Saiu triste é revoltado, indignado. Sempre alguém te confrontar com um pecado e você se ver muito contrariado, irritado mesmo, muito provavelmente a pessoa acertou no ponto.
Ativismo, auto-punição.
Em vez de sacrificar os ídolos, quantas vezes os beatificamos.
Método para capturar macacos. Dedos esticados para enfiar a mão no jarro. Enquanto não soltasse o seu apego às posses, não estaria livre para seguir Jesus.
Dinheiro não é tudo. A história de Midas.
Não tente pintar um quadro...
Aplicações
Mateus, Volumes 1 e 2 19.16–30 O Perigo Das Riquezas e a Recompensa do Sacrifício

Esse era o teste. Se o suportasse, teria um “tesouro no céu”. A referência é a todas as bênçãos de caráter celestial que em medida plena estão reservadas no céu aos filhos de Deus, e das quais nos é permitido provar um pouco por antecipação, mesmo agora.

Mateus, Volumes 1 e 2 19.16–30 O Perigo Das Riquezas e a Recompensa do Sacrifício

É importante observar que Jesus acrescentou: e vem e segue-me. Esse “seguir”, que devia ser acompanhado por um testemunho ativo e preparação para o mesmo, implica que o jovem deve aprender a “negar-se a si mesmo e tomar sua cruz” (16.24), e assim não mais seria capaz de devotar-se ao serviço de Mamom. A resposta foi trágica:

A resposta de Jesus foi particular para um contexto particular. Não significa que todos devam vender suas posses. Todos temos algo a abrir mão em prol do seguimento de Jesus.
Mateus, Volumes 1 e 2 19.16–30 O Perigo Das Riquezas e a Recompensa do Sacrifício

O jovem “tinha muitas propriedades”. Ele as possuía; elas o possuíam, tinham se apoderado firmemente dele.

Mateus, Volumes 1 e 2 19.16–30 O Perigo Das Riquezas e a Recompensa do Sacrifício

Segundo a Escritura, a dois homens se pediu que fizessem um sacrifício. Um foi Abraão (Gn 22.1,2); o outro, o jovem rico. O sacrifício que se pediu a Abraão foi muitíssimo maior. Por meio de sua boa vontade de fazer o sacrifício, Abraão demonstrou o genuíno caráter de sua fé. “Creu em Jeová, e isso lhe foi imputado para justiça” (Gn 15.6; cf. Tg 2.21–23). O jovem rico, embora lhe fosse pedido que fizesse um sacrifício muito menor, mas ainda um sacrifício considerável, recusou, com isso provando que não tinha a fé pela qual se aceita a salvação como um dom gratuito de Deus. Abraão colocou sua confiança em Deus; o jovem, em suas riquezas. Essa foi a diferença. Ver 1 Timóteo 6.17.

O jovem estava diante de um conflito ético. A solução do diabo para esse tipo de conflito é apenas uma: continuar a perguntar. Assim, estará desobrigado da obediência.
A suma de tudo para aquele jovem era seguir a Jesus. A comunhão com o Cristo que é a finalidade dos mandamentos. O Cristo que está diante dele e o chama. Ele pediu mais algo a fazer e Jesus lhe disse: siga-me. Só podemos aprender o que é obediência enquanto obedecemos e não fazendo perguntas. Deus nos ajude.
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