O Cinturão da Verdade
A Luta e as Batalhas • Sermon • Submitted
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Introdução
Introdução
Hoje daremos mais um passo na direção de nossa busca em compreender, através das Escrituras, a luta espiritual que permeia as batalhas que enfrentamos no dia-a-dia.
No capítulo 6 da carta aos Efésios, o apóstolo Paulo, a partir de verso 10, a título de concluir sua epístola, revela as características de uma luta que acontece atrás dos acontecimentos corriqueiros da vida. Convido você a ler comigo esse texto.
10 Finalmente, fortaleçam-se no Senhor e no seu forte poder.
11 Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do Diabo,
12 pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais.
13 Por isso, vistam toda a armadura de Deus, para que possam resistir no dia mau e permanecer inabaláveis, depois de terem feito tudo.
14 Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça
15 e tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz.
16 Além disso, usem o escudo da fé, com o qual vocês poderão apagar todas as setas inflamadas do Maligno.
17 Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.
18 Orem no Espírito em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos.
19 Orem também por mim, para que, quando eu falar, seja-me dada a mensagem a fim de que, destemidamente, torne conhecido o mistério do evangelho,
20 pelo qual sou embaixador preso em correntes. Orem para que, permanecendo nele, eu fale com coragem, como me cumpre fazer.
Essa luta acontece em uma dimensão espiritual que não é visível aos olhos humanos. Dela participam forças espirituais poderosíssimas que assumiram posições opostas sobre a seguinte pergunta: vale a pena confiar em Deus? Ele é digno da minha confiança?
O Motivo da Luta
O Motivo da Luta
Há milênios atrás esses poderes espirituais rebeldes (criados pelo próprio Deus – o dualismo que considera uma luta eterna entre o bem e mal não encontra espaço na Bíblia), que decidiram não confiar na bondade de Deus, carimbaram seu passaporte para uma eternidade distante do criador.
O destino deles é uma existência sem propósito, porque a vida encontra seu propósito naquele que é o seu autor. Longe do autor da vida, viver torna-se uma agonia sem fim e morrer a perpetuação dessa agonia. É por isso que hoje se vive uma crise sem precedentes onde uma parcela cada vez maior da população sofre com distúrbios mentais e emocionais. O Autor da vida foi banido da vida, por isso a vida vem perdendo o seu sentido.
Ao decidirem não confiar no caráter do Autor da vida, essas forças espirituais (o apóstolo Paulo as chama de principados, potestades, dominadores do mundo das sombras e forças espirituais da maldade) selaram para si mesmas uma eternidade cheia de um vazio existencial; porque não há nada que satisfaça, que dê sentido final à existência se estamos longe do Autor da vida.
Quando você decide viver a vida dando as costas para Deus, resolve que o Autor da vida e a sua Palavra não são dignos de confiança e parte para viver de acordo com os seus pensamentos, sentimentos e motivações algumas coisas acontecem: (1) a vida perde gradativamente o seu propósito, (2) você está associando o seu destino eterno ao destino daquelas forças espirituais rebeldes e (3) sendo usado como exemplo vivo de acusação contra o caráter de Deus.
Por isso, a grande luta travada na dimensão espiritual é em torno da resposta de cada ser humano à mesma pergunta: vale pena confiar em Deus? Ele é digno da minha confiança?
A Vitória de Cristo
A Vitória de Cristo
A pergunta é intrigante. É possível ou não viver uma vida marcada pela confiança plena em Deus? É possível ou não experimentar o amor de Deus em um mundo corroído pelo egoísmo e pela crueldade?
Quem já viveu um pouco mais na vida e testemunhou a maldade do coração humano, que aflora em cada pequena atitude é tentado a responder NÃO. A resposta tem fundamento prático e encontra respaldo na Bíblia.
Romanos 3:10 -18
10 Como está escrito: “Não há nenhum justo, nem um sequer;
11 não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus.
12 Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer”.
13 “Suas gargantas são um túmulo aberto; com suas línguas enganam”. “Veneno de serpentes está em seus lábios”.
14 “Suas bocas estão cheias de maldição e amargura”.
15 “Seus pés são ágeis para derramar sangue;
16 ruína e desgraça marcam os seus caminhos,
17 e não conhecem o caminho da paz”.
18 “Aos seus olhos é inútil temer a Deus”.
O que dizer dessa afirmação do apóstolo Paulo? Têm razão os principados e potestades que acusam a Deus de injusto? Se o homem não tem em si mesmo os recursos para alcançar por esforço próprio uma vida marcada pela confiança plena em Deus, o que fazer?
Olhe para a cruz de Cristo!
Olhe para a cruz de Cristo!
O filho de Deus submeteu-se às limitações humanas. Falando sobre isso, o apóstolo Paulo se expressou assim:
6 que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se;
7 mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.
8 E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!
Como homem Jesus viveu uma vida de plena de confiança no Pai. O escritor de Hebreus se expressa assim falando sobre Jesus:
15 pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado.
Por isso obedeceu até o fim e entregou sua própria vida.
A Bíblia diz que principados e potestades foram expostos à vergonha na cruz do calvário. Porque ali se consumou a obra de Cristo. Ali foi definitivamente provado que é possível ser novamente amigo de Deus. Não através da nossa força ou habilidade, mas por meio da vida e da morte de Cristo. Para nós, que estávamos de costas para Ele, mortos em nossos delitos e pecados, Deus providenciou um escape através de Cristo Jesus.
A vida de Jesus, vivida em plena confiança em Deus, sua morte injusta e sua ressurreição pelo poder de Deus podem ser aplicados a sua vida. Essa possibilidade é um presente de Deus para você. Não há mérito em ninguém para recebê-lo. Mas há um jeito certo de receber esse presente: pela fé.
Quando você decide confiar em Deus e pela fé aceita que a vida, morte e ressurreição de Cristo sejam aplicadas a sua vida, são quebradas as ligações com essas forças espirituais rebeldes. O seu destino eterno, que estava ligado ao destino delas, passa a ficar ligado ao destino eterno de Cristo Jesus.
Por causa disso é que ninguém está fora dessa luta. Todos fazemos parte, porque é um luta que acontece dentro de nós.
As Batalhas da Luta
As Batalhas da Luta
O apóstolo Paulo afirma que essa luta é espiritual. Mas, nos capítulos anteriores da sua carta, ele deixa claro que as batalhas dessa luta acontecem nos fatos corriqueiros de um dia comum e ensolarado.
A luta é na igreja, na família, no trabalho, na escola, nas festas de aniversário, ao ser assaltado na porta de casa e na saída com os amigos; a luta é ao navegar na Internet, na conversa com uma vizinha e ao negociar qualquer coisa; a luta acontece na perda de um ente querido, na alegria de emprego novo, ao abastecer o carro e em frente a TV. É em cada simples momento da vida que nossa confiança em Deus precisa ser experimentada.
A Armadura de Deus
A Armadura de Deus
Como nós vimos no primeiro dia desse assunto, quando Paulo escreveu a carta aos irmãos de Éfeso ele estava preso, provavelmente vigiado por soldados romanos. E foi da armadura usada por aqueles soldados que ele retirou uma ilustração para explicar são os recursos que Deus colocou a nossa disposição para nos defendermos dos ataques do inimigo.
As peças da armadura são essas: um cinturão, uma couraça, sandálias, um escudo, um capacete e uma espada. A partir de hoje vamos aprender com a Palavra de Deus sobre cada peça dessa maravilhosa armadura que Ele nos Deus. (1) A que se destina cada peça? (2) Como deve ser usada para proteger? (3) É possível usá-las no dia-a-dia?
Sua Atitude
Sua Atitude
Antes de começarmos a ver cada peça da armadura, vamos pensar um pouco sobre nossa atitude em relação a ela. Esse é um ponto importante porque sua atitude em relação à armadura de Deus é que vai definir a eficácia dela em sua vida.
Efésios 6:13
...tomai toda a armadura de Deus (RA)
...usem cada peça da armadura de Deus (BV).
Usem
Usem
Nenhum soldado sairia para a guerra sem seus equipamentos. Não é sensato. Mais que isso é quase um suicídio. Por mais sofisticadas e poderosas que sejam as armas à disposição dele, não valem nada se não forem usadas.
Lembre-se que você está em uma luta. Por isso não guarde sua armadura no armário de casa. Guardada ela não vai lhe proteger. Não existem palavras mágicas ou frases de efeito que substituam o uso da armadura. Não adianta evocar o poder da armadura ou determinar que ninguém tem o direito de lhe tocar. É preciso usar a armadura. Não adianta esbravejar contra o inimigo, xingá-lo ou amaldiçoá-lo, tem que usar a armadura.
Se você encontrar, no meio de uma guerra, um soldado sem a sua armadura existem algumas possibilidades:
(1) É possível que ele seja um recruta e precise ser ensinado sobre a existência da armadura;
(2) É possível ainda que ele não tenha sido bem treinado e precise ser melhor orientado sobre como usá-la;
(3) Ou pode ser um soldado antigo e arrogante, que esqueceu porque estava lutando, perdeu o gosto pela vida e gasta seus dias falando mal da comida e do desconforto do campo de batalha.
Não há alternativa. Ou usamos a armadura ou seremos mortalmente feridos na batalha.
Toda
Toda
Mas não resolve usar só algumas peças da armadura e deixar outras de lado: Imagine ir para uma batalha levar o escudo e esquecer o capacete; ou usar o calçado, mas esquecer a espada.
Deus preparou uma armadura completa. Cada peça tem a sua utilidade e todas são imprescindíveis. Um soldado bem treinado não se deixa enganar pelas histórias mentirosas de que a armadura é pesada ou de que algumas peças se tornaram antiquadas. Ele sabe que a proteção só é completa quando toda a armadura é usada.
O Cinturão da Verdade
O Cinturão da Verdade
A primeira peça da armadura é um cinturão. Pode parecer estranho que a primeira peça da armadura de Deus para a luta espiritual seja um cinto, não?
Mas o cinturão era uma peça indispensável para o soldado romano. Preso em volta da cintura, o cinto servia para ajustar a armadura em volta do corpo, permitindo que o soldado se movimentasse com mais agilidade. Além disso, era usado para sustentar a adaga e a espada. O cinturão era uma peça estratégica. Ele era responsável pela estrutura e sustentação de toda a armadura.
A luta
A luta
O apóstolo Paulo afirma que na luta espiritual em que estamos envolvidos é preciso estar cingido com o cinturão da verdade. É preciso que haja algo capaz de sustentar o restante da armadura. Esse algo é a verdade!
Vivemos dias em que a verdade tem perdido espaço no coração e na alma do homem. Tudo é relativo e a verdade é uma questão de ponto de vista, de ângulo de visão.
O vazio deixado pela expulsão da verdade tem provocado uma destruição dos relacionamentos, das pessoas e da própria vida. Se a verdade não existe, tudo o mais se torna uma questão de gosto próprio e cada um tem o direito de viver sua verdade particular.
Jesus fez uma das afirmações mais ousadas da história.
6 Respondeu Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.
A verdade não só existe, mas tornou-se viva no filho de Deus.
Jesus, a verdade feita gente, ao orar pelos seus discípulos, e por nós, pediu a Deus que fôssemos santificados na verdade e orando ao Pai disse: a tua palavra é a verdade.
17 Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.
Jesus é a verdade e a sua palavra é a verdade. Por isso, para usar a armadura de Deus precisamos estar envolvidos pela verdade. A Palavra de Deus precisa ser a sustentação da nossa vida. A pessoa de Jesus, o seu caráter, precisa ser a base de nossas atitudes. É preciso enxergar a vida pelos olhos de Cristo e apropriar-se dessa visão como sendo a sua própria.
Quando a sua vida estiver estruturada na verdade, você vai se tornar mais ágil para as batalhas, porque a verdade vai lhe dar segurança.
Ninguém que tenha no mínimo uma idéia das implicações eternas dessa luta, como nós temos visto aqui, pode abrir mão da verdade e ainda assim se dizer sensato. Não abra mão de Jesus ou da Sua Palavra. O preço de abandoná-lo e ver, mais cedo ou mais tarde, que a vida perdeu o sentido e você é um náufrago em um mar de insegurança e medo.
As batalhas
As batalhas
Mas é claro que ao falar do cinturão da verdade, Paulo não perdeu de vista que o inimigo de Deus nessa luta espiritual, Satanás, foi chamado pelo próprio Jesus como o pai da mentira.
João 8.44 (NVI)
44 “Vocês pertencem ao pai de vocês, o Diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira.
Por isso, a aplicação é imediata: quem se cinge da verdade, quem se deixa envolver por Jesus e sua Palavra, deve viver uma vida de verdade, em oposição ao pai da mentira. Essas são as batalhas do dia-a-dia que todos enfrentamos.
Você atende ao telefone e o outro pede para que você diga que ele não está (uma mentira branca, como se diz por aí);
O estágio na empresa é para jovens carentes, mas o empregado arranja uma vaga para o sobrinho com uma pequena mentira;
A aposentaria era para filhas solteiras, por isso ela nunca teve uma certidão de casamento e arrastou uma mentira por toda a vida;
O aluno não estudou, mas tirou dez na prova. Um pedaço de papel no bolso da calça ajudou na mentira;
A esposa mente ao marido sobre a qualidade da vida sexual do casal porque tem medo da reação dele;
O marido navega madrugada a dentro em sites pornográficos, mas jura de pés juntos que estava fazendo pesquisas para o trabalho;
Na igreja, um irmão se sentiu ferido com a atitude de outro, mas mente domingo após domingo com um sorriso no rosto e a paz do Senhor;
O patrão não paga um salário justo e explica mentindo sobre a situação da empresa;
O empregado faz de conta de trabalha e mente para quem lhe paga um salário pra trabalhar;
A filha saiu com o namorado, mas mente aos pais com medo do que eles vão dizer;
Homens públicos, que deveriam ocupar-se com a boa administração dos recursos da comunidade, mentem dizendo fazer o que nunca fizeram.
É nessas batalhas que somos chamados a ser vitoriosos. É quando ganhamos essas batalhas que principados e potestades são humilhados e a luta espiritual e vencida. Porque só é possível vencê-las se a nossa confiança estiver depositada na bondade de Deus demonstrada em Jesus.
A mentira produz medo e insegurança. Ela é uma bomba relógio que mais cedo ou mais tarde vai explodir e ferir muita gente.
Mas você não precisa esperar até que ela venha a explodir. Você pode desarma essa bomba confessando e pedindo perdão. Não é fácil, mas é o único caminho para desarmar a bomba da mentira.
Sua primeira confissão deve ser a Deus, porque ele foi o primeiro a ser ofendido por sua mentira. Depois, você precisa pedir sabedoria a Deus para o tempo e o modo de confessar sua mentira às pessoas envolvidas. O desafio pode parecer intransponível, mas é digno da nossa vocação. Está à altura do tudo o que Cristo fez por nós na cruz.
A mentira aprisiona, mas a verdade liberta. Jesus disse “conhecereis a verdade e Ela vos libertará” (Jo. 8:32) e ainda “Se o filho vos libertar, sereis realmente livres” (Jo. 8:36).
32 E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”.
36 Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres.
Cinja-se da verdade!
E declare diante de principados e potestades que a sua vida pertence àquele que é a verdade! Jesus.
Cinja-se da verdade!
E experimente a segurança que há em Jesus.
Cinja-se da verdade!
Aí você vai estar pronto para usar as demais peças da armadura de Deus.
Oremos