PODER PARA CURAR! Lucas 5.17-26

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Jesus tem poder para curar, ao usar sua autoridade para perdoar pecados.

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Grande ideia: Jesus tem poder para curar, ao usar sua autoridade para perdoar pecados.
Estrutura: um homem paralítico “diante de Jesus” (vv. 17-19), um homem pecador com o seu coração revelado (vv. 20-24) e um homem perdoado dando glória a Deus (vv. 25-26).
Isaltino Gomes Coelho Filho: Lucas escreveu para orientar um tal de Teófilo, que, sem dúvida, é uma pessoa. O “excelentíssimo”, forma de tratamento, significa, segundo alguns, que era um oficial do exército romano.  Mas é um emblema, também. Significa “amigo de Deus’. Os que querem ser amigos de Deus devem prestar atenção no que ele diz. Sua tese central está em 19.10: “O Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”. Jesus é o homem perfeito, o restaurador da humanidade, o primogênito da nova raça de Deus. Talvez Lucas,  companheiro de Paulo, tivesse em mente o texto de 2Coríntios 5.17: “Se  alguém está em Cristo, nova criação é”. Em Jesus Cristo, Deus cria um homem e um mundo novos. A influência de Paulo é muito grande em Lucas. Como vemos nos capítulos finais de Atos, em que o pronome usado na narrativa é “nós”, ele viveu algumas experiências com Paulo. Permaneceu com ele até o fim, como lemos em 2Timóteo 4.11. Paulo o amava em Cristo: “Saúda-vos Lucas, o médico amado, e Demas” (Cl 4.14). Era respeitado na Igreja, como irmão de Silas. É muito provável que “o irmão cujo louvor no evangelho está espalhado por todas as igrejas” (2Co 8.18) seja ele. Lucas dispunha de muita credibilidade na Igreja.
Mas Lucas não fica apenas na apresentação de Jesus como o homem perfeito. Ele, Jesus, é mostrado como sendo Deus, também. As palavras de Gabriel mostram isso: “Este será grande e será chamado filho do Altíssimo; o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi seu pai; e reinará eternamente sobre a casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. Então Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, uma vez que não conheço varão? Respondeu-lhe o anjo: Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso o que há de nascer será chamado santo, Filho de Deus”(1.32-35).
O evangelho de Lucas mostra a perfeita humanidade e a perfeita humanidade de Jesus. É dele o documento em que se vê mais de perto a face humana, pessoal, de Jesus. Ele não perde a vista sua divindade, mas retrata-o mais humanamente que os demais. É, também, o mais literário dos quatro evangelhos.
John Stott: Ninguém jamais exibiu “santa mundanidade” melhor do que nosso próprio Senhor Jesus Cristo. Sua encarnação é a perfeita personificação dela. Por um lado, ele veio a nós em nosso mundo e assumiu a completa realidade da nossa humanidade. Ele se tornou um conosco em nossa fragilidade e se expôs às nossas tentações. Ele confraternizou com pessoas comuns, que se agrupavam ao redor dele avidamente. Ele as boas-vindas a todos e não rejeitou ninguém. Ele se identificou com nossos sofrimentos, nossos pecados e nossa morte. Por outro lado, ao se misturar livremente com pessoas como nós, ele nunca sacrificou nem comprometeu sua própria identidade singular. A sua perfeição era a da “santa mundanidade”.
Charles Swindoll: Para melhor entender a natureza da cura divina hoje, considere as cinco leis a seguir, extraídas da Bíblia.
Lei 1: Existem duas categorias de pecado: o original e o pessoal. Cada um de nós herdou uma natureza doente que tende a fazer coisas erradas, de modo que não conseguimos resistir à tentação do pecado. Nesse sentido, o pecado é universal. Quando optamos individualmente por desobedecer, o pecado se torna pessoal.
Gênesis 3.17–19 (NAA)
17E a Adão disse: — Por ter dado ouvidos à voz de sua mulher e comido da árvore que eu havia ordenado que não comesse, maldita é a terra por sua causa; em fadigas você obterá dela o sustento durante os dias de sua vida.
18Ela produzirá também espinhos e ervas daninhas, e você comerá a erva do campo.
19No suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, pois dela você foi formado; porque você é pó, e ao pó voltará.
Lei 2: O pecado original introduziu o sofrimento, a doença, a desordem e a morte. O Senhor não criou o ser humano para sofrer e deteriorar-se. Ele criou o mundo para ser um ambiente harmonioso e nutritivo para nosso corpo, e nos criou com o propósito de termos uma comunhão íntima com ele. Ora, por causa do pecado, existe algo errado em tudo e em todos, incluindo nosso corpo, que é suscetível à desordem e à morte.
Lei 3: Às vezes a doença e a morte são resultado direto de um pecado pessoal. É óbvio que o uso de drogas ilegais destrói o corpo, e o sexo extraconjugal nos expõe a doenças, mas algumas aflições são permitidas de modo sobrenatural com o propósito de correção.
1Coríntios 11.27–30 (NAA)
27Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor.
28Que cada um examine a si mesmo e, assim, coma do pão e beba do cálice.
29Pois quem come e bebe sem discernir o corpo, come e bebe juízo para si.
30É por isso que há entre vocês muitos fracos e doentes e não poucos que dormem.
Lei 4: Às vezes a doença e a morte não estão de modo algum relacionadas ao pecado.
João 9.1–3 (NAA)
1Enquanto Jesus caminhava, viu um homem cego de nascença.
2E os seus discípulos perguntaram: — Mestre, quem pecou para que este homem nascesse cego? Ele ou os pais dele?
3Jesus respondeu: — Nem ele pecou, nem os pais dele; mas isso aconteceu para que nele se manifestem as obras de Deus.
Lei 5: Não é da vontade de Deus que toda doença seja curada.
2Coríntios 12.7–10 (NAA)
7E, para que eu não ficasse orgulhoso com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que eu não me exalte.
8Três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim.
9Então ele me disse: “A minha graça é o que basta para você, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza.” De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo.
10Por isso, sinto prazer nas fraquezas, nos insultos, nas privações, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então é que sou forte.
Quando leio o Novo Testamento, descubro que todas as curas miraculosas são imediatas, amplas, permanentes e gratuitas. Embora Jesus tenha frequentemente destacado a opção da pessoa de acreditar nele, nunca sugeriu que a profundeza da espiritualidade ou a sinceridade da fé tinha alguma coisa que ver com a escolha de Jesus de realizar a cura.
01. Homem paralítico. (vv. 17-19)
(a) Jesus segue sua missão na Galiléia, com o propósito de formar o novo Israel de Deus, em sua proposta inclusiva: “pobres, cativos, cegos e oprimidos”.
Marcos 2.1–3 (NAA)
1Dias depois, Jesus entrou de novo em Cafarnaum, e logo se ouviu dizer que ele estava em casa.
2Muitos se reuniram ali, a ponto de não haver lugar nem mesmo junto à porta. E Jesus anunciava-lhes a palavra.
3Trouxeram-lhe, então, um paralítico, carregado por quatro homens.
(b) Agora Jesus está acompanhando de um grupo seleto (“fariseus e mestres da Lei”).
Warren Wiersbe: É provável que os escribas e fariseus fossem grupos que se desenvolveram a partir do ministério do sacerdote Esdras, o qual ensinou o povo de Israel a obedecer à Lei de Moisés e a se separar das nações pagãs ao redor (Esdras 9-10; Neemias 8-9). O grande desejo dos escribas e dos fariseus era compreender e engrandecer a Lei de Deus e aplicá-la a sua vida diária.
(c) Essa expressão é central aqui: “E o poder do Senhor estava com ele para curar”.
Lucas 5.17 (NA28)
17Καὶ ἐγένετο ἐν μιᾷ τῶν ἡμερῶν καὶ αὐτὸς ἦν διδάσκων, καὶ ἦσαν καθήμενοι Φαρισαῖοι καὶ νομοδιδάσκαλοι οἳ ἦσαν ἐληλυθότες ἐκ πάσης κώμης τῆς Γαλιλαίας καὶ Ἰουδαίας καὶ Ἰερουσαλήμ · καὶ δύναμις κυρίου ἦν εἰς τὸ ἰᾶσθαι αὐτόν.
(d) Nisso, alguns homens (quatro, segundo Marcos) surpreendem a Jesus fazendo com que um paralítico, em um leito, fosse deixado “diante de Jesus” (ἐνώπιον (enōpion), PREP. diante de; na presença de).
Lucas 5.18 (NAA)
18Vieram, então, alguns homens trazendo um paralítico deitado num leito. Eles procuravam levá-lo para dentro e colocá-lo diante de Jesus.
Lucas 5.19 (NAA)
19E, não encontrando uma forma de fazer isso por causa da multidão, subiram ao telhado e, por entre as telhas, desceram o paralítico no seu leito, deixando-o no meio das pessoas, diante de Jesus.
Lucas 8.47 (NAA)
47A mulher, vendo que não podia passar despercebida, aproximou-se trêmula e, prostrando-se diante de Jesus, declarou, à vista de todo o povo, o motivo por que havia tocado nele e como imediatamente tinha sido curada.
(e) Um “homem paralítico”: paralítico ἄνθρωπον ὃς ἦν παραλελυμένος
παραλελυμένος = paralizado, paralítico, neurastênico, fraco ou trêmulo
William Carey Taylor, Dicionário do Novo Testamento Grego (Rio de Janeiro, RJ: JUERP, 2011), 162.
Lucas, Volumes 1 e 2 B. Lança-Se um Desafio

A doença que o atormentava é caracterizada pela perda total da capacidade de movimento, e é geralmente causada pela inabilidade dos músculos para sua função, devido a algum dano nas áreas motoras do cérebro e/ou na medula espinhal.

02. Homem pecador. (vv. 20-24)
(a) Jesus viu ( eídon [ver, perceber, visitar]. Esse verso demarca uma esfera que não costumamos compreender: uma fé que precisa ser vista!
Lucas 7.9–10 (NAA)
9Ao ouvir estas palavras, Jesus ficou admirado com aquele homem e, voltando-se para o povo que o acompanhava, disse: — Eu lhes digo que nem mesmo em Israel encontrei fé como esta.
10E, quando os que tinham sido enviados voltaram para casa, encontraram o servo curado.
1Coríntios 7.14 (NAA)
14Porque o marido não crente é santificado no convívio da esposa, e a esposa não crente é santificada no convívio do marido crente. Se não fosse assim, os filhos de vocês seriam impuros; porém, agora, são santos.
(b) A fala de Jesus vai na direção do coraçao daquele homem: ele era pecador.
Marcos 2.5 (NAA)
5Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: — Filho, os seus pecados estão perdoados.
Hernandes Dias Lopes: O pecado não perdoado é o maior amigo de Satanás e o pior inimigo do homem. O pecado é a pior doença. É o veneno doce que mata o corpo e a alma. O pecado é pior do que a solidão, que a pobreza, que a doença, que a própria morte.
Dewey Mullhond: Jesus chama a atenção do paralítico para sua maior necessidade: ele precisa ser restaurado à comunhão com Deus. Devemos entender que todas as curas feitas por Jesus são símbolos de uma atuação e autoridade muito mais profundas, a saber, a restauração do ser humano alienado da comunhão com Deus.
Timoth Keller: Nesse processo de lidar com o que pensávamos ser nossos desejos mais profundos, descobriremos que Jesus nos revela um desejo mais profundo e mais verdadeiro que estava oculto: nosso anseio por ele mesmo, Jesus. E ele não apenas atenderá o nosso desejo, ele o cumprirá.
(c) Agora, em relação aos que os “escribas e fariseus” pensavam, trata-se de uma parte da verdade: Só Deus pode perdoar pecados.
Isaías 43.25 (NAA)
25“Eu, eu mesmo, sou o que apago as suas transgressões por amor de mim; dos pecados que você cometeu não me lembro.
Isaías 48.11 (NAA)
11Por amor de mim, por amor de mim é que faço isto; pois como seria profanado o meu nome? Não darei a mais ninguém a minha glória.”
Isaías 55.7 (NAA)
7Que o ímpio abandone o seu mau caminho, e o homem mau, os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar.
Miquéias 7.18 (NAA)
18Quem é semelhante a ti, ó Deus, que perdoas a iniquidade e te esqueces da transgressão do remanescente da tua herança? O Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia.
(d) Uma outra parte da verdade é que Jesus era Deus!
John Piper: O próprio Jesus disse coisas que só fazem sentido se ele fosse ao mesmo tempo Deus e homem. Por exemplo, ele perdoou pecados: “Filho, perdoados estão os teus pecados” (Marcos 2.5). Este tipo de atitude foi o que finalmente o matou. A resposta furiosa era compreensível: “Por que diz este assim blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus?” (Marcos 2.7).
É uma reação compreensível. C.S. Lewis, o professor britânico que escreveu clássicos infantis e excelentes defesas do Cristianismo, explica: “Se alguém me rouba dois quilos numa balança, pode ser possível e é razoável para eu dizer: ‘Bem, eu perdoo ele, nós não falaremos mais sobre isso'. O que você diria, se alguém tivesse roubado de você os dois quilos, e eu dissesse: ‘Está tudo bem. Eu o perdoo'?” [1]. Pecado é pecado porque é contra Deus. Se Jesus não era um lunático, então ele perdoou pecados contra Deus porque ele era Deus.
(e) Só Deus, em Jesus, perdoa os nossos pecados.
J.C. Ryle: consideremos, agora, quão grande deve ser a autoridade dAquele que tem o poder de perdoar pecados! Isso é algo que ninguém mais pode fazer, exceto Deus. Nenhum anjo nos céus, nenhum homem sobre a terra, nenhuma igreja em Concílio, nenhum ministro de qualquer denominação cristã pode tirar, da consciência de um pecador, a carga da culpa, outorgando-lhe paz com Deus. Tão somente podem apontar para a fonte aberta para a purificação de todo pecado. Podem apenas declarar, com autoridade, que Deus está disposto a perdoar pecados.
(f) Na realidade, não havia nenhum embaraço para Jesus curar fisicamente e perdoar espiritualmente. Os contraditórios se silenciam.
Champlim: Antes, o texto reivindica para Jesus o poder real de perdoar pecados. Ele pode curar o corpo; e ele pode curar a alma. Uma coisa é tão fácil quanto a outra. Esse é o ponto frisado pelo autor sagrado: o total "senhorio de Cristo". Ele possuía esse senhorio na qualidade de Messias, o qual também é nosso Salvador e Senhor.
(g) Jesus se utiliza aqui do título “Filho do Homem”: 25 versos em Lucas.
Sumário de Teologia Lexham Títulos de Jesus

Filho do Homem - As Escrituras Hebraicas usam o título “Filho do Homem” de diversas maneiras. Portanto, é difícil interpretá-lo cristologicamente de uma maneira direta. É esse título pelo qual Jesus mais se referia a si mesmo; na verdade, ele é usado sessenta e nove vezes somente nos Evangelhos. Alguns estudiosos acreditam que “Filho do Homem” é basicamente uma referência abreviada a Cristo como o representante da humanidade. A maioria, no entanto, vê o significado do título como proveniente da imagem apocalíptica de Daniel 7:13-14 e vários escritos intertestamentais. Nestas passagens, o Filho do Homem é uma figura apocalíptica, uma pessoa celestial que um dia governará e julgará o cosmos pela eternidade. De fato, Jesus cita duas vezes essa mesma passagem em Daniel quando ele promete que virá outra vez nas nuvens com poder (Mat. 24:30; 26:64). Parece que seu uso desse título tinha um duplo propósito: reivindicar seu status messiânico ao mesmo tempo em que enfatizar a natureza eterna e espiritual (e não primariamente política) de seu messianismo.

03. Homem perdoado. (vv. 25-26)
(a) O homem perdoado, se levanta e o leito que o carregava, agora era carregado por ele: emancipação humana.
Romanos 5.1 (NAA)
1Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo,
(b) Sua resposta em relação ao milagre que ele havia experimentado foi : a glória a Deus.
Lucas, Volumes 1 e 2 D. Ganha-Se uma Vitória

Jesus, como o Filho do homem, ordenara ao paralítico que se levantasse, tomasse seu leito e fosse para casa. O homem cria que aquele que dera a ordem podia também dar-lhe capacidade para obedecer à ordem. Assim, ante os olhos de todos os espectadores, levantou-se imediatamente, começou a caminhar levando o mesmo objeto em que havia sido carregado, e se foi para casa. Aliás, foi para casa cheio de alegria, “glorificando a Deus”, ou seja, a Jeová.

(c) O ato de Jesus provoca uma admiração coletiva, a glória de Deus invade o lugar.
Leon Morris: Somente Lucas nos conta que foi embora glorificando a Deus. A cura não se centraliza no Jesus humano: foi a Deus que o homem glorificava.
Lucas, Volumes 1 e 2 Lições Práticas Derivadas de Lucas 5.17–26

“… todos glorificavam a Deus.” Se esse tributar glória a Deus não é um simples ato dos lábios, mas uma ação do coração, então ele é exatamente aquilo de que se necessita. 1Coríntios 10.31 deveria ser nosso moto, como era o de Paulo.

(d) Gosto de destacar o verso 25 que seria traduzido assim literalmente: “Hoje vimos coisas extraordinárias” (παραδοξος paradoxos, inesperado, incomum, incrível, admirável).
Leon Morris: Lucas passa a nos contar a reação dos circunstantes. Eles, também, viam a mão de Deus, pois davam glória a Ele, e ficavam possuídos de temor (a emoção apropriada na presença da divindade). O comentário deles foi: Hoje vimos prodígios, ou “coisas além da expectativa”. A inventividade humana não poderia explicar o que acontecera.
04. Outras aplicações:
(a) Temos de evitar os extremos: de um lado o ceticismo e do outro o misticismo. Jesus tem o poder de Deus para curar. Agora, “Se a doença vier, Ele é Deus, Se curado eu for, Ele é Deus, Se tudo der certo, Ele é Deus, Mas se não der, continua sendo Deus”.
Lucas 6.19 (NAA)
19E todos da multidão procuravam tocar em Jesus, porque dele saía poder; e curava todos.
Lucas 8.46 (NAA)
46Mas Jesus insistiu: — Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder.
Mateus 11.5 (NAA)
5os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados e aos pobres está sendo pregado o evangelho.
Marcos 16.18 (NAA)
18pegarão em serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.
Atos dos Apóstolos 19.11 (NAA)
11Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários,
(b) Temos de estar sempre “diante de Jesus”. Esse é um conceito muito caro à nossa tradição. Eu ligo essa expressão com o nosso “Coram Deo”. Toda a nossa vida “diante de Deus”.
https://fhop.com/coram-deo-a-vida-perante-na-presenca-e-na-realidade-de-deus/
No período medieval era muito comum a ideia de dividir a vida e a realidade entre o sagrado e o profano; entre o religioso e o não religioso. A distorção dessa verdade promoveu um tipo de espiritualidade, mas parecida com neoplatonismo, aristotelismo e muitos outros “ismos” da filosofia clássica. E no período do iluminismo isso foi de fato “sistematizado” pelos cristãos, como uma forma de reação a tudo que estava acontecendo, diante de uma espiritualidade que não conseguia conectar a mensagem do evangelho com a vida, foi quase que inevitável a prática dessa dicotomia da vida, fazendo da vida cristã, da vida sacra “o mundo separado dos cristãos”. Então, foi contra esse tipo de pensamento reducionista que os reformadores protestaram afirmando que todos nós vivemos na presença de Deus, e que a vida é Coram Deo.
Lutero afirmava que:
“A existência humana é vivida coram deo, diante de Deus ou na presença de Deus.” Perguntaram a Lutero:  “O que um sapateiro convertido poderia fazer para servir melhor à Deus e ser um cristão melhor.” Lutero respondeu: “Faça um bom sapato e venda por um preço justo”.
Calvino falou coisas muitos semelhantes. Destacou que em todas as dimensões da vida, os seres humanos têm “negócios com Deus”.
(c) O perdão dos nossos pecados é uma expressão da graça de Deus. Pois somos amados por Deus não porque somos belos para Ele, mas porque nossos pecados são horrendos diante dEle.
João 17.1–2 (NAA)
1Depois de dizer essas coisas, Jesus levantou os olhos ao céu e disse: — Pai, é chegada a hora. Glorifica o teu Filho, para que o Filho glorifique a ti,
2assim como lhe deste autoridade sobre toda a humanidade, a fim de que ele conceda a vida eterna a todos os que lhe deste.
Atos dos Apóstolos 5.30–31 (NAA)
30O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem vocês mataram, pendurando-o num madeiro.
31Deus, porém, com a sua mão direita, o exaltou a Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados.
Revista Teologia Brasileira, número 87: “Teologia do coaching”, Alan Rennê Alexandrino.
Ouvir que a cruz de Cristo é a prova do quanto somos importantes para Deus é algo extremamente agradável, mas não é o evangelho. Eu gosto muito da afirmação feita por Don Matzat, um pastor luterano em Saint Louis, nos Estados Unidos:
Um recente programa de televisão reportou a acareação de um assassino que admitiu a responsabilidade por pelo menos quinze assassinatos. O juiz firmou sua fiança em cinco milhões de dólares! Será que usaríamos o mesmo tipo de raciocínio para concluir que esse homem deveria se sentir bem acerca de si mesmo considerando-se como um ser humano de especial valor, uma vez que o juiz firmou sua fiança em valor tão alto? Afinal, ele vale cinco milhões de dólares para a sociedade! A fiança de $5 milhões obviamente não reflete o valor do assassino, mas a severidade do seu crime. Igualmente, a morte de nosso Senhor Jesus Cristo na cruz não é uma declaração de nosso valor, mas indica a profundidade do nosso pecado e culpa diante de Deus. Repetindo, se Jesus morreu por nós porque ele viu algo em nós pelo que valia morrer, então havia algo em nós que merecesse sua morte. Mas nós somos salvos por algo bom em Deus, não porque haja algo bom em nós.
Lucas 7.40–50 (NAA)
40Jesus se dirigiu ao fariseu e lhe disse: — Simão, tenho uma coisa para lhe dizer. Ele respondeu: — Diga, Mestre.
41Jesus continuou: — Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro devia cinquenta.
42E, como eles não tinham com que pagar, o credor perdoou a dívida de ambos. Qual deles, portanto, o amará mais?
43Simão respondeu: — Penso que é aquele a quem mais perdoou. Jesus disse: — Você julgou bem.
44E, voltando-se para a mulher, Jesus disse a Simão: — Você está vendo esta mulher? Quando entrei aqui em sua casa, você não me ofereceu água para lavar os pés; esta, porém, molhou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos.
45Você não me recebeu com um beijo na face; ela, porém, desde que entrei, não deixou de me beijar os pés.
46Você não ungiu a minha cabeça com óleo, mas esta, com perfume, ungiu os meus pés.
47Por isso, afirmo a você que os muitos pecados dela foram perdoados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.
48Então Jesus disse à mulher: — Os seus pecados estão perdoados.
49Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer entre si: — Quem é este que até perdoa pecados?
50Mas Jesus disse à mulher: — A sua fé salvou você; vá em paz.
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