TEMPO E SINAIS
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TEMPO E SINAIS
INTRODUÇÃO
Em 2010, pouco antes do início da Copa do Mundo da África do Sul, recebi uma apostila com mais ou menos 30 páginas. Nela alguém apresentava sua “visão profética” de como aquele evento esportivo seria o último sinal do fim do mundo. Por meio de uma pirâmide, o autor tentava convencer o pastor de que havia uma combinação de resultados em cada uma das copas, e isso demonstrava a existência de um poder religioso no controle de tudo. A pessoa profetizava ainda que seu país seria o campeão, e todas as coisas se esclareceriam. Resultado: Seu país não venceu, nada se esclareceu, e o fim não chegou.
Foi apenas mais uma tentativa de descobrir o último sinal ou encontrar o período aproximado da volta de Jesus. Os discípulos também tinham essa curiosidade. Por isso, foram a Jesus pedindo esclarecimentos: “Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá...” (Mt 24:3). Queriam conhecer com mais precisão o tempo e os sinais.
Para protegê-los, “Jesus não respondeu aos discípulos falando em separado da destruição de Jerusalém e do grande dia de Sua vinda. Misturou a descrição dos dois acontecimentos” (O Desejado de Todas as Nações, p. 628). Por outro lado, Ele também tentou ajudá-los a não se concentrar na data, mas no acontecimento. Por isso em Mateus 24, Jesus nos ajuda a entender melhor quando isso acontecerá e também alerta para “que ninguém vos engane” (Mt 24:4).
I – A PALAVRA FINAL
Nos versos 4 a 14, o Senhor apresenta uma lista que mistura sinais de Sua segunda vinda e da destruição de Jerusalém, os quais podem ser resumidos em apenas dois: um mundo que cai violentamente e uma igreja que se levanta poderosamente.
Os sinais indicam uma destruição sem controle, não porque Deus queira, mas porque os seres humanos vão se colocando cada vez mais nas mãos do inimigo (v. 5-13). Todos os sinais negativos que antecedem a volta de Cristo não são sinais de Deus, mas de um mundo sem Deus. Não é Ele quem causa guerras, fome, pestes, pandemia, terremotos e muitas outras tragédias mencionadas em Mateus 24:5 a 13. Essas ocorrências são provocadas pelo inimigo de Deus e algumas delas são resultado da escolha humana. Por isso, não será Satanás nem seus sinais que darão a palavra final sobre o momento da volta de Jesus.
Perceba que logo no início de Sua apresentação, Jesus fala de guerras e rumores de guerras, mas deixa claro: “Ainda não é o fim” (v. 6). Em seguida, ampliando a lista de catástrofes, Ele insiste: “Tudo isto é o princípio das dores” (v. 8).
Note que Ele continua mostrando que o resultados do pecado são ainda mais terríveis. Envolvem tribulação, ódio e a morte daqueles que permanecerem fiéis ao Senhor (v. 9). Revelam seres humanos sem rumo, dominados por escândalos, traição e inimizade (v. 10). Mostram um ambiente religioso confuso, com multidões seguindo pregadores que falam de Deus, mas estão longe Dele (v. 11). Produzem relacionamentos superficiais e artificiais, com pessoas pensando apenas em si mesmas, sem se importar com a dor do próximo, pois “o amor se esfriará de quase todos” (v. 12).
Após essa lista tão forte e negativa, o Senhor insiste: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” (v. 13). Apesar do cenário de grave crise, o inimigo não terá autoridade para pôr fim na história do mundo. A volta de Cristo não será definida pelas catástrofes causadas pelo inimigo, mas pelas oportunidades oferecidas por Deus.
Por isso, não podemos apoiar nosso calendário profético nas tragédias e crises. Elas estão na Bíblia, são sinais gerais, fazem parte de nossa caminhada em direção ao fim, mas não são a palavra final. São apenas resultados de um mundo sem Deus. Não dependa disso nem se motive pelo medo. Você pode acabar frustrado.
O destino do mundo não será decidido pela decadência global, mas pela ascensão da igreja, cheia do Espírito Santo. Não viva impressionado com a maldade, a violência e a degradação moral da sociedade. Essas coisas indicam que o fim está próximo, mas não o determinam. Será o reavivamento do povo de Deus que evidenciará com clareza o breve retorno do Senhor. Então seja você parte desse sinal maravilhoso!
II – DIGA NÃO A ESPECULAÇÃO
Nesse contexto, Ellen White afirmou: “Não poderemos dizer que Ele virá daqui a um ano, ou dois, ou cinco anos, nem devemos postergar Sua vinda com a declaração de que não se dará antes de dez ou vinte anos. […] Não nos é dado saber o tempo definido [...] da vinda de Cristo” (Evangelismo, p. 221). Você não precisa saber o dia em que Cristo irá voltar para estar preparado hoje.
Tentar definir o tempo ou especular sobre os sinais é uma estratégia do inimigo para empobrecer o preparo, promover a motivação equivocada e desacreditar a mensagem. Devemos acompanhar os sinais com interesse, mas analisá-los com prudência, gastando menos tempo com cálculos, segredos e especulações. Pois se apegar a essas coisas podemos nos afasta da mensagem e ainda podemos ficar fora do Céu.
Concentre seu tempo e energias em menos especulação e mais preparação. Assim você estará sempre pronto para o encontro com o Senhor.
III – FAÇA SUA PARTE
Neste sermão profético, que estamos estudando, Jesus vincula Sua segunda vinda à pregação do “evangelho do reino” em todo o mundo (v. 14). Para essa tarefa, escolheu uma igreja de alcance mundial, que leva o “evangelho do reino” em sua identidade e “certidão de nascimento” e tem um forte compromisso com a missão de compartilhar esperança.
Você já imaginou como essa profecia se cumpriria se a Igreja Adventista do Sétimo Dia fosse um movimento independente? Cada templo, cidade ou pastor cuidando apenas de sua área, ou tentando atender o campo mundial com planos pessoais e projetos da própria congregação?
Para cumprir a missão mundial, Deus levantou uma igreja organizada, unida e com alcance global. No momento, estamos estabelecidos em 215 dos 237 países reconhecidos pela ONU. Alcançamos cerca de 7,5 bilhões de habitantes, do total de 7,6 bilhões da população mundial. Isso não significa que todos já saibam algo sobre a segunda vinda de Cristo, mas estamos em seu território, nos relacionamos com sua cultura e pregamos em seus idiomas principais. Chegamos a 90,7% dos países, onde está concentrada 97,7% da população mundial. Faltam apenas 22 países, com aproximadamente 174 milhões de habitantes a serem alcançados.
Desde que a igreja foi organizada, em 21 de maio de 1863, Deus tem multiplicado as bênçãos sobre Seu povo. Naquela data, a igreja tinha apenas seis Campos locais, 30 pastores, 125 igrejas e 3.500 membros. Uma imensa diferença para os dias de hoje, quando somos 135 Uniões, 655 Campos locais, 154,700 igrejas e grupos, 22 milhões de membros pregando o “evangelho do reino” em pouco mais de mil idiomas e distribuindo literatura em 375 línguas. De uma igreja inicialmente estabelecida nos Estados Unidos, hoje somos uma família espalhada pelo mundo.
Apesar desse alcance mundial, ainda temos países como Coreia do Norte, Marrocos, Iêmen, Afeganistão, Mauritânia, Arábia Saudita e Somália, onde o “evangelho do reino” precisa ser pregado. Faça sua parte para apoiar a igreja com suas orações, recursos, influência e comprometimento. Somente assim pregaremos o “evangelho do reino” em todo o mundo, na esperança de ver Cristo voltar em nossa geração.
IV – NOSSO CHAMADO
O amor de Deus é a grande mensagem por trás dos sinais da segunda vinda de Jesus. Em Mateus 24, Cristo deixa claro que não voltará por causa da pressão ou efeitos do pecado, mas apenas quando todos tiverem oportunidade de ouvir sobre Sua vinda.
Mesmo que algumas pessoas ainda insistam em alimentar a esperança com alarmismo, sensacionalismo e radicalismo, o Senhor prefere transformar vidas por meio da pregação, salvação e do cumprimento da missão. Deus sofre com os resultados do pecado, mas está disposto a tudo para salvar mais pessoas.
Por outro lado, uma leitura mais detalhada de Mateus 24 revela que, em Sua mensagem, Jesus não anunciava o “reino da graça”, que representa a nova vida recebida por aqueles que se entregam a Ele. O contexto indica que o reino a que Ele se referia era o “reino da glória”, que será estabelecido em Sua segunda vinda.
Portanto, a pregação do “evangelho do reino” é específica. Não é uma mensagem geral sobre a pessoa de Cristo, Seu amor, perdão e salvação, por mais bíblicos e transformadores que sejam esses temas. Ela tem que ver com Sua segunda vinda. É apenas pregando sobre a volta de Jesus que prepararemos pessoas para Seu retorno.
Pregar o “evangelho do reino” e anunciar a volta de Jesus é um chamado específico para os adventistas do sétimo dia. Como já falei temos essa mensagem em nossa “certidão de nascimento”, identidade e crenças fundamentais. Não podemos esperar que outros se levantem para pregá-la, quando não creem nela ou a tratam como insignificante.
CONCLUSÃO
Antes da segunda vinda do Senhor, o “evangelho do reino” (v. 14) será pregado em todo o mundo, levando esperança, oportunidades e mostrando que Deus não está buscando punir ou destruir, mas salvar. O Espírito Santo quebrará barreiras e, por meio da igreja, alcançará os extremos da Terra. Será um poderoso movimento de reavivamento e proclamação. Isso já está acontecendo com a distribuição de milhões de livros missionários, o amplo uso de meios de comunicação de massa, missionários espalhados pelo mundo e a ênfase clara na missão de anunciar nossa esperança.
O chamado é pessoal e direto. Deus conta com nosso envolvimento. Ele fará milagres e usará os meios mais inesperados para que a pregação avance, mas Seu primeiro recurso ainda são aqueles que já foram alcançados e transformados.
Quando o mundo for abalado por um povo cheio do Espírito Santo, “então virá o fim”. A volta de Jesus não ocorrerá por conta de templos imponentes ou programas impressionantes, muito menos com dissidência ou independência, mas como resultado da união do remanescente na pregação do “evangelho do reino”. Precisamos colocar toda a nossa dedicação nessa missão. A prioridade de Deus precisa ser a nossa. Não há outro caminho. Se você ama a volta de Cristo, pregue continuamente o evangelho do reino. “Então, virá o fim.”
Por isso, precisamos tirar a indisposição, não podemos comer o pão da preguiça, não podemos ter medo, devemos ter amor, nos envolvermos na missão e nos ministérios, todo adventista deve estar em algum ministério da igreja e pregando a missão, só assim estaremos fazendo o que Jesus ordenou e podemos dizer com muito mais entusiasmo: “Maranata, o Senhor logo vem!”
APELO
Diante de tanta deterioração, o mundo não poderá resistir muito tempo mais. Jesus precisa voltar para colocar um ponto final no pecado e começar uma nova história. Na Coreia do Norte, Marrocos, Iêmen, Afeganistão, Mauritânia, Arábia Saudita e Somália, você prega com os seus dízimos e ofertas, aqui no bairro você sai da comodidade e anuncia, gastar a sola do sapato para ir à casa do interessado e dar estudo bíblico, participa dos treinamentos e depois põem em pratica o que aprendeu, fale para o seu vizinho, para o amigo de trabalho, para o patrão ou para o funcionário, se você se compromete nesta missão se levante para louvarmos a Deus.