O Espírito da morte da morte
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Como você enxerga a morte? Você tem medo dela ou evita pensar demais nisso?
Como você reage à morte de outrem? Como você lida com os assassinatos que acontecem na nossa cidade? O que você sente quando percebe a fragilidade humana diante de um câncer, um motorista bêbado ou um deslizamento de barro durante uma tempestade?
Além disso, o que você pensa sobre o Espírito Santo? Você imagina Ele apenas como uma força que te dar habilidades especiais ou talvez apenas o pivô de contendas teológicas entre as igrejas?
Talvez você não perceba a relação entre as perguntas sobre a Morte e o Espírito Santo que eu acabei de lhe fazer. Mas hoje eu te convido a encarar o Espírito Santo como uma peça chave para entendermos mais sobre a vida e a morte e como isso muda nossa vida agora.
Sim, a morte é um assunto que tendemos a empurrar para o futuro, postergar a reflexão sobre ela. Alguns chegam a tal ponto que tentam ignorar a realidade da morte tentando viver o máximo possível, como se não houvesse amanhã. Outros estão com as portas do funeral tão abertas que deixam de viver ainda vivos. A maioria de nós, entretanto, está em algum meio termo entre esses dois extremos. Mas todos nós temos uma ideia sobre a morte que influencia diretamente como vivemos.
A morte influencia todos, incomoda a todos. A morte parece que controla e reina sobre todos. A cada segundo que se passa envelhecemos e morremos um pouco mais, e não há nada que possamos fazer para evitar isso. A morte parece ser senhora da vida.
Mas o que Deus tem a dizer sobre isso? O que o Espírito Santo pode fazer sobre essa incômoda realidade?
No sermão passado, nós vimos que todos os homens são naturalmente religiosos, mas desde que nos rebelamos contra o verdadeiro Deus alvo de nossa devoção, construímos ídolos, falsos deuses, para substituir o vazio que ficou em nós. A partir daí, vivemos como seres errantes na busca por satisfazer nossos deuses de mentirinha e nos sentirmos aprovados, certinhos, justificados. Mas nunca é o suficiente. Por isso, Jesus Cristo, o Deus-Filho, se fez homem para conseguir o que não conseguiríamos: viver uma vida totalmente correta para Deus. Agora, pela fé nesse Jesus, todos os méritos da vida perfeita dEle é também nosso mérito. Aos olhos de Deus Pai, estamos livres de qualquer condenação e de qualquer ídolo de barro.
Então, através de Jesus Cristo, podemos viver nosso propósito de vida: a adoração, a devoção ao verdadeiro Deus.
Mas se a morte existe, esse propósito de vida morre. Se a morte existe, toda a nossa redenção, salvação, liberdade, se extingue no fim da vida!
Deus está ciente disso, e é por isso que o plano de redenção divino não termina na justificação que vimos na mensagem passada. Vamos então descobrir mais sobre esse plano perfeito de Deus continuando nossa leitura de Rm 8.5-13.
5 Os que vivem segundo a carne se inclinam para as coisas da carne, mas os que vivem segundo o Espírito se inclinam para as coisas do Espírito. 6 Pois a inclinação da carne é morte, mas a do Espírito é vida e paz. 7 Porque a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeita à lei de Deus, nem mesmo pode estar. 8 Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.
9 Vocês, porém, não estão na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. 10 Se, porém, Cristo está em vocês, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o Espírito é vida, por causa da justiça. 11 Se em vocês habita o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou Cristo dentre os mortos vivificará também o corpo mortal de vocês, por meio do seu Espírito, que habita em vocês.
12 Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne, como se estivéssemos obrigados a viver segundo a carne. 13 Porque, se vocês viverem segundo a carne, caminharão para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificarem os feitos do corpo, certamente viverão.
Como de costume, vamos caminhar versículo a versículo na perícope que acabamos de ler. Como temos um trecho um pouco maior, em alguns momentos vamos pegar dois ou três versículos de uma vez.
Para onde pende sua vida? (v. 5-6)
Para onde pende sua vida? (v. 5-6)
Começemos então pelos versículos Rm 8.5-6:
5 Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. 6 Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz.
Se você não cochilou no nosso último sermão, o versículo 4, anterior a esses que acabamos de ler, nos disse que agora que fomos justificados, absolvidos de nossa culpa através da vida e obra de Jesus Cristo, nós começamos a andar segundo o Espírito. Agora, nos versículos 5 em diante que acabamos de ler, Paulo passa a explicar o que é andar segundo o Espírito Santo. Essa ideia de “andar segundo o Espírito” é central para o nosso capítulo de Estudo. Para você ter uma ideia, o Espírito Santo é citado apenas uma vez nos sete primeiros capítulos de Romanos. No nosso capítulo 8, O Espírito Santo é citado cerca de vinte vezes, dependendo de como você traduz alguns trechos.
Se o capítulo 8 de Romanos fala sobre o “agora” na vida dos crentes que não estão mais sob a condenação de Deus, já podemos perceber que o Espírito Santo é central para esse agora, essa nova vida. O Espírito Santo é central no plano de Redenção. Ele não é um um ilusionista que faz umas mágicas bacanas apenas para nos entreter, Ele é central no Reino de Deus inaugurado.
O Espírito está agindo para consumar, concluir o plano de redenção. Como? Atuando sobre nossas vidas.
Os versículos 5-6 nos mostram um contraste entre dois tipos de pessoas: as que vivem segundo o Espírito e as que vivem segundo a carne. No v. 6, o apóstolo usa uma palavra importante, que em toda a Bíblia só aparece aqui e no v. 27 de Romanos 8. A palavra é “pendor” ou “inclinação” ou como é traduzida no v. 27, “mente” ou “vontade”. O que Paulo está nos dizendo é que existem dois tipos de pessoas: aquelas que tem sua mente, suas vontades, suas emoções, sua vidas, guiadas pelo Espírito ou guiadas pela carne.
A teologia tem chamado essa inclinação, esse pendor, de cosmovisão: sua visão do cosmos, do mundo. A forma como você vê tudo; o óculos através do qual você enxerga o mundo. Esse óculos, essa forma de ver as coisas, guia você na totalidade: na sua mente com o que você pensa e como pensa; nas suas vontades e volições com aquilo que você deseja, tem vontade de fazer e de fato faz; e com suas emoções, com aquilo que você sente prazer, raiva e desejo.
Observe que não existe neutralidade, liberdade. Você não é senhor de si mesmo, do que pensa, do que deseja, do que sente. Ou você é governado pela carne ou pelo Espírito. É isso o que a Palavra de Deus verdadeira, infalível nos diz. A questão é: você tem sido governado por quem? Pra onde sua vida tem pendido?
Uma forma de descobrir isso é olhando seu cotidiano: como você tem vivido?
Pense, por exemplo, no seu trabalho: ele tem sido apenas um meio para sobreviver e ganhar dinheiro e respeito, ou tem sido um meio para servir àqueles que se beneficiam dele e para revelar o bom propósito de Deus? A sua pescaria não é apenas para ganhar dinheiro, ela serve alimento às pessoas e demonstra o plano de Deus em cuidar de nossas vidas.
Pense ainda no seu lazer: ele serve apenas para satisfazer seus desejos ou ele é o descanso que Deus nos mandou ter para admirarmos todo o trabalho belo e perfeito dEle?
Como você enxerga essas coisas? Com que óculos você ver o mundo? O do Espírito ou da Carne?
Antes de concluirmos esses versículos e passarmos para o próximo ponto, devemos observar que o verso 6 nos diz que seja qual for o nosso governante, nossa inclinação nos levará a algum futuro: morte ou vida e paz.
Quando vemos as palavras morte, vida e paz, sempre pensamos em termos figurados: morte espiritual, vida espiritual, ou algo assim. Mas deixa eu te convidar a olhar isso de maneira mais completa e integrada. Sim, aqui fala de morte e vida espiritual. Mas vamos observar no decorrer da mensagem que essa morte e vida também é física, literal. Na verdade as duas estão interligadas.
O que a Palavra nos diz é que aqueles que são conduzidos pela carne caminham lentamente para a morte física, e nesse caminho vão derramando migalhas de morte pelo caminho. Observe aqueles que bebem, jogam baralho, vivem no sexo ilícito: dia após dias eles torram dinheiro, criam toda sorte de briga, inimizade, roubo e inveja; destroem corações, sentimentos, pessoas. E o fim deles é a morte longe de Deus.
Os que são guiados pelo Espírito, por outro lado, por onde passam constroem vida. Trabalham belamente, ajudam as pessoas ao redor a crescerem, transmitem a graça de Deus a todos que estão ao redor. O fim desses é vida eterna ao lado do Senhor.
Então, eu tenho que perguntar novamente: qual tem sido o pendor da sua vida?
Depravação total (v. 7-8)
Depravação total (v. 7-8)
Vamos caminhar mais um pouco para os v. Rm 8.7-8
7 Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. 8 Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.
Esses versículos eliminam qualquer dúvida que poderíamos ter até esse ponto da nossa leitura: não existe meio-crente.
É comum vermos pessoas honestas, ou chamados cidadãos de bem, pensarem que não estão tão mal na fita com Deus. “Eu não roubo, não mato e não fumo, então acho que Deus gosta de mim”. Alguns até pensam: “eu sou saudável e minha vida anda até bem. Não tenho nenhuma punição de Deus sobre mim. Então devo estar bem com o cara lá de cima”. Até mesmo os cristãos mesmos pensam: “meu irmão não é crente mas é uma pessoa tão boa, tão amável. Deus deve levar isso em consideração”.
E isso é uma mentira de Satanás. Ele sabe como te deixar confortável no pecado como o sapo que está à vontade na panela até ser cozido. É claro que o Diabo vai fazer de tudo pra te deixar confortável para que você ache que não precisa de Deus. É claro que ele vai deixar que você seja bonzinho, amável, com grande sabedoria de vida, contanto que você nunca se renda a Jesus Cristo.
Mas nós vimos desde a mensagem anterior que nós nos livramos da condenação e culpa que temos diante de Deus através da fé, devoção, completa servidão a Jesus Cristo, e não através de nossas boas ações, intenções ou sabedoria de vida.
Devemos alertar os homens de que todo esse esforço próprio não é suficiente e nunca será. Pois a Palavra de Deus que acabamos de ler aqui é que a carne não consegue, não pode estar sujeita à lei de Deus. Como diz a Palavra, todo o nosso esforço é trapo de imundície, é sujeira, é nada aos olhos de Deus. E isso é assim porque até mesmo nossas melhores ações são na verdade um ato de rebeldia, de dizer na cara de Deus que não precisamos dEle e de Seu amado Filho para viver uma vida correta, santa e digna de salvação. Todo o nosso esforço próprio é uma afronta a Deus.
Você pode me questionar: nós não temos como julgar o coração das pessoas.
Temos, sim. Acabamos de ler que aqueles que aceitaram a Jesus Cristo como Senhor e Salvador vivem conforme o Espírito quer, e essa vida é diferente da vida da carne. A vida espiritual dar frutos, e nós conhecemos a árvore pelos frutos. Nosso Senhor Jesus passou seu ministério clamando aos homens que se arrependessem e nós como seus discípulos devemos imitá-Lo por amor a Ele e às pessoas que encontramos servindo à carne, presas na mentira do Inimigo.
Fato é que os que estão na carne não podem agradar a Deus.
A habitação do Espírito (v. 9)
A habitação do Espírito (v. 9)
Vamos seguir. O versículo Rm 8.9 diz:
9 Vocês, porém, não estão na carne, mas no Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.
Mais uma vez Paulo ressalta o contraste entre aqueles que estão na carne e no Espírito.
Três coisas podem ser ditas nesse versículo:
Surge aqui a necessidade de fazer um pouco de teologia sistemática a respeito do Espírito Santo;
Também temos a oportunidade de fazer um pouco de teologia bíblica a respeito desse mesmo Espírito Santo;
E terminar numa aplicação prática que vai nos confortar e nos fazer adorar a Deus;
Primeiramente, podemos ver nesse simples versículo a Trindade em ação: o Espírito é chamado de Espírito de Deus e Espírito de Cristo. Ou seja, se o Espírito vem de Deus e de Cristo, ambos são um ser apenas. Além disso, mais na frente, no v. 10, Paulo não diz mais que o Espírito que está em nós, mas Cristo que está em nós. Ou seja, agora Cristo e o Espírito são um ser apenas. Assim, numa breve passagem bíblica podemos notar nas entrelinhas a profunda doutrina cristã da Trindade: O Pai, o Filho e O Espírito são um só Deus que existem em três pessoas.
Durante a história da Igreja, muitos tentaram negar essa verdade, e ainda hoje muitos assim o fazem. Mas essa verdade está presente, impregnada em toda a Escritura!
Em segundo lugar, cabe aqui uma teologia bíblica a respeito do Espírito Santo.
No AT, O Espírito de Deus atua sobre os homens, dando a eles capacidade para fazer coisas para Deus de modo poderoso. É o Espírito que conduz os homens a construírem o tabernáculo e a Arca da Aliança; o Espírito é que vinha sobre os Reis de Israel e os capacitavam ao governo, e etc. Mas essa ação do Espírito era temporária, focada em uma determinada tarefa, e apenas para alguns homens em específico.
Mas o v. 9 nos lembra que agora isso mudou, somos a habitação, a casa do Espírito: desde o Pentecostes, a profecia de Joel se cumpriu: Deus derramou o seu Espírito Santo sobre todos os seus eleitos. Não é mais necessário ser rei ou levita: todos os crentes agora têm o Espírito; Não é mais temporário: o Espírito habita em nós por toda a vida, Ele está selado em nós como garantia de nossa redenção; e essa morada não é focada em apenas uma tarefa: toda a nossa vida é agora influenciada e alvo da ação do Santo Espírito de Deus.
Isso leva ao terceiro ponto: a implicação de toda essa teologia: Quão grande salvação nós temos! Que benção! Muitas vezes nós olhamos para a história de Israel e gostaríamos de ter visto aquilo tudo. Mas nós não nos damos conta de que o que nós usufruímos hoje é maior do que o que eles tinham. O Espírito de Deus está conosco sempre! Toda nossa vida agora é conduzida, governada pelo Espírito. Temos um poder que eles não tinham: temos o poder do Espírito nos levando a fazer obras maiores. A levar homens presos pelo pecado para o Reino de Deus. Temos a força do Espírito para que vençamos o pecado que antes era invicto.
Além disso, temos um relacionamento tão profundo que o Espírito de Deus está em nós. Ele não está simplesmente do nosso lado, dando as mãos ou nos carregando: ele está morando em nós, atuando em nossos membros, em nosso corpo!
Essa é uma intimidade tão profunda que nos consola nos momentos mais sombrios e difíceis da vida. Quando achamos que não temos ninguém, temos o Espírito Santo nos abraçando; quando caímos em pecado, o Espírito não desiste de nós, antes Ele nos traz de volta para perto de Deus. Isso nos traz segurança, aceitação, alegria plena!
Esse é um relacionamento muito mais bonito do que qualquer filme de romance. E ele é recíproco. Veja o que diz o versículo: você só tem o Espírito de Cristo, você só participa desse amor, se você é de Cristo, se você se devota, entrega sua vida a Cristo. Esse é um amor que exige entrega, confiança total.
Você quer sentir esse amor, quer participar desse relacionamento com Deus? Você já se entregou a Cristo? Você ama Cristo? Você se relaciona com Ele ou o ignora?
O nascimento da morte (v. 10)
O nascimento da morte (v. 10)
Continuando nossa exposição, vamos agora para Rm 8.10
10 Se, porém, Cristo está em vocês, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o Espírito é vida, por causa da justiça.
Aqui, Paulo está falando que, mesmo que o Espírito é vida, mas mesmo assim, o corpo está morto. O que o apóstolo está constatando é um fato: mesmo os crentes regenerados morrem. Todos morrem, crentes ou incrédulos.
Recapitulando a carta aos Romanos, vemos na altura do capítulo 5 até o capítulo 7 que, por causa do pecado inicial de Adão, todos os homens agora estão sobre o domínio do pecado e da morte.
Tanto a morte quanto o pecado são uma desfiguração de nosso propósito original de Deus. Não fazem parte do mundo como Deus criou. São intrusos que nós abrimos a porta para entrar. Desde então, tudo caminha lentamente para a morte.
Mas nós não queremos morrer. Vivemos todos os dias tentando nos preservar dessa morte. Evitamos acidentes, nos alimentamos e dormimos para manter a saúde. Quando finalmente o inevitável acontece, os que ficam choram. Mesmo sendo óbvio de que todos nós vamos morrer, choramos pelo óbvio.
Isso acontece porque não aceitamos a morte. Lá no nosso íntimo, sabemos que a morte é uma intrusa, que é um erro, algo que não deveria ser óbvio nem natural. Sabemos que não fomos planejados para morrer. A morte é um absurdo!
Mas o versículo 10 não termina dizendo apenas que o corpo está morto. Ele diz mais: o Espírito é vida.
Fazendo uma teologia bíblica do Espírito Santo mais uma vez, nós vemos que no hebraico do AT, a palavra pra Espírito é RUAR, o que pode ser traduzido como “sopro”, “vento”. Esse RUAR, esse Sopro de Deus aparece dando o fôlego de vida ao homem, trazendo ossos secos de volta à vida, soprando em toda a criação para trazer vida às flores e aos animais.
Desde o AT, o Espírito de Deus sopra sobre a criação trazendo vida.
A morte da morte (v. 11)
A morte da morte (v. 11)
Mas com a vinda de Jesus Cristo, esse dom do Espírito de conceder vida se manifesta de uma nova maneira. Vamos para o versículo seguinte para descobrir essa nova maneira Rm 8.11
11 Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita.
O que a palavra de Deus quer nos dizer é que, com a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, uma ressurreição é inaugurada para nós. Jesus foi as primícias, o primeiro a vencer a morte através do Espírito. E aqueles que têm esse Espírito também experimentaram essa mesma ressurreição que nosso Senhor experimentou.
Se com a Queda de Adão, o pecado e a morte entraram no mundo. Com Cristo, nós vimos no sermão anterior, que o pecado é derrotado. Agora nós estamos descobrindo que a morte também é derrotada!
A redenção em Cristo Jesus é completa!!
Todas as religiões procuram uma resposta para a morte. Todas elas procuram se livrar do corpo físico, seja por meio de sucessivas reencarnações para vencer a carne, seja conseguindo chegar a um estado de pureza tal que você é elevado ao nível de ser um espírito livre do corpo. Em todas elas, o corpo, a criação, a natureza física é abandonada como sendo de segunda qualidade a tal ponto que os homens devem se esforçar pra se livrar do corpo de alguma forma.
Mas o cristianismo, não! A redenção em Cristo Jesus é completa!! Ela redime, restaura até nosso corpo! No Cristianismo nós não nos esforçamos para nos livrar da matéria; Deus se esforçou para restaurar o mundo material.
Tudo o que sou é restaurado, redimido, salvo em Cristo Jesus: O que eu sou por completo, o que eu construí, as minhas cicatrizes, a minha história: tudo será redimido em Cristo!!!
Sim, o meu corpo ainda vai passar pela morte, mas Jesus me mostra que a morte já não tem poder sobre mim:
a morte era uma condenação pelo pecado, mas eu estou livre dessa condenação. Agora ela é apenas o resultado de um mundo caído;
Ela será totalmente destruída pelo nosso Senhor: 1Co 15.24-26 “24 E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. 25 Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés. 26 O último inimigo a ser destruído é a morte.”;
Mesmo sendo ruim, nosso Deus é soberano e utiliza a morte para nos santificar e completar nossa união com Cristo: Fp 3.10 “10 para o conhecer, e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos, conformando-me com ele na sua morte;”
Ela não é o fim. Ela não venceu, nós seremos ressuscitados! Por isso o autor de Hebreus diz que não tememos mais a morte Hb 2.15 “15 e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.”
O Espírito que ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos também nos ressuscitará, derrotará a morte e nos fará vencedores com ele! Glória ao Deus da vida por suas maravilhas, por sua vitória, por seu grande plano de redenção!!
Como então viveremos? (v. 12-13)
Como então viveremos? (v. 12-13)
Para terminar, meus queridos, vamos ao versículo Rm 8.12-13
12 Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne, como se estivéssemos obrigados a viver segundo a carne. 13 Porque, se vocês viverem segundo a carne, caminharão para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificarem os feitos do corpo, certamente viverão.
Muitos teólogos têm separado os versículos 12-13 que acabamos de ler do restante da perícope dos versículos 5 em diante. Mas muitos deles têm se tocado que isso é um erro: esses versículos são uma conclusão imediata do que acabamos de descobrir.
Eu comecei falando que o modo como vemos a morte influencia nossa vida hoje. A questão para terminar é: depois de descobrirmos tão grande salvação, como agimos agora diante do mundo? Qual o óculo que usaremos para olhar para a morte?
Paulo termina seu argumento falando que não devemos mais viver como devedores da morte, correndo dela, fugindo dela, dando uma de doido, fazendo cara de paisagem como se ela não estivesse ali todos os dias. O apóstolo está concluindo dizendo que uma vez que vivemos segundo o Espírito para a vida, vivamos todos os dias manifestando nossa vitória sobre a morte, vivamos com ousadia, manifestando lampejos da redenção que temos em Jesus Cristo em todas as esferas da nossa vida: no trabalho, na família, na vida pessoal.
Como eu disse no sermão anterior, nada mais perigoso do que um homem morto. Hoje eu digo, nada mais perigoso do que um homem imortal. Ele é um perigo para o inferno. Nada o detém, nada o para. Ele pode enfrentar esse mundo caído de peito aberto sem medo de tiro.
Vivamos como imortais, porque de fato, pelo Espírito de Cristo, nós somos.