A eternidade começa hoje
Esperança Cristã • Sermon • Submitted
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Considerações Iniciais
Considerações Iniciais
Uma das marcas do evangelho de Jesus é que ele produz, na vida daqueles que o abraçam, uma inclinação para o equilíbrio e para a ponderação. A mensagem que Jesus anunciou, o seu evangelho, produz coerência e é capaz de dar sustentação para todas as dimensões da vida.
Essa é uma notícia maravilhosa, porque um dos grandes problemas que enfrentamos em nossos dias é o desequilíbrio. Para constatar isso é só olhar para o ambiente polarizado e intolerante no qual estamos vivendo.
A forma de perceber Deus também vem sendo arrastada pelo desequilíbrio e pela polarização. Há quem veja Deus apenas como amor. Um Deus meio bobo, incapaz de ser justo e firme; por outro lado há quem perceba o Senhor como um juiz impiedoso e pronto a punir, quase incapaz de amar e exercer misericórdia.
Essas percepções sobre Deus são parciais e não ajudam para desenvolvermos um relacionamento apropriado com ele. Toda vez que vemos apenas uma parte do caráter de Deus, estamos vendo uma caricatura dele.
Por outro lado, a imagem de Deus se torna mais próxima da realidade à medida que vamos enxergando a plenitude de sua natureza: santo, verdadeiro justo, todo-poderoso, fiel, amor, misericordioso, perfeito, compassivo, perdoador e tantos outros predicativos
É preciso juntar tudo que nos foi revelado sobre Deus para que nossa percepção sobre ele e nosso relacionamento com ele sejam equilibrados, senão ficaremos apenas com uma caricatura de Deus.
Da mesma forma, precisamos equilibrar a Esperança nas promessas de Deus (vida eterna, o retorno do Senhor e a ressurreição dos mortos) que vimos na última mensagem desta série, com um modo de vida que não foge da realidade do mundo em que Ele nos colocou.
Em outras palavras, devemos abraça o entendimento de que a Esperança Cristã não é um tipo de escapismo nem uma fuga da realidade, pelo contrário. A esperança que temos no futuro que Deus tem preparado para nós deve nos levar a viver os valores do Reino que nos aguarda pela eternidade hoje mesmo.
É sobre essa eternidade que começa hoje que iremos refletir. Primeiro iremos relembrar o maior dos mandamentos nas palavra do próprio Jesus; depois ouviremos o apelo do apóstolo João para que sejamos coerentes em nosso modo de viver e por último vamos ver que a Esperança Cristã pode se revelar incapaz de produzir vida, se não for abraçada em sua totalidade.
O maior dos mandamentos
O maior dos mandamentos
A promessas que Jesus fez (o seu retorno para nos buscar, a ressurreição dos mortos e a vida eterna para a qual fomos criados) são coisas tão maravilhosas que enchem os olhos e o coração de alegria. E não é pra menos, não!
No entanto, há crentes que depois de tomar conhecimento dessas maravilhosas promessas de Deus sobre a eternidade, começam a se achar pessoas especiais, diferenciadas e aí se tornam orgulhos e cheios de empáfia.
Algum se apegam de tal forma à convicção que têm no cumprimento das promessas que falam dessas Esperança Cristã em tons de ameaça e intimidação contra aqueles que ainda não abraçaram a fé em Jesus.
Quem faz assim ainda não entendeu a natureza da salvação; não compreendeu que somos salvos por Cristo como quem recebe um presente, por meio de nossa confiança nele, e que essa fé não vem de nós mesmos, mas é um dom de Deus.
De forma completamente equivocada, esses crentes se acham de alguma forma especiais, de uma categoria superior de gente. Por isso ele vivem em buscas de mais experiências extraordinárias com Deus, para confirmar diante de todos que embora estejamos no mesmo vôo, eles estão na classe especial.
Pessoas assim, costumam falar para todos sobre o seu amor por Deus, mas têm dificuldade de transformar esse amor em ações práticas em benefício das pessoas, porque na sua avaliação o relacionamento delas com Deus é mais importante que o relacionamento com as pessoas.
O que é mais importante: Amar a Deus ou amar ao próximo? O que faz mais bem para nossas almas: a esperança da eternidade ou a transformação da realidade? Será que realmente precisamos escolher? A palavra de Deus nos garante que não devemos separa uma coisa da outra.
Quando Jesus respondeu à pergunta dos fariseus sobre o maior dos mandamentos, deixou claro que não podemos separar uma coisa da outra. O amor a Deus anda de braços dados como o amor às pessoas. Vejamos o texto bíblico.
34 Ao ouvirem dizer que Jesus havia deixado os saduceus sem resposta, os fariseus se reuniram.
35 Um deles, perito na lei, o pôs à prova com esta pergunta:
36 “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?”
37 Respondeu Jesus: “ ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’.
38 Este é o primeiro e maior mandamento.
39 E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’.
Jesus colocou o amor ao próximo em pé de igualdade com o amor a Deus porque eles são as duas faces de uma mesma moeda. São diferentes, primeiro vem um e depois vem o outro, mas eles têm a mesma importância e não podem ser separados um do outro.
Da mesma maneira não podemos viver ansiando pela eternidade futura, com vontade de aprofundar nosso relacionamento com Deus, mas desligados da realidade e pouco nos importando com o que acontece com as pessoas próximas a nós.
Em outras palavras estou afirmando que seu amor por Deus e sua esperança da eternidade devem ser vistos através do amor que você tem pelas pessoas à sua volta e no seu compromisso em transformar para melhor a realidade em que eles vivem.
São vários desafios para quem decide colocar em prática o evangelho de Jesus e não temos como vencer por nós mesmos, mas em Jesus podemos encontrar forças para começar a viver aqui os mesmos valores do Reino que nos espera na eternidade. Assim nosso amor vai ultrapassar as meras palavras. João fez um alerta sobre isso. Vejamos o texto bíblico:
18 Meus filhinhos , o nosso amor não deve ser somente de palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de ações.
Quantas crianças famintas e sem futuro precisam do seu amor! Pequeninos sem comida, sem ter o que vestir e sem teto para morar;
Quantos idosos abandonados por suas famílias precisam que seu amor por eles não seja só um discurso;
Meninas que vendem seus corpos por trocados (ou por fortunas) na beira-mar querem saber se o amor de que falamos é de verdade ou só de palavras;
Jovens consumidos pelas drogas clamam pelo amor que Jesus demonstrou pelas pessoas;
Cidades acorrentadas à idolatria necessitam que o seu amor se transforme em ação;
Casais que desistiram de se amar querem saber se há uma esperança para eles nesse amor que você anuncia e famílias despedaçadas pelo ódio e pela mentira clamam pelo amor que é mais que palavras.
A eternidade não precisa esperar. O reinado de Cristo, já pode começar agora na maneira como agimos com as pessoas. O nosso jeito de viver pode antecipar como que será o Reino Eterno de Cristo.
Uma questão de coerência
Uma questão de coerência
O apóstolo João foi um dos mais próximos de Jesus durante seu ministério. Talvez ele fosse o mais jovem dos discípulos. Suas palavras sobre esse assunto são um chamado à coerência.
20 Se alguém afirmar: “Eu amo a Deus”, mas odiar seu irmão, é mentiroso, pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.
21 Ele nos deu este mandamento: Quem ama a Deus, ame também seu irmão.
João é muito direto. Se uma das faces da sua moeda for o amor a Deus, mas na outra face não estiver o amor pelas pessoas, então sua moeda é falsa.
A questão é que a esperança cristã não pode ser egoísta. Não podemos guardar esse tesouro que recebemos apenas para nós. A esperança da eternidade não pode nos acomodar; ela deve nos mover em direção à pessoas por meio de atitudes de amor.
Foi assim com Cristo. A certeza das promessas do Pai o levou a enfrentar a cruz. Ele abriu mão do conforto da eternidade para se fazer homem e viver as limitações humanas para assim se identificar conosco.
O apóstolo Paulo explicou isso de forma detalhada quando escreveu para os irmãos da cidade de Filipos. Vejamos o texto bíblico.
4 Nenhum de vocês deve buscar apenas o seu próprio bem, mas também o que é para o bem dos outros.
5 Tenham entre vocês o mesmo pensamento que Cristo Jesus teve.
6 Embora Ele fosse Deus na sua natureza real, Ele não pensou que ser igual a Deus era algo para utilizar para seu próprio beneficio.
7 Pelo contrário, Ele abandonou tudo o que tinha e assumiu a forma de servo, tornando-se igual aos homens. E, quando Ele apareceu em forma de homem,
8 Ele se humilhou, tornando-se obediente até o ponto de estar disposto a enfrentar a morte, e morte de cruz.
Quem segue a Jesus é colocou sua confiança nas promessas que ele fez, enchendo seu peito de esperança convicta de que ele vai cumpri-las, deve viver aqui seguindo os seus passos.
Isso significa que é a esperança cristã não pode abrir mão da coerência, pelo contrário: quem está convicto das promessas de Jesus (do seu retorno para nos buscar, da ressurreição dos mortos que nos espera e da vida eterna para a qual fomos criados) se vê inclinado pelo Espírito de Deus a fazer com que sua vida seja coerente com suas crenças.
Esperança que não se serve
Esperança que não se serve
Neste terceiro e último bloco, quero me valer da carta escrita por Tiago, um dos principais líderes da igreja em Jerusalém e irmão de Jesus, para fazer um alerta.
No capítulo 2 de sua carta, ele fala de um tipo de fé sem serventia para a caminhada espiritual. É uma fé estéril, porque é incapaz de gerar vida abundante. A Esperança Cristã não deve aliar-se a esse tipo de fé para reforçá-la. Não temos o direito de olhar para o futuro maravilhoso prometido por Cristo e nos esquecermos daqueles que passam necessidades ao nosso lado.
Em outras palavras, a nossa confiança no Senhor para a Eternidade não pode nos alienar. Não podemos viver como se a miséria, fome, exploração, desnutrição, desemprego, baixa escolaridade, assassinatos, assaltos, roubos, estupros e tantas outras mazelas não existissem.
A Esperança na eternidade, na segunda vinda de Cristo e na ressurreição não pode nos levar a paralisia. A Esperança Cristã age enquanto espera concretização da promessa. Vejamos o texto Bíblico
14 Meus irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé se ela não vier acompanhada de ações? Será que essa fé pode salvá-lo?
15 Por exemplo, pode haver irmãos ou irmãs que precisam de roupa e que não têm nada para comer.
16 Se vocês não lhes dão o que eles precisam para viver, não adianta nada dizer: “Que Deus os abençoe! Vistam agasalhos e comam bem.”
17 Portanto, a fé é assim: se não vier acompanhada de ações, é coisa morta.
Meu irmão, quando Deus lhe devolveu a eternidade, isto é, quando a vida eterna lhe foi concedia por meio da fé em Cristo, não era a intenção do Senhor lhe transferir direto para o céu. Ele fez isso apenas com duas pessoas, Enoque e Elias. O resto de nós deve começar a viver a eternidade agora. Isso que dizer que somos chamados a implantar os valores do Reino de Deus em nossos relacionamentos com as pessoas agora mesmo.
Tiago ironiza os religiosos. Ele explica que não adianta pousar de seguidor de Cristo. Se as suas atitudes não são coerentes com as palavras do Senhor, isso não passa de um discurso vazio e incapaz de produzir vida.
Como é nossa Esperança? Para dentro de nós mesmos ou para fora, em direção às pessoas? A esperança que fica aprisionada dentro da gente acaba definhando e morrendo, mas a esperança que se volta para os outros floresce e é capaz de gerar a vida.
Considerações Finais
Considerações Finais
Deixem-me fazer algumas considerações finais encerrando a mensagem desta noite e também essa série de pregações sobre a Esperança Cristã.
Fomos criados para eternidade e mesmo distantes de Deus o desejo pela eternidade pulsa dentro de nós. Queremos ir além, permanecer para posteridade, deixar marcas neste mundo, e tudo isso é uma tentativa de aplacar nosso anseio pela eternidade.
Os discípulos de Jesus acreditam que esse anseio só pode ser atendido se abraçarmos a Esperança Cristã de que é possível recuperar eternidade desprezada lá no jardim. Essa esperança não é apenas uma torcida, mas a convicção de Deus deseja nos dar vida eterna e de que Jesus tem o poder para fazer isso: ele quer e ele pode.
Hoje vimos que a eternidade prometida por Jesus já começou para aqueles que se renderam a Deus a abraçaram a Esperança Cristã. Nosso amor a Deus não está completo sem o amor pelas pessoas; são as duas faces de uma mesma moeda. Por isso seria incoerente e desastroso se a Esperança que temos em Cristo para a eternidade nos tornasse arrogantes e vazios de amor prático pelas pessoas.
Se você é um discípulo de Jesus e ainda não tinha ouvido claramente sobre isso, quero desafiá-lo a investigar mais esse assunto.
O apóstolo Pedro deixou um alerta importante sobre a Esperança que temos como discípulos de Cristo, essa convicção que pulsa em nós de que Jesus virá nos buscar, e de que a morte não poderá nos reter, porque ele nos ressuscitará para a vida eterna e abundante que ele nos prometeu: vocês devem estar preparados para explicar às pessoas sobre ela:
15 Antes, honrem a Cristo como Senhor nos seus corações e estejam sempre preparados para responder a todo aquele que lhes pedir para explicar a respeito da esperança que vocês têm.
Nesta série de pregações tem algumas dicas para provocar você, que já é um discípulo de Jesus, a refletir sobre o assunto. Não deixe sem respostas aqueles que querem saber sobre a esperança que tomou conta da sua vida depois que você fez as pazes com Deus.
Também quero deixar uma palavra para você, que ainda continua brigando com Deus, que não sabe muito bem quem é Jesus e menos ainda como age o Espírito Santo: os rumos da sua vida precisam mudar. Isso é possível. Comece com uma breve oração: Senhor Jesus, eu quero te conhecer melhor. Faça essa oração de coração sincero: o Senhor virá ao seu socorro!