Anarquia em Israel -Jz 19 a 21
Ebd - Dos Patriarcas aos Juízes • Sermon • Submitted
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Transcript
Handout
Introdução
Introdução
Filme de ação e pesado
Técnica que o filme começa pelo final
Jz 21.25 “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto.”
Bordão/Slogan do Livro de Juízes
1-) O autor está promovendo a monarquia como uma forma melhor de governo
2-) Cada uma fazia o que bem entendia, não havia uma Lei ou governo para ser respeitado
Retorno ao final de Josué, onde há a renovação da aliança com Deus
Falta da passagem de liderança
Bom dia, graça e paz, hoje daremos sequência a séria de pregações relacionadas aos estudos da E.B.D e chegamos ao livro de Juízes. Para aqueles que gostam de filmes de ação, que contém violência, esse livro é um prato cheio! É um dos livros mais pesados de toda a Bíblia. Para começarmos a falar sobre ele, e como falamos de filme, quero utilizar uma técnica que vemos em alguns filmes por aí. Aquela em que o filme começa pela cena do final. Lá em
Jz 21.25 “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto.”
Esse é o bordão do livro de Juízes, essa frase é repetida por várias vezes durante o livro e quero que você fique com a imagem na cabeça do autor terminando o livro desta forma, “e cada um fazia o que lhe parecia certo”. A impressão que temos é de um autor desanimado, triste com o que acabou de narrar e essa frase demonstra inicialmente duas coisas. A primeira é que o livro provavelmente foi escrito depois do período da monarquia e que o autor está fazendo uma campanha em prol desse sistema de governo. E a segunda é que o povo de Israel havia abandonado o seu rei celestial e estava fazendo tudo de acordo com a própria vontade e desejo. Desenhada essa imagem na nossa cabeça, voltamos para como concluímos a outra pregação sobre o livro anterior em Josué
Josué termina o livro renovando a aliança do povo com Deus vem a falecer e aí encontramos o primeiro grande problema no livro de Juízes. Se de Moisés para Josué existe uma passagem de liderança para um homem destinado por Deus para conduzir o povo, após a morte de Josué isso não acontece, Josué comete o erro de não deixar um líder pronto para lhe substituir e com isso o povo de Israel fica sem um líder e perceberemos como faz falta uma boa liderança em qualquer lugar! E para aqueles que são líderes aqui, liderança sem continuidade, legado, não é uma boa liderança. O treinamento de sucessores faz parte de uma boa liderança!
Com isso o povo encontra-se sem um líder específico para direcioná-los e com isso começa a caminhar em direção ao lugar errado, nesse momento Deus levanta juízes, que na verdade eram mais líderes militares na maioria das vezes regionais, que eram levantados por Deus para liberar o povo de algum período de opressão.
A mistura dos povos e o ciclo de pecado-opressão-libertação
A mistura dos povos e o ciclo de pecado-opressão-libertação
O primeiro erro está em
Jz 1.28 “Quando, porém, Israel se tornou mais forte, sujeitou os cananeus a trabalhos forçados e não os expulsou de todo.” e com isso Deus condenou o povo, em
Jz 2.3 “Pelo que também eu disse: não os expulsarei de diante de vós; antes, vos serão por adversários, e os seus deuses vos serão laços.”
Início do desenho cíclico de pecado-opressão-libertação / Juízes eram líderes militares regionais
Jz 2.18-22 “Quando o Senhor lhes suscitava juízes, o Senhor era com o juiz e os livrava da mão dos seus inimigos, todos os dias daquele juiz; porquanto o Senhor se compadecia deles ante os seus gemidos, por causa dos que os apertavam e oprimiam. Sucedia, porém, que, falecendo o juiz, reincidiam e se tornavam piores do que seus pais, seguindo após outros deuses, servindo-os e adorando-os eles; nada deixavam das suas obras, nem da obstinação dos seus caminhos. Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel; e disse: Porquanto este povo transgrediu a minha aliança que eu ordenara a seus pais e não deu ouvidos à minha voz, também eu não expulsarei mais de diante dele nenhuma das nações que Josué deixou quando morreu; para, por elas, pôr Israel à prova, se guardará ou não o caminho do Senhor, como seus pais o guardaram.”
O primeiro erro de Israel é narrado logo de cara no versículo Jz 1.28 “Quando, porém, Israel se tornou mais forte, sujeitou os cananeus a trabalhos forçados e não os expulsou de todo.”
Ao invés de destruir todo o povo da terra, eles optam por deixar que eles permanecessem em troca de trabalho forçado. Logo na sequência no capítulo 2, Deus já demonstra seu descontentamento com a atitude deles e profetiza contra Israel
Jz 2.3 “Pelo que também eu disse: não os expulsarei de diante de vós; antes, vos serão por adversários, e os seus deuses vos serão laços.”
A partir daí podemos enxergar o “desenho cíclico” que envolve todo o livro de juízes, um clico de pecado-opressão-libertação, onde o povo pecava, Deus agia com justiça e punia o povo com a opressão de outros povos, o povo se arrependia, clamava a Deus por misericórdia, Deus levantava um juiz que libertava o povo, o povo ficava feliz em liberdade e voltava a pecar. O autor deixa isso claro no capítulo 2 também onde diz:
Jz 2.18-22 “Quando o Senhor lhes suscitava juízes, o Senhor era com o juiz e os livrava da mão dos seus inimigos, todos os dias daquele juiz; porquanto o Senhor se compadecia deles ante os seus gemidos, por causa dos que os apertavam e oprimiam. Sucedia, porém, que, falecendo o juiz, reincidiam e se tornavam piores do que seus pais, seguindo após outros deuses, servindo-os e adorando-os eles; nada deixavam das suas obras, nem da obstinação dos seus caminhos. Pelo que a ira do Senhor se acendeu contra Israel; e disse: Porquanto este povo transgrediu a minha aliança que eu ordenara a seus pais e não deu ouvidos à minha voz, também eu não expulsarei mais de diante dele nenhuma das nações que Josué deixou quando morreu; para, por elas, pôr Israel à prova, se guardará ou não o caminho do Senhor, como seus pais o guardaram.”
Espiral descendente
Espiral descendente
Outro padrão de desenvolvimento; Espiral Descendente
Tanto dos pecados, quanto dos juízes
Outro ponto interessante durante o livro é que a cada vez que o ciclo se repetia podemos ver que os pecados do povo vão ficando cada vez mais graves. O livro mostra uma espiral descendente para a moral e espiritualidade tanto do povo quanto dos juízes levantados. Veremos que os próprios homens levantados por Deus, cometem graves erros, a cada ciclo vemos uma deterioração na qualidade do juiz e de sua liderança sobre o povo. Em Jz 10.6-7 “Tornaram os filhos de Israel a fazer o que era mau perante o Senhor e serviram aos baalins, e a Astarote, e aos deuses da Síria, e aos de Sidom, de Moabe, dos filhos de Amom e dos filisteus; deixaram o Senhor e não o serviram. Acendeu-se a ira do Senhor contra Israel, e entregou-os nas mãos dos filisteus e nas mãos dos filhos de Amom,” o autor mostra o que o sincretismo religioso e mistura com outros povos de Israel havia se tornado. Adoravam diversos deuses e ídolos pagãos, descumprindo a sua parte na aliança. Ou seja, se não fosse pela misericórdia de Deus, o povo já merecia ter sido completamente destruído, pois cada vez mais chegavam mais próximos do fundo do poço, e mesmo assim, Deus utiliza homens falhos e fracos para a redenção e libertação de seu povo a cada ciclo que se renova.
O fundo do poço - Jz 19
O fundo do poço - Jz 19
- Capítulo 17 ao 21 temos as piores passagens do livro
Os líderes marcam uma reunião para decidir o que fazer e dizem que quem não participar deverá ser morto
Entram em guerra contra Benjamim, tem muitas baixas, mas praticamente liquidam com a tribo de Benjamim
Se arrependem e tentam arrumar o que fizeram matando os homens e mulheres de Jabes-Gileade
Sequestram mulheres de Siló para serem suas mulheres
O período dos juízes dura entre 350 e 400 anos provavelmente e no final desse tempo aquela geração atingiu o ápice da falta de moralidade e envolvimento com o paganismo. A partir do capítulo 17 vemos passagens realmente muito pesadas, e no capítulo 19 ao 21 temos aquela que pode ser considerada a pior história bíblica, aquela que relata o caos que o povo havia chegado e no que haviam se tornado. Nessa passagem encontramos alguns sinais de como observar quando estamos distantes de Deus como igreja e individualmente. Vamos ler o capítulo 19 e depois eu faço um resumo do capítulo 20 e 21 para não ficar muito longo.
- A liderança espiritual corrompida
- A liderança espiritual corrompida
Primeiro grande erro é o próprio Levita
1 Casamento errado 2- Entrega aos homens 3- Passa a noite tranquilo 4- Trata-a com desprezo 5-É frio para esquartejá-la
Seguir uma liderança espiritual corrompida, leva-nos a viver de forma corrompida
Todos nós somos líderes de alguma forma
O primeiro ponto que vemos de errado nessa situação é o próprio Levita, que deveria ser uma liderança espiritual do povo e nessa passagem está bem distante disso. Vive com uma concubina um relacionamento que não é o que Deus havia planejado para os levitas. Provavelmente ele estava interessado no que a concubina pudesse lhe oferecer de prazer e não em realmente gerar uma família como Deus havia planejado. É evidente que ele não amava essa mulher por alguns motivos que o texto deixa claro: 1-) Entregou ela para os homens 2-) Passou a noite em paz como se nada tivesse acontecido 3-) Trata-a com o maior desprezo possível quando a encontra, simplesmente mandando-a levantar-se. 4-) É frio o bastante para esquartejar a mulher e enviar as tribos querendo justiça não para ela, mas para a sua própria honra.
Quando seguimos uma liderança espiritual corrompida, somos tentados a agir como ela. E quando falo de liderança espiritual não estou me referindo apenas aos pastores de igrejas ou líderes de ministérios nas mesmas. Estou nos referindo a nós mesmos onde exercemos algum tipo de liderança. Qual imagem de homem ou mulher de Deus estou passando para os meus filhos?
- Perda de referência
- Perda de referência
Vemos que não existe mais padrão moral
Um erro é cometido após o outro
A solução é o extermínio de uma tribo inteira
O Pecado é como uma bola de neve, uma avalanche
Estamos acomodados com ele?
Outro sinal do distanciamento de Deus é a perda de referência sobre o que é certo ou errado, e nessa passagem vemos isso explicitamente, onde um erro é cometido atrás do outro sem o menor parâmetro de santidade. Primeiro nenhum judeu oferece hospitalidade para o levita. Segundo os homens tentam invadir a casa para abusar do Levita semelhantemente ao acontecido com Ló em Sodoma e Gomorra. Terceiro o idoso e o levita oferecem e entregam a concubina para ser violentada. Quarto, o levita, buscando uma justiça muito mais direcionada para a própria honra do que para a concubina, esquarteja a mulher. Quinto o povo decide punir com a morte todos aqueles que pensassem diferente deles. Sexto, os homens sequestram mulheres para se tornarem suas mulheres. O referencial de israel está tão corrompido que a solução justa encontrada por eles quase traz a extinção de uma tribo inteira!
É exatamente isso que o pecado faz em nossas vidas, é como uma bola de neve descendo a montanha, enquanto não é parada, vai crescendo e tornando-se cada vez mais perigosa e difícil de parar, até causar consequências desastrosas tanto individuais quanto comunitárias. Como estamos lidando com o pecado em nossas vidas? Estamos nos acomodando até questionarmos se aquilo é mesmo pecado? E não adianta pensarmos que somos melhores do que aquele povo pois a nossa natureza é exatamente a mesma, a natureza pecaminosa, que se deixada agir em nossas vidas pode tomar proporções desastrosas.
O final é trágico?
O final é trágico?
Por que estudar o livro de Juízes? Só para ficar para baixo e tristes?
O livro de juízes termina sim de forma melancólica, sem uma resposta ou conclusão sobre qual foi o destino do povo depois de chegarem ao ponto que chegaram. Mas depois deste livro temos um oásis em meio ao caos, que é o livro de Rute e depois o nascimento de Samuel, aquele que seria o maior dos juízes, um homem realmente reto diante de Deus. Mas então qual o motivo de estudarmos o livro de juízes? só para ficarmos mal e percebermos o quão ruim somos?
- Lideranças espirituais referenciais
- Lideranças espirituais referenciais
Precisamos de lideranças espirituais referenciais
Fazer parte de uma comunidade
Nossa maior referência deve ser Cristo
Devemos respeitar nossas lideranças e exercer essa referência para aqueles a nossa volta
O que o livro de juízes nos ensina é que como cristãos, como comunidade, precisamos de líderes espirituais referenciais segundo o padrão celestial! Como já foi dito, Israel viveu um grande período sem referencial, sem liderança e isso ocasionou o que ocasionou. Nós precisamos dessa liderança e a nossa maior referência disto é Cristo! Devemos basear a nossa vida em como ele viveu a Dele aqui na terra e entendermos que tudo o que Ele fez foi por amor a nós e sem pecar. É claro que não conseguiremos viver uma vida sem pecado, mas temos que ter como objetivo a promessa messiânica de que Ele um dia irá voltar e nos levará para vivermos em um reino em que realmente não haja pecado. Para isso devemos reconhecer o quão pecador somos, reconhecer que se depender de nós o nosso destino é o mesmo do povo, do levita, da concubina e se entregar para uma vida ao lado Dele.
Enquanto isso, devemos nos espelhar Nele e sermos esse referencial para aqueles que estão a nossa volta, todos nós exercemos certa influência em alguma pessoa e devemos usar isso a favor do Reino. E também respeitarmos aqueles que são colocados por Deus como referenciais em nossas vidas. Podem ser os nossos líderes, os nossos pastores ou os nossos pais. Infelizmente esse referencial de santidade nas igrejas tem sido deixado de lado, tem sido deixado de pregar sobre a influência do pecado em nossas vidas e em como devemos lutar contra isso. É muito mais fácil pregar sobre as bençãos e o amor de Deus por nós, do que nos confrontarmos com as nossas falhas, os nossos erros, a nossa falta de referencial.
- Deus é o herói da história
- Deus é o herói da história
O livro deixa claro que o povo é liberto pelo agir de Deus e não dos líderes
Podemos depender e descansar que acima dos líderes humanos, Deus está governando tudo
Assim como Deus usou pessoas falhas, Deus também quer usar a nossa vida
Hb 11.32-33 “E que mais direi? Certamente, me faltará o tempo necessário para referir o que há a respeito de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas, os quais, por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões,”
Sabemos o quanto somos falhos, “mas a graça de Deus se aperfeiçoa na minha fraqueza” e devemos agir pela misericórdia e gratidão ao que fez por nós, nos deixarmos disponíveis
Com o livro de juízes podemos ter a certeza que somente Deus é o verdadeiro herói da história. O livro deixa claro que se dependesse do povo e até mesmo dos próprios juízes, a história iria de mal a pior. Com exceção de Otoniel, o livro deixa evidente algum problema dos juízes, mostrando que era Deus quem realmente promovia o livramento e não as mãos humanas. Sabendo disso podemos ter paz e esperança que Deus está no controle e assim como Ele libertou o povo nos momentos de opressão quando o povo se arrependeu e clamou, você que está passando por um momento de luta também pode ser liberto por Ele. Ele é soberano sobre todas as coisas e a nossa salvação e libertação não depende de mãos humanas, nem da sua, nem da minha, nem da do pastor, nem da do seu chefe, nem da do médico, nem da do presidente. Ela depende unicamente de Deus, pois é Ele quem age em todas as coisas.
E por fim, mesmo os juízes sendo pessoas falhas, eles foram usados por Deus e marcaram a história de redenção de Israel. Hb 11.32-33 “E que mais direi? Certamente, me faltará o tempo necessário para referir o que há a respeito de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas, os quais, por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justiça, obtiveram promessas, fecharam a boca de leões,” , apesar de seus pecados e fraquezas se permitiram ser usados por Deus e marcaram a história.
Assim também pode ser com a sua vida e com a minha. Eu sei o quanto sou falho e o quanto erro, assim como eles erraram, mas sei também que “a graça de Deus se aperfeiçoa na minha fraqueza” e isso me mostra o quão grato devo ser a Deus, pois se não fosse pela misericórdia Dele eu não deveria estar aqui. Por isso é um privilégio poder ser usado por Ele de alguma forma, seja aqui na igreja ou em qualquer área da nossa vida. Que possamos estar disponíveis como os juízes, para podermos ser usados por Deus da forma que Ele desejar para impactar o mundo em que vivemos de alguma forma.
Deus abençoe a todos!