SALMO 126

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Salmo 126.1–6 RA
Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha. Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o Senhor tem feito por eles. Com efeito, grandes coisas fez o Senhor por nós; por isso, estamos alegres. Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe. Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes.
INTRODUÇÃO - Testemunhos sempre falam muito aos corações, pois levam uma identificação pessoal em algum momento (Geraldinho). O Salmos 126 é o testemunho cantado de um povo que “levava um sorriso porque havia chorado demais”; talvez por isso se identifique conosco. É uma poesia contagiante, que celebra a alegria incontida de um povo por conta de uma restauração acontecida.
CONTEXTO - A restauração mencionada no texto é de um dos momentos mais tristes da história do povo judeu, que foi o cativeiro babilônio. O cativeiro foi uma ação disciplinadora de Deus para um povo que havia se perdido de adultério, abandono da Palavra, violência e idolatria, como bem detalhou Jeremias no capítulo 5 de seu livro. O Deus de todo poder se serviu da Babilônia para cumprir Seu propósito de disciplinar o povo desobediente, e permitiu que levassem o povo cativo, destruindo os muros de Jerusalém, queimando as portas e o Templo. O cativeiro foi um período de trevas que durou 70 anos. Findo esse período, o rei Persa Ciro, também usado por Deus, decretou o retorno do povo para sua terra.
TEMA - Resumidamente, esse retorno é que está sendo celebrado e testemunhado no Salmos 126, que nos ensina sobre A RESTAURAÇÃO ESPIRITUAL QUE AFETA PASSADO, PRESENTE E FUTURO.
O autor do Salmo faz questão de registrar que o agente da restauração foi o Senhor dos senhores, e não de uma conjuntura circunstancial ou favor de homens. Essa restauração afetou o passado...
1 - A RESTAURAÇÃO AFETA O PASSADO TRANSFORMANDO O PESADELO EM SONHO BOM
Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha. Sl 126.1
Como mencionado, o povo era livre, tinha a segurança da torre forte que o Senhor era para eles, e podia adorar no imponente Templo. De repente a sorte mudou, e passaram a viver um verdadeiro pesadelo em um lugar completamente hostil. Interessante que os registros do período de cativeiro na Babilônia são mais de pressões culturais, religiosas, tristeza, depressão que açoites e maus tratos. A Babilônia agia como o sistema do presente século age, ou seja, oferecendo coisas boas, que fascinam, atraem, mas aprisionam. O povo não quis uma vida fiel com o Senhor, e a Babilônia alcançou seu coração. Assim é conosco. Não estando com o Senhor verdadeiro, estaremos envolvidos com outro deus. Nosso coração não consegue viver sem servir, e, como não existe neutralidade, vamos nos apegar a algum ídolo que trará pesadelos a nós. O pesadelo da falsa sensação de poder foi vivido por aquele povo. A Babilônia escolhia os melhores cativos e os levava para servir na corte. Ali os forçava a comerem das finas iguarias, que eram alimentos contrários à sua religiosidade. Lembram de Daniel rejeitando a alimentação da corte? O mundo tem nos oferecido essa falsa sensação de poder, e a medida que nos sentimos poderosos e bem recebidos, a alimentação é servida. Uma alimentação de mente rica de ingredientes imorais, que nos levam a uma verdadeira obesidade mórbida da alma. Um verdadeiro pesadelo! Quantas coisas eram abomináveis para você, e hoje, sorrateiramente, é algo normal? Quantas vezes você se pegou odiando alguém (que é algo abominável pela escritura), por conta do que o sistema te apresenta.
Virar a face, andar a segunda milha, amar inimigos, virou discurso retrógrado. O amor vale por quem tem a mesma opinião, e isso nas coisas mais banais. Isso é o pesadelo da Babilônia. Quantas vezes você se pegou abandonando a vida devocional? Ao invés da Bíblia e oração, você entrega seu tempo para as ofertas das redes sociais. Lembram dos amigos de Daniel viveram um período em que todos foram forçados a ajoelharem-se diante da estátua do rei? Ou o próprio Daniel em um tempo em que as pessoas foram forçadas a orarem somente ao rei por um espaço de 30 dias? Temos nos ajoelhado diante do celular e das redes sociais, e ofertado nosso tempo de uma maneira absurda. “Preciso trabalhar, resolver, conversar, atualizar”. Esse é o discurso, sendo que nossa necessidade é pelo Senhor. A Babilônia dita as regras e oferece um prato fino que mata devagar. Esse é o pesadelo da Babilônia que o povo vivia e nós vivemos hoje.
Mas a declaração do Salmos 126 mostra que o pesadelo de 70 anos foi transformado em um momento de êxtase, como um sonho. A restauração efetuada pelo RESTAURADOR FIEL fazia o povo olhar pro passado e dizer “quando o Senhor restaurou, ficamos como quem sonha”. O povo viu o pesadelo do passado virar sonho, e nós precisamos viver esse sonho. Coloque os pesadelos da Babilônia nas mãos do restaurador fiel, para que Ele transforme seu passado de trevas em luz, e você possa testemunhar no presente.
2 - A RESTAURAÇÃO AFETA O PRESENTE TRANSFORMANDO O SONHO BOM EM REALIDADE MELHOR
Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de júbilo; então, entre as nações se dizia: Grandes coisas o Senhor tem feito por eles. Com efeito, grandes coisas fez o Senhor por nós; por isso, estamos alegres. Sl 126.2-3
A restauração foi tão incrível que os povos viam o riso na boca e júbilo nos lábios do povo, se espantavam e reconheciam que só poderia ser por obra do Senhor. Então Sião faz a declaração do presente: o motivo de nossa alegria hoje é que grandes coisas o Senhor tem feito por nós. O sonho do passado se transformou em uma realidade melhor ainda no presente, pois o Deus que restaurou continuou a operar e fazer o povo feliz.
O passado de trevas espirituais só pode ser restaurado pelo restaurador fiel de nossas vidas. Jesus Cristo veio em meio às nossas “Babilônias” para livrar-nos de sua tirania. Como nossa ambientação no pecado foi intensa, não tínamos forças para sairmos do cativeiro pecaminoso. Então, Ele mesmo entrou na nossa história, transformou o pesadelo da escravidão do pecado e nos fez livres. A ação foi completa na Cruz, e faz com que nós, agora vivos para Deus, olhemos para o passado e declaremos que apesar das lutas, das ofertas do mundo, dos dias maus que nos cercam, a realidade da alegria do Senhor nos fortalecendo é muito presente. O que faz o verdadeiro crente se manter em pá com alegria? A certeza de que a obra da Cruz foi completa no passado, e reflete em nosso presente. Ele fez tudo por nós, por isso estamos alegres.
3 - A RESTAURAÇÃO AFETA O FUTURO TRANSFORMANDO A REALIDADE DE ALEGRIA NA CERTEZA DA COLHEITA
Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe. Os que com lágrimas semeiam com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes. Sl 126.4-6
A realidade da alegria do Senhor conosco é sempre presente, assim como a realidade dos desertos áridos e pesados. As tentações, provações, tristezas e depressões insistem em ombrear conosco na caminhada, trazendo aos nossos corações medo, desânimo e peso em relação ao futuro.
A parte final do Salmos 126 é uma oração que pede renovo de alma na caminhada. A figura do deserto do Neguebe é muito preciosa nesse contexto. Ele se localiza no extremo sul da palestina, uma região quase inabitável por conta do clima a esterilidade percebida ali. Mas um fenômeno acontecia ali, quando as chuvas vinham e geravam enchentes que fazia com que grande volumes de águas descessem dos montes, atingindo os vales, e levando vida ao local. A oração do Salmista é para que Deus, da mesma forma, continue a levar vida em seus desertos. Precisamos nos fortalecer com a verdade de que mesmo em desertos terríveis, que trazem choro a nós, as chuvas de Deus vêm florindo nosso coração árido. Precisamos olhar para o futuro na perspectiva de que estamos marchando para a Pátria celestial, onde não haverá choro. Nossa caminhada deve ser de semeadura com lágrimas, mas com a convicção da presença que nos dá certeza do júbilo.
Não pare meu irmão! Saia andando, chorando, semeando e confiando. A promessa é de um retorno de júbilo.
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