Salmo 1
Aqui, o caráter do homem bem-aventurado é definido por três termos negativos – “que não anda no conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta no assento dos zombadores” (v. 1).
A suma de tudo é: os servos de Deus devem diligenciar-se ao máximo por cultivar aversão pela vida dos ímpios. Como, porém, a habilidade de Satanás consiste em insinuar seus embustes, de uma forma muito astuta, o profeta, a fim de que ninguém se deixe insensivelmente enganar, mostra como paulatinamente os homens são ordinariamente induzidos a desviar-se de seu reto caminho.
O termo hebraico traduzido “medita” implica algo mais que reflexão silenciosa. Significa sussurrar ou murmurar.
Em sua posição bem irrigada, a árvore produz seu fruto, e sua localização assegura que ela não murchará. Dessa forma ela se assemelha ao crente filho de Deus que persevera até o fim (Fp 1.6) e que produz frutos de justiça (Gl 5.16–26).
Quão diferentes são aqueles cuja confiança não está no Senhor! As linhas de demarcação entre os filhos de Deus e os filhos do mundo são claramente traçadas. O contraste é claro. Em vez de ser como uma árvore viva, os ímpios são tão instáveis quanto a palha. São sem raiz e sem fruto.
Tais pessoas não serão capazes de manter sua posição diante do tribunal do juízo, e nenhum direito terão de estar entre o povo de Deus. Sua experiência será a de exclusão da presença de Deus na eternidade.
O versículo final do salmo sumaria o contraste. O caminho dos justos está constantemente vigiado pelo Senhor, enquanto que o caminho dos ímpios não tem futuro. Destina-se a perecer completamente. Esta é a forma poética do desafio de Moisés aos filhos de Israel em Deuteronômio 30.11–20. Por implicação, o salmista ecoa a ordem de Moisés: “Agora escolham a vida, para que vocês e seus filhos possam viver.”