O VERDADEIRO ARREPENDIMENTO QUE PRODUZ BONS FRUTOS
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3.1 - Apresentação de João Batista
3.1 - Apresentação de João Batista
a) “E naqueles dias”? q.v. Lc 3.1-2. Aqueles dias também eram dias de silêncio profético, que foram quebrados com o surgimento de João e dias de opressão feitas pelo Império Romano.
b) Ele “apareceu”, isto é, ele entrou em cena, começou a ser conhecido através da sua pregação (gr. κηρύσσω kēryssō – anunciar(como um anunciador público, especialmente a verdade do evangelho)). Ele se apresenta como um pregador de arrependimento que leva a pessoa a ser batizada confessando seus pecados.
c) “João Batista”, seu nome quer dizer “presente de Jeová”, e Batista significa “aquele que batiza”; “um batizador”, mas é o rito que o caracteriza. Filho de Zacarias e Isabel, ambos descendentes de uma família de sacerdotes. Cresceu no deserto da Judéia (Lc 1.80).
d) “deserto da Judeia” – era a região escarpada que se estendia pelos montes próximos do rio Jordão e mar morto.
3.2 - A pregação de João Batista
3.2 - A pregação de João Batista
a) “arrependei” (gr. μετανοέω metanoeō), significa pensar de maneira diferente, ou posteriormente, isto é, reconsiderar. Formado de “meta” indicando mudança de lugar ou condição; e “noeō” perceber com a mente, pensar, compreender. Arrepender-se, portanto, é mudar de ideia, ceder, sugerindo sentimento de renúncia e tristeza.
2Co 7.10
Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte.
Diferente de “metamelomai” que pode significar apenas lamentar ou sentir remorso.
Neste caso está sendo usado em um sentido religioso, indicando tristeza piedosa pela descrença e pelo pecado, e por um afastamento dessas coisas, dirigindo-se a Deus e ao evangelho de Cristo (Mt 3.2; Mc 1.15; 6.12; Lc 13.3,5; 15.7,10; 16.30; At 2.38; 3.19; 17.50; 26.20; Ap 2.5,16,21; 3.3,19; 16.9).
É uma mudança de atitude mental e subsequentemente de atitude. O sentido primário no judaísmo é sempre uma mudança da atitude do homem para com Deus e na maneira de se viver a vida.
b) “porque é chegado o reino dos céus” – A necessidade de um arrependimento sincero é demonstrada aqui, pois é chegado (gr. ἐγγίζω engidzõ) está próximo, usados aqui no tempo imperfeito, ēngika, está perto, está a mão. Neste caso ele quer dizer que estava muito perto – suficientemente perto para que se pudesse ver os sinais e a prova.
O “reino dos céus”, segundo Dicionário Wycliffe “existem dois aspectos: (1) presente e (2) futuro [...]” e neste caso é usado o presente. “A fase invisível presente é apresentada [...] Passagens nas epístolas revelam que o governo de Deus na terra hoje é eficaz somente entre aqueles que foram libertos das trevas e foram transferidos para o reino do seu filho (Cl 1.13). O reino existe no presente onde os cristãos estão vivendo em sujeição a vontade de Deus, onde o seu poder está produzindo vidas transformadas (1Co 4.20). O reino de Deus não é uma questão de conseguir o que se quer comer e beber, mas uma questão de conduta íntegra, de se ter paz e harmonia inspirada pelo Espírito Santo (Rm 14.17). Paulo estava aparentemente se opondo as ideias materialistas que os judeus de seus dias possuíam com respeito a esperança do reino messiânico.
3.3 João é um cumprimento profético
3.3 João é um cumprimento profético
a) Ele é o anunciado pelo profeta Isaías 40.3, mostra no entanto, que João era o cumprimento de uma profecia messiânica.
Is 40.3
Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus.
b) João é visto apenas como uma “voz” (gr. φωνή phōnē) que clama, que traz a mensagem do Senhor de forma audível, revelando uma necessidade urgente.
c) “preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas” – isto revela a função profética de João Batista que era de preparar o caminho do Senhor fazendo com que os homens endireitassem seus caminhos (saíssem do caminho tortuoso do pecado, para uma vida santa) para que pudessem receber o Senhor.
3.4 João um tipo de Elias
3.4 João um tipo de Elias
João é apresentado por Mateus assim como Elias se apresenta a Israel. Suas vestes rústicas e seu alimento simples mostram a caricatura do profeta. “Alfred Plummer defende que João tomou Elias conscientemente como modelo”. Com certeza por ser João um conhecedor do AT, já que seu pai Zacarias era um sacerdote de Deus, e que com certeza o educou.
3.5 A fama de João
3.5 A fama de João
Isto mostra que o batismo de João ganhou grandes proporções. Começando com “poucos” que vinham de Jerusalém, depois iam se agregando os da Judéia até chegar a “muitos” que vinham da província ao redor do rio Jordão.
3.6 A forma do batismo de João
3.6 A forma do batismo de João
a) “batizados” (gr. βαπτίζω baptidzõ), i.e., tornar submerso (totalmente molhado). Segundo Plummer: “O seu oficio é liga-las a uma nova vida, simbolizada pela imersão em águas. João Batista estava chamando uma nação para uma nova vida”.
Segundo o Dicionário Bíblico Wycliffe “o batismo abrange a aplicação dos benefícios da morte de Cristo ao crente pelo Espírito Santo[...]; o batismo identifica o crente com a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo – representado pela imersão”. “Quando o candidato ao batismo desce às águas, é um quadro que aponta para alguém descendo para ser sepultado. Sair da água então é a imagem de alguém sendo ressuscitado com Cristo para andar em novidade de vida” (GRUDEM). Isto é visto claramente no ensino paulino de Romanos 6.1-11 e Colossenses 2.11,12.
3.7 - O confronto de João
3.7 - O confronto de João
Vípera Aspis – João costumava ver ninhadas destas cobras pelo deserto. Um tipo de cobra peçonhenta.
a) “fariseus e saduceus” - Os dois partidos rivais, fariseus e saduceus se unem para tentar descreditar o batismo de João. “Os fariseus representavam a superstição hipócrita e os saduceus, a descrença carnal.
b) “raça de víboras” – em outras palavras poderia ter dito: “raça de serpentes venenosas”, i.e., pessoas astutas, mal-intencionadas, perversas, que vieram bisbilhotar para dar o bote. Jesus também posteriormente os chamará assim em Mt 12.34; 23.33.
c) “quem vos ensinou a fugir da ira futura?” – “A ira futura não se destinava somente para os gentios, como supunham os judeus, mas para todos os que não estivessem preparados para a chegada do reino dos céus (1Ts 1.10).
João está dizendo que a religiosidade não garante a salvação de ninguém. O estar na igreja não é suficiente, mas sim estar em Cristo, ligado a videira verdadeira, alimentando-se de sua seiva (Jo 15.1-7), a seiva no entanto é a Palavra de Cristo.
3.8 - O verdadeiro arrependimento
3.8 - O verdadeiro arrependimento
a) Produzi(r) (gr. ποιέω poieō), neste caso fazer existir, com relação ao poder gerador, gerar, produzir, nascer. Demonstrem com evidências reais.
b) “Frutos dignos de arrependimento”, evidências que comprovem realmente que mudaram, que a velha natureza se foi e a nova vida é que está atuando. “Os frutos não são mudança de coração, mas são os atos que resultam desta mudança”. Não é uma mudança apenas interna, mas que começa de dentro e se mostra por fora.
3.9 - Orgulho quebrado
3.9 - Orgulho quebrado
a) “E não presumais de vós mesmos” – O orgulho deles foi ferido neste ponto. Na opinião deles os méritos dos pais, especialmente de Abraão, eram suficientes para todos os israelitas. Fica claro no discurso de Jesus acerca de sua missão em João 8.12ss, que eles tinham ou continuavam com o pensamento errado acerca de tudo isto, e o próprio Cristo destrói mais uma vez este orgulho israelita: “Todo o que comete pecado é escravo do pecado”, não importa se é descendente de Abraão ou não, a condição é a mesma, todos precisam ser libertos e esta liberdade só pode ser obtida através do Filho (Jo 8.33-36). Jesus contesta a filiação deles ao dizer: “Se fosseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão” (Jo 8.39). Pois o que caracteriza um filho são os atos e nãos as palavras.
b) “Até mesmo destas pedras” – apontando para as pedras a beira do rio. Deus suscitaria filhos de todas as partes, mas filhos que realmente produzissem a evidência de tal filiação.
3.10 - O juízo iminente
3.10 - O juízo iminente
a) “está posto o machado a raiz das árvores” – está pronto para agir caso a árvore não produza bom fruto. A questão não é simplesmente produzir fruto, mas produzi-los bons, i.e., de qualidade. A palavra árvore está no plural indicando que cada um é uma árvore plantada na presença de Deus e que cada árvore será checada se tem frutos e qual a qualidade destes.
Jesus ensinou a este respeito em Mateus 7.15-20, que uma árvore é conhecida por seus frutos e que somente árvores boas produzem bons frutos e somente árvores más produzem frutos maus. No entanto, ambas as árvores são frutíferas, a diferença está na qualidade dos frutos, entretanto, só pode verificar a qualidade do fruto provando-o; experimentando-o; examinando-o.
O que João disse aqui o Senhor ratifica novamente: “Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo” (Mt 7.19). Isto foi em relação aos falsos profetas que aparentam ser o que não são. A palavra falso profeta em grego ψευδοπροφήτης “pseudoprophētēs”, i.e., um falso vaticinador ou impostor religioso. Exatamente o que eram os fariseus e saduceus.
3.11 - A razão do batismo
3.11 - A razão do batismo
a) “vos batizo com água para arrependimento” – João explica o motivo do seu batismo, para arrependimento, para que a partir daquele momento uma nova vida comece.
b) “aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu” – Falando a respeito de Jesus, aquele que tem um tipo de batismo superior: “o batismo com o Espírito Santo”, o revestimento de Poder. Este batismo apresentado por João tem um sentido duplo: “com o Espírito Santo” e “com fogo”. Fogo no sentido de separação semelhante o uso da joeira (peneira para separar o trigo do joio e de outras sementes com o que está misturado). Esta separação se dará no tempo da colheita como nos diz a Bíblia na parábola do joio e do trigo (Mt 13.24-30).
c) “não sou digno de levar suas sandálias”– i.e., não era suficiente para este ato.
3.12
3.12
a) “Em sua mão tem a pá, e limpará a sua eira” – uma pá, não uma pá comum, mas a pá de joeiramento (ato ou efeito de joeirar; peneiramento). “Ele varrerá de lado a lado para deixar limpa a sua eira. Uma reforma ou restauração estava por vir, e aquele que é maior do que João iria fazer isso: restaurar o povo de Deus a verdadeira comunhão com o seu criador. Isto pode ser visto claramente no ministério de Jesus. Esta limpeza será completa no fim dos tempos, quando o Senhor Jesus se levantar como juiz de toda a terra afim de serparar os maus dos bons.
b) “recolherá no celeiro o seu trigo” – Os salvos redimidos para sempre com o Senhor em um lugar seguro, isto é, celeiro, um local adequado, próprio para estarmos para sempre. Enquanto que a palha, os ímpios que não querem saber de Deus serão queimados. “O fogo aqui é o julgamento do Messias que se aproxima, da mesma maneira que no versículo 11”.