Sermão Expositivo Hebreus 10 - Parte 1 (1-18) - O Sacerdócio Superior de Cristo

Exposição de Hebreus  •  Sermon  •  Submitted
0 ratings
· 1,554 views
Notes
Transcript
Handout
Texto base: Hebreus 10
Sermão baseado na Obra: Hernandes Dias Lopes, Hebreus: A Superioridade de Cristo, org. Juan Carlos Martinez, 1a edição, Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2018), 209–217.
Hebreus 10.1–18 (RA) — 1 Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem. 2 Doutra sorte, não teriam cessado de ser oferecidos, porquanto os que prestam culto, tendo sido purificados uma vez por todas, não mais teriam consciência de pecados? 3 Entretanto, nesses sacrifícios faz-se recordação de pecados todos os anos, 4 porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados. 5 Por isso, ao entrar no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste; antes, um corpo me formaste; 6 não te deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado. 7 Então, eu disse: Eis aqui estou (no rolo do livro está escrito a meu respeito), para fazer, ó Deus, a tua vontade. 8 Depois de dizer, como acima: Sacrifícios e ofertas não quiseste, nem holocaustos e oblações pelo pecado, nem com isto te deleitaste (coisas que se oferecem segundo a lei), 9 então, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo. 10 Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas. 11 Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados; 12 Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, 13 aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés. 14 Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados. 15 E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo; porquanto, após ter dito: 16 Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei, 17 acrescenta: Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades, para sempre. 18 Ora, onde há remissão destes, já não há oferta pelo pecado.

1. RECAPITULANDO O QUE FOI ENSINADO ATÉ AQUI

1.1. Autoria

Pouco importa quem foi, o que interessa é que foi um homem inspirado por Deus, e a carta aos hebreus é canônica.

1.2. Localização

Não sabemos a localização exata deste grupo de Hebreus. Eles foram, talvez, em algum lugar perto da Grécia. Nós sabemos que esta comunidade já tinha sido evangelizada por apóstolos e profetas (Hebreus 2:3-4). Evidentemente que esta igreja foi fundada logo depois da ascensão de Cristo. No momento em que a carta foi escrita, uma pequena congregação de crentes já existia lá.

1.3. Época

A carta tinha que ter sido escrito depois da ascensão de Cristo, 30 A.D., e antes da destruição de Jerusalém no 70 A.D., uma vez que o Templo ainda não tinha sido destruído. Eu acredito que provavelmente foi escrito perto de 70, talvez já entre 65 e 70.

1.4. Destinatários

A carta não foi endereçada aos gentios. Os problemas entre gentios e judeus na igreja não são mencionados ou refletida aqui, indicando que a congregação abordada era estritamente judaica.
A carta foi endereçada aos hebreus, judeus.
Devemos entender que três grupos básicos de pessoas estão à vista em toda esta epístola. Se a pessoa não manter esses grupos em mente, o livro torna-se muito confuso.

Grupo I: cristãos hebreus

Em primeiro lugar, houve nesta comunidade judaica a congregação dos verdadeiros crentes no Senhor Jesus Cristo. Eles tinham saído do judaísmo, em que tinham nascido e crescido. Agora eles nasceram de novo. Eles haviam recebido Jesus Cristo como o Messias e Salvador pessoal.

Grupo II: Hebreus não-cristãos que eram intelectualmente convencidos

Todos nós já encontramos pessoas que ouviram a verdade de Jesus Cristo e que são intelectualmente convencidos de que Ele é realmente quem dizia ser, e ainda não estão dispostos a fazer um compromisso de fé nEle.

Grupo III: Hebreus não-cristãos que não estavam convencidos

Não só o Espírito Santo neste livro fala para os cristãos, a fim de fortalecer sua fé e à intelectualmente convencido a fim de empurrá-los sobre a linha para a fé salvadora, mas Ele também fala para aqueles que não acreditaram em tudo, para aqueles que podem ainda não estar convencido de qualquer parte do evangelho.

1.5. Um Esboço Temático do Livro

Como já dissemos, o tema geral é a superioridade ou a preeminência, de Cristo. Ele é melhor do que qualquer coisa que era antes.
A carta começa com a superioridade geral de Cristo para todos e de tudo, uma espécie de um resumo de toda a epístola nos três primeiros versos.
Em seguida, vem:
· A superioridade de Cristo para os anjos;
· A superioridade de Cristo em relação a Moisés;
· A superioridade de Cristo a Josué;
· A superioridade de Cristo para Arão e seu sacerdócio;
· A superioridade de Cristo para a Antiga Aliança
· A superioridade do sacrifício de Cristo ao antigo sacrifício;
· A superioridade do povo fiel de Cristo a todos os infiéis
· A superioridade do testemunho de Cristo com a de qualquer outro.

2. Um breve resumo do sacerdócio levítico

Para uma perfeita compreensão da carta dos hebreus, é necessário profundo conhecimento da lei cerimonial judaica, do sacerdócio levítico, e da lei mosaica. Sem esse conhecimento prévio, dificilmente o leitor de hebreus irá interpretar o texto corretamente.

3. Qual a aplicação de tudo isto para nós hoje, se não somos judeus?

Talvez você possa se perguntar neste momento: O que isto interessa para mim, eu não sou e nunca fui judeu?
Na teologia bíblia, quando interpretamos um texto, devemos sempre diferenciar o sentido do texto, de seu significado.
O sentido do texto é sempre um, único, aquele pretendido pelo autor ao descrever a o fato, a situação, ao escrever o texto.
Já o seu significado pode variar. Variar de acordo com o público, à época, aos leitores. Mas devemos ter cuidado para não tirar um significado que não possa ser extraído dos ensinamentos do sentido do texto.
No texto da carta de hebreus, o sentido é único, uma exortação aos hebreus cristãos acerca da tentação que eles estavam passando para regressarem ao judaísmo.
O significado dessa carta para nós hoje não está relacionado com o judaísmo em si, mas o regresso à qualquer forma de religião. Ou seja, para aqueles que já estão em Jesus Cristo, devem cuidar para não calcar aos pés o sangue de Cristo, retornando à prática de rituais religiosos.
Exemplos de práticas religiosas que não combinam mais com o cristianismo:
a. Vou entregar o dízimo dobrado esse mês, porque eu quero receber em dobro mês que vem.
b. Preciso de uma graça de Deus, então vou fazer caridade para que Deus possa me conceder a graça.
c. Vou me candidatar para ser obreiro, para que Deus me abençoe no emprego, ou na minha loja.
d. Vou fazer uma campanha de jejum[1]para receber algo.
Todas as religiões da terra, tem suas práticas, seus rituais, onde o homem sempre busca o favor dos deuses, e par isso, tem que fazer alguma coisa para aquele Deus.

4. Introdução ao capítulo 10 - A incomparável superioridade de Cristo

O autor aos Hebreus não apresenta conteúdo novo nesse capítulo, mas aprofunda e alarga o que já tratou nos capítulos anteriores. Destaca ainda com mais eloquência a incomparável superioridade de Cristo.
O capítulo 10 de Hebreus é o epílogo de um ponderado discurso. Vejamos mais a respeito nas seções a seguir.

5. A completa ineficácia dos antigos sacrifícios (10.1–4)

O sistema da lei era provisório. Tinha prazo de validade. Estava destinado a acabar. Três pontos são destacados aqui.

5.1. Em primeiro lugar, os antigos sacrifícios eram apenas sombras (10.1).

(10:1) Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem.
O escritor aos Hebreus diz que a lei tem sombra dos bens vindouros, e não a imagem real das coisas. Os sacrifícios oferecidos pelos sacerdotes apontavam para o sacrifício de Cristo. Eram sombras, representações e figuras terrenas, mas não a própria realidade. Prepararam o seu caminho, mas não eram sua consumação.
A sombra tem certo valor por indicar a existência da substância ou forma real, assim o judaísmo teve o seu valor como sombra daquilo que se tornou realidade em Cristo. A palavra grega skia, traduzida por “sombra”, significa um reflexo pálido e nebuloso, um mero contorno ou silhueta, uma forma sem realidade nem substância.
Por isso, uma vez que a forma verdadeira tenha sido vista, a sombra se torna irrelevante.
A lei anunciava uma realidade futura. Tinha um papel didático, simbólico, para que os israelitas confiassem no Salvador que haveria de vir.

5.2. Em segundo lugar, os antigos sacrifícios precisavam ser repetidos (10.1b,2).

(10:1) Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem. (10:2) Doutra sorte, não teriam cessado de ser oferecidos, porquanto os que prestam culto, tendo sido purificados uma vez por todas, não mais teriam consciência de pecados?
Se os sacrifícios no sistema da lei fossem eficazes, não precisariam ser repetidos dia após dia, ano após ano. Esses sacrifícios não podiam purificar pecados.
Não traziam alívio para a consciência nem pleno perdão para os pecadores. Tinham a finalidade de apontar para o perfeito sacrifício que Cristo realizaria na cruz.

5.3. Em terceiro lugar, os antigos sacrifícios eram completamente ineficientes (10.2b–4).

(10:2) Doutra sorte, não teriam cessado de ser oferecidos, porquanto os que prestam culto, tendo sido purificados uma vez por todas, não mais teriam consciência de pecados? (10:3) Entretanto, nesses sacrifícios faz-se recordação de pecados todos os anos, (10:4) porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados.
O que os sacrifícios do sistema da lei podiam fazer era apenas recordar o pecado e mostrar a necessidade de purificação, mas eles não tinham o poder de purificá-lo. Não havia remissão. Não havia perdão. Não havia paz para a consciência atormentada do homem. A conclusão óbvia é que era impossível que o sangue de touros pudesse remover pecados.
O sistema sacrificial do Antigo Testamento tinha validez somente porque prenunciava o sacrifício supremo e definitivo de Cristo. Kistemaker é enfático ao afirmar que o sacrifício de Cristo põe fim aos sacrifícios estipulados pela lei do Antigo Testamento, uma vez que ele é o fim da lei (Rm 10.4). Cristo é o fim dos sacrifícios da velha aliança. Ao oferecer-se como sacrifício, Cristo marcou o fim do sacerdócio levítico com seus sacrifícios e ofertas, e pôs fim à validade da primeira aliança.
Warren Wiersbe acrescenta que os sacrifícios sob a antiga aliança traziam lembrança do pecado, mas não remissão do pecado. O sangue de Cristo, porém, tratou definitivamente com o problema do pecado. Consequentemente, se não existe mais necessidade de oferta pelo pecado, então não existe mais lembrança do pecado (10.17).

6. A completa eficácia do sacrifício de Cristo (10.5–10)

A ineficácia dos sacrifícios da antiga aliança exigia, necessariamente, a chegada de uma nova aliança, com o sacerdote perfeito, oferecendo o sacrifício perfeito, para a completa remoção do pecado. É disso que o autor começa a tratar na passagem em tela. Quatro pontos devem ser aqui destacados.

6.1. Em primeiro lugar, a promessa da vinda de Cristo para expiar os pecados (10.5–7).

(10:5) Por isso, ao entrar no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste; antes, um corpo me formaste; (10:6) não te deleitaste com holocaustos e ofertas pelo pecado. (10:7) Então, eu disse: Eis aqui estou ( no rolo do livro está escrito a meu respeito ), para fazer, ó Deus, a tua vontade.
O autor afirma que Deus não tem prazer nos sacrifícios da antiga aliança. Concordo, entretanto, com Warren Wiersbe quando ele diz que isso não significa que aqueles sacrifícios estavam errados ou que sinceros adoradores não obtiveram benefícios por obedecerem à lei de Deus.
Mas isso significa que Deus não se deleitava nos sacrifícios oferecidos à parte da obediência dos adoradores. Sacrifícios não podiam substituir obediência (1Sm 15.22; Sl 51.16,17; Is 1.11,19; Jr 6.19,20; Os 6.6; Am 5.20,21).
O autor sustenta que, na própria lei do Antigo Testamento, já fora profetizado que um dia aqueles sacrifícios e ofertas seriam substituídos por alguém que viria fazer a vontade de Deus e se entregar de uma vez por todas pelo pecado, encerrando definitivamente o primeiro sistema.
O autor cita ainda a profecia messiânica de Salmo 40.6–8, segundo a qual Cristo viria para fazer a vontade do Pai, oferecendo seu próprio corpo como sacrifício perfeito para remover de vez o pecado.
Salmos 40:6-8 (ARA) (40:6) Sacrifícios e ofertas não quiseste; abriste os meus ouvidos; holocaustos e ofertas pelo pecado não requeres. (40:7) Então, eu disse: eis aqui estou, no rolo do livro está escrito a meu respeito; (40:8) agrada-me fazer a tua vontade, ó Deus meu; dentro do meu coração, está a tua lei.
Duas naturezas, a divina e a humana, foram unidas para sempre em sua pessoa, o Deus-homem. Esse corpo preparado, que representa toda a humanidade, tornou possível o seu sacrifício expiatório exigido pela santidade de Deus.

6.2. Em segundo lugar, Cristo, ao vir ao mundo, declarou que Deus não se agrada de sacrifícios (10.8).

Hebreus 10:8 (ALM21) (10:8) Tendo dito acima: Tu não quiseste e nem te agradaste de sacrifícios, ofertas, holocaustos e ofertas pelo pecado, que se oferecem segundo a lei;
Todos aqueles sacrifícios da antiga aliança não eram um fim em si mesmos; eram apenas sombra, apenas um sinal. Apontavam para o sacrifício perfeito, completo e definitivo.
Se Deus não queria nem se agradava dos antigos sacrifícios levíticos, indicando que desejava outra coisa, isto é, que o corpo de seu Filho seria o sacrifício perfeito e completo e anularia todos os sacrifícios anteriores, então é evidente que remove o primeiro sistema de sacrifícios para estabelecer o segundo.
O primeiro se refere a todas as ofertas judaicas de sangue e de manjares; o segundo, ao estabelecimento da vontade de Deus mediante aquela obediência que conduziu Jesus à crucificação, sacrifício em que ele provou a morte no lugar do pecador.

6.3. Em terceiro lugar, Cristo veio para fazer a vontade de Deus e remover os antigos sacrifícios (10.9).

(10:9) então, acrescentou: Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade. Remove o primeiro para estabelecer o segundo.
Cristo veio para cumprir a lei, para obedecer à Deus, fazendo aquilo que o primeiro Adão não conseguiu.
O Calvário baniu os animais do altar do sacrifício. Cristo fez a vontade do Pai e realizou o sacrifício perfeito, completo e cabal.
Ninguém matou Jesus Cristo, Ele se entregou voluntariamente.
· Podemos dizer, então, que a vontade do Senhor expressa em Hebreus 10.8,9 era que fosse preparado para o Logos eterno um corpo, e neste ele voluntariamente deveria assumir tudo o que era exigido para a expiação dos pecados do homem. Para o autor de Hebreus, fazer a vontade do Altíssimo é um ato sacrificial que envolve Jesus em morte expiatória e vicária, livrando o homem de toda condenação.

6.4. Em quarto lugar, Cristo entregou seu corpo como sacrifício aceitável a Deus (10.10).

(10:10) Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas.
Se o sacrifício de animais não podia agradar a Deus nem remover pecados, o sacrifício de Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, foi uma oferta perfeita, pelo sacerdote perfeito, que agradou a Deus perfeitamente e removeu o pecado de uma vez por todas.
A vontade de Deus para o Messias era que ele fizesse plena expiação pelo pecado. Isso requeria um sacrifício com derramamento de sangue, e assim lhe foi preparado um corpo no qual pudesse sofrer. Em seu sofrimento e morte, foi plenamente cumprida a vontade de Deus. Foi assim que a segunda e melhor aliança passou a operar.

7. O contraste entre os antigos sacrifícios e o sacrifício de Cristo (10.11–18)

Depois de pontuar a ineficácia dos sacrifícios da antiga aliança e mostrar a eficácia do sacrifício de Cristo, o autor aos Hebreus contrasta um com o outro. Na passagem em apreço, seis fatos devem ser destacados.

7.1. Em primeiro lugar, os antigos sacrifícios não serviam para tirar o pecado (10.11).

(10:11) Ora, todo sacerdote se apresenta, dia após dia, a exercer o serviço sagrado e a oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca jamais podem remover pecados;
Os sacerdotes ofereciam os sacrifícios dia após dia e jamais podiam parar de oferecê-los. E por quê? Porque esses sacrifícios eram absolutamente impotentes para remover pecados. Eles traziam apenas purificação cerimonial, mas não o perdão verdadeiro.
Literalmente, rios de sangue de animais fluíam porque os sacrifícios eram contínuos; e a sucessão de sacerdotes, que serviam em turnos e eram escolhidos por sorte (Lc 1.8,9), parecia ser interminável.

7.2. Em segundo lugar, Cristo ofereceu um único sacrifício para tirar o pecado (10.12a).

(10:12) Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus,
Cristo ofereceu a si mesmo, o seu próprio corpo, como único, perfeito e irrepetível sacrifício.
Seu sacrifício foi o cumprimento de todos os sacrifícios da antiga aliança. Agora, todo o sistema judaico de sacrifícios deve cessar. Não existem mais sacerdotes. Não existe mais altar. Não existem mais sacrifícios pelo pecado. Cristo ofereceu o último, o único e o cabal sacrifício para tirar o pecado.

7.3. Em terceiro lugar, Cristo terminou seu trabalho e está entronizado (10.12b,13).

(10:12) Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, (10:13) aguardando, daí em diante, até que os seus inimigos sejam postos por estrado dos seus pés.
No santuário, a mobília incluía a mesa, a lâmpada, o altar do incenso, a arca, mas nenhuma cadeira; Cristo, porém, tendo concluído sua obra expiatória, assentou-se à direita da Majestade. Nenhum sacerdote podia assentar-se à destra de Deus. Mas Cristo, sendo Filho e tendo concluído sua obra sacrificial, foi entronizado, exaltado sobremaneira, acima de todo nome, reina soberano e aguarda até que seus inimigos sejam colocados debaixo de seus pés (1Co 15.23–25).
1 Coríntios 15:23-25 (ARA) (15:23) Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda. (15:24) E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder. (15:25) Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés.
Cristo agora está assentado no lugar de maior autoridade. Ele não tem mais batalhas a travar, não tem mais tentações a suportar, nenhum Getsêmani a mais para sofrer, nem nova cruz onde ser pregado, nem outro túmulo para ser deixado. Terminaram todos os seus conflitos. Ele está assentado em triunfo, aguardando o dia quando todos os seus inimigos serão postos debaixo dos seus pés (Sl 110.1; Fp 2.9–11).
O Cristo é Rei e Sumo Sacerdote. Como Sumo Sacerdote, encontra-se à destra de Deus intercedendo por nós; como Rei, estabeleceu o seu reinado inicial no coração dos homens que lhe pertencem (Rm 14.17).

7.4. Em quarto lugar, Cristo aperfeiçoou para sempre aqueles que foram separados para Deus (10.14).

(10:14) Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados.
Se os sacrifícios da antiga aliança não podiam aperfeiçoar, Cristo, com um único sacrifício, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados.
Não existe mais necessidade de novos sacrifícios. Ele varreu do altar todos os animais mortos. Toda a nossa salvação foi consumada no Calvário e não há mais nada que possa ser acrescentado ao que ali foi cabalmente realizado.

7.5. Em quinto lugar, o Espírito Santo testifica as bênçãos da nova aliança (10.15–17).

(10:15) E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo; porquanto, após ter dito: (10:16) Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei, (10:17) acrescenta: Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades, para sempre.
Esta é uma citação de Jeremias 31
Jeremias 31:33-34 (ALM21) (31:33) Mas esta é a aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o SENHOR: Porei a minha lei na sua mente e a escreverei no seu coração. Eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. (31:34) E não ensinarão mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei o SENHOR; porque todos me conhecerão, do mais pobre ao mais rico, diz o SENHOR. Porque perdoarei a sua maldade e não me lembrarei mais dos seus pecados.
O Espírito Santo, o autor último das Escrituras, mostra que, em virtude do sacrifício de Cristo, uma nova aliança foi firmada em seu sangue, trazendo para o seu povo uma mudança interior e o perdão pleno de seus pecados (Jr 31.33,34).
Por isso em Ezequiel é dito que Deus iria trocar nossos corações de pedra, vejamos:
Ezequiel 11:19 (ALM21) (11:19) E lhes darei um só coração, e porei dentro deles um novo espírito; tirarei deles o coração de pedra e lhes darei um coração de carne,
Esse novo coração, dessa nova aliança, desse novo relacionamento é focado sobre o que nós escolhemos relembrar (10.15,16) e o que Deus escolher esquecer (10.17).
· Pergunta-se: Alguém pode fazer um transplante do próprio coração?
Os crentes do Antigo Testamento experimentaram a graça perdoadora de Deus, pois Davi escreve: Confessei-te o meu pecado […] e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado (Sl 32.5). E ele menciona em outro lugar: Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões (Sl 103.12).
O que é novo na profecia de Jeremias, citado em Hebreus, é que Deus não se lembra mais dos pecados na era da nova aliança. Deus perdoou os pecados dos crentes pecadores mediante o único sacrifício de Cristo e, portanto, nunca mais se lembrará deles. Os pecados são perdoados e esquecidos.

7.6. Em sexto lugar, o sacrifício de Cristo é completo e não é necessária nenhuma outra oferta pelo pecado (10.18).

(10:18) Ora, onde há remissão destes, já não há oferta pelo pecado.
O pecado é um débito que requer perdão, uma escravidão que requer redenção e uma alienação que requer reconciliação. Porém, o sacrifício de Cristo pôs fim a todos os sacrifícios pelo pecado. O sacrifício de Cristo pôs um ponto final em todo o sistema de sacrifícios da antiga aliança. Acabou o sistema sacerdotal. Acabou a matança de animais e o derramamento de sangue. Tudo isso era apenas sombra. A realidade chegou, e as sombras foram dissipadas. Estou de pleno acordo com Olyott quando ele diz que o Calvário acaba com todos os sacrifícios instituídos no Antigo Testamento, tornando-os desnecessários. Eles serviram bem como sombras, apontando adiante e mostrando de modo ofuscado aquilo que viria no futuro. Mas não tinham outro valor além desse, porque não podiam apagar nem um pecado sequer. Seu tempo terminou.
[1]• O jejum é dizer para Deus que: • Eu quero me abster daquilo que é bom por aquilo que é melhor • Eu quero me abster do alimento que sustenta meu corpo, para me alimentar daquilo que fortalece minha alma • Eu tenho tanta pressa em buscar a Deus, que buscar a Deus é mais urgente do que alimentar o meu corpo • Eu tenho mais fome de Deus, do que do pão da terra.
Related Media
See more
Related Sermons
See more