A prática do amor cristão
Exposição de Hebreus • Sermon • Submitted
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Série: Exposição Hebreus
Série: Exposição Hebreus
Texto base: Hebreus 13:1-6
Texto base: Hebreus 13:1-6
Referencial base: Hernandes Dias Lopes, Hebreus: A Superioridade de Cristo, org. Juan Carlos Martinez, 1a edição, Comentários Expositivos Hagnos (São Paulo: Hagnos, 2018), 209–217.
Hebreus 13:1-6:
1 Permaneça o amor fraternal.
2 Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, não o sabendo, hospedaram anjos.
3 Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos também no corpo.
4 Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará.
5 Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei.
6 E assim com confiança ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem. (ACF2007)
1. INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO
Durante toda a epístola o autor fez severas exortações, advertências, sobre a falta de constância dos crentes, principalmente em vacilar no regresso ao judaísmo, mesmo após terem recebido revelação maior e superior em Cristo.
Apesar de pensarmos que esta epístola está muito distante de nossos dias, a mensagem de hebreus é muito contemporânea.
O perigo que enfrentamos hoje não é voltarmos ao judaísmo, mas retrocedermos rumo aos rudimentos desse mundo. Infelizmente quanto mais o tempo se passa, mais a igreja do Senhor Jesus Cristo está aceitando o ingresso de princípios seculares em nosso meio. Já não estamos mais separados (santos) desse mundo, pelo contrário, estamos tão submersos pelo mundanismo, que não nos diferenciamos mais dos que já são do mundo.
Por isso no começo de sua carta o autor nos diz:
ACF2007 - Hebreus 2:1:Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas.
Agora em sua última parte o autor está concluindo sua epístola e, nessa parte final, mostra como o verdadeiro cristianismo pode ser conhecido de forma prática. A sã doutrina sempre desemboca em vida transformada.
A teologia não é algo só teórico, mas deve nortear nossa ética diária. O que cremos determina o que fazemos. Tudo o que nos foi ensinado aqui não é apenas para enriquecer nosso vocabulário teológico, ou para estudarmos a história de nossos irmãos do passado. Tudo o que foi ensinado visa, em última análise, uma vida cristã prática, colocando tudo o que nos foi ensinado em nosso dia a dia. Devemos transformar nossa vida pela palavra.
Quais são os ensinos práticos deixados nessa primeira parte?
2. UMA VIDA TRANSFORMADA É CONHECIDA POR SUA CONDUTA EXEMPLAR (13.1–6)
2. UMA VIDA TRANSFORMADA É CONHECIDA POR SUA CONDUTA EXEMPLAR (13.1–6)
O autor destaca três áreas em que devemos demonstrar nosso testemunho como cristãos: no trato com o nosso próximo, no relacionamento conjugal e na maneira como lidamos com o dinheiro.
Um cristão é alguém que cuida do próximo, respeita o cônjuge e se contenta com o que tem.
Examinemos essas três áreas.
2.1. Em primeiro lugar, em relação ao próximo(13.1–3).
2.1. Em primeiro lugar, em relação ao próximo(13.1–3).
Nosso amor a Deus deve ser provado por nosso amor ao próximo. O apóstolo João afirma:
“Aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê” (1Jo 4.20).
Aquilo em que cremos precisa influenciar aquilo que praticamos.
NOTA: Infelizmente a falta de uma cosmovisão cristã adequada, tem criado uma geração de cristãos que dicotomizam sua vida. Eles dicotomizam o santo do profano, a vida religiosa da vida secular. Eles não conseguem compreender que aquilo que cremos tem que influenciar toda a nossa vida, todos os aspectos de nossa vida, seja ela secular ou religiosa.
O autor destaca três áreas da nossa atitude exemplar em relação ao próximo:
2.1.1. Primeiro: amor fraternal (13.1).
2.1.1. Primeiro: amor fraternal (13.1).
3. Seja constante o amor fraternal.
A palavra amor usada aqui não é agape, mas philadelphia, “amor de irmão de sangue” “amor fraternal”.
Eles já tinham mostrado esse amor no passado, servindo aos santos e tendo compaixão pelos irmãos afligidos conforme menciona a própria carta aos hebreus.
ACF2007 - Hebreus 6:10:Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra, e do trabalho do amor que para com o seu nome mostrastes, enquanto servistes aos santos; e ainda servis.
Esse mesmo tipo de amor é recomendado por Paulo:
Romanos 12:10:Amai-vos de coração uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. (ALM21)
1 Tessalonicenses 4:9-10: (4:9) Mas, quanto ao amor fraternal, não é preciso que eu vos escreva, visto que vós mesmos sois instruídos por Deus a vos amardes uns aos outros; (4:10) pois é certo que já procedeis assim com todos os irmãos de toda a Macedônia. Irmãos, também vos exortamos a que vos aperfeiçoeis nisso cada vez mais (ALM21)
O apóstolo Pedro também exorta os irmãos ao amor fraternal:
1 Pedro 1:22: Assim, já que tendes a vossa vida purificada pela obediência à verdade que leva ao amor fraternal não fingido, amai uns aos outros de todo coração. (ALM21)
2 Pedro 1:5-7: (1:5) E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, (1:6) E à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, (1:7) E à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade. (ALM21)
O autor aos Hebreus está dizendo que devemos considerar-nos uns aos outros não apenas como santos irmãos (3.1), mas também como amados irmãos (13.1).
Raymond Brown escreve: “Se os crentes pertencem à mesma família, então o amor do Pai deve ser expresso em sua vida”. Isso porque a igreja não é uma organização nem um clube, mas uma fraternidade.
Calvino chega a dizer: “Não podemos ser cristãos sem que sejamos irmãos”.
De que forma se manifesta o amor philadelphia? Amamos nossos irmãos de sangue como amamos a nós mesmos. Nosso amor por eles não é apenas por causa de seus méritos, mas apesar de seus deméritos; não apenas por causa de suas virtudes, mas a despeito de suas fraquezas.
O amor philadelphia precisa ser constante, e não apenas em algumas ocasiões ou circunstâncias especiais. É oportuna a recomendação de Raymond Brown: “O amor cristão não deve se degenerar em mera emoção piedosa, mas deve ser expresso em contínuo cuidado prático”.
Por isso, Calvino alerta: “Nada evapora mais facilmente do que o amor, quando cada um pensa de si mesmo mais do que convém e quando pensa menos nos outros do que deveria”.
2.1.2. Segundo: hospitalidade (13.2).
2.1.2. Segundo: hospitalidade (13.2).
Hebreus 13:2: Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, não o sabendo, hospedaram anjos. (ACF2007).
Onde há verdadeiro amor cristão, aí também há hospitalidade. O amor não se limita a palavras, mas demonstra sua realidade através de obras compassivas. Uma das expressões do amor fraternal é a hospitalidade. O cristão é alguém que tem o coração, as mãos, o bolso e a casa abertos.
Essa hospitalidade é mais significativa no Oriente Médio do que para nós hoje em dia. Talvez falar em hospitalidade numa sociedade tão exclusivista como a de hoje parece loucura. No ocidente moderno de hoje, nós queremos é o isolamento social, quanto mais distantes melhor.
No oriente médio a hospitalidade é um meio de amizade. Convidar uma pessoa para uma refeição é oferecer-lhe comunhão. Por isso, o cristianismo deve ser a religião de portas abertas.
Por que a hospitalidade era tão importante naquele tempo?Porque no primeiro século os cristãos foram perseguidos e muitos precisavam fugir de sua cidade (Atos 8:1); outros perdiam seus bens (Hebreus 10;34) e andavam foragidos pelo Império Romano a fim de salvar a própria vida.
Os irmãos crentes abriam suas casas a esses fugitivos, colocando em risco sua própria segurança. Os irmãos perseguidos precisavam de um lar hospitaleiro para acolhê-los tanto em seu deslocamento como em suas urgentes necessidades. Também os evangelistas e pregadores itinerantes dependiam da hospitalidade dos crentes para cumprirem sua agenda de pregação e pastoreio (3Jo 5–8).
Outrossim, as pensões e hospedarias no primeiro século eram raras, caras, sujas e mal-afamadas. Por essas razões, os crentes precisavam ter o coração aberto e a casa aberta para acolher irmãos que eles nem conheciam. A palavra grega philoxenia, traduzida por hospitalidade, significa literalmente “amor ao estrangeiro”.
A mesma ideia ocorre em Romanos 12.13. A hospitalidade é uma das qualidades requeridas do presbítero (1Tm 3.2; Tt 1.8) e das viúvas (1Tm 5.10). O apóstolo Pedro também recomendou a mesma prática (1Pe 4.9).
O autor ainda mostra que a hospitalidade abençoa não apenas quem é recebido, mas sobretudo quem recebe, pois alguns nessa prática, sem o saber, hospedaram anjos, como aconteceu com Abraão e Ló (Gn 18.1–5; 19.1–22). Quem pode saber quem será o nosso próximo hóspede ou que bênçãos resultarão dessa visita? Esses hóspedes podem trazer mais bênçãos espirituais que a ajuda material que receberam.
Por outro lado, os crentes precisam de discernimento para que, em nome da hospitalidade, não transgridam os preceitos divinos, recebendo em casa aqueles que são pregoeiros de falsas doutrinas (2Jo 10,11).
2.1.3. Terceiro: compaixão (13.3).
2.1.3. Terceiro: compaixão (13.3).
Hebreus 13:3: Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com eles, e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos também no corpo. (ACF2007).
Agora, o autor passa da ideia de abrir a casa a fim de receber forasteiros e itinerantes, para sair de casa a fim de visitar os encarcerados e os que sofrem maus-tratos, colocando-se no lugar deles e levando, assim, não apenas simpatia, mas também ajuda. Vale destacar que, naquele tempo, os crentes já estavam sofrendo por causa de sua fé (Hebreus 10.34). Ainda hoje, irmãos em muitas nações fechadas ao evangelho estão presos e sofrem torturas por causa de sua fé. Não podemos nos esquecer dessas pessoas!
O apóstolo Paulo dá o seu testemunho, mostrando como em suas várias prisões, por causa do evangelho, ele recebeu o cuidado e ajuda de irmãos e amigos, que cuidaram dele e supriram suas necessidades (At 24.23; 27.3; 28.10,16,30; Fp 4.12; 2Tm 1.16; 4.13,21).
A compaixão significa que devemos considerar os problemas alheios como nossos.
Calvino reforça essa ideia quando escreve: “Não há nada que nos mova ao mais profundo senso de compaixão do que nos pormos no lugar daqueles que são afligidos”.
O apóstolo Paulo escreveu: Se um membro do corpo sofre, todos sofrem com ele (1Co 12.26). A melhor maneira de lidar com o sofrimento do outro é permitindo que ele lateje debaixo de nossa própria pele e sentindo-o como se estivesse dentro da nossa própria família.
Olyott assim expressa essa ideia:
Se hoje eu soubesse que meu irmão de sangue está preso, o que eu faria? Imediatamente pensaria em como ele se sentiria. Pensaria no que estaria precisando, fosse ajuda, cartas, uma visita, roupas, papel, livros, o que fosse. Pensaria em seguida em seus entes queridos – esposa, filhos, parentes próximos, amigos – e passaria a telefonar-lhes, visitá-los, suprir suas necessidades, passear com eles. Minha mente estaria cheia de pensamentos amáveis e práticos.
Um dos maiores estímulos ao amor prático demonstrado na assistência a um enfermo, prisioneiro ou necessitado é que, ao socorrermos essas pessoas, estamos fazendo isso ao próprio Jesus (Mt 24.34–40).
2.2. Em segundo lugar, em relação ao cônjuge (13.4).
2.2. Em segundo lugar, em relação ao cônjuge (13.4).
Hebreus 13:4: Venerado (Digno de honra) seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição (porneia=impureza), e aos adúlteros, Deus os julgará. (ACF2007)
O lar é o primeiro lugar onde o amor cristão deve ser praticado. Lealdade e pureza devem ser o oxigênio do casamento. No primeiro século, o casamento não era tido em alta conta, seja pela influência da cultura pagã, altamente rendida à depravação moral, seja pela influência do ascetismo, que motivava as pessoas a fugirem dos prazeres da vida.
É claro que o autor da epístola teve como objetivo transmitir uma advertência contra a depreciação do casamento pela imoralidade e também contra certa classe de gnósticos, os quais, por causa de suas tendências ascéticas, tinham o casamento em pouca estima ou o proibiam totalmente (1Tm 4.3).
Os impuros e adúlteros são mencionados separadamente no texto porque a língua grega faz uma distinção entre ambos. Adultério (moicheia)indica infidelidade por parte de pessoas casadas, e impureza (porneia)é de natureza mais geral e inclui toda sorte de vícios e anormalidades sexuais.
Hoje, mais que em qualquer outro tempo, vemos uma conspiração deliberada contra o casamento e a pureza sexual. A decadência moral chegou ao fundo do poço. A inversão de valores é gritante. Os heterossexuais estão se abstendo do casamento ou fugindo dele pelas largas portas do divórcio, enquanto os homossexuais lutam para legitimar o “casamento” homoafetivo.
O casamento heterossexual, monogâmico e monossomático, conforme instituído por Deus (Gn 2.24), está sendo escarnecido e tratado como instituição ultrapassada. Nesse contexto de perversão moral sem precedentes, o imperativo divino é absolutamente oportuno: Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros.
Três verdades são ensinadas aqui.
2.2.1. O matrimônio é honroso.
2.2.1. O matrimônio é honroso.
O autor diz que o casamento deve ser visto como algo honroso não somente para os cristãos, mas para todas as pessoas, indistintamente. O matrimônio não foi invenção humana, mas instituição divina. Não nasceu no coração do homem, mas no coração de Deus. Foi Deus quem disse: Não é bom que o homem esteja só (Gn 2.18).
2.2.2. O matrimônio exige um relacionamento sexual puro.
2.2.2. O matrimônio exige um relacionamento sexual puro.
O leito conjugal precisa ser sem mácula. O termo leito aqui vem de uma palavra grega que significa “coito”, “relação sexual”.
A expressão leito aqui é um eufemismo para a intimidade física do casamento. O que o texto está ensinando é que o relacionamento sexual é uma bênção a ser desfrutada no casamento, e não antes ou fora dele.
Mais ainda, o texto deixa claro que marido e mulher não podem levar para sua intimidade sexual, no leito conjugal, nenhuma prática que destoe da santidade da relação sexual. Num tempo em que a pornografia despeja seu fétido esgoto na televisão, no cinema, no teatro e na internet, e numa época em que cerca de 30% dos homens e não poucas mulheres se tornaram viciados em pornografia, esse alerta das Escrituras é absolutamente imperativo.
2.2.3. Deus julgará os impuros e adúlteros.
2.2.3. Deus julgará os impuros e adúlteros.
A palavra usada aqui para impuros é um termo amplo que inclui não apenas os que praticam sexo antes do casamento, mas também outras formas pecaminosas de lidar com o sexo.
Já a palavra usada para adúlteros especifica a relação fora do casamento. O texto é claro em afirmar que esses pecados, ainda que não conhecidos dos homens, não passarão impunes aos olhos de Deus.
Deus sabe quantos pecados acontecem às escondidas, que jamais serão investigados por um tribunal humano. Ele, porém, tem o poder de julgar também os pecados ocultos, e o fará no seu devido tempo.
Hebreus 13:4: Venerado (Digno de honra) seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição (porneia=impureza), e aos adúlteros, Deus os julgará. (ACF2007)
A cláusula “e a cama de casal mantida pura” é um eufemismo. O autor adverte as pessoas para que não quebrem os votos do casamento cometendo adultério. O casamento é sagrado, e a violação dele é pecado. Por que ter relacionamentos fora dos laços do matrimônio é pecado? Aqui está a resposta: “Deus julgará o adúltero e toda sexualidade imoral”.
O mundo no qual vivemos considera uma vida sem limites como irrelevante: sexo é diversão, não pecado. Mas aos olhos de Deus o sexo ilícito é pecado que merece punição. O escritor de Hebreus fala claramente aos ofensores e os adverte sobre o julgamento divino (10.30–31).
Que tipo de punição Deus administra?
A Escritura diz que nenhum sexualmente imoral, nem idólatra, nem adúltero, nem prostitutos, nem ofensores homossexuais herdarão o reino de Deus. (1Co 6.9–10; Ef 5.5; Ap 21.8; 22.15).
1 Coríntios 6:9-10: 9 Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem os que se submetem a práticas homossexuais, nem os que as procuram, 10 nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem caluniadores, nem os que cometem fraudes herdarão o reino de Deus. (ALM21)
Efésios 5:5: Porque bem sabeis que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. (ALM21)
Apocalipse 21:8: Mas, quanto aos covardes, incrédulos, abomináveis, homicidas, adúlteros, feiticeiros, idólatras e todos os mentirosos, a sua parte será no lago ardente de fogo e enxofre, que é a segunda morte. (ALM21)
O pecado hoje é muito tolerado nas igrejas em razão da proliferação da teologia liberal moderna, onde baratearam demais a graça, e quase nada é pecado mais. Estes teólogos liberais estão relativizando pecados objetivos.
Estamos sim debaixo da graça, mas isto não é um sinal verde para o pecado desenfreado.
Notem que somente neste livro de Hebreus, que está no Novo Testamento, quantas vezes ficamos diante de advertências severas contra o pecado, e advertência de que Deus não deixará impune os pecados:
· Hebreus 6:4-6:4 Pois é impossível que aqueles que uma vez foram iluminados, experimentaram o dom celestial e se tornaram participantes do Espírito Santo, 5 e experimentaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, 6 e caíram, sejam outra vez renovados para o arrependimento; visto que eles estão crucificando de novo o Filho de Deus e expondo-o à vergonha pública. (ALM21)
Hebreus 10:26-27:26Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, 27 Mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários. (ACF2007)
Hebreus 10:29-31:29 De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça? 30 Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. 31 Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo. (ACF2007)
Hebreus 12:25:Vede que não rejeiteis ao que fala; porque, se não escaparam aqueles que rejeitaram o que na terra os advertia, muito menos nós, se nos desviarmos daquele que é dos céus; (ACF2007)
Hebreus 12:29:Porque o nosso Deus é um fogo consumidor. (ACF2007)
Hebreus 13:4:Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará. (ACF2007)
Eles perecem em seu pecado. Os cristãos, então, devem dar o exemplo de uma vida sexualmente pura (1Ts 4.7) e guardar o mandamento “Não adulterarás”.
2.3. Em terceiro lugar, em relação ao dinheiro (13.5,6).
2.3. Em terceiro lugar, em relação ao dinheiro (13.5,6).
Hebreus 13:5-6:
5 Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei.
6 E assim com confiança ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem. (ACF2007)
Depois de falar a respeito dos perigos do sexo, o autor passa a falar sobre os perigos do dinheiro. Sexo e dinheiro são constantes ameaças a uma vida de santidade.
A palavra avareza significa literalmente “amor ao dinheiro”. O problema não é o dinheiro, mas o amor a ele. O problema não é ter dinheiro, mas o dinheiro nos ter. O problema não é possuir dinheiro, mas o dinheiro nos possuir. O problema não é carregar dinheiro no bolso, mas entronizá-lo no coração.
O antídoto contra o amor ao dinheiro é o contentamento (Lc 12.15). O apóstolo Paulo diz que o amor ao dinheiro é raiz de todos os males (1Tm 6.10), mas a piedade com contentamento é grande fonte de lucro (1Tm 6.6). O apóstolo Paulo diz que o contentamento é um aprendizado: Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação (Fp 4.11).
A cobiça é o desejo desmedido de ter mais, e nisso se consubstancia o descontentamento do mundo. Ela traz seu próprio castigo, pois o coração que cobiça é amaldiçoado pela insatisfação, e o espírito descontente é amaldiçoado pela cobiça. Por outro lado, o contentamento significa mais que uma aceitação passiva do inevitável. Envolve um reconhecimento positivo de que o dinheiro é relativo.574
Em vez de amar o dinheiro e pôr nossa confiança nele, devemos confiar no cuidado permanente de Deus. O dinheiro não pode nos trazer felicidade nem segurança, mas Deus é nosso auxílio permanente. O dinheiro pode nos faltar, mas Deus nunca nos desampara. Os homens podem tirar de nós nosso dinheiro, nossa liberdade e até nossa vida, mas não nos podem tirar nosso tesouro que está no céu. Deus jamais nos abandonará.
Quando a perseguição viesse sobre eles, poderiam perder seus bens materiais, mas não seriam abandonados. Poderiam ser ameaçados de injúrias físicas, mas ninguém iria fazer-lhes mal se estivessem do lado do Senhor.
Wiley compartilha uma bela ilustração da ousadia da fé quando registra o testemunho de João Crisóstomo, o pregador conhecido como “boca de ouro”, que foi levado à presença do imperador, o qual lhe disse:
§ “Vou desterrar-te”.
§ Crisóstomo respondeu: “Não podes fazê-lo, pois o mundo é a casa de meu Pai”.
§ “Matar-te-ei”, disse então o imperador.
§ De novo replicou o pregador: “Isso não está nas tuas forças, pois minha vida está escondida com Cristo em Deus”.
§ O imperador ameaçou-o: “Privar-te-ei de tudo o que possuis”.
§ Crisóstomo respondeu: “Isso também é impossível, pois o meu tesouro está no céu, e as minhas riquezas estão dentro de mim”.
§ “Vou separar-te, então, de todos os teus companheiros e não te restará um único amigo.”
§ Eis, então, a resposta do pregador: “Nem isso podes fazer-me, pois o meu Amigo divino jamais me deixará. Desafio-te, orgulhoso imperador. Não podes fazer-me mal algum”.