Boa notícia: Jesus é a Luz do Mundo (Jo 8.12-20)

Advento: Boas novas de salvação  •  Sermon  •  Submitted
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Advento - primeira parte do ano cristão

Todos vocês devem se lembrar de que iniciamos o ano hoje, correto? Historicamente os cristãos iniciam o ano ano litúrgico agora, no período do Avento, rememorando a esperança e a expectativa para a vinda de Cristo celebrada no Natal.

Contexto: entre aquelas luzes Jesus era a verdadeira luz

O contexto ali era o da Festa dos Tabernáculos, uma das principais do calendário judeu, com duração de sete dias. A festa celebrava a providência graciosa de Deus no deserto e o encerramento da colheita anual. Haviam dois rituais importantes durante a festa, o memorial da água corrente e o cerimonial do acender das lâmpadas. No último dia, Jesus se levantou no meio do povo e afirmou ser fonte de água para todos que tem sede. Durante aquele período, os judeus acampavam em tendas para remeter o período que eles peregrinavam no deserto. Por isso, havia muita luz nas tendas, para clarear a escuridão. Jesus, então se levanta e afirma: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12). E isso é maravilhoso!

1. A boa notícia é que não vamos viver para sempre nas trevas:

Em 2014 passei a trabalhar no interior. Nesta época era em Limoeiro do Norte e lá um campanha publicitária natalina me chamou a atenção. Dizia assim: “Alegria! o amor nos foi revelado”. Essa frase, apesar de simples, carrega algo muito belo: A essência do Natal. Há uma boa notícia em meio a um mundo caótico. Ë assim que Jesus se apresenta em meio a nossas iniquidades tenebrosas.
Basta olharmos um pouco muda o nosso redor para vermos o quanto somos decadentes. Atentados terroristas, corrupção escancarada, assassinatos, preconceito. Avançamos na tecnologia mas não conseguimos extinguir a morte – conseguimos nos conectar com o mundo na palma de nossas mãos, mas não conseguimos abandonar a mentira. A nossa vida é marcada por inconstâncias: Quando parece que tudo o vai bem, a realidade bate a sua porta e, às vezes, traz notícias terríveis. Nossas vidas são frágeis, avançamos numa área e retrocedemos em outra- envelhecemos e cometemos erros como se ainda fôssemos os jovens de outrora. O mundo não é só decadente, ele não se resolve por si mesmo.
Mas vejamos: ao lermos uma das profecias acerca do Messias, em Isaias 9, este é o mundo para o qual o Messias viria: o mundo de trevas (v. 1-2). Porém, a sua chegada trouxe alegria (v. 3). O Messias viria como uma luz (v. 12).

2. A boa notícia é que Deus mesmo providencia a Luz:

Aquele povo estava em meio a claridade provocada pelo seu cerimonial do acender de lâmpadas [no pátio das mulheres: área pública do templo onde era aceso um candelabro representando a coluna de fogo], mas Jesus Cristo se levanta novamente e pronuncia o seu segundo “EU SOU” (veja Jo 6.35 “eu sou o pão da vida”): “Eu sou a luz do mundo”.
A tentativa humana de tornar todo aquele espaço luminoso não podia aplacar a escuridão do pecado. Somos como aqueles que “se assentam nas trevas e nas sombras da morte, presos em aflições e em ferros por se terem rebelado contra a palavra de Deus e haverem desprezado o conselho do Altíssimo” (Sl 107.10). Porém, Jesus é a luz do mundo!
Sua afirmação é a de que o homem não pode produzir por si mesmo a luz, mas ele é a luz! Ver João 1.1-9. “Deus é luz, e não há nele treva nenhuma” (1João 1.5).
2.1 Ele é a luz gera a vida
Na frase de Cristo temos reveladas grandes verdades do Evangelho: Jesus é Deus; Ele não é criado nem derivado de nada; Ele é o que é! O mundo está em trevas, mas Ele é a luz que guia. Ele não é apenas a luz que guia, pois mortos não são guiados por luz alguma – morto não veem. Ele é a luz que gera vida! Eis aqui a verdade de que Jesus é o caminho e a vida. Ele gera a vida e não nos deixará no meio da jornada.
2.2 A luz expõe as trevas (13-19)
a) Espirituais (13-14)
Nos versos 13 e 14 é levantada uma questão: Jesus falar de si mesmo não tem validade. À princípio, dá para entender a colocação. Uma pessoa que fala de si mesmo pode não fazer uma afirmação verdadeira. Deus mesmo estabelece que uma sentença acreditável deveria ser confirmada por duas ou três testemunhas (Ex 17.6; 19.15) – e disso aqueles fariseus sabiam muito bem, por isso acusam Jesus de não possuir um testemunho verdadeiro. Mas o problema deles não era falta de lógica, mas era cegueira espiritual. Jesus já havia levantado argumento acerca disso (Jo 5.31-37; 7.16-18). Se eles fossem verdadeiros conhecedores da lei, teriam compreendido que Jesus era enviado pelo Pai (Jo 5.39; 7.19) e, por isso, seu testemunho era verdadeiro.
b) Intelectuais (13-14)
Jesus também revela que a verdade de suas afirmações está baseada em que Ele sabe de onde vem e para onde vai. Jesus é aquele que pode ter certeza daquilo que sabe simplesmente porque ele é Deus – e é isso que Ele faz aqui. Em nossa limitação humana, só podemos ter qualquer conhecimento se revelado por Deus, seja na natureza, seja em sua Palavra. Por isso, todo nosso conhecimento depende de Deus – inclusive o conhecimento sobre nós mesmos. Você só se conhecerá verdadeiramente se conhecer primeiro a Deus, a fonte de sua identidade. Se somos sua imagem e semelhança, só conhecemos de verdade quem somos se olharmos para Ele. Por isso, nessa frase Jesus não está apenas afirmando que seu conhecimento deriva de conhecer a Deus, mas que Ele é o próprio Deus de eternidade a eternidade. Sua origem e seu destino estão em Deus. Aqueles fariseus podiam duvidar de sua glória e veracidade presente [naquele momento], mas não tinham conhecimento de sua glória passada e futura.
c) morais (15-18)
Jesus não julga? O que Jesus está afirmando aqui é que “eu a ninguém julgo desta forma”, segundo a carne. Ele usa essa frase para convencer seus acusadores de soberba. Jesus não era como os fariseus e como nós, que julgamos de pontos de vista perversos, provenientes da carne. Aqueles fariseus não julgavam conforme o Espírito de Deus. Mas Jesus sim. Ele conhece o decreto, a lei de Deus. Em seu julgamento e parecer ele não está sozinho, mas na companhia daquele que o enviou. Afinal, Quem tem o testemunho de Deus não precisa de mais nada! Sua autoridade em julgar advém da consideração de que Ele age conforme o mandamento do Pai.

3. A boa notícia é que em Cristo conhecemos a Deus

3.1 Quem a luz é: Deus.

Observemos que, conforme o verso 12, Jesus fala ao povo, pois existia entre eles um ambiente de opiniões acerca de quem era Jesus. Alguns pensavam ser ele o profeta libertador (Jo 7.40) ou mesmo o Messias [Cristo] (Jo 7.41). Ou seja, existe um problema sobre a concepção verdadeira sobre quem é Jesus. Essas divergências de opiniões chegavam a levantar dissensões e desordem no meio do povo (Jo 7.43). Todas as respostas acerca de quem é Jesus deviam passar pela certeza de sua divindade.
A condição humana diante de Deus é sempre humilhada por mais soberbo que seja o homem. O testemunho dos fariseus, por outro lado, era falso. Não porque lhes faltava conhecimento acerca de si [o que é verdade], mas porque lhes faltava saber de onde vinha Cristo e para onde Ele iria. Jesus não diz: vocês não sabem de onde vem e nem para onde vão. Mas que para ter um conhecimento verdadeiro acerca de Jesus é preciso reconhecer sua divindade.
“Se você quer conhecer qualquer coisa verdadeiramente você deve conhecê-la em relação a Jesus” [John Piper, Sermão: Eu Sou a Luz do Mundo.]. Conhecer as coisas a partir de Jesus é saber do que as coisas se tratam – o seu fundamento e propósito, pois nele toda a verdade subsiste.

3.2 De quem a luz é enviada.

Nessa passagem João deixa explícito um de seus propósitos acerca de seu evangelho: Jesus foi enviado pelo Pai. É preciso ter conhecimento sobre isso para a salvação. O conhecimento dos fariseus não tinha proveito para a vida eterna, pois eles não entendiam que Jesus havia sido enviado por Deus, e que o Pai testemunhava isso. Isso é essencial para o evangelho. Em João 17.3 é dito que “a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. Crer verdadeiramente em Cristo é saber que Jesus é enviado por Deus.
Próximo de encerrar seu evangelho, João afirma em 20.31 que seu propósito em registrar esses sinais eram para que “creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”. Crer que “Cristo, o Filho de Deus”, ou seja, enviado por Deus.

3.3 Em Cristo conhecemos o Pai (19)

No versículo 19 os fariseus tentam ridicularizar as palavras de Jesus: “Quem é seu pai? Seu pai não é Deus”. A resposta de Jesus nos releva: Quando Jesus vem, a verdade sobre todas as coisas vem também, e a verdade suprema está em Deus. Quando Jesus vem, conhecemos a Deus e todas as nossas obras feitas nele são reveladas. Jesus, sendo aquele que revela a Deus, ele é a verdade. Por isso que quando os cristãos são chamados para serem “luz do mundo” só o podem ser se ligados a Cristo, pois ele é a fonte de luz – e seu Evangelho é, sua palavra é. “quem me segue … terá a luz da vida” (12).
Esse texto também apresenta a trindade. Há um só deus, mas três pessoas. Existe unidade na Trindade. Não há divisão, mas há distinção. João 14. 16,17 revela a distinção das três pessoas. Diante disso, percebemos que a religião dos fariseus era uma religião de Deus sem Cristo. E não é possível conhecer a Deus sem Cristo. Vejamos João 1.14-18: só conhecemos a Deus através de Cristo. No Deus Homem Jesus Cristo que conhecemos a Deus. Jesus é a luz que ilumina o conhecimento de Deus. Jesus responde o “onde” com “quem”.
SDG
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Uma exposição da passagem pode ser encontrada em: https://sermons.faithlife.com/sermons/845467-jesus-cristo-e-a-luz-do-mundo-(jo-8.12-20)
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