O comportamento indigno de Israel (2.2–13)
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Introdução
Nesses versículos o próprio SENHOR fala, e a nação é metaforicamente descrita como a esposa do Senhor e como a mãe dos cidadãos.
A mulher mencionada representa a nação considerada coletivamente como a mãe dos seus cidadãos, enquanto “filhos”/“crianças” (2.4) refletem a posição das pessoas que são chamadas a se levantar contra a nação como um todo, muito embora o reconhecimento da maldade nacional os implique também.
O SENHOR afirma a sua queixa contra o comportamento dela (2.2–5)
Um apelo ao arrependimento nacional (2.2–5)
Há claras indicações de que a irrevogável dissolução do casamento não está em vista.
A preocupação do SENHOR é retomar. Essa é, na verdade, a descrição de um relacionamento desestruturado, mas parece ser um relacionamento que ainda não alcançou a quebra irremediável, pois o SENHOR não desiste e faz planos para o futuro que não indicam novo casamento, mas a restauração do relacionamento suspenso. Afinal de contas, em 3.1 Oseias não é chamado a “casar novamente” mas a “amar novamente”.
A analogia da esposa infiel se refere, em última instância, sem dúvida, a Israel e a sua má conduta. O significado espiritual das alegações feitas contra ela é explicitado em 2.5,8,12–13.
REFLEXÃO
1. O uso de “mãe” (2.2) e “filhos” (2.4) para se referir aos diferentes aspectos da vida do reino do norte ressalta a difícil questão sobre qual deve ser o comportamento individual quando a sociedade como um todo não respeita mais Deus e sua palavra e quando a vida da nação não observa mais as normas divinas. Embora haja situações em que o silêncio possa ser apropriado (cf. 4.4; Am 5.13), o papel profético conferido à igreja e em especial aos seus líderes requer que advertências apropriadas sejam feitas a respeito do veredito de Deus quanto à conduta pecaminosa (Ez 3.18–21).
2. “Ela não é minha esposa e eu não sou seu marido?” (2.2). A mutualidade que deveria estruturar e sustentar o vínculo do matrimônio precisa ser ativada por ambas as partes. “Num casamento, o cônjuge deve retribuir o amor do outro e, como ressalta o profeta, Deus busca o amor do seu povo. O simples uso dessa imagem [de uma noiva e uma esposa] contém uma exigência implícita de amor, uma exigência que em sua maior parte não é satisfeita”.
3.O pecado de Israel foi o sincretismo, quando a sua visão religiosa era um amálgama do que o SENHOR havia revelado e os conceitos adulterados dos povos pagãos ao seu redor.
É impossível combinar lealdade ao SENHOR e aos outros deuses porque a singularidade do SENHOR não deixa espaço para qualquer meio-termo. “O SENHOR é Deus; não há outro além dele” (Dt 4.35). O Senhor exige um comprometimento absoluto e constante com ele. “Vocês não terão outros deuses diante de mim” (Dt 20.3). A exclusividade do cristianismo não é derivada da intolerância contra pessoas, classes sociais ou grupos étnicos particulares – o convite do evangelho é feito sinceramente e sem discriminação – mas de sua exigência de que uma escolha deve ser feita (cf. Js 24.15; 1Rs 18.21).
Advertência do Senhor sobre a ação que ele tem necessariamente que tomar contra ela caso ela persista na sua insensatez (2.6–13):
Desvio Frustrado (2.6–7))
A conduta aberrante de Israel provocou inevitavelmente uma resposta do SENHOR, mas ele não os destruiu imediatamente em juízo. Em vez disso, na sua longanimidade ele tomou medidas menos severas contra o seu povo transviado para frustrar as ambições mal concebidas e evitar uma maior deterioração do comportamento deles, bem como atraí-los de volta para si.
REFLEXÃO
Quando o povo do SENHOR se desvia espiritualmente, ele pode discipliná-los pelo uso de tribulações e dificuldades como advertência de que eles estão fora do caminho que leva para ele mesmo e que se aliaram àqueles que se rebelaram contra ele. Opor-se ao SENHOR leva ao sofrimento e à frustração.
A deslealdade punida (2.8–13)
Israel não chegou a avaliar o quanto era séria a sua situação, e assim não chegou a pronunciar as palavras de 2.7, ou algo parecido.
Uma vez que o arrependimento, não importa o quão deficiente pudesse ser, ainda era algo muito distante, outra acusação foi feita contra a esposa transviada do SENHOR – que ela não reconhece a verdadeira fonte da sua prosperidade (2.8).
Consequentemente, como um segundo estágio no programa de recuperação do SENHOR, ele retirará os benefícios que já havia concedido à nação (2.9) e a expõe à vergonha (2.10), à falta de alegria (2.11) e à ruina final (2.12–13). “O amor nunca é ríspido, mas pode ser severo”
REFLEXÃO
1. “Ela não sabe” (2.8) não se refere a uma mudança do dia para a noite na percepção religiosa de Israel, mas o resultado de um processo gradual, porém mortal, de decadência (cf. 2Tm 2.26);
2. A gravidade do pecado vem, em primeiro lugar, do fato de ele levar à privação das bênçãos, a exposição à desgraça, ou ao risco de punição.
3. “A mim ela esqueceu” não indica um esquecimento do nome de Deus, ou um esquecimento da história da maneira como Deus lidou com seu povo. Ela pode coexistir mesmo diante da contínua participação na adoração religiosa. O que isso indica é a falta de genuína fidelidade espiritual.
4. A mão de Deus é raramente reconhecida nos negócios ou na economia. No entanto, tudo está sujeito a acontecimentos que estão além do controle humano, e a prosperidade pode ser minada internamente pela ganância e pela complacência. O governo divino da prosperidade material é afetado for forças morais inerentes e pela intervenção providencial que responsabiliza os homens pelos dias em que Deus é esquecido (2.13). Permanece tão verdadeiro hoje quanto nos dias de Oseias que Deus frustra o avanço econômico de pessoas e nações para forçá-las a reavaliar suas prioridades e darem prioridade à prosperidade espiritual. “Mas busquem em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas também serão concedidas a vocês” (Mt 6.33).
Conclusão
Isso reflete o grau de alienação que existe entre o SENHOR e seu povo: as partes da aliança não estão mais conversando entre si.