Quando a adversidade é uma bênção

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Quando a adversidade é uma bênção

Eclesiastes 7.1–15 RAStr
1 Melhor é a boa fama do que o ungüento precioso, e o dia da morte, melhor do que o dia do nascimento.2 Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração.3 Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.4 O coração dos sábios está na casa do luto, mas o dos insensatos, na casa da alegria.5 Melhor é ouvir a repreensão do sábio do que ouvir a canção do insensato.6 Pois, qual o crepitar dos espinhos debaixo de uma panela, tal é a risada do insensato; também isto é vaidade.7 Verdadeiramente, a opressão faz endoidecer até o sábio, e o suborno corrompe o coração.8 Melhor é o fim das coisas do que o seu princípio; melhor é o paciente do que o arrogante.9 Não te apresses em irar-te, porque a ira se abriga no íntimo dos insensatos.10 Jamais digas: Por que foram os dias passados melhores do que estes? Pois não é sábio perguntar assim.11 Boa é a sabedoria, havendo herança, e de proveito, para os que vêem o sol.12 A sabedoria protege como protege o dinheiro; mas o proveito da sabedoria é que ela dá vida ao seu possuidor.13 Atenta para as obras de Deus, pois quem poderá endireitar o que ele torceu?14 No dia da prosperidade, goza do bem; mas, no dia da adversidade, considera em que Deus fez tanto este como aquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele. 15 Tudo isto vi nos dias da minha vaidade: há justo que perece na sua justiça, e há perverso que prolonga os seus dias na sua perversidade.
Deixando a primeira parte do livro, o autor agora leva seus leitores desesperançados à olharem para aquele que está acima do sol. Na primeira parte ele levou o homem existencialista ao final da estrada que ele escolheu trilhar e mostrou pra ele que o destino não é agradável. A jornada que ele trilhará agora é a do temor do Senhor e da sabedoria, que não só dará sentido à vida como também ajudará a chegar na velhice da melhor maneira possível.
No início desta segunda parte do livro o autor apresenta situações que levaram o existencialista ateu ao desespero, mas, agora, em sabedoria e temor a Deus, o homem de fé pode enfrentar esses mesmos males sem cair na desesperança, sem fazer escolhas ruins, sem tomar decisões dolorosas para si e colocar-se sob o olhar punitivo do Senhor, mas, sim, sob sua graça e amor.
Como disse o pastor Thomas Tronco:
"o Pregador tem o objetivo de estimular o temor do Senhor como a chave para uma vida significativa em um mundo que é, em tudo mais, desprovido de significado". (Santos, Thomas Tronco dos. O Caminho Acima do Céu: Comentário de Eclesiastes (Portuguese Edition) (Locais do Kindle 3579-3581). Redenção Publicações. Edição do Kindle)
Comentários do Antigo Testamento: Eclesiastes 2. A adversidade e a aflição não são sempre ou necessariamente um mal (7.1–15)

A verdade que acompanha 6.1–12 é agora apresentada em 7.1–15 – o sofrimento e a adversidade não são sinais inevitáveis ou necessários do desagrado de Deus. Na verdade, a adversidade pode muitas vezes ser um bem maior do que as evidências de prosperidade.

O sábio nos aponta para o caminho da sabedoria e do temor do Senhor, mostrando o que é melhor, o que deve ser considerado por nós. Ele diz que:
A Boa fama > Unguento precioso (v.1)
Comentários do Antigo Testamento: Eclesiastes 2. A adversidade e a aflição não são sempre ou necessariamente um mal (7.1–15)

Um bom nome é melhor do que um perfume caro (7.1a). Isso pode bem se referir à prática dos tempos bíblicos de ungir um corpo morto com especiarias e perfumes para tornar o cadáver mais apresentável, entretanto, a réplica de Salomão é no sentido de que é mais preferível ter uma boa reputação (“nome”) do que um corpo perfumado no leito de morte.

Comentários do Antigo Testamento: Eclesiastes 2. A adversidade e a aflição não são sempre ou necessariamente um mal (7.1–15)

Uma boa reputação (“nome”) tem uma influência (como o aroma do perfume) que vai além do próprio tempo de vida de seu possuidor. O dia da morte de um homem também tem uma influência duradoura, pois depois disso sua vida pode ser apresentada como exemplo, se assim o seu nome o mereceu.

Penso no que Jesus disse sobre "fruto que permanece" (Jo 15.16). A vida do discípulo de Jesus deve deixar marcas que vão muito além da vida dele.
O Dia da morte > O dia do nascimento (v.1)
Comentários do Antigo Testamento: Eclesiastes 2. A adversidade e a aflição não são sempre ou necessariamente um mal (7.1–15)

O dia da morte é melhor do que o dia do nascimento, com sua promessa de prosperidade (7.1b). Salomão advertiu que, de um modo geral, a vida é cheia de eventos incômodos, embora seja possível para uma pessoa de boa reputação ser elogiada por uma vida bem vivida.

Para o cristão, então, nem se fala. Paulo disse que viver era Cristo, mas que morrer era lucro pra ele. Aguardamos o dia bendito do nosso encontro com o Senhor. O que Deus tem preparado para nós é acima de toda comparação. Atentemos para as coisas que se não veem, pois a que vemos são temporais, mas as que não vemos são eternas.
Casa onde há luto > Casa onde há banquete (v.2)
Comentários do Antigo Testamento: Eclesiastes 2. A adversidade e a aflição não são sempre ou necessariamente um mal (7.1–15)

Os funerais não são nada divertidos como uma festa de aniversário, mas nós mortais temos muito mais pensamentos sóbrios num funeral do que em celebrações festivas.

Na casa do luto se vê o fim de todos os homens (v.2)
Os vivos devem levar isso em consideração (v.2)
O coração dos sábios está na casa do luto. Os insensatos gostam da casa da alegria (v.4)
Comentários do Antigo Testamento: Eclesiastes 2. A adversidade e a aflição não são sempre ou necessariamente um mal (7.1–15)

Estar diante da enfermidade ou da morte tende a nos trazer rapidamente para as questões realmente cruciais da vida.

A mágoa > O riso (v.3)
A tristeza do rosto se faz melhor o coração.
"O “desgosto” que ele vê como algo vantajoso, mais que os momentos alegres de muitas “risadas”, se deve ao resultado produzido pela tristeza. O autor descreve isso dizendo que “um rosto aflito faz bem ao coração”. O “rosto aflito” é apenas o efeito da causa que ele tem em mente, que é o “desgosto” resultante de uma situação difícil, incluindo a morte de alguém já que esse é o contexto em questão. Mas o “rosto aflito” pode surgir por muitas razões, umas mais graves que outras. Independente de qual seja o motivo da tristeza, o Pregador afirma fazer “bem ao coração”, pois leva a pessoa a refletir sobre os valores e a fragilidade da vida e deixar de lado a ilusão de que as alegrias momentâneas podem torná-la completa" (Santos, Locais do Kindle 3663-3669).
Comentários do Antigo Testamento: Eclesiastes 2. A adversidade e a aflição não são sempre ou necessariamente um mal (7.1–15)

o terceiro provérbio, nos versículos 3–4, ensina que há uma lição a ser aprendida com a tristeza, e um trabalho a ser realizado por ela, na vida daqueles que temem a Deus.

A repreensão do sábio > A canção (elogios) do insensato. (v.5)
Comentários do Antigo Testamento: Eclesiastes 2. A adversidade e a aflição não são sempre ou necessariamente um mal (7.1–15)

A repreensão vinda de uma pessoa sábia é melhor do que o elogio de insensatos (7.5). Isso é verdadeiro para todos os momentos e circunstâncias e não apenas para ocasiões em que se evita ir a funerais.

Comentários do Antigo Testamento: Eclesiastes 2. A adversidade e a aflição não são sempre ou necessariamente um mal (7.1–15)

a tagarelice, a hilaridade e a risada dos insensatos (v. 5–6), são basicamente inúteis, vazias e aborrecidas em si mesmas. Junto com Davi, devemos preferir muito mais a palmada e a repreensão amorosas por parte dos justos (Sl 141.5) à jovialidade infrutífera que não edifica a alma.

5Fira-me o justo, será isso mercê;

repreenda-me, será como óleo sobre a minha cabeça,

a qual não há de rejeitá-lo.

Continuarei a orar enquanto os perversos praticam maldade.

A risada do insensato é como o crepitar dos espinhos debaixo de uma panela (estalos de espinhos no fogo). Não quer dizer nada, é vaidade (v.6)
Concordo com Santos quando ele diz que "A ideia do texto só passa a fazer sentido para o leitor quando ele é informado de que a palavra hebraica, traduzida aqui como “gravetos”, tem o sentido de “palha” e “espinheiros”, os quais fazem barulho ao queimar, estalando em meio ao crepitar do fogo, mas que são consumidos rapidamente e logo se apagam. [165] Com isso, o escritor quer dizer que no momento em que o tolo canta, ri e se alegra há muito barulho de diversão, o qual logo acaba. E do mesmo modo que gravetos que queimam rápido são incapazes de cozinhar a comida que está na “panela”, deixando com fome aqueles que dependem dela, a diversão e a “canção dos tolos” também acabam e deixam um vazio após si, como se o homem que se divertiu futilmente estivesse com fome de significado na vida e com necessidade de uma felicidade permanente" (Santos, Locais do Kindle 3707-3714).
Até o próprio sábio precisa da repreensão de outros sábios em momentos de pressão. A opressão e o suborno endoidece o sábio e corrompe o coração (v.7)
Comentários do Antigo Testamento: Eclesiastes 2. A adversidade e a aflição não são sempre ou necessariamente um mal (7.1–15)

A “opressão” [NVI] (v. 7, cf. 4.1), não “extorsão” como a NIV e alguns a traduzem, muitas vezes leva pessoas sábias a parecer e agir como tolas. Do mesmo modo, o “suborno”, junto com a “opressão”, coloca muita pressão sobre uma pessoa para que ela faça aquilo que normalmente não faria. O ataque, de qualquer modo, é no coração da pessoa. Ela é submetida a uma lavagem cerebral e sua perspectiva é distorcida do padrão encontrado no caráter de Deus.

O fim > O princípio (v.8)
Comentários do Antigo Testamento: Eclesiastes 2. A adversidade e a aflição não são sempre ou necessariamente um mal (7.1–15)

O fim de uma coisa é melhor que o seu início (7.8). Por outro lado, adiamos as coisas e protelamos assuntos que poderiam ter sido executados de forma muito melhor se não tivéssemos demorado a trabalhar neles.

Paciente > Arrogante (v.8b)
Comentários do Antigo Testamento: Eclesiastes 2. A adversidade e a aflição não são sempre ou necessariamente um mal (7.1–15)

Ser “paciente” (7.8b) em aguardar o tempo de Deus é melhor do que se irritar com a indefinição das coisas (7.8–9). Pode ser que os impacientes sejam aqueles que têm um espírito altivo e tentam ajustar as coisas usando a força ou gritando com os outros. As pessoas que se iram com facilidade (7.9) são aquelas que trazem ira de outras situações e geralmente não desejam solucionar um problema sem explodir por causa dele.

Devemos ser tardios em nos irar
A ira se abriga no íntimo dos insensatos.
Devemos tomar cuidado para não vivermos presos ao passado deixando de aproveitar o presente (v.10) - cuidado com a murmuração e a comparação. Queixar-se do presente é o mesmo que dizer que Deus não sabe o que está fazendo. Toda murmuração relacionada a todo o evento é uma deliberada rebeldia contra os decretos eternos de Deus.
Comentários do Antigo Testamento: Eclesiastes 2. A adversidade e a aflição não são sempre ou necessariamente um mal (7.1–15)

Mais aflição pode ser melhor do que algum bem exterior imediato (7.10–12).

A sabedoria para os que veem o sol:
É boa - como uma herança proveitosa. O escritor está dizendo que a sabedoria é tão valiosa quanto uma herança gorda que alguém recebe, abrindo-lhe as portas de possibilidades antes inacessíveis.
É um abrigo da mesma forma que a prata. o escritor mostra que não são apenas os ricos que têm possibilidade de se proteger, pois a sabedoria, que não pode ser comprada com dinheiro, é um instrumento poderosíssimo de proteção a qualquer um que a tenha, seja ele rico ou pobre.
Dá vida àqueles que a possuem
Um chamado à consideração:
Considerando as obras de Deus:
Devemos acatar os Seus decretos.
O homem não poderá endireitar o que Deus fez torto. Deus age soberanamente na história impossibilitando ao homem mudar aquilo que Seu eterno decreto já estabeleceu. Ele possui a história de cada um e do mundo inteiro nas Suas mãos.
Já que é assim, então:
No dia da prosperidade, gozemos do bem (v.14);
No dia da adversidade, consideremos que Deus fez tanto este dia como o dia da prosperidade (A história de Jó).
Conclusão:
Comentários do Antigo Testamento: Eclesiastes 2. A adversidade e a aflição não são sempre ou necessariamente um mal (7.1–15)

embora pareça que, na providência de Deus, os homens estão sendo tratados sem que se leve em conta o seu caráter (7.15), o justo perecendo em sua justiça e o perverso aparentemente prolongando sua vida em sua perversidade, mais uma vez, isso é apenas “julgar o livro por sua capa”, ou usar as aparências exteriores para por elas julgar todo o caso. Tal veredicto é prematuro e impropriamente fundamentado. Devemos penetrar mais profundamente além da superfície, para que, de maneira apropriada, avaliemos esses homens ou também o plano e a ordenança de Deus.

Todo esse ensinamento "deve nos levar a uma reflexão muito séria sobre nossa própria vida.
Será que temos agido como quem vai morrer um dia?
Será que nosso nome será bem-lembrado depois de partirmos?
Será que ele é bem-avaliado agora, enquanto vivemos?
Será que vamos nos apresentar apropriadamente diante de Deus depois de morrermos?
Tais questionamentos devem ser feitos por todos os homens e, longe de conduzi-los ao pessimismo e ao cinismo, precisam guiá-los à sabedoria em suas ações e atitudes diante de Deus.
Responda a você mesmo: Sua alegria é perene por causa do seu relacionamento com Deus, por meio da fé em Jesus, ou você ainda vive de alegria em alegria, de festa em festa, de banquete em banquete, sempre rindo de boca cheia, mas dormindo toda noite com a alma vazia?
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