Quando a adversidade é uma bênção
Quando a adversidade é uma bênção
A verdade que acompanha 6.1–12 é agora apresentada em 7.1–15 – o sofrimento e a adversidade não são sinais inevitáveis ou necessários do desagrado de Deus. Na verdade, a adversidade pode muitas vezes ser um bem maior do que as evidências de prosperidade.
Um bom nome é melhor do que um perfume caro (7.1a). Isso pode bem se referir à prática dos tempos bíblicos de ungir um corpo morto com especiarias e perfumes para tornar o cadáver mais apresentável, entretanto, a réplica de Salomão é no sentido de que é mais preferível ter uma boa reputação (“nome”) do que um corpo perfumado no leito de morte.
Uma boa reputação (“nome”) tem uma influência (como o aroma do perfume) que vai além do próprio tempo de vida de seu possuidor. O dia da morte de um homem também tem uma influência duradoura, pois depois disso sua vida pode ser apresentada como exemplo, se assim o seu nome o mereceu.
O dia da morte é melhor do que o dia do nascimento, com sua promessa de prosperidade (7.1b). Salomão advertiu que, de um modo geral, a vida é cheia de eventos incômodos, embora seja possível para uma pessoa de boa reputação ser elogiada por uma vida bem vivida.
Os funerais não são nada divertidos como uma festa de aniversário, mas nós mortais temos muito mais pensamentos sóbrios num funeral do que em celebrações festivas.
Estar diante da enfermidade ou da morte tende a nos trazer rapidamente para as questões realmente cruciais da vida.
o terceiro provérbio, nos versículos 3–4, ensina que há uma lição a ser aprendida com a tristeza, e um trabalho a ser realizado por ela, na vida daqueles que temem a Deus.
A repreensão vinda de uma pessoa sábia é melhor do que o elogio de insensatos (7.5). Isso é verdadeiro para todos os momentos e circunstâncias e não apenas para ocasiões em que se evita ir a funerais.
a tagarelice, a hilaridade e a risada dos insensatos (v. 5–6), são basicamente inúteis, vazias e aborrecidas em si mesmas. Junto com Davi, devemos preferir muito mais a palmada e a repreensão amorosas por parte dos justos (Sl 141.5) à jovialidade infrutífera que não edifica a alma.
5Fira-me o justo, será isso mercê;
repreenda-me, será como óleo sobre a minha cabeça,
a qual não há de rejeitá-lo.
Continuarei a orar enquanto os perversos praticam maldade.
A “opressão” [NVI] (v. 7, cf. 4.1), não “extorsão” como a NIV e alguns a traduzem, muitas vezes leva pessoas sábias a parecer e agir como tolas. Do mesmo modo, o “suborno”, junto com a “opressão”, coloca muita pressão sobre uma pessoa para que ela faça aquilo que normalmente não faria. O ataque, de qualquer modo, é no coração da pessoa. Ela é submetida a uma lavagem cerebral e sua perspectiva é distorcida do padrão encontrado no caráter de Deus.
O fim de uma coisa é melhor que o seu início (7.8). Por outro lado, adiamos as coisas e protelamos assuntos que poderiam ter sido executados de forma muito melhor se não tivéssemos demorado a trabalhar neles.
Ser “paciente” (7.8b) em aguardar o tempo de Deus é melhor do que se irritar com a indefinição das coisas (7.8–9). Pode ser que os impacientes sejam aqueles que têm um espírito altivo e tentam ajustar as coisas usando a força ou gritando com os outros. As pessoas que se iram com facilidade (7.9) são aquelas que trazem ira de outras situações e geralmente não desejam solucionar um problema sem explodir por causa dele.
Mais aflição pode ser melhor do que algum bem exterior imediato (7.10–12).
embora pareça que, na providência de Deus, os homens estão sendo tratados sem que se leve em conta o seu caráter (7.15), o justo perecendo em sua justiça e o perverso aparentemente prolongando sua vida em sua perversidade, mais uma vez, isso é apenas “julgar o livro por sua capa”, ou usar as aparências exteriores para por elas julgar todo o caso. Tal veredicto é prematuro e impropriamente fundamentado. Devemos penetrar mais profundamente além da superfície, para que, de maneira apropriada, avaliemos esses homens ou também o plano e a ordenança de Deus.