IGREJA, UMA UNIDADE INQUEBRÁVEL.
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IGREJA, UMA UNIDADE INQUEBRÁVEL.
Bom dia irmãos, graça e paz!
Quando o pastor Xavier me convidou para ministrar hoje pela manhã, ainda mais em um domingo de ceia, confesso que tive um mix de emoções e sensações que os irmãos possam imaginar. O fato é que é sempre um privilégio e uma grande responsabilidade ministrar a palavra do Senhor. E que Ele possa ter misericórdia da vida deste que vos fala.
Eu gostaria que vocês abrissem as suas Bíblias na carta do Apóstolo Paulo aos Efésios no capítulo quatro, nós leremos do versículo um ao versículo 6.
Enquanto os irmãos abrem ou acessam às suas Bíblias eu gostaria de a título de introdução, lembrar que o tema das nossas mensagens neste mês de dezembro em função do aniversário de 36 anos da nossa Igreja continua sendo IGREJA.
INTRODUÇÃO
Semana passada pela manhã, o pastor Maurício nos trouxe uma mensagem atos 2, o episódio da descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes, quando 120 homens e mulheres de Deus, que estavam reunidos em um mesmo lugar, experimentaram em suas vidas a plenitude do Espírito Santo.
Experiência que foi evidenciada de forma poderosa no falar de novas línguas, e naquele contexto, línguas humanas, conforme o Espírito concedia a cada um que falasse.
Aquela experiência não ficou somente na evidência do dom de línguas, ela também marcou o cumprimento da profecia de Joel, aqueles homens e mulheres agora cheios do Espírito Santo receberam um poder Sobrenatural da parte de Deus com a capacidade de testemunhar com intrepidez, desenvoltura e autoridade a mensagem de salvação em Jesus Cristo, desde a Judéia até os confins da Terra, não importando as circunstâncias.
E foi exatamente isto que aconteceu na sequência do texto de Atos, quando Pedro cheio do Espírito Santo, pregou e quase 3000 irmãos se arrependeram e foram batizados.
Convertidos, esses irmãos agora fazem parte da família da fé, eles agora passam a ser membros da recém-inaugurada Igreja no tempo e espaço.
Essa igreja que cresce, floresce e se multiplica de forma maravilhosa, é marcada por uma terceira evidência, que é a unidade.
Unidade essa que a todo momento o Evangelista Lucas faz questão de registrar no livro de atos, como quando ele diz:
46 Diariamente perseveravam unânimes no templo[1]
que eles eram um de coração e mente e compartilhavam tudo o que tinham.
32 Da multidão dos que creram era um o coração e a alma.[2]
É sobre essa unidade que eu gostaria de considerar com os irmãos nesta manhã, unidade que como vamos ver, é exercida dentro Igreja local de forma especifica, mas que não se limita as quatro paredes da igreja, mas agora como família de Deus, essa unidade toca os nossos relacionamentos com outros cristãos também e não cristãos também.
Leitura do Texto.
Para isso nos escolhemos o texto da carta de Paulo aos Efésios, capítulo quatro, leremos do veros um ao seis, que diz o seguinte:
1 Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, 2 com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, 3 esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; 4 há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; 5 há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; 6 um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos[3]
ORAÇÃO.
Pai, somos gratos ao Senhor pela oportunidade de estarmos aqui neste local para bendizer e adorar o Teu Santo nome Senhor, através dos louvores aqui entoados. Que o Senhor possa ter colhido dos nossos lábios o verdadeiro Louvor. E agora pedimos a ti Senhor, continua falando conosco através da sua palavra, que Teu Santo Espírito possa ter total liberdade em nosso meio para nos transformar, nos moldar segundo os Teus propósitos, na vida de cada um aqui e aqueles que nos acompanham através das redes sociais. Faz isso Senhor, é o que te pedimos no nome Santo do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, AMEM!!!
CONTEXTO
O contexto da passagem que nós lemos, trata exatamente a respeito do tema unidade.
O Apostolo Paulo divide essa carta em duas partes, a primeira que vai do capítulo um ao capítulo 3, marca uma exposição mais teológica, doutrinária, de como os cristãos são um só povo, por causa da morte de Cristo na cruz e como o Espírito Santo dá a esses crentes o poder de viverem unidos uns aos outros.
Na segunda parte, que vai do capítulo quatro ao capítulo seis, marca uma exposição, mais prática, de como essa unidade se manifesta nos relacionamentos que esses cristãos têm uns com os outros.
Paulo volta-se da exposição para a exortação, daquilo que Deus tem feito para aquilo que devemos ser e fazer
Para deixar ainda mais claro o que ele quer dizer, Paulo utiliza três figuras, ilustrações para melhorar o entendimento por parte daqueles irmãos a respeito da unidade na Igreja. A primeira figura é a de um corpo, do qual Cristo é o cabeça. A segunda é a figura de um edifício, do qual Cristo é a pedra angular e a terceira e mais conhecida nossa, é a figura de um casal, no qual a Igreja é a noiva e Cristo o noivo.
Diante do contexto desta carta, e a luz do texto que nós lemos, o que podemos aprender acerca da unidade?
Eu dividi meu sermão em quatro lições, que eu gostaria de compartilhar com os irmãos nesta manhã.
A primeira lição que nós podemos tirar do nosso texto, é que:
1. A UNIDADE É GERADA E OPERADA PELO ESPÍRITO SANTO.
Os irmãos podem observar que o apostolo Paulo está pressupondo que a unidade já existe, ele não está dizendo criem uma unidade, mas o verbo que ele utiliza é o preservar, em algumas traduções guardar essa unidade que já existe.
É o que nós encontramos no versículo de número três, quando ele diz que nós devemos:
3 esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz;[4]
Antes de falarmos a respeito dessa unidade que é gerada e operada pelo Espírito, precisamos definir o que é unidade.
A unidade pode ser definida como um grupo de pessoas que são caracterizadas por um propósito, visão ou direção. Não se trata exatamente de ser o mesmo, mas de avançar em direção ao mesmo objetivo.
Quando nós pensamos em um time de futebol por exemplo, vemos que existem diferentes posições no campo, cada posição requer diferentes conjuntos de habilidades, funções e responsabilidades. No entanto, todos os jogadores marcham em direção ao gol do adversário, porque a vitória é o objetivo comum deles.
Esta unidade, todos caminhando em uma mesma direção, em um mesmo objetivo, é fruto do fato de que Deus nos ajuntou em um mesmo corpo, que é a Igreja. A igreja que eu me refiro é a Igreja invisível, o seu povo que está espalhado pelo mundo todo.
Todos nos temos isso em comum, pertencemos ao povo de Cristo, mesmo que espalhados em muitas denominações, em muitas culturas em muitos lugares e quem fez isso foi Deus, essa unidade não é criada pelo homem, mas ela é decorrente do fato de que Deus, desde a eternidade elegeu um povo, Cristo veio ao mundo e morreu por esse povo e o Espírito Santo chama esse povo através da pregação da palavra e os constitui no corpo de Cristo.
A verdade é que eu e você não contribuímos em absolutamente nada para a criação desta unidade, porque ela é gerada e operado pelo Espírito Santo.
Cristo falou desta unidade lá em João no capítulo dezessete. Quando ele orou ao pai dizendo:
Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; 21 a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. 22 Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; 23 eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.[5]
É a respeito desta unidade que Paulo está se referindo.
Na “Oração Sacerdotal”, como normalmente é chamada a oração de João 17, nosso Senhor intercede junto ao Pai pelos Seus, suplicando pela a unidade da Igreja. Não há nenhuma dúvida de que, para nosso Senhor, esse é um valor inegociável que revela a santidade da Igreja, afirma a universalidade da igreja e legitima a sua missão.
O que nós precisamos fazer como cristãos então é preservar essa unidade, e como nós fazemos isso? Expressando na prática essa unidade, cabe a você e a mim vivermos unidos, no dia a dia demonstrando essa unidade diante do mundo.
Como nós já vimos, esta carta foi escrita e dirigida a Igreja de Éfeso, que era composta de Judeus e Gentios, ele falou a respeito disso no capitulo dois quando ele escreveu:
Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, 15 aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz, 16 e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade[6]
O que nos leva a segunda lição que nós podemos extrair do nosso texto nesta manha, é que:
2. A UNIDADE OPERA NA DIVERSIDADE
E é aqui que começam os problemas, porque a igreja era composta de Judeus e gentios entre eles haviam diferenças entre, os judeus diziam: eu sou crente em Jesus, mas eu não como carne de porco não. Está la na lei de Moisés. Galinha ao molho pardo, eu também não como não, tem sangue então nem pensar. Sábado está na lei de Moises, então eu vou guardar o sábado. Quando chegar o momento certo eu vou apresentar os meus filhos, mas antes eu vou circuncidar eles. Eu sou cristão, creio que Jesus é o Messias, mas também sou Judeu.
E no fim de ano quando eles se reuniam para as confraternizações dos departamentos e ministérios, e no meio da churrascada que a Igreja fazia, estava instalado um grande problema. A hora que o irmão que estava na churrasqueira servia uma panceta com limão, os judeus se levantavam e iam embora.
Os gentios que ficavam, se perguntavam: por que a nossa liberdade fica prejudicada por causa dos preconceitos desses irmãos que acham que não podem comer nada. Não foi o próprio Senhor Jesus que disse que o que contamina o homem não é o que entra, mas o que sai da nossa boca.
Qual o risco disso tudo? É o cisma, é o risco de divisão, em torno de questões que não fazem, ou não deveriam fazer a menor diferença no corpo de Cristo.
Até porque a unidade, não exclui a nossa diversidade. Se na unidade um time de futebol tem um objetivo em comum, na nossa diversidade como indivíduos somos diferentes uns dos outros.
Essas diferenças se revelam nos nossos diferentes tipos de interesse. Todos nós de uma maneira ou de outra acabamos nos reunindo em grupos que tem os mesmos interesses. Pessoas se reúnem em estádios de futebol porque torcem pelo mesmo time. Alguns se reúnem em torno de moto clubes, outros se reúnem em clubes literários, porque o objeto de interesse dessas pessoas são os livros.
Enfim poderíamos passar a manhã toda aqui dando exemplos de como nós nos reunimos em torno de interesses comuns. E isso é uma benção irmãos, uma dadiva de um Deus que é multiforme.
O problema é quando nós transportamos para dentro da Igreja e para as nossas relações pessoais esse princípio do interesse comum. E ao invés de cultivarmos a unidade tentamos impor uma espécie de uniformidade.
Nós achamos que as pessoas devem pensar como nós pensamos, agir como nós agimos, ter as mesmas opiniões politicas, econômicas que nós. Alguns como eu gostam de frio, outros como minha esposa preferem o calor. Alguns preferem praia, outros o campo. Alguns gostam de um bom churrasco, outros preferem um rodízio de Japa, outros nem carne comem e tudo bem. O problema é quando começamos a querer enquadrar o outro dentro do nosso modelo ideal de vida e nos esquecemos que Deus, que é um em essência, também se revela em três pessoas diferentes.
E quando fazemos isso, acabamos criando barreiras para chegarmos à unidade que Cristo espera de nós.
Ser um só corpo em Cristo não significa, portanto, que todos nós devemos ser parecidos uns com os outros, falar iguais e desfrutar dos mesmos gostos, até porque cada um de nós tem personalidades, habilidades e temperamentos diferentes.
Nossa unidade não está baseada em padrões humanos, em nossa educação, raça, sexo, condição financeira, saúde ou qualquer fator terreno ou biológico, nossa unidade está em Cristo Jesus, que através do seu sangue derramado na cruz nos comprou para sermos o seu povo, um povo unido em amor e propósito.
Foi preciso a cruz para derrubar a barreira entre judeus e gentios e reconciliar esses dois grupos anteriormente separados, em um só corpo na igreja.
É a cruz de Cristo meus irmãos que nos une em um único alvo, um único propósito, o de fazer a vontade do nosso Senhor, proclamando sua obra de salvação ao mundo, glorificando o nome daquele que está acima de todo nome Jesus que derramou seu sangue não somente para nos salvar, mas também para nos unir na família da fé.
Paulo vai ilustrar essa unidade na diversidade com a comparação da igreja ao corpo humano na primeira carta aos Corintios, quando ele afirma que:
Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo. 13 Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito. 14 Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. 15 Se disser o pé: Porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso deixa de ser do corpo. 16 Se o ouvido disser: Porque não sou olho, não sou do corpo; nem por isso deixa de o ser. 17 Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde, o olfato? 18 Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve. 19 Se todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo? 20 O certo é que há muitos membros, mas um só corpo. 21 Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós. 22 Pelo contrário, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários; 23 e os que nos parecem menos dignos no corpo, a estes damos muito maior honra; também os que em nós não são decorosos revestimos de especial honra. 24 Mas os nossos membros nobres não têm necessidade disso. Contudo, Deus coordenou o corpo, concedendo muito mais honra àquilo que menos tinha, 25 para que não haja divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros. 26 De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um deles é honrado, com ele todos se regozijam. [7]
O apóstolo Paulo sabia desta dificuldade irmãos que é manter a unidade não somente dentro da igreja, mas também nas nossas famílias, nos ambientes em que nós exercemos o nosso trabalho. É por isso que ele ressalta ainda no verso três que a manutenção dessa unidade passa por um esforço diligente. Alguém que sabe das suas responsabilidades e deveres e as executa com dedicação, seriedade e entusiasmo.
Sabendo desta dificuldade em pavimentar um caminho de unidade dentro da Igreja de Éfeso em particular, mas um desafio para a Igreja em geral, Paulo apela para que os cristãos sejam simplesmente cristãos, para que vivam de tal modo que o mundo reconheça que eles são verdadeiros filhos de Deus.
Essa é a terceira lição que nós podemos tirar do nosso texto nesta manhã que é
3. CAMINHAR EM UNIDADE REQUER SUPERAR AS DIFERENÇAS.
Nenhuma diferença, por maior que ela seja pode atrapalhar o objetivo, o propósito maior do corpo de Cristo. Sabendo disso é que Paulo vai apelar para uma expressão impactante na parte b do verso dois:
suportando-vos uns aos outros em amor[8]
Paulo está aqui irmãos pressupondo que vai haver momentos em que vai ficar insuportável viver com vocês e vocês comigo, porque como eu já mencionei nós vamos ter divergências de opiniões, nós vamos divergir em vários assuntos, não só os que citei de cunho pessoal, mas inclusive teológicos e eclesiológicos, o louvor deve cantar apenas os corinhos e os hinos da harpa, deve ter bateria na igreja, o ministério de dança e teatro são bíblicos, a mulher pode ser pastora ou não pode, de que cor a gente pinta a igreja, aquele irmão deveria ter sido eleito para a liderança do ministério ou não....enfim sempre vai haver diferenças, e é uma utopia pensar na igreja como um local de perfeição, e se você encontrar uma que você julgue perfeita, saia dela porque você vai estragar essa perfeição, porque somos gente, somos pecadores, redimidos, lavados no sangue de Cristo, mas ainda sim pecadores, que estamos em processo de santificação, é por isso que precisamos tolerar uns aos outros, tolerar é superar as diferenças, tolerar é ainda que eu não concorde com você e você comigo, ainda sim somos irmãos, fazemos parte da mesma família. E o que nós precisamos para suportar uns aos outros?
Humildade, o arrogante jamais vai conseguir tolerar o outro, só ele está certo.
Mansidão, para poder conversar, escutar, prestar a atenção no outro.
Longanimidade, a paciência, um longo animo, a capacidade de aguentar o suficiente.
Paulo sabia irmãos, por experiência própria, que sem essas características as coisas se tornariam difíceis.
Os irmãos lembram que Paulo fez três viagens missionárias, na primeira estavam, Paulo, Barnabé e Joao Marcos, o sobrinho de Barnabé, que no meio da viagem resolveu retornar para Jerusalém. Quando Paulo e Barnabé retornam deste viagem e decidem fazer uma nova, Barnabé resolve convidar novamente seu sobrinho Joao Marcos para fazer parte da comitiva, Paulo então, talvez em um momento de destempero, descontrole, não acha justo Marcos ir junto, afinal de contas na primeira vez ele não aguentou e voltou atrás, e por causa disso a bíblia diz que:
39 Houve entre eles tal desavença, que vieram a separar-se.[9]
Gloria a Deus pela maturidade que vamos adquirindo com o tempo, porque, quando o Apostolo escreve sua segunda carta a Timóteo, já no fim de sua vida, preso, aguardando apenas o momento em que seria decapitado, ele pede a Timóteo para que quando ele fosse o visitar, levasse junto quem? Marcos, que segundo Paulo, foi muito importante em seu ministério.
Paulo soube irmãos, superar as diferenças, ainda que isso tenha custado um alto preço, como a sua separação de Barnabé, um dos grandes responsáveis pelo seu ministério, porque foi Barnabé que aproximou Paulo dos apóstolos em Jerusalém, foi Barnabé que foi buscar Paulo lá em tarso, quando ele estava esquecido lá a 10 anos, e o trouxe de volta para o ministério.
Francis Schaeffer conta uma história que Durante a Segunda Guerra Mundial, Hitler ordenou que todos os grupos religiosos se unissem em torno de sua figura como o grande líder Alemão. Entre as várias assembleias realizadas pelas igrejas naquela época, muitas seguiram a ordem e tiveram por assim dizer uma vida mais fácil durante aquele período. Aqueles que não o fizeram, enfrentaram perseguição severa. Em quase todas as famílias daqueles que resistiram, alguém morreu em um campo de concentração.
Quando a guerra acabou, os sentimentos de amargura, ódio, ressentimento, tensão, foram profundos entre os grupos. Finalmente, eles decidiram que a situação precisava ser curada. Os líderes de cada grupo convocaram suas comunidades para que se reunissem em um retiro. Por vários dias, cada pessoa passou um tempo em oração, examinando seu próprio coração à luz dos mandamentos de Cristo. O resultado foi a reconciliação e o perdão mutuo entre as cominidades. Então Francis Schaeffer, perguntou a um amigo que estava lá: Como vocês fizeram para superar todas as diferenças e sentimentos negativos que cada grupo nutria um pelo outro. O amigo de Schaeffer respondeu "Éramos apenas um".
Ao confessarem sua hostilidade e amargura a Deus e se submeterem ao Seu controle, o Espírito Santo criou um espírito de unidade entre eles. O amor encheu seus corações e dissolveu seu ódio. O que nós podemos ver é que
quando o amor prevalece entre os crentes, especialmente em tempos de divisão como temos percebido nos diferentes movimentos evangélicos em nossa sociedade, ele apresenta ao mundo uma marca indiscutível de um verdadeiro seguidor de Jesus Cristo.
Uma pergunta que pode surgir depois de tudo o que nós vimos é que, se a unidade da Igreja é gerada e operada pelo Espírito Santo, se a unidade deve ser mantida, preservada pelos cristãos, se a unidade opera na diversidade, como explicamos as dezenas, centenas de denominações espalhadas ao redor do mundo hoje e em todos os tempos e épocas?
A resposta a essa pergunta é a quarta e última lição que nós podemos extrair do texto nesta manhã.
4. UNIDADE EXERCIDA NAS DOUTRINAS CENTRAIS
Paulo responde à essa pergunta afirmando que existe uma unidade doutrinária central.
É o que nós podemos ver nos versos de quatro a seis:
há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; 5 há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; 6 um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos. [10]
O que Paulo está dizendo é que existe um núcleo central da fé Cristã, daquilo que nós poderíamos chamar de Espinha dorsal do Cristianismo. Doutrinas essenciais a nossa fé que se por alguma razão uma delas é negada, já não é mais cristianismo.
Quando alguém nega por exemplo que o Espírito Santo não é Deus, não é umas das pessoas da Trindade, que ele é apenas uma força, um poder, essa pessoa, nega uma doutrina central da nossa fé
Quando alguém nega que Jesus Cristo não existe desde a eternidade, mas que ele foi criado por Deus, gerado em um momento da história, essa pessoa nega uma doutrina central da nossa fé.
Quando alguém diz que Deus Pai é uma só pessoa, que se apresenta, ora como Jesus, ora como o Espirito Santo, essa pessoa nega uma doutrina central da nossa fé.
Quando alguém nega a inspiração das Escrituras Sagradas, que ela contêm erros, e que a palavra de um homem sentado no trono de sua denominação tem o mesmo peso, autoridade da Bíblia, essa pessoa nega uma doutrina central da nossa fé.
Porque na realidade não pode haver unidade, sem que haja concordância nesses princípios básicos da fé. Porque senão a unidade se transforma em ecumenismo, Nós respeitamos as convicções destas pessoas, mas espiritualmente não podemos caminhar juntos.
Podemos sim discordar e caminhar juntos, nos chamarmos de irmãos se divergimos naquelas doutrinas que não afetam a centralidade da nossa fé, como por exemplo: quanto ao tipo de governo da Igreja, a maneira como o batismo é executado, a maneira como a ceia é servida.
Tudo isso que eu falei, pode ser sintetizado na frase que alguns atribuem a Agostinho, que diz o seguinte:
No essencial, unidade; no não essencial, liberdade; em tudo, amor.
5. CONCLUSÃO.
Eu gostaria de concluir dizendo que a unidade tem um grande poder. E um exemplo negativo deste poder, está registrado lá em gênesis no episodio da torre de Babel, quando o Senhor disse:
Eis que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer. 7 Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro[11]
O próprio Deus reconheceu que quando um povo está unido em um propósito nada, a não ser o próprio Senhor, pode parar esse povo.
Então Deus agi para impedi-los, confundindo a língua daquele povo e dispersando eles pelo mundo.
Mas Deus então, no dia de Pentecostes, faz exatamente o contrário do episódio da torre de Babel. No dia de Pentecostes o Senhor unifica novamente a língua do seu povo, agora falamos a língua do Espírito. Aquele povo que andava disperso, foi novamente agrupado dessa vez na Igreja de Cristo, com um novo propósito, não o de enaltecer nenhum nome humano, mas o de Exaltar e Engrandecer o nome de Jesus Cristo, aquele que vive e Reina para todo o sempre, Amem!
Eu gostaria de chamar os irmãos do louvor pra poder cantar mais um hino, enquanto nos preparamos para participarmos da ceia.
Enquanto eles se posicionam, eu gostaria que os irmãos curvassem suas cabeças e fechassem os olhos e meditassem por um instante nesta mensagem e orassem ao Senhor.
ORACAO FINAL
[1] Almeida Revista e Atualizada. (1993). (At 2.46). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil.
[2] Almeida Revista e Atualizada. (1993). (At 4.32). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil.
[3] Almeida Revista e Atualizada. (1993). (Ef 4.1–6). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil.
[4] Almeida Revista e Atualizada. (1993). (Ef 4.3). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil.
[5] Almeida Revista e Atualizada. (1993). (Jo 17.20–23). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil.
[6] Almeida Revista e Atualizada. (1993). (Ef 2.14–16). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil.
[7] Almeida Revista e Atualizada. (1993). (1Co 12.12–26). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil.
[8] Almeida Revista e Atualizada. (1993). (Ef 4.2). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil.
[9] Almeida Revista e Atualizada. (1993). (At 15.39). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil.
[10] Almeida Revista e Atualizada. (1993). (Ef 4.4–6). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil.
[11] Almeida Revista e Atualizada. (1993). (Gn 11.6–7). Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil.