Mediante a Fé - Romanos 5.1-11

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Romanos 5.1–11 NAA
1 Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo, 2 pelo qual obtivemos também acesso, pela fé, a esta graça na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. 3 E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança, 4 a perseverança produz experiência e a experiência produz esperança. 5 Ora, a esperança não nos deixa decepcionados, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi dado. 6 Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. 7 Dificilmente alguém morreria por um justo, embora por uma pessoa boa alguém talvez tenha coragem para morrer. 8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores. 9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. 10 Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida! 11 E não apenas isto, mas também nos gloriamos em Deus por meio do nosso Senhor Jesus Cristo, mediante o qual recebemos, agora, a reconciliação.
A carta qual estamos lendo foi escrita pelo apóstolo Paulo aos Romanos, ele foi o apóstolo de Cristo Jesus, um dos maiores propagadores do cristianismo. O apóstolo Paulo escreveu treze epístolas do Novo Testamento. O apóstolo Paulo nasceu em Tarso, na Cilícia, quinto ano da era cristã. A cidade de Tarso era um centro mercantil próspero e conhecido como o intelectual do mundo romano. Ele era filho de uma família judaica da tribo de Benjamim, que gozavam dos privilégios da cidade romana, ao nascer, recebeu o nome de Saulo (do hebreu), que mais tarde alterou para Paulo (do latim), depois da conversão e do batismo.
Paulo foi alcançado por Cristo Jesus a caminho de Damasco, ele estava perseguindo os cristão. Cristo retira a visão de Saulo, pergunta a ele porque me persegues. Jesus ordena a Ananias para ir ao encontro de Saulo e preparar o batismo e impor as mãos em sua cabeça. Após Cristo o alcançar, Paulo inicia seu trabalho itinerante, pregando, ensinado que em Cristo Jesus temos paz, em Cristo Jesus somos justificados, em Cristo Jesus somos perdoados.
O apóstolo Paulo demonstra essa paz e confiança em Cristo Jesus, passa pelas tribulações, podemos relacionar dez a título de exemplo.
1) Teve de descer em um cesto para fugir de uma prisão: Em 2Coríntios 11.32-33, relata que Paulo teve que ser içado por uma janela de uma muralha como se fosse um criminoso fugitivo, a fim de escapar do apetite voraz de governantes injustos que queriam a sua cabeça.
2) Foi expulso de Antioquia: Em Atos 13.50-51 vemos uma conspiração entre os judeus, mulheres e homens de alta posição da cidade para expulsar Paulo da cidade pelo simples fato de expor o evangelho naquele lugar e estar havendo conversões.
3) Foi apedrejado quase até a morte em Listra: Em Atos 14.19 encontramos Paulo sendo arrastado por uma multidão para fora da cidade e foi apedrejado por essa multidão e, provavelmente, tenha desmaiado, fato este que fez a multidão achar que ele estava morto.
4) Na Macedônia foi açoitado, preso e amarrado com os pés em um tronco: Em Atos 16.23-24, Paulo foi preso porque expulsou um demônio de uma jovem adivinhadora que dava muito lucro aos que a exploravam. Por isso, foi açoitado, lançado na cadeia e teve seus pés amarrados em um tronco.
5) Foi perseguido pelos judeus de Tessalônica porque pregou em Bereia: Em Atos 17.13-14 vemos que Paulo sofre perseguição dos próprios judeus, devido ter pregado em uma sinagoga em Bereia. Por causa disso, mais uma vez, teve de fugir desses judeus que queriam a sua morte.
6) Pregou contra outros deuses em Éfeso: Em Atos 19.23-26 alguns ourives, temendo ficar sem seu lucro por produzirem imagens de deuses para adoração, incitaram grande tumulto contra Paulo e outros discípulos, o que fez a estadia de Paulo nessa cidade ainda mais perigosa.
7) Em Jerusalém ele foi acusado injustamente de ter levado um grego ao templo e, por isso, é perseguido e quase é morto: Esse registro encontramos em Atos 21.27-31, novamente os judeus fazem uma grande confusão por deduzirem que Paulo teria profanado o templo levando um grego (Trófimo) até lá. Eles incitam as pessoas e Paulo é arrastado para fora do templo, espancado e quase é morto pela multidão.
8) Preso e enviado a Roma, sofre um naufrágio em Mileto: Esse registro encontramos em Atos 27.13-20, Paulo foi injustamente preso, é levado de navio até Roma, onde teria uma audiência sobre sua prisão injusta. No caminho, o navio deles sofre um grave naufrágio devido a uma tempestade.
9) Na ilha de Malta ele é picado por uma cobra venenosa: Em Atos 28.3 vemos que, após se recuperar do grave naufrágio, Paulo é picado por uma cobra venenosa que estava escondida entre os gravetos que ele pegava para fazer uma fogueira.
10) Por último o apóstolo Paulo foi decapitado por Nero em Roma: Apesar da Bíblia não narrar esse fato, a tradição sobre a morte de Paulo diz que ele foi decapitado por Nero, por volta do ano 67 ou 68 d.C., o que é bem provável, já que o imperador Nero foi um dos mais cruéis governantes de todos os tempos.
O apóstolo Paulo, passou por grandes lutas, porém em todas as circunstâncias, sempre glorificou ao Senhor. Sua fé em Cristo Jesus lhe dava Paz com Deus, esperança e reconciliação. Ele deixou claro que a justificação é um ato exclusivo de Deus, argumentou que a justificação pela fé não é uma novidade, mas uma verdade já presente na antiga dispensação e demonstrada na vida de Abraão, o progenitor da nação israelita e pai de todos os que creem, tanto judeus como gentios. Paulo mostrará os benefícios que emanam da justificação quanto ao passado, presente e futuro. Todos os que têm esta nova vida em Cristo estão livres da ira (capítulo 5), livres do pecado (capítulo 6), livres da lei (capítulo 7) e livres da morte (capítulo 8).
As bênçãos da doutrina da justificação pela fé, culminam na Paz com Deus, Alegria no Sofrimento e na Alegria em Deus.
1. A paz com Deus - v. 1-2
A paz com Deus é uma bênção ligada ao passado. Trata-se de algo que já aconteceu. Não é a paz de Deus (Fp 4.7), mas a paz com Deus (5.1). Não é um sentimento, Paulo está tratando de forma mais profunda, está tratando do relacionamento com o Senhor, é a paz da reconciliação com Deus. Por intermédio do sacrifício de Cristo, a barreira que nos separava de Deus foi destruída. Não somos mais filhos da sua ira, mas filhos do seu amor. O pecado consumou uma ruptura, mas Jesus Cristo veio para restabelecer a comunicação que estava suspensa.
Essa paz com Deus, essa paz que sentimos em nossa alma, significa que a ira de Deus não mais nos ameaça, porque somos aceitos em Cristo. Essa paz com Deus não é algo momentâneo, passageiro, mas é verdadeiro e inacabável. Quando Paulo aqui fala de “paz com Deus”, sua asserção não é equivalente a “paz da parte de Deus” ou a “paz de Deus”. Paulo está tratando da paz que Deus mesmo usufrui ou a paz que Ele inspira no coração de seus filhos. A “paz com Deus” leva ao relacionamento para com Ele.
Essa paz, não é fruto do esforço que o homem faz, mas do sacrifício que Cristo fez. Pela morte de Cristo fomos reconciliados com Deus. Não somos mais réus nem inimigos de Deus. Agora temos paz com Deus.
A paz com Deus é uma bênção passada, consumada no ato de nossa justificação, o acesso à graça da justificação é um privilégio presente e contínuo. Por meio de Cristo temos acesso a esta graça na qual estamos firmes. Somos aceitos, apresentados como filhos, herdeiros, cidadãos do reino do céu, é a permissão de entrada na presença de um Rei mediante o favor de outrem. Jesus nos introduz na presença de Deus, abre-nos as portas à presença do Rei dos reis, e encontramos a graça, a imerecida bondade de Deus. O único passaporte para esse glorioso lugar é a fé.
Jesus nos abre a porta à presença do Rei dos reis e quando essas portas se abrem o que encontramos é a graça, a mais pura misericórdia, o glorioso favor de Deus. O crente justificado desfruta uma bênção muito mais grandiosa que uma simples aproximação de Deus.
Por meio de Cristo, entramos na presença de Deus e encontramos segurança. Nossa relação com Deus, possibilitada pela justificação, não é esporádica, mas contínua, não é precária, mas segura.
Quem foi justificado não teme o futuro, a morte já não mais o apavora, o porvir é seu anseio e a glória, sua expectativa mais excelsa. A palavra “gloriamos” significa regozijo, alegria, confiança em Deus, inspirada pela certeza de que “temos paz com Deus”.
Os frutos da justificação concedida a nós é a paz, a graça e a glória. Temos paz com Deus, estamos firmes na graça e esperamos a glória. A paz com Deus refere-se ao efeito imediato da justificação, o acesso à graça diz respeito ao efeito contínuo da justificação, e a esperança da glória se relaciona ao efeito final da justificação.
A paz nos convida a olhar para trás, para a inimizade que acabou.
A graça nos faz olhar para o nosso Pai, sob cujo favor agora permanecemos.
A glória, olhamos adiante, para o nosso objetivo final, até o momento em que veremos e refletiremos a glória de Deus, a glória que é o objeto de nossa esperança.
2. A alegria no sofrimento - vs. 3–8
Paulo não está tratando de algo apenas para o porvir, mas de algo que nos capacita a viver vitoriosamente em meio às tensões da vida, há paz, graça e a glória, estão presentes na justificação, porém, há também sofrimento. Aquele que foi justificado demonstra gloriosa alegria não apenas na esperança da glória, mas também no sofrimento. Tanto as tribulações presentes como a glória vindoura são objetos de júbilo do cristão. Em outras palavras, regozijamo-nos não somente no alvo, a glória, como também nos meios que conduzem a ela, isto é, nos sofrimentos. Nestas duas coisas encontramos alegria. A luz do texto de Paulo ao Romanos, encontramos de forma pedagógica quatro verdades que devem ser observados.
Em primeiro lugar, nós nos gloriamos nas próprias tribulações(5.3). Não somos masoquistas, não nos gloriamos no sofrimento ou por causa do sofrimento, mas por seus frutos, por seus resultados. Nossa esperança da glória não pode ser obumbrada ante as angústias e provações que agora nos cercam. O cristão não olha para a vida com uma visão romântica, pessimista ou irreal. Não nega a existência da dor e do sofrimento. Não murmura nem se insurge contra Deus por causa do sofrimento. O cristão sabe que o sofrimento é proposital e pedagógico. As tribulações devem ser vistas à luz de suas consequências eternas.
O cristão não crê em acaso, coincidência, sorte, azar ou determinismo. Não tem medo de superstições, sabe que nem um fio de cabelo da sua cabeça pode ser tocado sem que Deus permita e tenha um propósito. Em tudo existe um propósito, no sofrimento do apóstolo Paulo, dos discípulos, de Estevão, de Jó, de Jesus Cristo. “Não existe atalho para a glória, a cruz sempre precede a coroa, não temos como separar a espada da coroa. Filipenses 1.29-30: “29 Porque vocês receberam a graça de sofrer por Cristo, e não somente de crer nele, 30 pois vocês têm o mesmo combate que viram em mim e que agora estão ouvindo que continuo a ter.” .
Este gloriar-se na tribulação é um fruto da fé, não é o efeito natural da tribulação, é apenas o conhecimento de que essas tribulações são conformes a determinação do Pai celeste, que capacita o cristão a regozijar-se nelas, pois em si mesmas elas são más, aflitivas, e não causa de júbilo (Hb 12.6; Ap 3.19).
Em segundo lugar, sabemos que a tribulação produz perseverança(5.3). A tribulação é pedagógica. Ela gera paciência triunfadora. Não poderíamos exercer a paciência sem o sofrimento, porque sem este não haveria necessidade de paciência. A paciência nasce do sofrimento, uma paciência vitoriosa, que não se entrega nem é passiva, mas triunfa alegremente diante das intempéries da vida. É o espírito que enfrenta as coisas e as supera. Não é o espírito que resiste passivamente, mas o que vence e conquista ativamente as provas e tribulações da vida. Isso significa saber que Deus está no controle, forjando em nós o caráter de Cristo em nós.
As grandes lições da vida, nós as aprendemos no vale da dor. O sofrimento é não apenas o caminho da glória, mas também o caminho da maturidade. O rei Davi afirmou: “Foi-me bom ter passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos” (Sl 119.71). O patriarca Jó disse que antes do sofrimento conhecia a Deus só de ouvir falar, mas por meio do sofrimento seus olhos puderam contemplar o Senhor (Jó 42.5).
Em terceiro lugar, sabemos que perseverança produz experiência(5.4). A experiência”, significa literalmente algo provado e aprovado. Essa palavra era usada para descrever o metal submetido ao fogo do cadinho com o propósito de remover-lhe as impurezas e torná-lo um metal provado, legítimo e puro. O caráter provado e aprovado como resultado de um teste de julgamento. Um bom exemplo disso é a experiência vivida por Davi. Ele não quis a armadura de Saul porque nunca a havia provado, não a havia submetido à prova. O que Paulo nos está ensinando é que não devemos ter uma fé de segunda mão. Devemos conhecer a Deus não apenas de ouvir falar. Devemos conhecê-lo pessoalmente, profundamente, experimentalmente.
Em quarto lugar, sabemos que a experiência produz esperança(5.5a). Esta não é uma esperança morta, vazia, a esperança momentânea, ela é uma esperança segura, que não nos decepciona nem nos deixa envergonhados. Paulo ensina que essa esperança é porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi outorgado. O apóstolo Paulo diz que o fundamento sólido sobre o qual descansa nossa esperança de glória é o amor de Deus. Há uma efusão do amor de Deus em nosso coração. Nesse momento o céu desce à terra e somos inundados pelas profusas torrentes do amor divino. A justificação não é apenas um ato jurídico de Deus feito no céu, tem também reflexos concretos e reais na terra. O resultado da justificação é uma bendita experiência de transbordamento do amor de Deus em nosso coração.
Assim como o Espírito Santo foi derramado sobre a igreja no Pentecostes, o amor de Deus é derramado no coração daqueles que são justificados. A palavra “derramar” traz a ideia tanto de abundância como de difusão, tanto de refrigério como de encorajamento.
Vale a pena destacar a mudança do tempo verbal em Romanos 5.5: o Espírito Santo nos foi dado (no grego, dothentos,em referência a um fato passado); porém, o amor de Deus é derramado em nosso coração (no grego, ekkecutai,descrevendo um fato passado com consequências permanentes). Assim, recebemos o Espírito de uma vez para sempre, mas somos inundados com o amor de Deus constantemente.
O amor de Deus revelado a nós, de forma abundante e imerecida. Esse sublime amor de Deus por nós, pecadores, não foi despertado pela cruz de Cristo, muito ao contrário, foi o amor de Deus por nós que produziu a cruz. A cruz não é a causa do amor de Deus, mas seu resultado. Esse amor não é retido em Deus, mas derramado sobre nós. Paulo menciona aqui uma espécie de inundação do amor de Deus. Somos banhados pelo próprio ser de Deus, uma vez que Deus é amor.
A causa do amor de Deus não está no objeto amado, mas nEle mesmo. Cristo não morreu por alguém que merecia o amor de Deus. Ao contrário, Paulo diz que éramos fracos (5.6), ímpios (5.6), pecadores (5.8) e inimigos (5.10). Numa linguagem crescente, o apóstolo elenca quatro predicados sombrios da deplorável condição humana. Embora fôssemos merecedores do juízo divino, Ele graciosamente derramou em nosso coração seu imenso amor. Deus não poderia achar nos fracos, ímpios, pecadores e inimigos algo que atraísse seu amor. O caráter incomum e singular do amor de Deus se revela no fato de que ele foi exercido a favor daqueles cuja condição natural era absolutamente repugnante diante da sua santidade. Deus amou infinitamente os objetos da sua ira.
A manifestação do amor de Deus se dá por meio da cruz, a prova mais eloquente do amor de Deus é a cruz de Cristo, em nenhum lugar existe uma revelação de amor como a que encontramos na cruz. Pela cruz temos uma abertura ao coração de Deus e vemos que se trata de um amor que se dá e se sacrifica. Cristo morreu no momento determinado por Deus e de acordo com seu eterno propósito, não aconteceu na cruz um heroísmo na potência máxima, mas humilhação extrema, Ele se humilhou, abriu mão de sua glória, se tornou servo, irrompeu o amor jamais decifrável por nós pecadores.
O amor de Deus não é apenas um sentimento, é uma ação. O amor não consiste apenas em palavras, esse amor é uma dádiva. Mas não é uma dádiva qualquer, é uma dádiva de si mesmo. Deus deu seu Filho. Ele deu tudo, deu a si mesmo. Deus não amou aqueles que nutriam amor por Ele, mas aqueles que lhe viraram as costas. Deus amou aqueles que eram seus inimigos.
Paulo passa da prova do amor de Deus a nós para as consequências da morte de Cristo por nós. Com uma lógica irresistível, Paulo vai do maior para o menor, dizendo que, se já fomos justificados pelo sangue de Cristo, com certeza seremos salvos da ira no dia do juízo. Se Cristo já verteu o seu sangue por nós, fazendo o trabalho mais difícil, não deveríamos hesitar em crer em nossa completa absolvição no dia do juízo. Como o próprio Paulo declarou mais tarde em sua carta ao Romanos 8.32: “32 Aquele que não poupou o seu próprio Filho, mas por todos nós o entregou, será que não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?”
A justificação deságua na glorificação(5.9), O Deus que justifica, a esses ele também glorifica, é impossível perecer aqueles por quem Cristo verteu o seu sangue. Paulo passa da justificação à glorificação, ou seja, do que Deus tem feito por nós ao que Ele ainda fará por nós na consumação. A justificação implica na reconciliação, fomos reconciliados com Deus pelo sangue de Cristo, mas desfrutamos sua intimidade por meio da sua vida ressurreta. Cristo não apenas morreu por nós, mas vive para nós. Não apenas verteu seu sangue por nós, mas intercede continuamente por nós. Não apenas foi nosso substituto na cruz, mas é nosso intercessor junto ao trono da graça. Seu ministério em nosso favor não foi apenas terreno, mas também celestial.
3. A alegria em Deus - vs. 9-11
Paulo já havia falado que devemos nos gloriar na esperança da glória de Deus (5.2) e em nossas tribulações (5.3). Agora, Paulo diz que devemos nos gloriar também em Deus (5.11). O céu deve encher-nos de entusiasmo. A expectativa da glória deve encher o nosso peito de doçura. A compreensão de que Deus tem um propósito em nossas tribulações é uma verdade consoladora que deve nos levar à mais sublime exultação. No entanto, de todas as alegrias, seja no tempo ou na eternidade, nenhuma excede à nossa alegria em Deus. Ele é o nosso maior prazer. É o supremo deleite da nossa alma. Somente nEle há plenitude de alegria e só em sua presença há delícias perpetuamente (Sl 16.11). Unimos nossa voz às palavras do salmista: “Deus… é a minha grande alegria” (Sl 43.4). Meus irmãos queridos, gloriar-nos em Deus é não apenas regozijar-nos em nossos privilégios, mas em suas misericórdias, não no fato de que Ele nos pertence, mas no fato de que nós lhe pertencemos.
É importante ressaltar ainda que devemos nos gloriar em Deus, e não apenas nas dádivas de Deus. O abençoador é melhor que a bênção; o doador é melhor que a dádiva. Mesmo que os bens nos faltem nesta vida, podemos alegrar-nos no Senhor e exultar no Deus da nossa salvação (Hc 3.17,18).
Conclusão
A justificação não significa somente perdão e absolvição da culpa do pecado; também traz dentro de si a esperança da glória de Deus (5.2) e a promessa da salvação final (5.9,10). Aqui temos mais que os frutos atuais da justificação; nossa atenção é dirigida para seu resultado final. A ênfase desta passagem é a glória futura e a salvação final daqueles que continuam em paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo.
Antes de abordar as gloriosas bênçãos da justificação, Paulo destaca três verdades acerca da realidade da justificação.
Em primeiro lugar, a justificação é um ato declaratório de Deus, não é um processo, mas um ato legal, forense e judicial de Deus no qual ele declara, sobre a base da justiça de Cristo, que todas as demandas da lei estão satisfeitas com respeito ao pecador. Portanto, a justificação não é algo que Deus faz em nós, mas por nós. Não acontece dentro de nós, mas fora de nós. A justificação é um ato e acontece uma única vez. Não há graus na justificação. Ela é instantânea, completa e final. O homem é justificado por completo, ou não é justificado. O crente mais fraco está tão justificado quanto o santo mais piedoso. Pela justificação somos remidos da pena do pecado, perdoados, e recebemos o favor de Deus. Pela justificação, todos os nossos pecados presentes, passados e futuros já foram perdoados.
Em segundo lugar, a justificação é recebida pela fé, não somos justificados com base na fé, mas em virtude do sacrifício perfeito de Cristo. A fé é o instrumento de apropriação dos benefícios da cruz. A fé é a mão estendida de um mendigo a tomar posse do presente de um Rei. A fé é a causa instrumental, e não a causa meritória da justificação. A fé não expia a culpa nem remove o castigo. É apenas o instrumento de apropriação dos benefícios da redenção.
Em terceiro lugar, a justificação é por intermédio de Cristo, não somos justificados com base na obra que fazemos para Deus, mas na obra que Cristo fez na cruz, para a glória do Pai, por nós na cruz. Não somos justificados pelo mérito humano, mas pelos méritos de Cristo. A morte expiatória de Cristo é a causa fundamental da justificação, enquanto a fé é a sua causa instrumental.
Aplicação
Entendemos que a fé em Cristo Jesus, produz a paz com Deus, culminando na alegria no sofrimento e a plenitude de alegria em Cristo. Onde está sua alegria, você está sentindo falta de paz em sua vida, busque a Cristo pois Ele trará paz com Deus. Busque a Cristo e terá a verdadeira paz, a paz na alma.
Você está passando por algum sofrimento, saiba que o sofrimento é pedagógico e nos aproxima de Cristo Jesus, confie no Senhor e o mais Ele fará. O sofrimento de Cristo na cruz produziu algo extraordinário em nossas vidas, nos reconciliou com o Pai. Somo filhos de Deus pela obra perfeita na Cruz. Olhe para Cristo, somente em Cristo, para glória de Cristo.
A plenitude de alegria somente encontramos no Senhor, não exite alegria plena longe de Cristo. Se você não sente alegria plena, convido você a orar ao Senhor, suplicando sua maravilhosa graça, a única que pode reconciliar-nos com o Pai, a qual somente Cristo pode conceder-nos.
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