O BENEFÍCIO DA DÚVIDA! Lucas 7.18-35

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Dúvidas sinceras a respeito de Jesus e sua missão produzem encontros regulares com a Graça de Deus. E ela, sempre nos basta!

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Grande ideia: Dúvidas sinceras a respeito de Jesus e sua missão produzem encontros regulares com a Graça de Deus. E ela, sempre nos basta!
Estrutura: Jesus dá testemunho de si mesmo e da sua missão (vv. 18-23), dá testemunho de João, o Batista (vv. 24-30), e dá testemunho da sua geração (em nada diferente da nossa). (vv. 31-33).
Lucas, Volumes 1 e 2 A. A Dúvida de João

No parágrafo anterior, Lucas relatou a história da ressurreição do filho da viúva. No presente parágrafo, ele cita as palavras de Jesus: “Pessoas mortas estão sendo ressuscitadas”. Portanto, a conexão é clara. As notícias concernentes ao grande milagre em Naim se difundiram amplamente, chegando até a prisão onde João Batista era mantido. Resultado: a pergunta deste.

Lucas 3.19–20 (NAA)
19Mas Herodes, o tetrarca, sendo repreendido por João por causa de Herodias, mulher de seu irmão, e por todas as maldades que o mesmo Herodes havia feito,
20acrescentou a todas as outras ainda esta: mandou prender João.
01. Jesus dá testemunho de si mesmo e da sua missão. (vv. 18-23)
(a) Esse texto com paralelo em Mateus 11.12-19, foi inserido por Lucas imediatamente após milagres bem esclarecedores de sua missão.
João 1.29–34 (NAA)
29No dia seguinte, vendo que Jesus vinha em sua direção, João disse: — Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!
30Este é aquele a respeito de quem eu falava, quando disse: “Depois de mim vem um homem que é mais importante do que eu, porque já existia antes de mim.”
31Eu mesmo não o conhecia, mas vim batizando com água a fim de que ele fosse manifestado a Israel.
32E João testemunhou, dizendo: — Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele.
33Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: “Aquele sobre quem você vir descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo.”
34Pois eu mesmo vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus.
Mateus 11.2–3 (NAA)
2Quando João, no cárcere, ouviu falar das obras de Cristo, mandou que seus discípulos fossem perguntar:
3— Você é aquele que estava para vir ou devemos esperar outro?
O segundo alto-falante que contribui para o modo como ouvimos os evangelhos é aquele que nos leva a escutar a história de Jesus como a história do Deus de Israel retornando ao seu povo da forma como ele sempre prometeu.
Wright, N.T.. Como Deus se tornou rei (p. 105). Thomas Nelson Brasil. Edição do Kindle.
(b) A dúvida de João revela sua humildade em não ter todas as respostas. Quando pensamos na proximidade dele com Jesus, podemos inferir: “mas como ele não tinha certeza ainda?”. Muito comum. É humildade reconhecer que não se está acima dos demais. É a benção do auto-esquecimento.
Tim Keller:
Martinho Lutero teve o insight básico de que o moralismo é o modo padrão do coração humano. Mesmo os cristãos, ou seja, os que creem no evangelho da graça, podem em certo nível continuar a agir como se tivessem sido salvos por suas obras. Em “O grande pecado”, trecho da obra Cristianismo puro e simples , CS Lewis identificou: “Se percebermos que nossa vida religiosa nos faz sentir que somos bons - e, acima de tudo, que somos melhores do que os outros - acho que podemos ter a certeza de que estamos agindo não sob a influência de Deus, mas sim do Diabo ”.
Uma humildade marcada pelo esquecimento de si mesmo e inspirada pela graça deve ser uma das coisas principais que distinguem os cristãos de muitos outros tipos de pessoas morais e decentes deste mundo. Acho justo, porém, dizer que a humildade, a principal marca de diferenciação do cristão, está em grande parte ausente na igreja. Os descrentes, detectando o fedor da santidade hipócrita, afastam-se.
(c) Interessante que a resposta de Jesus é com “atos” (porque será que a continuação do evangelho terá justamente o nome de ATOS?).
Lucas, Volumes 1 e 2 B. A Maneira Como Jesus a Tratou

Em primeiro lugar, mencionam-se as “enfermidades”, palavra que indica qualquer condição em que o corpo ou a mente carece de saúde. Segue-se da palavra “doenças”, literalmente “açoites”, com ênfase na natureza dolorosa da aflição. Com respeito à expulsão de “espíritos maus” (cf. 4.33, 34), veja C.N.T. sobre Mateus 9.32 e Marcos 1.23a. Os “cegos” recebem menção especial. Portanto, vemos que todas as classes foram objeto da compaixão de Cristo e foram afetadas por seu poder curativo: a doentes, os endemoninhados e os inválidos, aqui representados pelos cegos.

Isaías 61.1–3 (NAA)
1O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos pobres, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados,
2a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus, a consolar todos os que choram
3e a pôr sobre os que choram em Sião uma coroa em vez de cinzas, óleo de alegria em vez de pranto, manto de louvor em vez de espírito angustiado. Eles serão chamados carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para a sua glória.
Assim como o Cristo seria conhecido por suas obras e ensinos, assim também devem ser as verdadeiras igrejas e os ministros do Senhor Jesus. Quando os mortos em delitos e pecados não são vivificados, e os espiritualmente cegos não recebem de volta a visão, e os pobres não ouvem a proclamação das boas-novas, em geral podemos suspeitar que ali Cristo não está presente. Onde ele está, será visto e ouvido. Ali haverá apenas uma confissão verbal, cerimônias e demonstrações de religiosidade; haverá uma obra visível nos corações e nas vidas.
Ryle, J. C.. Meditações no Evangelho de Lucas (Meditações nos Evangelhos) (p. 154). Editora Fiel. Edição do Kindle.
(d) De algum modo, Jesus parece dizer nas entrelinhas, “vão e digam a João aquilo que vocês viram e ouviram, e que ele em seu estado presente não pôde ver e nem ouvir”.
João Batista apresentou Cristo como aquele que “queimará a palha com fogo que nunca se apaga” (3: 12) em um julgamento feroz. João sente-se compreensivelmente confuso com a mudança no curso dos acontecimentos: ele é preso, enquanto Cristo exerce um ministério de cura, não de julgamento, na Galileia, longe de Jerusalém, a cidade do Rei (não encontrando uma recepção completamente calorosa ali, cf. 8: 34). João se pergunta se havia interpretado mal a pauta de Jesus. Seria errado interpretar isso como se ele houvesse hesitado em sua fé (v. 7).
MacArthur, John. Comentário bíblico MacArthur (p. 2450). Thomas Nelson Brasil. Edição do Kindle.
(e) Esse “bem aventurado” de Jesus merece uma atenção: “aquele não achar em mim motivo de tropeço”.
Lucas, Volumes 1 e 2 B. A Maneira Como Jesus a Tratou

Quão amorosa é essa advertência. Jesus não passa uma reprimenda amarga em João por haver este perguntado: “És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” Em vez disso, ele lembra a seu vacilante seguidor que há uma bênção especial para aquele que não cair nessa armadilha, mas que continua confiando, movido pela graça de Deus.

Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de Strong 4624 σκανδαλιζω skandalizo

σκανδαλιζω skandalizo (“escandalizar”)

de 4625; TDNT - 7:339,1036; v

1) colocar uma pedra de tropeço ou obstáculo no caminho, sobre o qual outro pode tropeçar e cair, metáf. ofender

1a) seduzir ao pecado

1b) fazer uma pessoa começar a desconfiar e abandonar alguém em quem deveria confiar e obedeçer

1b1) provocar abandono

1b2) estar ofendido com alguém, i.e., ver no outro o que eu desaprovo e me impede de reconhecer sua autoridade

1b3) fazer alguém julgar desfavoravelmente ou injustamente a outro

1c) como aquele que tropeça ou cujos os pés ficam presos, se sente irritado

1c1) deixar alguém irritado com algo

1c2) tornar indignado

1c3) estar aborrecido, indignado

Glênio Paranaguá:
O humanismo teve o seu princípio no Jardim do Éden, tendo a serpente como o treinador de um principado que propõe tornar o ser humano como Deus. O que move a alma do pecador é sua distinção, importância, glória, grandeza e todas as formas que, no íntimo, tentam nos elevar à condição de autossuficientes e meritocratas.
O cristianismo tem a ver com o esvaziamento de Deus até chegar ao Calvário. A história do cristianismo é a descrição do quebrantamento produzido pela cruz e, nunca a exaltação de um ser humano. Foi por isso que J. Furman Miller disse: “‘Crucificado’ é o único adjetivo definido pelo qual se descreve a vida cristã”.
02. Jesus dá testemunho de João, o Batista. (vv. 24-30)
(a) Na ausência dos discípulos de João, Jesus começa a sua fala sobre João:
Malaquias 3.1 (NAA)
1— Eis que eu envio o meu mensageiro, que preparará o caminho diante de mim. De repente, o Senhor, a quem vocês buscam, virá ao seu templo; e o mensageiro da aliança, a quem vocês desejam, eis que ele vem, diz o Senhor dos Exércitos.
Malaquias 3.4–5 (NAA)
4Então a oferta de Judá e de Jerusalém será agradável ao Senhor, como nos dias da antiguidade e como nos primeiros anos.
5— Virei até vocês para juízo. Terei pressa em testemunhar contra os feiticeiros, contra os adúlteros, contra os que juram falsamente, contra os que oprimem os trabalhadores, as viúvas e os órfãos, torcem o direito dos estrangeiros, e não me temem, diz o Senhor dos Exércitos.
(b) Jesus defende a João Batista que estava em uma condição de “severas restrições”, e por conta disso expressou sua dúvida, de forma sincera. A fala de Jesus é incrivelmente humana.
Lucas 7.24–28 (NTLH)
24Quando os discípulos de João foram embora, Jesus começou a dizer ao povo o seguinte a respeito de João: — O que vocês foram ver no deserto? Um caniço sacudido pelo vento?
25O que foram ver? Um homem bem vestido? Ora, os que se vestem bem e vivem no luxo moram nos palácios!
26Então me digam: o que foram ver? Um profeta? Sim. E eu afirmo que vocês viram muito mais do que um profeta.
27Porque João é aquele a respeito de quem as Escrituras Sagradas dizem: “Aqui está o meu mensageiro, disse Deus. Eu o enviarei adiante de você para preparar o seu caminho.”
28— Eu digo a vocês que de todos os homens que já nasceram João é o maior. Porém quem é o menor no Reino de Deus é maior do que ele.
F. F. Bruce:
A vinda de Jesus marcava uma linha divisória. Veio inaugurar o reino. E o menor naquele reino é maior do que o maior entre os homens. Esta é uma declaração de fato histórico. João pertencia à era da promessa. O menor no reino é maior, não por causa de quaisquer qualidades que venham a possuir, mas, sim, porque pertence ao tempo do cumprimento. Jesus não está subestimando a importância de João. Está colocando a membresia do reino na sua perspectiva apropriada.
(c) Um alerta aqui de Jesus a respeito da mensagem de João, em nenhum momento houve alguma dubiedade entre os dois:
Mateus 21.32 (NTLH)
32Pois João Batista veio para mostrar a vocês o caminho certo, e vocês não creram nele; mas os cobradores de impostos e as prostitutas creram. Porém, mesmo tendo visto isso, vocês não se arrependeram e não creram nele.
João 1.15–18 (NTLH)
15João disse o seguinte a respeito de Jesus: — Este é aquele de quem eu disse: “Ele vem depois de mim, mas é mais importante do que eu, pois antes de eu nascer ele já existia.”
16Porque todos nós temos sido abençoados com as riquezas do seu amor, com bênçãos e mais bênçãos.
17A lei foi dada por meio de Moisés, mas o amor e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo.
18Ninguém nunca viu Deus. Somente o Filho único, que é Deus e está ao lado do Pai, foi quem nos mostrou quem é Deus.
03. Jesus dá testemunho da sua geração (em nada diferente da nossa). (vv. 31-33)
(a) Jesus comenta sobre os homens de sua “presente geração”: insatisfeitos com tudo. Não queriam aceitar nem Jesus, nem João.
Lucas 7.31–35 (NTLH)
31E Jesus terminou, dizendo: — Mas com quem posso comparar as pessoas de hoje? Com quem elas são parecidas?
32Elas são como crianças sentadas na praça. Um grupo grita para o outro: “Nós tocamos músicas de casamento, mas vocês não dançaram! Cantamos músicas de sepultamento, mas vocês não choraram!”
33João Batista jejua e não bebe vinho, e vocês dizem: “Ele está dominado por um demônio.”
34O Filho do Homem come e bebe, e vocês dizem: “Vejam! Esse homem é comilão e beberrão; é amigo dos cobradores de impostos e de outras pessoas de má fama.”
35Mas aqueles que aceitam a sabedoria de Deus mostram que ela é verdadeira.
(b) O estilo de Jesus e João eram diferentes, mas a mensagem era a mesma: “arrependimento”.
Mateus 3.4 (NTLH)
4João usava uma roupa feita de pêlos de camelo e um cinto de couro e comia gafanhotos e mel do mato.
Mateus 3.11–12 (NTLH)
11Eu os batizo comágua para mostrar que vocês se arrependeram dos seus pecados, mas aquele que virá depois de mim os batizará com oEspírito Santo e fogo. Ele é mais importante do que eu, e não mereço a honra de carregar as sandálias dele.
12Com a pá que tem na mão ele vai separar o trigo da palha. Guardará o trigo no seu depósito, mas queimará a palha no fogo que nunca se apaga.
Lucas 5.30–32 (NTLH)
30Os fariseus e os mestres da Lei, que eram do partido dos fariseus, ficaram zangados com os discípulos de Jesus e perguntaram: — Por que vocês comem e bebem com os cobradores de impostos e com outras pessoas de má fama?
31Jesus respondeu: — Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes.
32Eu não vim para chamar os bons, mas para chamar os pecadores, a fim de que se arrependam dos seus pecados.
Em poucas palavras, tornou-se evidente que os judeus estavam decididos a não receber qualquer mensageiro enviado por Deus. Suas falsas objeções eram apenas um disfarce para ocultar seu ódio para com a verdade divina. Eles realmente detestavam a Deus mesmo, e não a seus mensageiros.
Ryle, J. C.. Meditações no Evangelho de Lucas (Meditações nos Evangelhos) (p. 160). Editora Fiel. Edição do Kindle.
(c) Por fim, a fala de Jesus: “Mas a sabedoria é justificada por todos os seus filhos”, em outras palavras: “As pesquisas de opinião parecem não valer muito, não é? Só com a experiência é que se comprova a verdade.” (Eugene Peterson).
Lucas, Volumes 1 e 2 B. A Maneira Como Jesus a Tratou

João e Jesus tinham cada um uma missão distinta a cumprir. Cada um tinha sua tarefa. Jesus, que pessoalmente era e é a “sabedoria de Deus” (1Co 1.30), levou a bom termo sua tarefa de forma perfeita; João a cumpriu em grande medida de forma excelente. Então, os filhos da sabedoria são todos os que foram suficientemente sábios a ponto de levar a sério e sinceramente a mensagem de João e a de Jesus.

1Coríntios 1.30–31 (NAA)
30Mas vocês são dele, em Cristo Jesus, o qual se tornou para nós, da parte de Deus, sabedoria, justiça, santificação e redenção,
31para que, como está escrito, “aquele que se gloria, glorie-se no Senhor”.
03. Outras aplicações:
(a) “É esse ou temos de esperar outro?”, alguns em nossos dias ainda têm feito essa pergunta. A resposta sabemos: Ele é Jesus, o nosso Salvador.
https://tuporem.org.br/o-argumento-do-trilema-de-c-s-lewis-mentiroso-lunatico-ou-senhor-e-falacioso/
Em um ensaio de 1950, intitulado “What are we to make of Jesus?” (O que devemos fazer com Jesus?), Lewis lida com algumas alegações surpreendentes de Jesus sobre si mesmo nas Escrituras, insistindo que não se pode chegar à conclusão de que ele foi simplesmente um “grande professor da moral”. Se o que Ele disse é verdade, afirma Lewis, então, tais dizeres são os de um “megalomaníaco”.
“Em minha opinião, a única pessoa que pode dizer esse tipo de coisa ou é Deus ou um louco completo sofrendo de algum delírio, o qual compromete toda a mente do homem. Se você acha que é um ovo cozido, quando não está à procura de uma torrada para se satisfazer, você pode estar são, mas se você pensa ser Deus, você é um caso perdido. Podemos observar por alto que Ele nunca foi visto como um mero mestre da moral. Ele não produziu esse efeito em nenhuma das pessoas que realmente o conheceu.  Ele causou, em especial, três efeitos: Ódio – Terror – Adoração. Não há indícios de pessoas manifestando aprovação moderada.”
É aqui que Lewis responde à refutação de que Jesus na verdade não disse aquelas coisas; seus seguidores exageraram no relato e a lenda se desenvolveu de modo que ele (Jesus) disse mesmo aquelas coisas. Lewis mostra como seria impensável para os judeus criarem um Deus que se torna homem:
“Isso é difícil, pois todos os Seus seguidores eram judeus, ou seja, pertenciam à nação que, de todas as outras, era a que mais detinha a convicção de que havia um único Deus – que não podia haver outro de forma alguma. É muito estranho que essa terrível invenção a respeito de um líder religioso se desenvolvesse entre o único povo em toda a terra menos passível de cometer tal equívoco. Pelo contrário, ficamos com a impressão de que nenhum de Seus seguidores mais próximos ou até mesmo os escritores do Novo Testamento aceitaram facilmente a doutrina.”
A outra opção é a de que os relatos sobre Jesus foram escritos como sendo lendas. Aqui Lewis se vale de sua habilidade acadêmica:
“Agora, como historiador de literatura, estou plenamente convencido de o que quer que sejam os Evangelhos, lendas eles não são. Tenho lido uma grande quantidade de lendas e é perfeitamente claro para mim que não se trata do mesmo tipo de material. Eles não são artísticos o bastante para serem considerados como lendas. A partir de um ponto de vista imaginativo, eles são desajeitados. Não trabalham os elementos corretamente. A maior parte da vida de Jesus nos é totalmente desconhecida, como o é a vida de qualquer outra pessoa que viveu naquela época, e ninguém que estivesse construindo uma lenda permitiria que assim fosse. Com exceção dos fragmentos dos diálogos platônicos, não há nenhum diálogo que eu conheça, dentro da literatura antiga, como os que estão no quarto evangelho. Não há nada parecido, mesmo na literatura moderna, até há uns cem anos quando surgiu o romance realista.”
Assim, Lewis acha implausível que judeus monoteístas inventariam um Messias encarnado. Ele acredita que os evangelhos, sendo do gênero literário que são, não possuem nenhum vestígio das marcas textuais das lendas, conclusão esta baseada em sua própria experiência de vida acadêmica e de leituras de lendas antigas. Portanto, o Jesus da Bíblia é o Jesus da História. E se este Jesus não fosse o Senhor, seria um mentiroso ou um lunático. Mas ele é verdadeiro (não um mentiroso) e são (não um lunático). Portanto, Ele é Senhor.
(b) Receber um testemunho do próprio Jesus é algo excepcional. É recompensador, diante de tantos infortúnios na vida receber elogios do nosso Senhor.
Lucas 3.16 (NTLH)
16Mas João disse a todos: — Eu batizo vocês comágua, mas está chegando alguém que é mais importante do que eu, e não mereço a honra de desamarrar as correias das sandálias dele. Ele os batizará com oEspírito Santo e comfogo.
Três tipos de batismo são referidos aqui: (1) com água para arrependimento. O batismo de João simbolizava a limpeza (ver nota no v. 6); (2) com o Espírito Santo. Todos os crentes em Cristo são batizados pelo Espírito (1Colossenses 12: 13); e (3) com fogo. Porque o fogo é usado nesse contexto como um meio de julgamento (vv. 10,12), aqui se refere a um batismo de julgamento sobre o impenitente.
MacArthur, John. Comentário bíblico MacArthur (p. 2412). Thomas Nelson Brasil. Edição do Kindle.
Ilustr.:
Coronavírus E Cristo 9 | Realinhando-nos ao valor infinito de Cristo

O SIGNIFICADO DOS ESPINHOS

Ou considere o propósito de Deus no doloroso espinho na carne de Paulo:

Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar. Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim. Mas ele me disse: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim (2Co 12.7-9, NVI).

Paulo foi abençoado com grandes revelações. Deus viu o perigo do orgulho. Satanás viu o perigo da verdade e da alegria. Deus governa sobre a estratégia de Satanás, de modo que aquilo que Satanás pensa que arruinará o testemunho de Paulo, na verdade, contribui para a sua humildade e alegria. Paulo recebe um espinho na carne — um “mensageiro de Satanás”. E um mensageiro de Deus! Não sabemos o que é esse espinho. Mas sabemos que espinhos são dolorosos. E sabemos que Paulo pediu três vezes que Cristo os retirasse.

Mas Cristo não o fez. Ele tem um propósito para essa dor. Ou seja, “meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (12.9). Seu propósito é que, através da fé e da alegria inabaláveis de Paulo, Cristo brilhe como sendo mais valioso que a saúde. A resposta de Paulo a esse propósito? “Eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas” (12.9, ênfase acrescida).

Alegremente! Como pode ser? Por que Paulo está disposto a abraçar seu espinho com alegria? Porque seu maior objetivo na vida é que Cristo seja magnificado em seu corpo, seja pela vida ou pela morte (Fp 1.20). Ver a beleza de Cristo, estimar a Cristo como seu supremo tesouro, mostrar Cristo ao mundo como melhor que a saúde e a vida, essa foi a alegria de Paulo. Um belo poema chamado “O Espinho”, de Martha Snell Nicholson (1898–1953), termina assim:

Aprendi que Ele nunca dá um espinho

sem essa graça adicional.

Com o espinho prega de lado o véu

que esconde sua face divinal.

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