O BENEFÍCIO DA DÚVIDA! Lucas 7.18-35
Dúvidas sinceras a respeito de Jesus e sua missão produzem encontros regulares com a Graça de Deus. E ela, sempre nos basta!
No parágrafo anterior, Lucas relatou a história da ressurreição do filho da viúva. No presente parágrafo, ele cita as palavras de Jesus: “Pessoas mortas estão sendo ressuscitadas”. Portanto, a conexão é clara. As notícias concernentes ao grande milagre em Naim se difundiram amplamente, chegando até a prisão onde João Batista era mantido. Resultado: a pergunta deste.
Em primeiro lugar, mencionam-se as “enfermidades”, palavra que indica qualquer condição em que o corpo ou a mente carece de saúde. Segue-se da palavra “doenças”, literalmente “açoites”, com ênfase na natureza dolorosa da aflição. Com respeito à expulsão de “espíritos maus” (cf. 4.33, 34), veja C.N.T. sobre Mateus 9.32 e Marcos 1.23a. Os “cegos” recebem menção especial. Portanto, vemos que todas as classes foram objeto da compaixão de Cristo e foram afetadas por seu poder curativo: a doentes, os endemoninhados e os inválidos, aqui representados pelos cegos.
Quão amorosa é essa advertência. Jesus não passa uma reprimenda amarga em João por haver este perguntado: “És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” Em vez disso, ele lembra a seu vacilante seguidor que há uma bênção especial para aquele que não cair nessa armadilha, mas que continua confiando, movido pela graça de Deus.
σκανδαλιζω skandalizo (“escandalizar”)
de 4625; TDNT - 7:339,1036; v
1) colocar uma pedra de tropeço ou obstáculo no caminho, sobre o qual outro pode tropeçar e cair, metáf. ofender
1a) seduzir ao pecado
1b) fazer uma pessoa começar a desconfiar e abandonar alguém em quem deveria confiar e obedeçer
1b1) provocar abandono
1b2) estar ofendido com alguém, i.e., ver no outro o que eu desaprovo e me impede de reconhecer sua autoridade
1b3) fazer alguém julgar desfavoravelmente ou injustamente a outro
1c) como aquele que tropeça ou cujos os pés ficam presos, se sente irritado
1c1) deixar alguém irritado com algo
1c2) tornar indignado
1c3) estar aborrecido, indignado
João e Jesus tinham cada um uma missão distinta a cumprir. Cada um tinha sua tarefa. Jesus, que pessoalmente era e é a “sabedoria de Deus” (1Co 1.30), levou a bom termo sua tarefa de forma perfeita; João a cumpriu em grande medida de forma excelente. Então, os filhos da sabedoria são todos os que foram suficientemente sábios a ponto de levar a sério e sinceramente a mensagem de João e a de Jesus.
O SIGNIFICADO DOS ESPINHOS
Ou considere o propósito de Deus no doloroso espinho na carne de Paulo:
Para impedir que eu me exaltasse por causa da grandeza dessas revelações, foi-me dado um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar. Três vezes roguei ao Senhor que o tirasse de mim. Mas ele me disse: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim (2Co 12.7-9, NVI).
Paulo foi abençoado com grandes revelações. Deus viu o perigo do orgulho. Satanás viu o perigo da verdade e da alegria. Deus governa sobre a estratégia de Satanás, de modo que aquilo que Satanás pensa que arruinará o testemunho de Paulo, na verdade, contribui para a sua humildade e alegria. Paulo recebe um espinho na carne — um “mensageiro de Satanás”. E um mensageiro de Deus! Não sabemos o que é esse espinho. Mas sabemos que espinhos são dolorosos. E sabemos que Paulo pediu três vezes que Cristo os retirasse.
Mas Cristo não o fez. Ele tem um propósito para essa dor. Ou seja, “meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (12.9). Seu propósito é que, através da fé e da alegria inabaláveis de Paulo, Cristo brilhe como sendo mais valioso que a saúde. A resposta de Paulo a esse propósito? “Eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas” (12.9, ênfase acrescida).
Alegremente! Como pode ser? Por que Paulo está disposto a abraçar seu espinho com alegria? Porque seu maior objetivo na vida é que Cristo seja magnificado em seu corpo, seja pela vida ou pela morte (Fp 1.20). Ver a beleza de Cristo, estimar a Cristo como seu supremo tesouro, mostrar Cristo ao mundo como melhor que a saúde e a vida, essa foi a alegria de Paulo. Um belo poema chamado “O Espinho”, de Martha Snell Nicholson (1898–1953), termina assim:
Aprendi que Ele nunca dá um espinho
sem essa graça adicional.
Com o espinho prega de lado o véu
que esconde sua face divinal.