A Verdadeira Mensagem do Natal

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A mensagem do natal é sobre Jesus Cristo, comunhão e alegria

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Introdução

1. Todos os anos falamos muito a respeito do natal. Para o ocidente é a data mais importante do nosso calendário, seja por razões históricas, religiosas, comerciais ou mesmo teológicas;
2. É evidente que a mensagem do natal é bem mais do que ouvimos ser propagada na internet e nos centros comerciais. A mensagem de natal é a mensagem proclamada pelos apóstolos, que transformou o cenário do primeiro século, alcançou milhares de pessoas e mudou radicalmente a vida delas;
3. Contudo, no final do primeiro século e ao longo de toda a história da igreja, muitos têm distorcido essa mensagem, pregando uma mensagem diferente daquela que pregaram os apóstolos, divergindo do testemunho que eles deram, causando confusão e insegurança.
4. Por isso, o último apóstolo, João, escreveu esta epístola, a fim de que essas pessoas permanecessem na mensagem que lhes fora anunciada. Logo nos primeiros versículos, João nos ensina:

A mensagem do natal é sobre Jesus Cristo, sobre comunhão e alegria.

Entretanto, qual é a mensagem anunciada pelo apóstolo? Para que ela foi escrita? Em que sentido ela se relaciona conosco, em nossos dias?
Transição: Responderemos a essas perguntas a partir da exposição dos versículos que formam o prólogo dessa primeira epístola de João, considerando o ensino acima, seguindo a seguinte divisão:

I. A MENSAGEM DOS APÓSTOLOS É SOBRE JESUS CRISTO (vs. 1-2).

A mensagem de João e dos demais apóstolos é sobre Jesus Cristo, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem.
Cristo, o eterno Filho de Deus (v.1a).[2]
“O que era desde o princípio” – Ressoando o prólogo de seu evangelho, o apóstolo refere-se à eternidade do Filho de Deus, que não passou a existir ou fora criado, mas antes de tudo já estava com Deus, o Verbo de Deus (Jo 1.1), a Sabedoria (Pv. 8.22-23), por meio de quem todas as coisas foram criadas (Cl 1.15-17; cf. Gn 1.1), o princípio absoluto do universo. João testifica isso, quando relata as palavras do próprio Cristo “antes de Abraão eu era” (Jo 8.58) e “glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo” (Jo 17.5). Nas palavras de John Stott, “O Filho eterno era antes de sua manifestação histórica: a pregação do evangelho veio depois”.[3]
O conforto e segurança dos cristãos consiste nessa verdade: saber que Jesus Cristo é o Eterno Filho de Deus!
João, ao dizer essas palavras, provavelmente combate o falso ensino dos “anticristos” (2.18) que não criam na divindade de Jesus. Nos dias de hoje, encontramos muitas religiões e filosofias que reconhecem a Cristo como homem, porém negam que ele é Deus. Veem-no apenas como um grande mestre, cuja mensagem transformou o mundo, mas que não tem nada a ver com qualquer divindade. É a chamada busca pelo Jesus histórico, que compreende “a crença de que o primeiro ‘Jesus’ era um sábio rabínico que foi transformado no ‘Cristo’ da ortodoxia por um processo de helenização”.[4]
Aplicação:
Você crê que Jesus é o Filho de Deus? Como você enxerga sua vida a partir dessa perspectiva? Você se alegra em adorá-lo, em confessar sua fé nele? Ou ainda lhe sobram dúvidas sobre isso?
Cristo, o salvador encarnado (v.1).
Após referir-se à eternidade e divindade de Jesus Cristo, o apóstolo passa então a falar de sua própria experiência com ele. Sabemos que João foi uma testemunha ocular, que caminhou com Jesus durante os três anos de seu ministério terreno. Os verbos utilizados aqui trazem essa ideia sensorial (ouvir, ver, contemplar, apalpar), de uma ação que aconteceu no passado, cujos resultados permanecem nos dias de hoje e ensinam sobre a encarnação do Senhor[5]. Jesus era um homem real! Como afirma o pastor Joel Beeke, “João ouviu sobre Jesus primeiro de João Batista (Jo 1.29). Ouviu as palavras graciosas dos lábios de Jesus, chamando-o para segui-lo. Ouviu Jesus falar do trabalho que tinha de fazer na terra... Assistiu Jesus pronunciar em agonia na cruz ‘Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?’ (Mt 27.46).
Ele viu Jesus com seus próprios olhos. Viu o Verbo encarnado no ministério de Jesus, em sua transfiguração, no Getsêmani e na cruz. Viu o sangue jorrar da cabeça, mãos, costas e pés de Jesus; viu o Emanuel em agonia e viu a glória de Cristo manifestada em seus milagres.
Mas João o viu como o ‘unigênito do Pai, cheio de graça e verdade’ (Jo 1.14) ... também tocou o Salvador. Ele colocou seus braços nos braços de Cristo e inclinou-se sobre o seu peito.” [6]
João não apenas fala de sua própria experiência, mas também da dos demais apóstolos ao usar o pronome nós. Como diz Augustus Nicodemus, “Seu testemunho é claro: ele e os demais apóstolos tiveram um contato físico com Cristo, além de vê-lo e ouvi-lo (cf. Jo 1.14)”[7]. Nisto se baseia a mensagem do cristianismo verdadeiro, no testemunho apostólico sobre Jesus Cristo, a quem confessamos como Senhor e Salvador.
Mais uma vez, ao dizer isso, João têm em mente os falsos mestres, que negavam a encarnação de Jesus (4.2) ensinando o que seriam as bases de uma heresia, que se consolidaria no 2º e 3º século, chamada gnosticismo[8], a qual diz que o pecado habita a matéria, tornando-a má. Portanto, Cristo, sendo Deus não poderia se fazer carne, pois se assim o fizesse, ele estaria pecando. João opõe-se a esse ensino, ao dizer que a mensagem verdadeira sobre Cristo é que ele se fez carne e habitou entre nós. Ao confessar a verdadeira humanidade de Jesus Cristo, distinguimos aqueles que são de Deus daqueles que não o são.
Os verdadeiros crentes creem na mensagem dos apóstolos e confessam que Jesus veio em carne, assim como também confessam sua plena divindade, ou seja, Jesus como Deus-Homem (4.2-3).
Aplicação:
Você crê que Deus se tornou homem real? Qual é a importância disso? Por isso cremos que Cristo é o nosso mediador. Ele sendo totalmente Deus é poderoso para nos libertar do pecado, e sendo total e perfeitamente homem, foi o sacrifício pelos nossos pecados. Ele é o nosso intercessor, que foi tentado em todas as coisas, porém, sem pecado. Se confiamos na obra que ele realizou temos o pleno perdão de Deus e liberdade para achegarmos diante do trono. Somente porque Cristo é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem nossa salvação está garantida!
Cristo, o comunicador da vida (v.2).
Ao dar continuidade sobre o relato de sua experiência, João refere-se a Cristo como o Verbo da vida. O v.2 é uma explicação do termo vida, usado no final do v.1. O que, ou quem é essa vida? De onde ela procede? Essa é a vida eterna, que estava com o Pai, que se manifestou, apareceu, no sentido de que Cristo a manifestou aos apóstolos, que por sua vez, testificaram-na e anunciaram-na. Joel Beeke diz: Como eterno Deus, Jesus Cristo comunicou vida física e material para o mundo. Ele estava lá quando Deus disse ‘haja luz: e houve luz’ (Gn 1.3). Ele estava lá quando Deus disse ‘façamos o homem a nossa imagem e semelhança’ (Gn 1.26). Ele estava lá quando Deus soprou sobre o homem o fôlego de vida, e o homem tornou-se alma vivente. Como Deus eterno, ele criou e sustenta todas as coisas no mundo. E quando se tornou homem, comunicou a este mundo o tipo de vida que o homem deve viver diante de Deus, em perfeita conformidade com a lei de Deus.[9]
Cristo comunicou a vida, estando nós mortos em nossos delitos e pecados (Ef 2.1). A vida não é apenas um conceito, mas a própria pessoa de Jesus “a vida eterna, a qual estava com o Pai.” Esse é o tipo de vida que Deus tem para nós, seus filhos. João empregou por várias vezes o termo “vida eterna” em seu evangelho e em 1João, preocupa-se como os crentes estão vivendo. A mensagem dos falsos mestres repercutia-se no seu modo de viver. Uma vez que eles entendiam que o pecado habitava a matéria, então eles viviam ou de forma asceta, desprezando tudo o que é material e preocupando-se com a transcendência de sua alma, ou de forma libertina, ou seja, amando os prazeres e deleitando-se nos pecados. Cristo manifestou a vida eterna aqueles que creem nele, que por sua vez devem andar como ele andou (2.6).
Aplicação:
Você diz ter a vida eterna, mas, sabe o que ela significa? Como você vive diante de Deus? Qual o conceito que você tem sobre a vida? Esse conceito é respaldado pela palavra de Deus?
Meus irmãos, crer na pessoa e obra do Filho de Deus encarnado define como conduzimos nossa vida. Podemos hoje falar muito sobre Jesus Cristo e não falarmos nada. É assustador quando vemos cristãos que cresceram dentro das nossas igrejas saberem tão pouco a respeito de Jesus! Se você deseja conhecê-lo, precisa aprender sobre ele, e o testemunho dado pelos apóstolos, registrado nas Sagradas Escrituras é o caminho para esse conhecimento. Portanto, leia sua Bíblia! Estude-a diligentemente e você conhecerá a Cristo, o Filho de Deus encarnado.
Transição: Vimos até aqui o teor da mensagem dos apóstolos, isto é, a essência do evangelho, é sobre a pessoa de Jesus Cristo. Nosso foco, agora, está na razão dessa mensagem ter sido proclamada, a saber:

II. A MENSAGEM DO NATAL É SOBRE COMUNHÃO E ALEGRIA (vs. 3b-4).

Na primeira parte do v.3, João endossa o que havia dito nos vs.1-2, falando a respeito do testemunho que deram de Jesus Cristo como o Filho de Deus encarnado, o qual é a mensagem que ele e os demais apóstolos proclamaram aos crentes daquela época. Segundo Simon Kistemaker, “ao repetir os mesmos verbos, João parece advertir os leitores sobre as falsas doutrinas que negam a natureza humana, a aparição e ressurreição de Jesus.”[10] Note que há uma inversão dos verbos, que no v.1 foi ouvir – ver, no v.3a é ver – ouvir, usando-a como um recurso para transmitir a sua ideia, opondo-se ao ensino dos falsos mestres. Tal argumento é endossado pelo autor, a fim de apresentar o propósito de sua mensagem, usando a conjunção grega subordinativa i[na (traduzido como “para que”), que denota propósito. Assim, ele estabelece o propósito de sua mensagem que é a comunhão com Deus, o Pai, por meio de Jesus Cristo e a alegria plena.
Comunhão
O propósito da mensagem anunciada é para que os crentes tenham comunhão com eles (os apóstolos) – “para que vós, igualmente mantenhais comunhão conosco.” Segundo Kistemaker, essa comunhão visava a proteção e fortalecimento dos cristãos contra os falsos ensinamentos, que partilhavam dos mesmos dons espirituais, pensando da mesma forma que eles, tornando-se também testemunhas daquilo que eles ouviram, viram e tocaram, bem como entender que a comunhão deles era com o Pai, por meio de Jesus Cristo.[11] Nas palavras de Augustus Nicodemus, “a comunhão que João tem em mente é principalmente a unidade doutrinária entre os seus leitores e os apóstolos, com respeito à pessoa e à obra de Cristo”.[12]
Pode-se dizer que essa comunhão se dá de uns para com os outros e para com Deus, por meio de Jesus Cristo. “A igreja e esta comunhão estão edificadas no fundamento dos apóstolos e profetas. O próprio Cristo é a pedra angular (Ef 2.20). Os apóstolos são testemunhas oculares do ministério, morte e ressurreição de Jesus (At 1.22).”[13] – Joel Beeke. Fazer parte da igreja de Cristo implica na verdadeira comunhão uns com os outros. Crer e confessar a mensagem dos apóstolos é a condição sine qua non para se ter comunhão com a igreja e com Deus.[14]
Ao tratar de suas experiências como diretor de um seminário teológico, Dietrich Bonhoeffer (1906-1945), um pastor da Igreja Confessante, durante o difícil período da Segunda Guerra Mundial, escrevendo sobre esse assunto, diz que:
A comunhão cristã é comunhão por meio de Jesus Cristo e em Jesus Cristo. Não há comunhão cristã que seja mais ou menos do que isso. Quer seja um único e breve encontro ou uma comunhão diária que perdure há anos, a comunhão cristã é somente isso. Pertencemos uns aos outros tão somente por meio de Jesus Cristo.[15]
Aplicação:
Muitos de nós temos dificuldades em tratar desse assunto, pois imaginamos uma comunhão que se baseia em nossas afinidades com os outros, o que muitas vezes não existe. Ela existe apesar delas, porque está embasada em Cristo, no conhecimento da verdade do evangelho que professamos juntos. Como filhos de Deus crescemos nesse conhecimento e na alegria da verdadeira comunhão. Essa não é uma comunhão superficial, visando nossos interesses, mas um relacionamento profundo com Cristo, na verdade e pertencimento de um ao outro.
O termo traduzido por comunhão (koinwni,a) era usado na cultura grega para descrever o relacionamento conjugal e no Novo Testamento é aplicado ao relacionamento com Cristo. Os filhos de Deus estão casados com Cristo no evangelho.[16] João diz “a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.” Nas palavras de Beeke, “a característica especial da comunhão com Cristo é a graça, recebida pela fé. ‘Porque todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça’ (Jo 1.16). Cristo é a essência da graça.”[17]
Quão maravilhosa é essa verdade! Temos comunhão com Deus, por meio de seu Filho, da qual desfrutamos pelo Espírito Santo em nós! Privilegiados somos nós por tamanha benfazeja graça!
Que tipo de comunhão você tem experimentado? Como você vê os aspectos dessa comunhão inseridos no culto dominical? Os falsos mestres foram excluídos dessa comunhão, por não confessarem a Cristo, sendo chamados de filhos do diabo, pelo apóstolo (3.9-10). Mais uma vez, você confessa a Cristo? Então porque você deixa de estar em comunhão com seus irmãos? O culto cristão é o momento em que podemos desfrutar da graça da comunhão que um dia desfrutaremos no porvir de forma plena. Estar na casa de Deus com os irmãos é um dos privilégios mais ilustres que recebemos nessa vida. Não deixemos de congregar! Ao congregar ratificamos a nossa confissão da verdade e desfrutamos da comunhão com Deus e uns com os outros.
Alegria plena (v.4).
Depois de falar da comunhão como um dos propósitos da mensagem que testemunhara e anunciara, João diz “estas coisas vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa.” Mais uma vez ele focaliza na mensagem que ele escreveu (talvez uma referência ao seu evangelho), usando o pronome nós – referindo-se também aos demais apóstolos. João já partilhava de uma alegria por saber que suas ovelhas tinham se convertido e professado sua fé em Jesus Cristo, contudo, a alegria dele (e dos demais apóstolos) seria completa se eles permanecessem em tudo o que lhes ensinara, não dando ouvidos aos falsos mestres.
Sobre a natureza dessa alegria, Beeke comenta: Alegria é uma resposta emocional que causa tanto prazer ou deleite, levanta nosso espírito, e induz a um sentimento de satisfação, bem-estar ou felicidade. A alegria pode ser encontrada em muitas coisas – no trabalho, nos bens, realizações pessoais, recreações passatempos, nos relacionamentos humanos. Um certo tipo de alegria pode ser encontrado, temporariamente, ‘nos prazeres do pecado’ (Hb 11.25). Mas João tem em mente uma alegria maior que todas estas, encontrada somente em Deus, que é única aos seguidores de Jesus Cristo.”[18]
Aplicações:
Erramos ao pensar nas coisas como fonte duradoura de alegria. O clima natalino pode até nos proporcionar uma alegria passageira, concedida pela troca de presentes, pela ceia de natal, pelas belas decorações nas lojas e nas casas;
No entanto, nossa verdadeira alegria procede da comunhão que temos com Deus, por meio de Jesus Cristo, ao crermos na mensagem proclamada pelos apóstolos. Essa alegria se caracteriza pelo fato dela ser plena, que transcende ao temporário e está alicerçada na vida eterna. Conquanto começamos a desfrutar dessa alegria agora, somente na última hora desfrutaremos de sua plenitude. Das muitas fontes dessa alegria, das quais, destaco as seguintes:[19]
1. Alegria que procede do conhecer a Deus e o seu amor, bem como do fato de sabermos que somos pecadores, mas fomos perdoados por meio de Cristo, por causa de sua obra na cruz;
2. Alegria que procede da obediência aos mandamentos de Deus e pelas bênçãos decorrentes dela;
3. Alegria produzida pelo agir do Espírito Santo em nossa vida, ensinando-nos a amar a Jesus, a obedecê-lo, a adorar a Deus; dando-nos poder para permanecer firmes nas provações e tentações;
4. Alegria que procede da comunhão com outros crentes, relacionando-nos com nossos irmãos, desfrutando de boas amizades.
A mensagem dos apóstolos, a saber, sobre o Filho de Deus encarnado foi anunciada e escrita para que tenhamos comunhão com Deus e alegria.

Conclusão e Aplicações

Hoje vivemos um contexto parecido com do primeiro século, no tocante aos falsos ensinamentos que se perpetuam dentro das igrejas. São muitos os que levam ensinos diferentes daquele anunciado pelos apóstolos, dizendo-se evangélicos e cunhando para si o termo “apóstolo”. É com tristeza que vemos as consequências desses ensinos moldando a visão de um Deus que nada tem a ver com a sua Palavra, encontrado nas experiências místicas pessoais, no legalismo praticado por uns e no liberalismo confessado por outros.
Aplicações:
1. Conhecer a Deus pressupõe ouvir a mensagem que ele deu aos apóstolos, sobre a qual a igreja está fundamentada.
2. Conheceremos os verdadeiros crentes e a verdadeira igreja quando ela confessar que Cristo é o Filho de Deus que se encarnou.
Fazendo jus ao credo apostólico que diz: Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra. Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu ao Hades; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém.
3. É por meio dessa mensagem que encontramos verdadeira comunhão com Deus e uns com os outros
4. É essa mensagem que nos traz verdadeira alegria, não a alegria efêmera e passageira do clima natalino.
[1] BEEKE, Joel. The Epistles of John, Darlington/England: EP Books. 2014. p. 17 – tradução nossa. [2] As divisões do presente sermão, destacadas pelas letras A B e C foram retiradas da obra em inglês “Epistles of John”, de Joel Beeke. [3]LOPES, Augustus Nicodemus. Interpretando a Primeira Carta de João. São Paulo: Cultura Cristã, 2005. p. 28 – Citação usada pelo autor. [4]HORTON, Michael. Doutrinas da Fé Cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2017. p. 492. [5]Os verbos utilizados no grego para ouvir e ver estão no perfeito do indicativo ativo e denotam uma ação que aconteceu, cujos efeitos são observados no presente. Aquilo que os apóstolos testemunharam sobre Jesus Cristo têm efeitos até os dias de hoje, sendo o fundamento da igreja cristã. Os verbos utilizados no grego para contemplar e apalpar, estão no aoristo médio e aoristo ativo, respectivamente, e trazem a ideia da experiência de ter contemplado e tocado o Salvador, que ocorreu no passado, sendo um acontecimento que eles apenas tiveram. Por isso não há prerrogativas para apóstolos dos dias de hoje, uma vez que é preciso ser uma testemunha ocular do ministério, morte e ressurreição de Jesus Cristo. [6] BEEKE, Joel. The Epistles of John, Darlington/England: EP Books. 2014. p. 19 – tradução nossa. [7]LOPES, Augustus Nicodemus. Interpretando a Primeira Carta de João. São Paulo: Cultura Cristã, 2005. p. 29. [8]O gnosticismo tem vários ramos e se consolidou no 2º e 3º séculos depois de Cristo. Basicamente, existem três linhas do pensamento gnóstico de mais relevância, a saber, o (1) gnosticismo estoico – que tem suas raízes no neoplatonismo, radicalizando-se no dualismo, fazendo divisão entre a matéria má e a alma boa. A libertação da matéria é alcançada pela gnosis, i.e, conhecimento transcendente; (2) docetismo, corrente que enfatiza o dualismo, aplicado a cristologia. Essa foi uma heresia condenada pela Igreja no Concílio de Calcedônia. Seus proponentes afirmavam que Cristo não tinha um corpo, apenas aparentava tê-lo, seria como um fantasma. (3) Cerintonismo, que leva o nome de seu líder, Cerinto, o qual, segundo a tradição cristã foi combatido pelo próprio apóstolo João no primeiro século, uma vez que vinculava esse “protognosticismo”. [9]BEEKE, Joel. The Epistles of John, Darlington/England: EP Books. 2014. p. 20-21 – tradução nossa. [10]KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento Tiago e Epístolas de João. São Paulo: Cultura Cristã, 2016, 2ª ed. p. 314. [11]Idem, p. 315. [12]LOPES, Augustus Nicodemus. Interpretando a Primeira Carta de João. São Paulo: Cultura Cristã, 2005. p. 30 [13] BEEKE, Joel. The Epistles of John, Darlington/England: EP Books. 2014. p. 24 – tradução nossa. [14]Idem [15]BONHOEFFER, Dietrich. Vida em Comunhão. São Leopoldo: Sinodal, 1997. p. 12-13 [16] BEEKE, Joel. The Epistles of John, Darlington/England: EP Books. 2014. p. 25 [17]Idem, p. 27 – tradução nossa. [18]Ibidem, p. 28 – tradução nossa. [19]Os pontos a seguir foram retirados da obra “The Epistles of John” de Joel Beek, contudo, resumidos conforme nossa própria tradução (Ver original em inglês: BEEKE, Joel. The Epistles of John, Darlington/England: EP Books. 2014. p. 30-31).
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