A LUZ DOS HOMENS. João 1.4-5
NATAL 2021 • Sermon • Submitted
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· 332 viewsJesus é “Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro”.
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Grande ideia: Jesus é “Deus de Deus, Luz de Luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro”.
Estrutura: O Senhor Jesus Cristo é a fonte de toda luz e vida espiritual, (v.4), é a luz que dissipa todas as trevas espessas da humanidade (v. 5).
O evangelho de João sempre foi o favorito de muitas pessoas. Em certo nível, é o evangelho mais simples de todos; em outro nível, o mais profundo. Dá a impressão de ter sido escrito por alguém que era um amigo muito íntimo de Jesus e que passou o resto de sua vida meditando cada vez mais a respeito do que Jesus fez, falou e realizou, bem como orando sobre essas coisas de todos os ângulos possíveis e ajudando os outros a entendê-lo. Ao longo dos séculos, diversas pessoas acharam que a leitura desse evangelho tornava a figura de Jesus real para elas — uma figura cheia de calor, luz e promessa. Na verdade, esse é um dos grandes livros da literatura mundial; e parte de sua grandeza reside na forma como revela seus segredos não só aos eruditos, mas também aos que vêm a ele com humildade e esperança.
Wright, N.T. (2021-10-14T22:58:59). João para todos: João 1-10 - Parte 1 . Thomas Nelson Brasil. Edição do Kindle.
O prólogo começa com um tema da nova criação, em João 1.1-5. Jesus como Deus trouxe um “novo começo” partindo de Gênesis 1.1; ele é Criador (Jo 1.3), e com um duplo significado, ele acrescentou “vida” e “luz” espiritual à “vida” e “luz” física de Gênesis 1.1-3. Em João 1.14, Jesus é o Shekinah encarnado andando pela Terra, e em João 1.14-18 existe um contraste entre a nova revelação em Jesus e a velha revelação através de Moisés no Sinai. Moisés não podia olhar a face de Deus e continuar vivo, mas Jesus “fez a exegese” de Deus para que todos o conhecessem (Jo 1.18).
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Nos relatos que Mateus e Lucas trazem do Natal de Jesus Cristo, a luz é um elemento central. É a luz que vem transformar a realidade, como quando o sacerdote Zacarias louva a Deus pela vinda iminente do “sol nascente das alturas”, que vem “para iluminar os que jazem nas trevas e na sombra da morte” (Lc 1.78-79). É luz que vem manifestar a presença de Deus, como quando a “glória do Senhor brilhou ao redor” dos pastores, nas campinas de Belém (Lc 2.9). É luz que sinaliza e dirige, como quando uma estrela (Mt 2.2,9-10) guia os sábios do Oriente até à casa onde Maria e José cuidam de Jesus. Já no prólogo de João, Jesus Cristo, a Palavra eterna, o Criador de tudo – da luz, inclusive (Gn 1.3), é a própria luz encarnada e caminhante. Essa luz, Jesus Cristo, revela a vida e a luz de Deus a este mundo escuro.
Ao falar de Jesus Cristo, João 1.10b diz que “o mundo não o conheceu". E João 1.11b complementa que mesmo o seu próprio povo "não o recebeu". Em João 3.19-20, Jesus salienta que os que estão nas trevas amam as trevas e odeiam a luz porque as suas obras são más. Como diz Paulo em 2 Coríntios 4.4,6, ao falar dos que estão perecendo: “nos quais o deus deste mundo cegou o entendimento dos descrentes, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus. Porque Deus, que disse: ‘Das trevas resplandeça a luz’, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo”. Os pecadores caminham na escuridão (Jo 8.12) e não veem quem Jesus realmente é a menos que Jesus lhes abra os olhos cegos para ver.
João 1.4 diz de Jesus Cristo: "Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens". A palavra “vida” aparece 36 vezes no Evangelho de João, mais do que em qualquer outro escrito do Novo Testamento. E em João 1.4, vida e luz estão entrelaçadas na pessoa e na obra de Jesus Cristo. É João dizendo que aqueles que estão espiritualmente mortos nos seus pecados precisam de vida, e Jesus é a fonte dessa vida. Eles estão na escuridão espiritual, mas quando nascem de novo, a luz se acende, resplandece.
Jesus Cristo é a única fonte de luz verdadeira neste mundo espiritualmente escuro. João no capítulo 1, versículo 5 afirma: "a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela". A luz, uma vez criada (Gn 1.5), venceu a escuridão. Jesus Cristo, a luz, veio à luz e foi crucificado, mas ressuscitou e venceu as trevas. A salvação que vem por meio de Jesus Cristo supera a escuridão espiritual de cada coração que nele confia. Jesus é luz que transforma a realidade, que manifesta a presença de Deus e que sinaliza e dirige a vida dos que ilumina no caminho que leva à eternidade.
01. O Senhor Jesus Cristo é a fonte de toda luz e vida espiritual. (v.4)
“Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens; a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela.” (vv. 4,5)
A palavra vida aparece 36 vezes no Evangelho de João, muito mais do que em outro livro do Novo Testamento. É um dos seus temas mais importantes.
Doriani, Daniel M.; Ryken, Philip G.; Philips, Richard D.. A encarnação nos Evangelhos (p. 169). Editora Cultura Cristã. Edição do Kindle.
O restante da passagem gira em torno dessa afirmação central. Parece que aquele que conhecemos como Jesus é idêntico à Palavra que estava lá desde o princípio, a Palavra por intermédio da qual todas as coisas foram feitas, aquela que continha e contém vida e luz. Antes da criação, a Palavra desafiou as trevas e, agora, desafia as trevas que, tragicamente, estão na criação. A Palavra está trazendo à existência a nova criação, em que Deus, mais uma vez, diz: “Haja luz.”
Wright, N.T. (2021-10-14T22:58:59). João para todos: João 1-10 - Parte 1 . Thomas Nelson Brasil. Edição do Kindle.
(a) Essa luz vem do centro de todo o universo que é Deus.
Kretzmann:
Ele é o possuidor absoluto de tudo o que pode ser chamado vida. Toda vida verdadeira tem nele sua origem. João não faz referência à vida física, pois esta tem nome diferente na língua grega, mas à vida espiritual e eterna. Dela é ele o autor e o possuidor absoluto. Não há vida fora dele e fora do Pai. E a vida que estava nele, que era a fonte da existência de toda vida verdadeira e duradoura no mundo, foi, ao mesmo tempo, a luz das pessoas, de todas elas.
João 5.26 (NAA)
26Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo.
(b) A humanidade perdida persiste em andar obstinadamente nas trevas.
Kretzmann:
Ele e sua salvação foram revelados ao mundo para que todas as pessoas do mundo possam ver a ele e sua redenção. Mas as trevas não o aceitaram, não quiseram entendê-lo. As trevas rejeitaram a luz. As mentes escuras dos filhos das trevas, que por natureza são todas as pessoas, não receberam e não quiseram receber a luz divina do Salvador. Esta é a posição deles, é o seu caráter: oposição a Cristo e ao seu evangelho vivificador e iluminador. A grande maioria dos povos do mundo rejeitou completamente a luz, e continua a fazê-lo, mesmo quando seus gloriosos raios caem em seus corações. Preferem o desconsolo e a morte eterna à luz e à vida com Cristo. Aqueles que de coração aceitaram sua salvação, foram cheios pelo poder da luz com boa vontade.
(c) Jesus se tornará a sua luz, mesmo que as trevas estejam lhe engolindo.
J. Calvino:
Não há nada que Satanás mais tente fazer do que levantar névoas para obscurecer Cristo; pois ele sabe que dessa forma o caminho está aberto para todo tipo de falsidade. Assim, o único meio de manter e também restaurar a doutrina pura é colocar Cristo diante dos nossos olhos, exatamente como Ele é, com todas as Suas bênçãos, para que Seu poder possa ser verdadeiramente percebido.
A revelação de Deus pode ser comparada a um concerto apresentado por uma orquestra. Algumas pessoas vêm para assistir ouvem apenas os instrumentos expressarem a melodia e harmonia da música. Outros vêm e estão familiarizados com compositor e conhecem as palavras que acompanham a música. Estes, com certeza, ouvem muito mais do que a música. De igual maneira, só aqueles que têm um relacionamento pessoal com o Criador, através de Jesus Cristo, podem compreender tudo que Ele faz e desfrutar plenamente das bênçãos maravilhosas que Ele oferece.
02. O Senhor Jesus Cristo é a luz que dissipa todas as trevas espessas da humanidade. (v. 5)
(a) Esse é o retrato desde sempre, na história da humanidade.
Isaías 9.2 (NAA)
2O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte resplandeceu-lhes a luz.
Rick Villodas:
Isaías fala profeticamente sobre um dia que viria - e que já veio, em Jesus. No entanto, também esperamos por outro dia em que a escuridão será total e definitivamente vencida. Esta é a promessa nestes tempos de Advento.
O Advento nos lembra que não importa quão escuro esteja, a luz veio, e está vindo. Portanto, tenha bom ânimo! A escuridão que você sente hoje não terá a última palavra. Nem a dor, nem a incerteza, nem o desespero. Como Wendell Berry disse uma vez: “Tudo fica mais escuro e mais escuro e mais escuro, e então, Jesus nasce”.
(b) Uma relação antônima ao que foi proposto por Deus, na criação.
Gênesis 1.3 (NAA)
3Então Deus disse: — Haja luz! E houve luz.
(c) Esse trecho aqui, nos lembra da missão de Jesus, que foi prevista por Isaías, em seu “Evangelho”:
Isaías 42.6–7 (NAA)
6“Eu, o Senhor, chamei você em justiça; eu o tomarei pela mão, o guardarei, e farei de você mediador da aliança com o povo e luz para os gentios;
7para abrir os olhos dos cegos, para tirar da prisão os cativos, e do cárcere, os que jazem em trevas.
Isaías 49.6 (NAA)
6Sim, ele diz: “Para você, é muito pouco ser o meu servo para restaurar as tribos de Jacó e trazer de volta o remanescente de Israel. Farei também com que você seja uma luz para os gentios, para que você seja a minha salvação até os confins da terra.”
(d) Também:
1:5 a luz brilha na escuridão O contraste entre luz e escuridão é um tema proeminente no Evangelho de João (compare João 1:8-10; 1 João 2:8-10). Esta antítese se baseia na Gen 1:1-5(ver nota em João 1:1) bem como tradições OT do advento do Messias como uma luz amanhecendo sobre um mundo de escuridão física e espiritual (por exemplo, Isa 9:2; 60:1-2).
Paul Tripp:
A história do Natal é realmente uma história de luz. Não, não as luzes que decoram a cidade onde você mora, ou as luzes que você cuidadosamente pendurou na árvore em sua sala de estar, ou as velas que você colocou em suas janelas. Não, esta história é sobre a luz que vem a um mundo que tinha sido tristemente lançado nas trevas. Sob o peso do manto de rebelião e pecado, o mundo tornou-se um lugar escuro. Na escuridão da imoralidade, injustiça, violência, ganância, autojustiça, roubo, racismo e uma série de outros males, o mundo estava desesperado por luz. Todo mundo era parte do problema e todo o mundo sofreu com isso, mas ninguém poderia resolver.
A solução de Deus era a única maneira. Ele enviou aquele que é luz para ser a luz que ilumina o mundo pela sua graça. Ele veio para a escuridão para que pudéssemos conhecer a luz e vida para sempre. Aqui está a história de que somente a luz de Natal pode derrotar a escuridão e essa luz veio a nós!
03. Outras aplicações:
(a) A vida estava em Jesus. E essa verdade é atemporal: ela esteve, está e sempre estará em Jesus. Não há vida fora de Jesus!
Toda a vida está em Cristo, incluindo a vida física ou biológica, porém João está se referindo especificamente à vida espiritual.
Doriani, Daniel M.; Ryken, Philip G.; Philips, Richard D.. A encarnação nos Evangelhos (p. 169). Editora Cultura Cristã. Edição do Kindle.
João 3.16 (NAA)
16Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Devemos pensar em vida eterna não apenas em termos de quantidade, mas também de qualidade. É a vida que Deus tem, viva agora em nós. Não é o prolongamento do tipo terreno de vida que temos, mas a vida celestial que tem início dentro de nós no momento em que cremos em Jesus e que jamais termina. Infindáveis milhões de anos a partir de agora, a vida que é de Deus ainda será nossa em Cristo e por meio dele.
Doriani, Daniel M.; Ryken, Philip G.; Philips, Richard D.. A encarnação nos Evangelhos (p. 170). Editora Cultura Cristã. Edição do Kindle.
(b) Jesus é a luz que brilha intensamente, e dissipa todas as trevas que insistem em nos rondar.
James Boice comenta: “Jesus é revelado como Aquele que conhece Deus o Pai e que o torna conhecido [...] Antes que Cristo viesse ao mundo, o mundo estava em trevas. O mundo não conhecia Deus. Cristo veio. Sua luz resplandeceu perante os homens. Então, os homens tiveram a luz do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo.”
Doriani, Daniel M.; Ryken, Philip G.; Philips, Richard D.. A encarnação nos Evangelhos (p. 173). Editora Cultura Cristã. Edição do Kindle.
João 12.46 (NAA)
46Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.
João 8.12 (NAA)
12De novo, Jesus lhes falou, dizendo: — Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.
“A vida estava nele e a vida era a luz dos homens” (Jo 1.4). Esse lindo texto resume o que significa ser semelhante a Cristo. Jesus deseja que você seja uma lâmpada refletindo ao mundo a luz de Cristo. Ele quer que você revele Deus aos que estão à sua volta; ele espera que você anime outros para que busquem a verdade e o amor; ele quer que você seja um guia para outros; quer ver a sua luz resplandecendo em você e por seu intermédio para trazer outras pessoas à vida.
Doriani, Daniel M.; Ryken, Philip G.; Philips, Richard D.. A encarnação nos Evangelhos (p. 175). Editora Cultura Cristã. Edição do Kindle.
Mateus 5.16 (NAA)
16Assim brilhe também a luz de vocês diante dos outros, para que vejam as boas obras que vocês fazem e glorifiquem o Pai de vocês, que está nos céus.
(c) As trevas são combatidas eficazmente pela luz que está em Jesus. Logo, não temos que temer os embates que temos no mundo. Com Cristo, somos mais que vencedores!
João 3.19 (NAA)
19A condenação é esta: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
Nada condenou mais este mundo do que sua reação à vinda de Jesus Cristo. Se alguém lhe disser que o mundo ou a raça humana são bons em sua essência, lembre-o do que fizeram a Jesus. Ele veio sem qualquer pecado, realizou curas e ensinou o caminho para Deus. Era uma luz brilhando nas trevas. Contudo, foi por essa mesma razão que o mundo o odiou. Os hipócritas fariseus se ofenderam porque ele expôs o legalismo deles. Os sacerdotes e escribas invejaram a sua popularidade. Os romanos, sedentos de poder, o viram como uma ameaça ao seu domínio militar. E não se tratava apenas da elite, pois as pessoas comuns também exigiram o sangue de Jesus: “Fora! Fora! Crucifica-o!”, exigiram de Pôncio Pilatos (Jo 19.15). Quando o Filho de Deus veio ao mundo, o mundo o pregou numa cruz – a mais cruel forma de execução que se poderia imaginar – para sofrer e morrer. Hoje, do mesmo modo, as pessoas desprezam Jesus; apesar de supostamente admirá-lo, elas rejeitam sua alegação de ser Salvador e Senhor e sentem-se ofendidas com seu exemplo santo, pois ele expõe os seus pecados.
Doriani, Daniel M.; Ryken, Philip G.; Philips, Richard D.. A encarnação nos Evangelhos (p. 176). Editora Cultura Cristã. Edição do Kindle.
João 1.5 (NVI)
5A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram.
É esse o sentido que encontramos na Nova Versão Internacional: “as trevas não a derrotaram”. Leon Morris explica: “A luz e as trevas travaram um conflito amargo e as trevas não conseguiram prevalecer.”
Doriani, Daniel M.; Ryken, Philip G.; Philips, Richard D.. A encarnação nos Evangelhos (p. 178). Editora Cultura Cristã. Edição do Kindle.
Ilustr.:
J. C. Ryle e William Macdonald:
Só não temos mais registros porque nossas mentes rasas não suportariam tanta informação! De fato, as bibliotecas do mundo inteiro não comportariam a revelação divina se fosse relato tudo o que Jesus fez ou falou. Somente foram relatadas as obras e palavras de Cristo que as mentes dos homens podem assimilar.
Existem suficientes relatos para tornar o incrédulo indesculpável, para mostrar o caminho do céu àquele que o procura, para satisfazer o coração de todo crente sincero, para glorificar a Deus e condenar todo aquele que não se arrepender e crer.
O propósito central do evangelho: Certamente não podemos lê-lo de forma reflexiva e em oração sem deixar de renovar nosso amor pela pessoa bendita de Jesus.
Ilustr.:
Foram encontradas na parede de um estreito quarto de um asilo, escritas a lápis as conhecidas palavras: “Se pudéssemos encher os oceanos com tinta, e os céus fossem feitos de pergaminho; e todo graveto na terra se convertesse em penas, e toda criatura exercesse o ofício de escriba. Ao escrever o amor celestial de Deus os oceanos secariam suas águas; e todos os livros não poderiam cabê-lo mesmo que fossem esticados de céu a céu.”