O nascimento de Jesus - Mt. 1:18-25

Introdução

Apesar das circusntâncias em que estamos vivendo, circunstãncias incomuns: liberdade de expressão cerceada; passaprote sanitário obrigatório, etc, no sábado próximo, milhões de pessoas em todo o mundo celebrarão o Natal.

É interessante, que o nascimento histórico de Jesus aconteceu em circinstãncias bastante incomuns:

Vejamos as cricunstãncias em que Jesus nasceu e para quê Jesus nasceu...

I- Jesus nasceu em circunstâncias bem incomuns -Mt. 1.18-19

A. Esse texto nos diz que o nascimento de Jesus é um milagre (v. 18)

1. Maria “estava comprometida a casar-se” com José - eram noivos;

2. Um contrato, que só poderia ser rompido por meio de um divórcio legal;

3. Era como se eles já fossem casados legalmente, mas ainda morando em casas separadas e sem ter relações íntimas.

B. O texto também nos diz que o nascimento de Jesus trouxe a José uma crise pessoal (v. 19)

1. Imagine a situação de José;

2. O texto diz que José era um homem justo;

3. Mas, também, era compassivo - José não queria difamar Maria. Por isso, ele decide ir embora e dar a ela o divórcio. O caso seria resolvido de forma privativa, e não publicamente.

C. Por ser uma gravidez incomum, José ficou preocupado:

Porém, Deus quem estava fazendo aquilo, e ainda assim José estava confuso e com medo.

E então ele quis resolver o problema da sua própria maneira.

Aplicação:

1. Muitas vezes, diante da misteriosa providência de Deus, nós reagimos assim: ficamos com medo, e às vezes, reagimos até mesmo com incredulidade.

2. Nem sempre o evangelho vem para deixar a nossa vida mais fácil:

Muitas vezes a nossa vida fica mais difícil. Muitas vezes, dificuldades que não existiam passaram a existir, e conflitos que você nunca teve, passará a ter. Você tem a sua vida toda planejada… É claro que ficamos com medo. É claro que ficamos confusos e inseguros.

3. José não entendia ainda o significado daquele nascimento. E, por isso, ele resolveu dar o seu próprio jeito.

Mas então algo mudou a disposição de José. Ele ouviu o evangelho. Ele entendeu o que Deus estava fazendo.

E então ele creu, e passou a ter parte naquilo. O que nos leva à segunda lição.

II. Jesus nasceu para trazer salvação - Mt. 1. 20-21

A. José estava ali, com medo, confuso, querendo deixar Maria secretamente.

1. Então Deus interviu. Ele enviou um anjo, que apareceu a José.

2. E o anjo veio, de certa forma, anunciar o evangelho a José.

E esse anúncio transformou a disposição de José.

B. Mas o que dizia esse anúncio do anjo?

1. Veja que o anjo diz assim a José: “José, filho de Davi!”. Veja, é a única vez em todo o NT que alguém que não é Jesus é chamado de “filho de Davi”. E isso é muito importante.

2. José era descendente de Davi. Deus havia prometido a Davi que um dia um filho de sua dinastia reinaria para sempre. Era uma promessa a respeito de Jesus. E desde então Deus cuidou dessa dinastia de reis, preservando-a de muitos perigos e mantendo-a muito tempo no trono de Judá; apesar de seus pecados contínuos.

3. O anjo estava lembrando a José das promessas de Deus à sua família. Essas promessas estavam prestes a se cumprir! Ele está chamando atenção de José às promessas pactuais de Deus para com seu povo.

4. O anjo diz: “Não temas receber Maria, tua mulher”.

E aqui fica revelado o que se passava no coração de José. Ele tinha medo. Mas o anjo foi enviado ali para encorajar José, porque ele tinha um papel a cumprir, e deveria executar isso com coragem.

5. O anjo deu algumas razões a José para não ter medo:

5.1. Uma razão é que quem estava realizando tudo aquilo era o próprio Deus. Foi o Espírito Santo quem gerou a criança no ventre de Maria. É Deus quem está operando aquilo. Tudo aquilo que estava acontecendo e que enchia o coração de José de temor tinha um propósito.

5.2. Uma outra razão é que a criança que nasceria “salvará seu povo dos seus pecados” (v. 21b).

O anjo está dizendo que o filho de Maria é o Salvador. Ele é o Messias, o Rei tão esperado, que traria salvação a seu povo.

Os judeus tinham essa essa esperança pelo Messias enviado de Deus, que viria da família de Davi, e o anjo estava afirmando com todas as letras que esse Salvador era Jesus.

C. Mas o que é muito interessante é que a salvação que esse Messias traria não é qualquer tipo de salvação.

É a salvação dos pecados. Os judeus esperavam por um salvador nacional, alguém que os libertaria do domínio estrangeiro. Eles esperavam por libertação política, econômica, social.

Aplicação:

1. Muitas vezes nós queremos uma salvação assim. Nós queremos ser salvos das situações difíceis. Nós queremos ser salvos do sofrimento. E nós tantas vezes buscamos tal tipo de salvação em ideologias, em políticos e figuras messiânicas, ou em nós mesmos e nas nossas estratégias.

2. Mas a libertação que Jesus traz é muito mais profunda. É a solução para o principal problema da humanidade: o pecado que habita em nosso coração. Era essa a a salvação que foi, de fato, prometida a Israel. É essa a salvação que José, por ser da família de Davi, deveria ansiar.

3. E é por isso que essa criança se chamaria “Jesus”. O nome Jesus é uma tradução grega de um nome do AT: Josué. Josué é aquele sucessor de Moisés, que levou o povo de Israel a entrar na terra prometida, e que livrou o povo de seus inimigos.

3.1. Jesus é o verdadeiro Josué. Ele é o verdadeiro sucessor de Moisés. É ele quem nos tira da escravidão do pecado e nos leva à terra prometida. E o nome de Josué tem um significado especial. Esse nome forma a seguinte frase: “Yahweh é a Salvação”. O nome Jesus tem esse significado: “O SENHOR é a Salvação”.

3.2. Jesus é o nosso Salvador:

Ele é o Deus que se fez homem;

Ele veio para assumir a nossa dívida perante o Pai.

Nós somos pecadores, e merecemos a morte por causa de nossa ofensa a Deus.

Mas Jesus veio para assumir o nosso lugar. Ele foi condenado em nosso lugar. E, assim, agora podemos ter paz com Deus.

3.3. É por isso que José não precisa mais ter medo. Porque Deus dirigiu a História para a realização de seu propósito, e o seu propósito é revelar o Filho para a nossa salvação.

III. Jesus nasceu para cumprir as promessas de Deus - Mt. 1.22-23

A. Veja, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor. Tudo o que foi narrado por Mateus, todas as coisas, nos seus mínimos detalhes, estão debaixo do domínio soberano de Deus, a fim de que aquilo que foi determinado por Deus acontecesse. E o centro de toda a história é Cristo!

1. E veja, Mateus diz que no v. 22: “O Senhor havia declarado pelo profeta”. Aqui temos a afirmação de que tudo o que os profetas disseram foi, na verdade, dito por Deus.

2. E isso é muito importante aqui, porque temos aqui uma profecia do profeta Isaías. E essa profecia tinha um significado para a época, mas também teve um significado posterior. Isso mostra que Deus já tinha escrito toda a história, e foi ele quem fez a profecia, a fim de apontar para algo além do tempo de Isaías (Is. 7.14).

3. Mateus está mostrando para nós que tudo isso se cumpriu. O Filho de Deus, o Verbo Encarnado, veio habitar entre os homens. O Senhor cumpriu as suas promessas. Todas as coisas que acontecem são ordenadas por Deus, a fim de cumprir o propósito de Deus. Deus está cumprindo a sua agenda, que nem sempre é a nossa agenda.

4. José não podia fugir disso. Ele não podia confiar mais em seu plano que nos planos de Deus. Ele teve de permanecer e cumprir o seu papel.

Isso nos leva ao nosso último ponto...

IV. O nascimento de Jesus requer uma resposta - Mt. 1.24-25

A. A revelação do anjo a José não era tão somente informativa - havia um chamado.

1. O próprio José teria um papel em tudo aquilo. Qual era o papel de José?

1.1. No versículo 21, onde o anjo diz: “a quem darás o nome de Jesus”, o verbo “darás” está na segunda pessoa. Veja, o anjo está dizendo que quem dará o nome a Jesus é o próprio José.

1.2. Naquele tempo, os meninos recebiam o seu nome no oitavo dia, no dia da circuncisão. E quem era o responsável por dar-lhe o nome era o pai. Ao dar nome a Jesus, José estaria se tornando o seu pai adotivo.

2. É muito interessante que Maria teve o momento em que aceitou o seu chamado e se submeteu à vontade do Senhor. Mas não apenas Maria teve de passar por isso. José também! Ele precisou, assim como Maria, de se submeter ao propósito de Deus, tornando-se assim pai adotivo de Jesus.

3. Não é a toa que a genealogia de Jesus que aparece aqui em Mateus é a genealogia de José, e não de Maria. No evangelho de Lucas, temos a genealogia que liga Jesus ao rei Davi por meio da família de Maria. Aqui no evangelho de Mateus, a genealogia liga Jesus a Davi por meio de José.

4. Era importante que José assumisse Jesus, porque assim ele seria legalmente um filho de Davi. E José fez isso. Ele aceitou esse trabalho. Os versículos 24 e 25 dizem que José casou-se com Maria, e guardou-se de ter relações com ela até que nascesse o menino, a quem chamou de Jesus.

5. Antes José tinha medo.

Então ele entendeu o propósito de Deus. Agora ele se associa aos propósitos de Deus, ele assume sua parte naquilo que Deus está fazendo. Ele desistiu de fugir. Ele agora quer participar.

Conclusão O evangelho é a verdade de que Deus enviou seu Filho ao mundo para nos salvar dos pecados.

Mas o evangelho também trouxe e trará confusão ao mundo. O evangelho levantará oposição, nos trará dificuldades, e nos tirará da zona de conforto, como tirou José. Muitas vezes, enfrentaremos oposição ou situações que fogem completamente ao nosso controle, e, seremos tentados a buscar nosso próprio meio e modo de salvação, ao invés de confiar em Deus.

O que fazer quando o medo toma conta de nosso coração? O texto nos diz algumas verdades que devem trazer conforto ao nosso coração.

O texto nos mostra que é o próprio Deus quem operou tudo aquilo que estava acontecendo.

Deus tinha em vista dois propósitos: salvação e cumprimento.

Deus quer salvar pecadores, e ele cumprirá suas promessas. José só tinha de tomar parte nisso.

Isso pode nos trazer esperança. Talvez as circunstâncias da sua vida fujam ao seu controle. Talvez você tenha, em algum momento, de sofrer por causa do evangelho. Talvez a vida cristã lhe traga certos conflitos e dificuldades, e você até mesmo pense assim: “Se eu não fosse crente, tudo seria tão mais fácil!”.

Nessas horas, lembre-se que Deus é quem está operando todas as coisas. Até mesmo as pequenas coisas tem um propósito.

Lembre-se que todo o desenrolar de a história tem como objetivo a revelação de Jesus Cristo.

Ele é o centro da história, passada e futura. Nós somos apenas instrumentos de Deus, parte do desenrolar dessa história que é muito maior do que nós.

Isso significa que a agenda de Deus é diferente da nossa agenda. Nem sempre Deus planeja que sejamos bem sucedidos. Nem sempre Deus planeja que tudo dê certo para nós. Porque o fim da história é Cristo.

Nós não somos protagonistas da nossa própria história, Cristo é.

Lembre-se de que Deus fará cumprir tudo aquilo que prometeu.

Tudo aquilo que é propósito dele, ele fará cumprir. Sabemos disso porque Deus já cumpriu. Ele já nos enviou Jesus, e nele foram e estão sendo cumpridas as promessas de salvação a seu povo. Jesus veio resolver o principal problema de todos: o pecado. E ele o fez. Então, irmão, não tenha medo. Não fuja. Não se apegue às suas estratégias de salvação. Considere aquilo que Deus está fazendo, e responda ao chamado de Deus com fé e com prontidão, como José o fez.