O AMOR MANIFESTADO ATRAVÉS DE JESUS – 1J0. 4.7-10
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INTRODUÇÃO
Ontem, celebramos o Natal - o nascimento de Cristo. Logo tudo ficará no esquecimento. Normal. Porque celebrar natal não significa conhecer e reconhecer Jesus como o Filho Unigênito de Deus, em bora, de fato, a história do Natal seja a história da manifestação do amor de Deus através de Jesus Cristo.
O texto afirma que Deus é amor. Esta é uma das mais importantes e mais preciosas verdades para um crente. O amor é essencial e definidor de Deus. O amor não é um conceito abstrato, mas sim uma qualidade pessoal de Deus.Isso significa que entender o que realmente o amor é exige que consideremos tudo mais sobre Deus – sua santidade, sua justiça, sua bondade, etc.a justiça de deus por exemplo, molda o amor de Deus, da mesma forma que o amor molda a sua justiça.
Com isso, eu quero desconstruir qualquer ideia equivocada que você tenha assimilado dos filmes e das novelas em que o amor é divinizado para justificar casos extraconjugais,, divórcio, fornicação, coabitação, privar os filhos de sua mãe biológica para satisfazer o sonho de dois homens de serem uma família, nunca disciplinar os filhos, falar desonestamente, etc.
João menciona a questão do amor em passagens anteriores (2.7–11; 3.11–18,23). Agora, de modo abrupto, ele apresenta uma discussão completa sobre esse tópico. Nessa discussão, João continua a apresentar contraste e paralelismo. Os estudiosos provavelmente estão certos ao ver os versículos 7 a 10 como uma expressão poética (comparar com 2.12–14)
Eu gostaria de compartilhar com vocês três verdades simples sobre o amor
I. O AMOR PROCEDE DE DEUS (7-8)
A. ESSES DOIS VER. FALAM DO AMOR QUE VEM DE DEUS E DESCREVEM O CRENTE COMO AQUELE QUE AMA E CONHECE DEUS:
1. “Amados, amemo-nos uns aos outros”. João se dirige aos seus leitores como a caros amigos (2.7; 3.2,21; 4.1,7,11), mas cujo sentido literal no original é mesmo “amados”.
2. Ele inclui na frase uma exortação para que amem uns aos outros. O que ele está discutindo não é a afeição que membros de uma família têm uns pelos outros.
3. Na realidade, escreve o verbo amar relacionado ao “amor divino”. João indica que Deus inicia o amor, derrama-o sobre seu povo e espera que este, em troca, mostre o mesmo amor entre si.
B. “TODO AQUELE QUE AMA É NASCIDO DE DEUS E CONHECE DEUS”
1. Essa, portanto, é a marca característica do crente.
A pessoa que é nascida de Deus (2.29; 3.9; 5.1) é uma janela por meio da qual o amor de Deus brilha para o mundo. O crente expressa seu amor pelo próximo ao fazer ao próximo aquilo que ele próprio deseja que outros façam a ele. Em resumo, ele mostra seu amor ao obedecer à Regra Áurea (Lucas 6.31). Seu amor é genuinamente altruísta.
2. O crente ama seu próximo como a si mesmo pois, de acordo com João, o crente conhece Deus, ou seja, ele tem comunhão com Deus, o Pai, e seu Filho (1.3) e, assim, reflete a virtude do amor.
Consequentemente, quando João diz “[ele] conhece Deus”, talvez fosse sua intenção refutar os hereges gnósticos de sua época, que se orgulhavam de ter o conhecimento de Deus.
C. “AQUELE QUE NÃO AMA NÃO CONHECE DEUS”
1. João compara o crente com o descrente: ele observa que, quando o amor não está presente, não existe o conhecimento de Deus.
A pessoa que não se comunica com Deus por meio da oração e deixa de ler a Bíblia não pode ser o instrumento por meio do qual Deus demonstra o seu amor divino.
2. O descrente nem sequer começou a conhecer Deus. Sem o conhecimento de Deus, não há amor. Amor e conhecimento de Deus são dois lados da mesma moeda.
D. “DEUS É AMOR”
As crianças aprendem essas palavras na igreja e em casa. Os adultos guardam com carinho essas três palavras, pois nelas João declarou uma das características de Deus: o amor.
Isso significa não apenas que Deus ama sua criação e seu povo, ou que Deus é cheio de amor. Significa que, no mais profundo de seu ser, Deus é amor. E essa é a mensagem que João transmite por meio de sua epístola.
Agostinho observa que “se nada fosse dito em louvor ao amor ao longo das páginas dessa epístola, se mais nada houvesse nas páginas das Escrituras e somente essa única coisa nos fosse dita pela voz do Espírito de Deus, pois Deus é amor, não precisaríamos de mais nada”.
II. O AMOR TORNOU-SE VISÍVEL POR MEIO DE JESUS (9)
A.O AMOR DE DEUS EMANA DE SEU SER IRRADIANDO-SE PARA NÓS E EM NÓS, QUE O RECONHECEMOS POR MEIO DE JESUS CRISTO
1. O Filho de Deus é prova visível do amor de Deus para com seu povo. Assim, João escreve:
“Foi assim que Deus mostrou seu amor por nós”. Deus enviou seu Filho ao mundo.
2. Observe que João não cita o nome de Jesus ou Cristo;
ao invés disso, ele usa a palavra Filho para chamar a atenção sobre o relacionamento íntimo entre Pai e Filho. Deus, o Pai, mandou seu Filho ao mundo. Mais do que isso, enviou “o seu único Filho” (ver também Jo 1.14,18; 3.16,18).
3. Jesus não é um Filho entre muitos outros. A expressão unigênito “é usada para marcar a singularidade de Jesus sobre todos os seres terrenos e celestiais”.
4. Deus enviou seu Filho unigênito ao nosso mundo pecador para nos dar vida. Se Deus, o Pai, tivesse dado o mundo como presente ao seu Filho, por ser ele herdeiro, Deus teria mostrado prova evidente de seu amor para com ele, e não teríamos dificuldade em entender esse gesto de amor de Deus, mas o texto diz que Deus “enviou seu único Filho ao mundo para que pudéssemos viver por meio dele”. Deus deu seu Filho para morrer na cruz para que pudéssemos ter vida eterna. Ele nos deu seu Filho.
Essa mensagem é inescrutável, somos incapazes de imaginar a profundidade do amor de Deus por nós.
III. O AMOR REINVINDICA A AUTORIDADE POR MEIO DA CRUZ (10)
A. “ISTO É AMOR: NÃO QUE NÓS AMAMOS DEUS, MAS QUE ELE NOS AMOU”
1. João descreve a questão primeiro de modo negativo e depois positivo. Ele expressa de maneira negativa que não amávamos a Deus. João não diz “Deus nos ama porque somos os filhos amorosos de Deus”. Não, a verdade é o oposto, pois Paulo nos diz que temos uma disposição pecaminosa que é inimiga de Deus (Rm 8.7).
2. Positivamente, João afirma com toda certeza que o amor é originário de Deus, e não do homem (usar como referência 4.19; 2Ts 2.16). Deus ama os que não merecem amor. Como escreveu um poeta anônimo:
Busquei o Senhor e só então vim a saber
Que ele transformou minh’alma ao me procurar;
Não é que encontrei o verdadeiro Salvador,
Fui, sim, encontrado pelo Senhor.
Encontro, caminho, amo; mas todo esse amor
É só minha resposta a ti, Senhor!
Pois desde muito antes, com minh’alma estavas,
Sempre, sempre eras tu quem me amavas.
3. João conclui dizendo que Deus “enviou o seu Filho como sacrifício expiatório por nossos pecados”. Numa parte anterior da epístola, João escreveu as mesmas palavras (ver 2.2).
O Filho unigênito de Deus cobriu nossos pecados e nos libertou da culpa. Observe que, nessa última parte do versículo 10, o contraste é entre o Filho de Deus e nossos pecados. Deus tomou a iniciativa de mostrar seu amor ao ser humano quando enviou seu Filho.
CONCLUSÃO
As implicações disso, é que a comunhão com o Deus de amor é desfrutada pela prática constante do amor fraternal, que procede de Deus e capacita o crente a partilhar da vida divina e experimentar plena segurança (4.7–21):
Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; ora, os seus mandamentos não são penosos,
Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele.
Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada.
Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço.
Deus é amor, mas Deus também é Rei. A encarnação do Filho de Deus, não somente revela o amor de Deus pelo seu povo, mas também revela a autoridade de Deus em reivindicar tudo o que a rebelião usurpou, de modo que jesus cumpre os propósitos relacionados á criação e à redenção – isso é uma ação de amor.