A VINDA DO REINO - ISAÍAS 9.1-7
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A VINDA DO REINO (TEXTO: ISAÍAS 9.1-7)
INTRODUÇÃO – O TOTEM DA PAZ
Don Richardson nos Sawuis em Nova Guiné ilha do pacífico.
ELUCIDAÇÃO – Contexto de Isaías
TEMA: A VINDA DO REINO
TEMA: A VINDA DO REINO
1º TROUXE LUZ PARA OS QUE VIVEM EM TREVAS (VER. 1-2).
1º TROUXE LUZ PARA OS QUE VIVEM EM TREVAS (VER. 1-2).
De acordo com esses dois versículos e aquilo que vimos anteriormente a respeito do contexto no qual Isaías escreveu estas palavras, podemos entender a situação em que se encontravam as terras do Norte, Zebulom, Naftali, Galileia dos gentios. Aquele povo foi acometido de grande obscuridade, eles estavam em grandes trevas, em ausência completa de luz, estavam habitando as regiões da sobra sombra da morte. Essa ultima expressão revela a situação tenebrosa em que se encontrava aquele povo.
De acordo com o que podemos encontrar estudando o contexto e a geografia da época e o que o próprio texto nos revela, entendemos que aquela região era habitada não só pelo povo de Israel, era uma região de fronteira com outros povos, habitavam ali cananeus, arameus, hititas e mesopotâmios, era também uma região estratégica para que outros povos invadissem Israel, pois era uma região litorânea de fácil acesso e menor resistência do povo, já que eles estavam misturados com muitos povos. Sendo assim, quando a Assíria invadiu Israel, aquela região das terras do norte, Zebulom, Naftali e a Galileia foi a primeira região a ser invadida. Aquelas terras foram destroçadas, aniquiladas e saqueadas pelos inimigos.
Invasões, exílio, grandes cercos, mortes, destruição, era tudo o que aquele povo deveria esperar por consequência de seus pecados, Deus tonaria desprezíveis aquelas terras, as deixaria em completa escuridão. Essa escuridão não era externa, o sol não apagou; as nuvens não cobriam o céu; o sol brilhava com a mesma força, mas a situação daquele povo depois do juízo de Deus era tão desesperadora que não havia mais luz nos corações dos habitantes daquelas terras, o Senhor apagou as suas esperanças, destruiu sua confiança e orgulho, os deixou sem qualquer perspectiva de futuro. Era debaixo dessa escuridão que se encontrava o povo escolhido do Senhor, trevas espessas tomaram seus corações.
Mas a promessa é que depois do nascimento do menino da Paz, quando este estabelecesse seu Reinado soberano e Eterno sobre aquele povo, derrotasse seus inimigos e governasse sobre eles, tempos diferentes se levantariam. Em meio àquelas trevas espessas brilharia a luz, não uma simples fagulha ou uma chama trêmula em meio à escuridão, mas uma grande luz que dissiparia todas as trevas daqueles corações entenebrecidos, o Senhor transformaria aquela situação, ele transformaria as regiões da sobra da morte em regiões governadas por sua intensa luz.
APLICAÇÃO
APLICAÇÃO
Isso apontava para o Próprio Cristo, ele é a própria luz que brilha nas trevas. Em todas as Escrituras Sagradas a luz é um dos símbolos da presença de Deus, muitas vezes quando o Senhor se manifestava a seu povo a figura da luz era utilizada para revelar a glória e majestade de Deus que dissipa as trevas. Essas palavras colaboram para o entendimento das palavras que foram ditas pelo profeta Isaías em capítulos anteriores quando ele diz: “Eis que a virgem conceberá e dará a luz um filho e chamará Emanuel”. Isaías 7.14. Que quer dizer Deus conosco. Ou seja, aquele que nasceria da virgem, habitaria com seu povo, ele seria o próprio Deus em forma de homem, a presença de Deus iria se manifestar claramente ao seu povo através da presença do messias. Isso quer dizer que o Salvador, o Messias, o Deus conosco seria a luz de seu povo, ele viria para acabar com a escuridão das almas que viviam sob as trevas.
Essa profecia se cumpre definitivamente com o nascimento de Cristo. Zacarias, pai de João Batista menciona isso quando profetisa cheio do Espírito Santo: graças à entranhável misericórdia de nosso Deus, pela qual nos visitará o sol nascente das alturas, para alumiar os que jazem nas trevas e na sombra da morte, e dirigir os nossos pés pelo caminho da paz. Lucas 1.78-79. Observe que são essas as Palavras profetizadas pelo profeta Isaías. Essas profecias se cumprem ao longo do nascimento e o ministério de Jesus. Como sabemos, quando Jesus nasceu e o rei Herodes soube do seu nascimento através dos Magos que foram para adorar o menino, este mandou matar todos os meninos de Belém e de seus arredores de dois anos para baixo com medo de que este menino tomasse seu trono, mas por providência divina Deus mandou um anjo a José advertindo que ele deveria fugir para o Egito, com a Criança e sua mãe. Mas observe o que diz O Evangelho segundo Mateus 4.19-23: Tendo Herodes morrido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e disse-lhe:
Dispõe-te, toma o menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram os que atentavam contra a vida do menino. Dispôs-se ele, tomou o menino e sua mãe e regressou para a terra de Israel. Tendo, porém, ouvido que Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá; e, por divina advertência prevenido em sonho, retirou-se para as regiões da Galiléia. E foi habitar numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito por intermédio dos profetas: Ele será chamado Nazareno.
Mais a frente ao longo do ministério de Jesus encontramos o seguinte relato em Mateus 4.12-16: Ouvindo, porém, Jesus que João fora preso, retirou-se para a Galileia; e, deixando Nazaré, foi morar em Cafarnaum, situada à beira-mar, nos confins de Zebulom e Naftali; para que se cumprisse o que fora dito por intermédio do profeta Isaías: Terra de Zebulom, terra de Naftali, caminho do mar, além do Jordão, Galileia dos gentios! O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz. Em Cristo todas essas profecias foram cumpridas.
Aquilo que era descrito pelo profeta, que estava para acontecer em seus dias, apontavam para algo maior, o Senhor não estava falando somente a Israelitas que viveram 700 anos antes de Jesus vir ao mundo, mas de coisas grandiosas que aconteceriam no futuro do seu povo. Cristo não veio somente para acabar com as trevas causadas pelas invasões e cercos assírios, ele não veio para reinar apenas em um governo político, para libertar seu povo de um exército humano, ele veio para algo maior e mais espiritual que essas palavras podem revelar.
Ele veio para tirar as trevas causadas pelo pecado no coração do homem, trevas tão densas e tão espessas, que ninguém jamais conseguiu dissipar. Trevas que os homens tentaram se livrar cumprindo a lei, tentando ser bons, fazendo sacrifícios, oferecendo ofertas, fazendo grandes obras, mas mesmo assim permaneceram nelas, em total escuridão. Trevas essas que deixariam os homens em escuridão eterna, na condenação justa por seus pecados, foram essas trevas que Cristo veio dissipar dos corações dos homens pperdidos
APLICAÇÃO
É desesperadora a situação daqueles nos quais a luz de Cristo ainda não brilhou em seu coração. O pecado coloca o homem em trevas tão densas que este fica tateando no escuro procurando uma direção sem encontrar, não consegue ir a lugar algum, este fica tropeçando em seus próprios passos, procurando uma saída ser ver nenhuma luz que o guie, estes se encontram nas regiões da sombra da morte e a consequência de seus pecados é a escuridão eterna, onde há choro e ranger de dentes, é nessa escuridão que os que rejeitam a luz de Cristo serão lançados, trevas que não se acabarão. Porque os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Este é o julgamento dos que permanecem nas trevas.
A Luz de Cristo já resplandeceu em seu coração? Quão bem-aventurado você é se Cristo já nasceu com sua maravilhosa luz em seu coração, se você já experimentou a luz de Cristo e já não vive nas trevas causadas pelo pecado. Você que afirma que foi iluminado por Cristo, tem de fato vivido na luz? É impossível pois que aqueles que uma vez experimentaram a luz de Cristo estejam vivendo a mesma vida de escuridão como os que ainda andam nas trevas. É impossível que os que foram iluminados pela luz de Cristo continuem fazendo as obras das trevas. Foi isso que Disse o Senhor Jesus em João 3.20-21: Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem arguidas as suas obras. Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus.
É assim que nós que recebemos a luz de Cristo devemos viver, devemos praticar a verdade para que a cada dia possamos nos aproximar mais da luz de Cristo. Novamente o apóstolo João nos escreve em sua 1 Epístola: “Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado”. Esse é o meu e o seu dever se você já foi iluminado pela luz de Cristo. Devemos fugir todos os dias das obras das trevas.
Quais são então as obras das trevas? O apóstolo Paulo fala sobre elas na sua carta aos Efésios e faz também um apelos aos crentes de Éfeso para que estes andassem na luz: Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos; nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas essas inconvenientes; antes, pelo contrário, ações de graças. Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. Ninguém vos engane com palavras vãs; porque, por essas coisas, vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência. Portanto, não sejais participantes com eles. Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz (porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade), provando sempre o que é agradável ao Senhor. Efésios 5.3-10. Então meu amado irmão, você que um dia experimentou a luz de Cristo, ouça esse apelo do Senhor da sua vida. Permaneça na luz como ele está na luz.
Meu querido ouvinte, é nosso dever como Cristãos andarmos na luz, mas não somente isso, é nosso dever como Cristãos ser luz em meio as trevas desse mundo. Se não fosse assim o Senhor Jesus não teria dito: Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. Mateus 5.14-16.
Esse é o nosso dever como cristãos, um dia a luz de Cristo brilhou sobre nossas vidas e nos iluminou. Agora nós precisamos refletir a luz de Cristo para aqueles que nos rodeiam. O nosso testemunho e as nossas palavras precisam mostrar a luz de Cristo, para que através das nossas vidas, os que vivem nas trevas possam ser também iluminados. Louvado seja o Nome do Senhor que retirou sua vida das trevas e das regiões da sombra da morte, agora ele quer te usar como instrumento de Deus para retirar outros de tão grande escuridão.
Quero me dirigir agora a você que depois de ter ouvido estas minhas palavras percebe que ainda se encontra em trevas, percebe que a luz de Cristo ainda não iluminou seu coração. Hoje Cristo convida a você que tem permanecido nas trevas a receber essa luz bendita. Hoje, de forma gratuita Cristo te chama para sua luz. Você que tem tateado em sua cegueira, tentado sozinho encontrar um caminho para andar, esbarrando nos obstáculos da vida sem nenhum rumo ou uma direção a seguir, você que procura a luz em todos os lugares, mas percebe que permanece nas trevas.
Quero dizer a você, que até que a Luz de Cristo nasça em seu coração você permanecerá no escuro como uma criança que acorda no meio da noite e não encontrando seus pais por perto ela chora desesperadamente, até que você reconheça sua condição e entenda que não conseguirá se livrar da escuridão até que clame por Cristo como uma criança chama por seus pais no meio da noite, reconhecendo sua dependência deles, você permanecerá na escuridão. Mas se você faz como aquela criança que grita, chama e clama por ele, então ele virá, acenderá a luz do quarto escuro e estará com você no meio da noite expulsando as trevas e os temores de seu coração.
Hoje o Sol da Justiça quer nascer em seu coração, o Sol Nascente das alturas quer visitar a sua vida trazendo luz para você que tem vivido nas trevas e nas regiões da sombra da morte. Não permaneça na escuridão, mas venha para a luz de Cristo. Aqueles que foram iluminados por Cristo jamais experimentarão as trevas, mesmo que a escuridão dos problemas da vida nos sobrevenha, jamais estaremos nas trevas. A luz de Cristo não é como a luz de uma vela ou de um candeeiro que é fraca e pode ser apagada por um simples sopro ou uma brisa leve, a luz de Cristo é como a luz do Sol que não pode ser extinta, mesmo que a noite venha, mesmo que as nuvens o encubram, mas ele não deixa de brilhar, ele permanece com o mesmo fulgor e calor. Assim e mais gloriosa é a luz de Cristo.
2º TROUXE ALEGRIA PARA OS QUE VIVEM ANGUSTIADOS (VER. 3-4).
Esses dois versículos mostram mais uma consequência do nascimento e governo do Messias. O texto começa dizendo que o Senhor multiplicou o seu povo. Para alguns comentaristas isso revela um crescimento decorrente da entrada dos gentios na igreja do Senhor, um crescimento constante do seu povo. Mas não só isso, o Senhor também aumentou a alegria em seu coração. A terra que estava aflita, angustiada e abatida, agora seria transformada em uma terra feliz e alegre.
O Senhor usa aqui duas figuras para ilustrar a alegria de seu povo com a vinda do Salvador. A primeira delas é a alegria dos trabalhadores na ceifa, ou na colheita, quando colhem os frutos do seu trabalho, e por isso fazem festa por causa do que colheram. A segunda expressão fala daqueles que exultam quando repartem os despojos, é uma expressão militar, usada todas as vezes que um exército vencia outro. O salário dos soldados era tudo o que eles podiam tomar dos outros povos, ouro, joias, pedras preciosas, objetos de valor, tudo isso era chamado de despojos. Ao fim da conquista o exército repartia aquilo que conseguiram se apossar. Por causa disso era a grande festa que os soldados faziam, repartindo os seus despojos.
Para aquelas terras que seriam invadidas, cujas propriedades e casas seriam saqueadas, cujos campos seriam queimados era grande a tristeza e a desolação. Mas com o nascimento do Messias tudo aquilo iria mudar, o sentimento deles não seria mais de um povo que foi destruído e roubado pelos inimigos, mas seria um sentimento de grande alegria de um povo vitorioso, que derrotou seus inimigos e canta alegremente pela sua vitória, não sendo despojado, mas despojando seus inimigos.
Mas existe um motivo principal pelo qual este povo devia se alegrar tanto, o porquê desta grande alegria é descrito a partir do versículo 4. Ele diz: Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre ele, ou seja, numa linguagem rural o Senhor estava dizendo: Tu quebraste a canga que pesava sobre eles. O jugo ou a canga é um instrumento de madeira que até hoje é colocado num animal sobre os ombros para puxar alguma carga pesada. O Senhor quebraria não só o jugo, mas quebraria também a vara que era usada para ferir os ombros do animal quando este não queria fazer sua vontade, mais uma linguagem rural é usada aqui. Geralmente se usa uma vara de madeira com um ferro pontiagudo como um prego na ponta para ferir o animal para que este obedeça a vontade de seu dono. Outra expressão também é usada para expressar a mesma coisa, o Senhor também quebraria o cetro do opressor de seu povo. O cetro era um instrumento usado pelos reis, era um bastão curto que o rei levava na mão para mostrar sua autoridade e domínio, e era usado também para punir e humilhar os outros povos que estava sob seu domínio.
Todas as três figuras usadas, tanto do jugo, como da vara e do cetro apontavam para a derrota do povo pela Assíria. A fama dos assírios é que eles eram cruéis e colocavam jugos e castigos pesados sobre os povos que eles dominavam para humilhar e enfraquecer aquele povo.
Todas essas expressões são usadas para mostrar que a partir do nascimento do salvador e do seu grande governo que seria estabelecido, Deus libertaria seu povo e destruiria o poder de seus inimigos, acabaria com o governo e a autoridade daqueles que humilhavam o seu povo e os mantinham debaixo de jugo e opressão. O Senhor quebraria então o poder e a autoridade, eles seriam libertos. Esse era o motivo de tão grande alegria que iria encher o coração do seu povo.
Ele ilustra ao fim do versículo 4 que isso aconteceria com seu povo como aconteceu no dia dos midianitas. É uma referencia a juízes 7, quando Gideão venceu o exército dos midianitas com apenas trezentos homens, mostrando que não foi pela força, preparo ou quantidade de homens que eles conseguiram tão grande vitória, mas porque o Senhor estava com eles seus inimigos foram derrotados e o povo foi livre de todas as ameaças.
APLICAÇÃO
Mais uma vez o sentido das palavras profetizadas pelo profeta Isaías não tem um sentido apenas imediato, a libertação que o Senhor ia providenciar para seu povo não estava ligado apenas à derrota da Assíria ou de qualquer outro povo em um futuro próximo, mas ia bem além, para tempos distantes, quando Deus levantaria a verdadeira alegria para seu povo através do nascimento de um menino que os libertaria do jugo e do poder de um inimigo maior. O nascimento de Cristo mostraria a verdadeira alegria de seu povo.
Jesus não veio para libertar seu povo da opressão de inimigos terrenos, ele não se levantou como um rei com uma espada na mão para suscitar uma rebelião contra os inimigos de seu povo, ele não foi um rei como Davi e outros reis que com sua espada mataram muitos homens para defender seu povo e os levar a liberdade, ele não usou violência nem força física em toda a sua vida para dar alegria a seu povo. Ele não quebrou o jugo nem a vara de outros povos e muito menos o cetro de algum rei humano. Como então podemos dizer que esse texto fala de Cristo? Exatamente esse problema esteve presente na mente de muitos judeus dos tempos de Jesus, muitos não creram nele porque esperavam que o Messias viria usando a força e a violência para salvar seu povo, mas não foi isso que ele fez.
Mas não foi isso que Jesus veio trazer, ele veio oferecer algo maior e mais sublime, ele não veio oferecer algo terreno, material e passageiro, ele veio nos libertar de um poder maior que o poder dos homens. Antes do seu nascimento um anjo apareceu a José marido de Maria dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. Mateus 1.20-21. Foi para isso que Jesus veio, ele veio para nos salvar e nos libertar do poder dos nossos pecados, da escravidão e do jugo que foi colocado sobre nossas costas, do peso das terríveis cargas do pecado e do poder do diabo que nos afligia com a vara da sua servidão. Nós que andávamos segundo o curso deste mundo e o poder do príncipe da potestade do ar, do espírito que atua nos filhos da desobediência.
É essa a situação do homem sem Cristo, ele está morto em seus delitos e pecados, ele não tem vontade própria, a sua vontade é a vontade da sua carne, dos seus prazeres, a vontade do inimigo de sua alma. Ele não consegue escolher algo de bom porque o seu coração só pende para o mal, até as coisas que ele faz que parecem ser boas tem a marca do pecado por trás. Ele é servo, escravo e propriedade do seu próprio pecado e por mais que ele tente se libertar, por mais que deseje fugir de seus pecados por vontade própria ele jamais consegue, sempre o seu pecado o encontra e ele volta a praticar tais coisas, o seu pecado está sempre em sua cola, sempre seguindo seu rastro. O homem jamais conseguirá se livrar dele sozinho, ele ama o pecado e é dependente dele.
Por causa disto nós merecemos a punição pelos nossos pecados. Deus é Santo, a Bíblia nos diz que ele não toma por inocente aquele que é culpado e o salário do pecado é a morte. Esse é o preço que você e eu precisávamos pagar diante de Deus. Somente Cristo pode libertar o homem de seus pecados uma vez por todas, somente pela obra de Cristo em sua vida de obediência e sua morte na cruz nós podemos ser livres do poder dos nossos pecados, podemos ser libertos da escravidão da prática do pecado e nos livrar da justa condenação pela nossa culpa. Quando a obra de Cristo é aplicada em nós a sua justiça é imputada sobre nossas vidas, nós somos declarados justos por Cristo Jesus o Senhor. Foi para isso que ele veio, foi para isso que nasceu o menino da paz, não para nos livrar do jugo e da escravidão terrena, mas para nos salvar de algo maior e mais espiritual.
Esse é o grande motivo da nossa alegria, não nos alegramos em coisas terrenas e materiais, mas nos alegramos porque Cristo um dia nos salvou e nos libertou da escravidão do pecado e do poder de satanás, esse é o motivo da nossa alegria, é o motivo pelo qual o povo de Deus deve se alegrar como os trabalhadores na colheita e como os soldados que repartem os despojos. Porque o Senhor nos salvou da condenação dos nossos pecados.
ILUSTRAÇÃO
Para quem leu o livro O Peregrino de John Bunyan deve lembrar-se do seu personagem principal, chamado de Cristão e da sua jornada para se livrar do fardo de seus pecados. Para os que não leram ainda vou fazer um breve resumo dessa obra maravilhosa da literatura cristã. O Peregrino conta a história de um homem chamado Cristão que se encontra com outro personagem chamado evangelista e este lhe fala que ele precisava deixar a cidade da destruição e tomar o caminho rumo à porta estreita para que este possa se livrar do grande fardo que estava sobre suas costas, que seria o fardo do pecado. Cristão então passa a seguir o seu caminho rumo a porta estreita. Pelo caminho ele encontra várias dificuldades, vários outros personagens, alguns que o ajudam a prosseguir em sua viagem, já outros que o convencem a se desviar do caminho para porta estreita e tomar caminhos mais fáceis para se livrar de seu fardo. Ele consegue seguir seu Caminho e chega até Porta Estreita onde lhe apontam para onde deveria ir até se livrar de seu fardo. Seguindo seu caminho Cristão correu assim até alcançar um local íngreme, no alto do qual se erguia uma cruz, e pouco abaixo, no vale, um sepulcro. Assim que Cristão chegou à cruz, seu fardo, afrouxando, escorregou pelos seus ombros, caiu-lhe das costas e, tombando, foi descendo até a entrada do sepulcro, onde caiu. Então ficou Cristão alegre e aliviado, e disse de coração exultante: — Ele me concedeu repouso, pela sua angústia, e pela vida, e pela morte. Foi tão grande a alegria de Cristão ao se livrar de seu fardo que ele saiu andando e expressando palavras de Gratidão a quem o livrou de seu fardo.
APLICAÇÃO
Assim como o personagem deste livro essa deve ser a nossa atitude diante desses fatos. Você que teve seu fardo arrancado de suas costas e hoje é livre dos seus pecados, foi liberto pelo sangue de Cristo derramado na Cruz, deve exultar como Cristão, você tem motivos suficientes para sair cantando jubiloso pela salvação que recebeu do Senhor.
Muitas vezes negligenciamos a alegria da salvação que recebemos do Senhor e da libertação pelos nossos pecados que ele nos deu. Muitas vezes ouvimos tanto isso, que acabamos nos acostumando com tão grande verdade que não damos importância para ela mais. Não nos alegramos, não exultamos, não expressamos a alegria da salvação que ganhamos do Senhor como antes. Isso se tornou uma coisa totalmente normal, não mostramos mais gratidão ao Senhor pelo que ele fez em nossas vidas, as vezes até oramos e agradecemos por isso, mas nosso coração já não arde pelo que Cristo fez em nós.
Talvez isso aconteça porque o motivo da nossa alegria deixou de ser o Senhor e a sua salvação, talvez você tenha buscado outras coisas que alegrem sua alma que não seja o Senhor, talvez você tenha colocado sua alegria em coisas materiais, terrenas e passageiras e não exulta mais pelas coisas espirituais. Aqui neste texto o Senhor nos mostra que é nele que devemos nos alegrar e na salvação que recebemos dele. Lembro aqui de quando Jesus enviou setenta discípulos para pregar o Evangelho, estes depois regressaram a Jesus maravilhados porque até os demônios se submetiam a eles pelo nome de Jesus, mas Jesus os responde da seguinte forma: alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus. Lucas 10.20. Jesus mostra para aqueles discípulos que o real motivo de sua alegria deveria ser a salvação de suas vidas e era por isso que deviam exultar e se encher de júbilo, não por outros motivos.
Talvez você tenha perdido a alegria da sua salvação por causa de algum pecado que cometeu e se afastou do Senhor, se afastou da casa do Senhor ou da sua vida devocional, não ora mais, não lê e nem medida mais na Palavra de Deus, até duvida da sua salvação em Cristo. Não sente mais essa alegria nele. Talvez isso esteja acontecendo a pouco tempo ou há muito. Mas não há mais júbilo em seu coração. Davi passou por isso quando pecou com Batseba, adulterando, mentindo e até assassinando o marido daquela mulher para ficar com ela, quando foi confrontado pelo profeta Natã por causa do seu pecado e finalmente caiu em si e percebeu o que havia feito ele confessa ao Senhor o seu pecado e o Salmo 51 mostra bem isso. No versículo 12 ele faz o seguinte pedido ao Senhor: “Restitui-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um espírito voluntário”. É isso que Davi está pedindo ao Senhor, ele pede que o Senhor coloque novamente a alegria da salvação em seu coração porque o seu pecado o fez perdê-la.
Tanto em uma situação como em outra, precisamos pedir ao Senhor que restitua em nosso coração a alegria de sua salvação. Precisamos pedir ao Senhor que nos faça exultar como os trabalhadores que colhem os frutos da terra e como os soldados que repartem seus despojos. Devemos pedir ao Senhor que faça teu coração queimar de alegria pelo que Cristo fez em tua vida, que você jubile, exclame, exulte, pule, cante exalte a Deus pelo que ele fez em tua vida, te livrando do jugo do pecado que pesava sobre tua vida.
Mas quero aqui fazer um apelo a você que ainda não recebeu em sua vida tamanha alegria da salvação. Você que depois do que eu falei perc9ebe que ainda vive uma vida na escravidão do pecado, que ainda não conseguiu se libertar do fardo que está sobre suas costas. Você que não faz sua vontade, mas a vontade de sua carne, que até tem tentado se libertar, mas não tem conseguido, você que ama a prática do pecado e não quer se livrar dela, você que não experimentou um novo nascimento, você que procura alegria e felicidade pra tua alma em coisas transitórias como álcool, drogas, festas, mulheres, homens, namoradas, namorados, beleza, vaidade, dinheiro, prazeres carnais, família, trabalho, filhos, marido, sua casa, seu carro, seu casamento. Tudo isso que você procura, mas que ao final só te trazem angústia, agonia e não consegue preencher o vazio de seu coração.
Hoje Cristo te mostra quais são as consequências dos seus pecados, mas te oferece uma nova vida nele. Hoje ele oferece libertação de tua vida de pecados, eis que ele diz: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”. Mateus 11.28-30. Este é o convite sincero de Jesus para você que se encontra assim, ele quer aliviar teu fardo e te dar alegria verdadeira, ele que te dar a alegria da salvação, alegria que você não vai encontrar em lugar algum. Se você deseja se render aos pés de Cristo saiba de uma coisa, nele você encontrará a maior alegria que um ser humano pode encontrar, alegria que palavra alguma desse mundo pode expressar. Cristo Jesus, ele é nossa Eterna Alegria.
3º TROUXE PAZ PARA OS QUE VIVEM EM GUERRAS (VER. 5-7).
Neste versículo 5 O Senhor usa mais uma vez a linguagem militar para ensinar seu povo. Ele diz que toda bota usada pelos soldados em meio à batalha e toda roupa suja do sangue dos vencidos e dos vencedores serviriam de combustível para o fogo. Eles não precisariam mais desses instrumentos de guerra, não havia mais serventia para eles, eles poderiam ser queimados. Existe aqui mais um porquê, mais um motivo para lançar esses instrumentos de guerra no fogo. Esse motivo é apresentado no versículo 6 do texto, ele diz: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz;” O nascimento desse menino iria por fim a toda guerra, o seu governo iria apaziguar qualquer desavença de seu povo, ele seria o príncipe da Paz.
Observe que são mostrados aqui quatro nomes que descrevem esse grande Rei: Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz, mas segundo alguns comentaristas este último é a chave para o entendimento do versículo anterior e do próximo versículo, a expressão Príncipe da paz é o ápice desse versículo e de todas essas expressões, é como se aqui neste texto fosse a maior dessas expressões, a paz seria a marca registrada do governo deste menino que estava para nascer, pela paz o seu Reino será conhecido.
No versículo 7 ele continua descrevendo um pouco mais sobre o reinado desse menino. Ele fala que isso aconteceria “para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi, (mais uma vez a paz é destacada) e sobre o seu reino para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre”. Essas palavras mostram que o menino que estava para nascer seria um rei da descendência de Davi, e não só isso, ele não seria somente como os outros reis da descendência de Davi, mas seria o cumprimento de uma grande promessa feita por Deus ao próprio Davi, ela se encontra em 2 Samuel 7.16 que diz: “Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre diante de ti; teu trono será estabelecido para sempre.”
Nenhum dos outros reis de Israel e Judá conseguiu fazer isso, nenhum deles por melhor rei que pudesse ser, por mais justo, honesto, patriota ou guerreiro conseguiu estabelecer o reino de Davi de maneira tão gloriosa e majestosa, e muito menos para sempre. Nenhum homem mortal conseguiria estabelecer um reino para sempre, isso quer dizer que esse rei que nasceria da descendência de Davi não seria um rei humano como os demais, mas seria um rei eterno que se assentaria definitivamente sobre o trono de Davi.
Esse rei que viria estabeleceria seu governo trazendo grande paz ao seu povo e derrotaria todos os inimigos uma vez por todas e os conduziria à sua terra, onde o Reino seria estabelecido e a paz reinaria sobre o povo de Israel, sob o governo de Deus. Seria essa a função do grande Príncipe da paz.
APLICAÇAO
Observe que o entendimento do texto vai progredindo à medida que vamos lendo, nos versículos que expomos anteriormente podemos encontrar claramente o que o nascimento e o governo de Cristo trouxeram ao seu povo, sendo ele a luz e a alegria de Israel, mas aqui nestes três últimos versículos do parágrafo podemos ver de forma mais nítida e compreendermos de forma clara a profecia sobre o Messias, a pessoa de Cristo e o seu nascimento é destacado de forma inegável aqui. Essas Palavras se cumprem com o nascimento de Jesus, entramos isso em Lucas 1.32-33, quando o Anjo Gabriel apareceu a Maria e disse: “Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim”.
Entretanto, assim como falamos anteriormente, Cristo não trouxe a paz por meio da espada ou da força do seu braço, ele não expulsou os romanos para trazer seu povo. A paz que ele veio trazer foi uma paz humana, baseada em um governo político, não foi uma paz terrena entre os homens. O próprio Jesus chegou a afirmar isso em Mateus 10.34-36: Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra. Assim, os inimigos do homem serão os da sua própria casa. Agora eu vos pergunto, onde existe paz nisso? Em lugar algum! O propósito de Jesus não foi trazer paz entre os homens, entre reinos, entre nações, o propósito de Jesus não foi acabar com as guerras entre Israel e outros povos, isso é claro hoje quando assistimos aos noticiários e vemos quantas guerras Israel tem enfrentado.
Será então que Jesus falhou ao cumprir essa profecia? Será que ele cumpriu todas as demais e não conseguiu cumprir esta? Não! De modo nenhum! A paz que Jesus veio trazer é uma paz maior que uma paz humana, maior que a paz deste mundo, foi uma paz maior que uma mera paz entre os homens. A paz que Jesus veio trazer foi a paz entre o homem e Deus. O homem que está morto em seus delitos e pecados e é inimigo de Deus, está em guerra contra Deus, nós que estávamos mortos em nossos delitos e pecados éramos filhos da ira de Deus. É esta a situação do homem sem Cristo, ele está em guerra com seu Criador e não deixará de ser inimigo de Deus até que Cristo faça a reconciliação. Foi para isso que nosso Salvador nasceu, ele veio para nos trazer essa paz, ele veio para trazer a paz entre a criatura e o Criador, a paz que foi quebrada pelo pecado.
ILUSTRAÇÃO
Eu li a respeito de um Grande Cientista norte-americano chamado Greg Lehman, ele é um médico muito bem conceituado e que se tornou conhecido como ateu convicto nos Estados Unidos. Greg se orgulhava por não precisar de Deus, sendo um homem rico, bem sucedido e com uma família estruturada, ele gastava parte do seu tempo lutando contra Deus, a fim de negar sua existência. Greg era um homem orgulhoso e soberbo e se sentia superior aos cristãos porque eles precisavam de uma religião para viver, ele não. Certo dia ele começou a estudar a Bíblia, não para aprender sobre ela ou porque cria na Bíblia, ele passou a estudá-la a fim discutir com seus vizinhos que eram cristãos para procurar erros na Bíblia que pudessem acabar com a fé de seus vizinhos.
Mas ele foi pego de surpresa, ele usou a própria arma que Deus usa para quebrar os corações dos homens contra Deus e isso foi inútil. Quando ele passou a ler os evangelhos aquelas palavras tocaram profundamente seu coração, elas começaram a arder em seu peito e ele não encontrava erro algum que pudesse usar contra seus vizinhos, o tiro saiu pela culatra, a espada do Espírito tocou seu coração e o ateu convicto que lutava contra Deus agora se tornava um crente em Jesus Cristo. A paz que ele procurava encontrou no Senhor e se redeu a ele.
Foi isso que aconteceu com muitos homens como o apóstolo Paulo, que perseguia os Cristãos, mas se rendeu ao Cristianismo.
APLICAÇÃO
Foi sobre essa paz que Jesus estava falando em João 14.27: Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. É uma paz infinitamente maior, a paz que excede todo entendimento humano, é a paz que nos foi oferecida pelo Senhor Jesus. É paz que todo aquele que se encontra com Cristo verdadeiramente desfruta, é uma paz que está acima e que é melhor que nossa paz com os homens. É a paz que nos dá segurança em Cristo. Através dessa paz podemos ter a segurança de que mesmo que o mundo nos odeie por causa de Cristo, mesmo que o mundo nos persiga por causa do nosso testemunho, mesmo que as tribulações, as aflições, as angustias e as tempestades da vida nos sobrevenham. Podemos ter essa segurança por causa da paz de Cristo.
Quero fazer uma pergunta a você meu caro ouvinte, você que já recebeu essa paz de Cristo em sua vida, tem de fato desfrutado dela? Quando as turbulências, as aflições, as angústias, as depressões e as tempestades assolam sua vida, você tem experimentado essa constante paz, ou tem perdido as esperanças e se lançado nos braços do desespero e da agonia? Hoje Cristo te convida novamente a relembrar tão grande paz e desfrutar plenamente dela.
A saber que a paz de Cristo acalma e conforta nosso coração mesmo quando as maiores angustias e tristezas chegam a nosso coração, mesmo que as maiores decepções nos surpreendem, mesmo que as doenças mais terríveis nos acometam, mesmo que nossas finanças não estejam bem, mesmo que nossa família esteja desmoronando, mesmo que uma depressão profunda tome conta da nossa alma, mesmo até que a morte nos sobrevenha, a paz de Cristo é o nosso sustento, a paz de Cristo é o que mantém firme o nosso coração. Você já passou por uma situação como esta, na qual parecia que o mundo estava de cabeça pra baixo, que tudo estava desandando, mas uma paz sem fim inundou seu coração, uma paz que você não pode explicar, mas que te trouxe segurança, conforto e esperança? Essa é a paz de Cristo. A paz que nos acalma em nossas ansiedades e preocupações, por isso Paulo diz: e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus. Filipenses 4.7. Descanse na Paz de Cristo, e desfrute dessa paz sem fim.
Quero fazer outra pergunta a você que já conheceu a Cristo: Seu coração tem vivido em paz com Deus? Nós miseráveis pecadores, mesmo já libertos do poder do pecado, mesmo já morrendo para nossa velha natureza e vivendo uma nova vida em Cristo; mesmo reconciliados com Deus por meio do sacrifício de Cristo, ainda temos uma tendência de dar vazão ao velho homem, de querer que nossa velha natureza predomine e venhamos cair novamente em nossos pecados.
Muitas vezes temos a tendência de amar mais o mundo e as coisas que há no mundo do que ao Senhor, temos a tendência de nos deliciarmos mais dos prazeres que o mundo nos oferece do que das delícias de Cristo, usamos mais nosso tempo para as coisas do mundo do que com as riquezas de Cristo. Gastamos nosso tempo em redes sociais, em filmes, em novelas, em jornais, em séries, em livros, em conversas com outras pessoas, mas não separamos tempo para estar com o Senhor, lendo sua Palavra e nos colocando diante dele em oração. Não falo que essas coisas são pecado, mas se isso ocupa o lugar do Senhor em nossas vidas isso se torna idolatria.
Por isso a Palavra do Senhor nos diz: não compreendeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. Tiago 4.4. É assim que nos constituímos quando amamos ao mundo em lugar do Senhor. É em momentos como esses que parece que nosso velho homem quer voltar àquela antiga guerra em que vivíamos com Deus em nossos tempos de ignorância, em momentos como esses a velha natureza de Adão quer aflorar em nossas vidas e queremos nos rebelar contra nosso Criador e agora Senhor e Salvador.
Se você tem vivido desta forma e tem se afastado do Senhor fazendo sua vontade e não a dele, tem se rebelado contra o Senhor e voltado a lutar contra Deus, hoje, mais uma vez o Senhor te convida a desfrutar dessa paz de forma plena, ele te convida a lembrar de tão grande paz que um dia preencheu teu coração. Descanse na paz de Cristo.
Agora quero me dirigir a você que porventura ainda não recebeu a paz de Cristo em seu coração. Você Que tem vivido em guerra contra o seu Criador, você que tem vivido em seus pecados de forma desordenada e que tem amado essa vida de pecado. Você precisa entender que a amizade com o mundo é inimizade contra Deus e Ele não toma por inocente o culpado, você está debaixo da Ira de Deus e por isso merece a condenação por sua rebelião contra o Senhor que é Santo. Mas hoje, Cristo te oferece gratuitamente o seu perdão e reconciliação com Deus.
Você que tem buscado encontrar paz para sua alma em coisas deste mundo, que tem corrido de um lado para o outro procurando sossego para sua alma, você que tem procurado fugir dos problemas para ter essa paz, você que tem procurado diversão para conseguir a paz, você que tem procurado paz fazendo boas obras, tentando ser uma pessoa boa, você que tem tentado conseguir a paz usando suas próprias armas, com a força do seu braço. Eu quero falar uma coisa pra você, você não encontrará paz com suas próprias forças, você estará perdendo seu tempo enquanto estiver lutando contra Deus e contra você mesmo.
Só em Cristo você encontrará essa paz, não há paz em lugar algum a não ser em Cristo. Ele é o príncipe da paz, ele conquistou na Cruz essa paz para nós. Hoje Ele te convida a baixar suas armas e se render a ele, se entregue a Cristo, se dê por vencido, se entregue para ser seu servo, seu escravo. Só assim você encontrará a paz que procura. É inútil lutar contra Deus. O Senhor, o Príncipe da Paz, aquele cujo governo conquistou para nos trazer salvação e segurança hoje te oferece isso gratuitamente. Venha a Cristo, renda-se a Cristo, você que está cansado de lutar sozinho, mais uma vez ele repete: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” Se renda ao que Cristo fez na cruz por você. Assim como disse o profeta Isaías mais a frente: Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Isaías 53.5. É pelo que ele fez na cruz que podemos ter paz, somente nisso, não poderia existir outra forma. Comece hoje a desfrutar dessa paz sem fim.
CONCLUSÃO