SONHO: um novo ano sem (tanto)medo
Esperança no Por Vir. • Sermon • Submitted
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· 20 viewsO medo coletivo está fazendo grande estrago na sociedade, potencializando o medo pessoal e trazendo sérias consequências à saúde pessoal e coletiva.
Notes
Transcript
18 No amor não há medo, pelo contrário, o perfeito amor elimina o medo, pois o medo implica castigo, e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor.
INTRODUÇÃO
Marcos Kopeska – Teólogo, pós graduado em terapia da família, da 3ª Presbiteriana Independente de Marília) - escreveu em 23/05/2020 um artigo interessante sob o título “O VÍRUS DO MEDO COLETIVO E OS CUIDADOS COM A SAÚDE EMOCIONAL”. Muito aprendi com este texto e, hoje, ao nos prepararmos para receber o ano de 2022, quero compartilhar esse aprendizado com vocês.
DESENVOLVIMENTO
Nascemos com apenas dois tipos de medo – de cair e de barulho. No fim da vida devemos ter passado por cerca de 3.600 tipos de medo. Alguns deles extremos – de palhaços, de balões de festa, de insetos, medo de cores diferentes, de lugares abertos (agorafobia), de lugares fechados – são as fobias.
Não há como não passar por medos. A questão não é ter medo, mas como administrar o medo – Jean paul Sarte diz que todo mundo tem medo. A Coragem é a capacidade de administrar o medo. Uma dose de medo protege a vida. Amor pela vida, pelas pessoas.
Há o medo individual e o medo comunitário (temos passado pelos dois nesses tempos de COVID19. O Medo comunitário é mais danoso que o individual. Conflitos pessoais são mais fáceis de administrar. Os coletivos são muitos mais difíceis. Os temores interiores são mais fáceis de administrar que os comunitários.
Pânico e Pandemia são “parentes”. Na Mitologia grega PAN (deus do medo repentino); os pastores se assustavam com os ruídos provocados por ele e com a sua figura assustadora; daí o nome pânico para medo repentino e imotivado, uma vez que Pan não causava dano algum aos pastores ou aos viajantes que costumavam atravessar a floresta. A palavra pânico deriva desse deus, que causava, com sua correrias, medo irracional. Segundo o Dr. Kopeska, “o único deus que morre é o deus do medo”. O medo passa. Como ele habitava em toda a Natureza, então PAN também significa “TUDO”. Daí a palavra “Pandemia” - Pan (todo) Demo (povo).
O mundo já passou por algumas pandemias violentas em contextos diferentes.
1. A GRIPE ESPANHOLA em 1918, motivou muitos ao suicídio. Índice de contaminação era altíssimo.
2. Na peste negra foram 200 milhões DE MORTOS. Atingiu toda a Europa entre 1347 e 1350. Transmitida por ratos.
3. Na grande depressão de 1929 a grave crise econômica de Nova Iorque proporcionou a falência de milhares de empreendedores mundo afora e muitos responderam com o suicídio em lugares públicos como protesto (contra o quê?). Massas são mais sugestionadas com o medo coletivo.
4. Em 1975 o filme TUBARÃO (Spielberg) gerou grande medo: pessoas não iam na praia, tinham medo de entrar na banheira ou na piscina com medo do tubarão.
Pânico é transtorno mental que pode se tornar subjetivo quando uma mídia está por trás (como temos vivido agora na pandemia). Este é o medo coletivo. (milhares de enterros, corpos empilhados em necrotérios, enterros coletivos…).
Normalmente temos medo de morrer, perder alguém precioso e ficar doente.
O irmão Kopesca nos informa que após o atentado de 11/09/01 (Torres Gêmeas) constatou-se que o povo americano se transformou. Pessoas andam mais rápidas, falam menos com estranhos, medo de certas etnias, principalmente dos árabes. O medo coletivo transforma pessoas.
A tendência de um pânico generalizado se intensifica diante do isolamento social. A população mundial viveu o isolamento e ainda vive, de certa forma. Tudo é COVID, COVID, COVID......
Há muitas especulações (inclusive científicas) - afirmações soltas, sem respostas convincentes. Já vivemos o superdimensiona-mento de problemas, somado às fake News, gerando medo individual e coletivo - gerando desespero. Vivemos insegurança econômica somada à polarização política. Os governantes do mundo não sabem o que fazer. Resta aos humanos, na medida que os dias passam, um sentimento de ÓDIO e o perigo da DEPRESSÃO. Já vemos esse resultado, a exemplo do HAITI, DAS SERRAS DO RIO DE JANEIRO, DE MARIANA, DE SOBRADINHO... passados o fenômeno dos “60 dias após” a mídia já cala e então os impactos emocionais mostram os seus efeitos: grandes índices de síndrome do pânico, insônia, suicídios, medo, insegurança etc.
Como administrar esse MEDO? Esse PÂNICO?
Erick Robsbawm (historiador inglês - 1917-2012) disse: “o mundo não é transformado por cronologia absoluta – de 31/12/2000 para 01/01/2001; é mais marcado pelos eventos. O século 19 só terminou com a primeira guerra mundial. Então começa um novo século. Experiências marcam o tempo”. O século 20 só acaba agora com a pandemia do coronavírus. Aqui começa um novo século com outros valores.
O que será o mundo após essa pandemia? O foco era a tecnologia (automóveis autônomos... advogados robô (em Recife, que lê 10 mil páginas de processos em 1 segundo, e se dirige pelo ponto de vista do juiz da causa com 98% de possibilidade de acerto). Na medicina, cirurgia sem bisturi... De repente, os valores mudaram. Os sonhos glamurosos da ciência são colocados para traz. O que vale é a preservação da vida, o cuidado com o ser humano... daí a importância do amor. O medo nos remete a uma experiência positiva de cuidado com o próximo.
A vida não é só ciência, mas um olhar para as pessoas, cuidados com as pessoas em diversas circunstâncias. É o tempo de acudir as pessoas (O povo de Deus, as igrejas precisam fazer isso!). Neste quadro desperta-se o sentimento do AMOR e da FÉ.
O AMOR lança fora todo o medo. Quando entregamos nossos sentimentos para alguém ou alguma coisa, perdemos o medo. Precisamos aprender a “descansar nos eternos braços de Jesus” e saber que neles estamos seguros.
A FÉ é a capacidade de crer no que não vemos, mas que esperamos. Aguardar em Deus resilientemente naquilo que ele tem para as nossas vidas. É preencher nosso interior para não deixar lugar para depressão, ansiedades ou medos; é permitir a transformação de nossas mentes para descobrirmos e caminharmos na boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Rm.12.2).
CONCLUSÃO
E então? Será que estamos entrando em um novo ano (2022) sem medo? Sim e Não! Se medo for sinônimo de cuidados, de proteção, ele servirá para que não nos envolvamos com alguma coisa que estrague nossa saúde, a saúde do nosso corpo. Agora, se o medo vai nos tornar inseguros, isolados, amargurados, descrentes de Deus, esse medo deve ser descartado.
É bom sabermos que a vida não é feita só de vitórias. Ela tem altos e baixos, ganhos e perdas, vitórias e derrotas.
1. Precisamos saber separar as informações verdadeiras das Fake News. Enchamos nossa mente com o que é positivo – nisso pensai (Fp.4.8). Assim deve ser 2022.
2. Precisamos aprender a cultivar a RESILIÊNCIA – (capacidade de sofrer grande impacto e depois voltar ao estado original). Vidro se quebrar não tem resiliência. Mas a borracha tem resiliência! – o Apostolo Paulo nos ensina resiliência dizendo: “aprendi a viver contente em toda e qualquer situação........ (Fp.4.10-13). A resiliência é um aprendizado, um treinamento. É Deus nos dando oportunidades para sermos treinados. Estejamos abertos ao treinamento de Deus para nossas vidas em 2022.
3. Precisamos seguir as orientações da Palavra de Deus: com paciência e com esperança. Assim experimentaremos mais proximidade e envolvimento com Deus em 2022.
4. Precisamos aprender a estar contentes com os recursos que possuímos, ainda que limitadíssimos. Ser resiliente é sofrer o impacto e sair do outro lado dizendo: perdi, mas estou aqui para continuar. Que nossos recursos (muitos ou poucos) glorifiquem a Deus em 2022.
A HISTÓRIA É UM SISTEMA, NÃO UM PONTO – Tudo passa. A bonança voltará. Depois da tempestade vem a bonança. Depois das catástrofes vem os períodos de construção. Crise é oportunidade de crescimento, de reengenharia.
Confiemos e nos apropriemos de tudo o que aprendemos nestes dois anos de pandemia e voltemos nossos olhos e nossa confiança para Deus que nos envia seu anjo para se acampar ao nosso redor e nos livrar. Provemos e vejamos em 2022 que o Senhor é bom.
Seja feliz com Cristo em 2022. Seja vitorioso. Ame a Deus, ouça e pratique a sua Palavra.
FELIZ ANO NOVO DE 2022.